terça-feira, 31 de março de 2009

Mansidão e Piedade





Se caminhas sob chuvas de impropérios e maldições, cultiva a mansidão e
exercita a piedade.

Se atravessas provas rudes, assoalhadas por aflições contínuas, guarda-te na
mansidão e desenvolve a piedade.

Se sofres agressões prolongadas, que se não justificam, permanece com mansidão
e desenvolve a piedade.

Se tombas nas ciladas bem urdidas, propostas por adversários encarnados ou
não, mantém-te em mansidão e esparze a piedade.

Se te açodam circunstâncias rudes e tudo parece conspirar contra tuas lutas de
redenção, não te descures da mansidão nem da piedade.

Aclamado pelo entusiasmo passageiro de amigos ou admiradores, sustenta a mansidão
e insiste na piedade.

Guindado a posições de relevo transitório e requestado pelo momento de ilusão, não
te afaste da mansidão da piedade.

Carregado de êxitos terrenos e laureado por enganosas situações, envolve-te na
mansidão e não te distancies da piedade.

Recomendado pelas pessoas proeminentes ou procurado pelos triunfos humanos,
persevera com mansidão e trabalha com piedade.

Mansidão e piedade em qualquer circunstância, sempre.

A mansidão coloca-te interiormente indene à agressividade dos que se comprazem no mal
e a piedade envolve-os em vibrações de amor.

A mansidão faz-te compreender que necessitas de crescimento espiritual e, por
enquanto, a dor ainda se torna instrumento educativo. A piedade evita que mágoas ou
seqüelas de aborrecimento tisnem os teus ideais de enobrecimento.

A mansidão acalma; a piedade socorre.

Com mansidão seguirás a trilha da humildade e com a piedade prosseguirás retribuindo
com o bem a todo e qualquer mal.

A mansidão identifica o cristão e a piedade fala das suas conquistas interiores.

- "Bem-aventurados os mansos e pacificadores - ensinou Jesus - porque eles
herdarão a Terra"... feliz do continente da alma imortal.



[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Otimismo]
[Editora LEAL]

O Nevoeiro da Incredulidade




A primeira mulher a atravessar a nado o Canal da Mancha foi uma jovem de vinte anos de idade. Seu nome era Gertrude Ederle e esse fato se deu no dia 6 de agosto de 1926.

Depois dela, uma outra mulher, de trinta e quatro anos, Florence Chadwick, tornou-se a primeira mulher a atravessar o Canal da Mancha, nos dois sentidos.

Mas, em 1952, essa mesma mulher decidiu atravessar a nado os 33 km entre a Ilha de Catalina e Long Beach, na Califórnia.

O dia 4 de julho, escolhido para a proeza, não estava propício. A manhã estava muito fria e havia um nevoeiro intenso.

Ela se preparou e mergulhou na água. Contudo, mal conseguia ver os barcos que a acompanhavam. O nevoeiro era denso.

O frio e o cansaço não conseguiam fazê-la desistir. Ela podia ouvir as vozes de incentivo do treinador.

Contudo, as forças a foram abandonando. Ela continuou nadando. Era a sua determinação a lhe ordenar que prosseguisse.

Mas, um pouco antes de chegar à praia, ela pediu para ser recolhida a bordo. De nada valeram as rogativas de sua mãe e de seu treinador.

Não posso mais! Não agüento mais! Dizia ela.

Minutos depois ela descobriu que restavam apenas oitocentos metros para chegar à praia.

Ante a desolação dos que lhe seguiam os esforços de perto, incentivando-a, falou: "não estou dando desculpas, mas se eu tivesse conseguido ver a praia, poderia ter chegado até lá."

Florence Chadwinck foi vencida não pelo frio, nem pelo cansaço. Foi derrotada pelo nevoeiro.

Com os homens, ocorre de forma semelhante. O nevoeiro da incredulidade interfere em muitos caminhos.

Quando o incrédulo se vê a braços com dores profundas, permite-se a desesperança.

Quando a morte lhe vem arrebatar um ser querido, para o conduzir ao reino dos espíritos, ele se desespera. Desiste de viver.

Acredita-se sem forças e não consegue vislumbrar uma réstia de esperança. Tudo lhe parece envolto em brumas.

Por não crer que a vida prossegue para além da área física, mais se desalenta.

Se as dificuldades financeiras se avolumam, o emprego corre riscos e o chefe se mostra irritadiço, ele se angustia.

Tudo lhe parece intransponível, uma carga excessivamente pesada.

Em tal clima, alguns chegam à depressão e até ao suicídio.

E, no entanto, a anotação Evangélica estabelece que tudo é possível àquele que crê.

...................................

A fé clareia as noites mais sombrias. Nas paisagens do inverno rigoroso é ela que nos permite antever a primavera, cobrindo de flores os jardins.

Por isso, se o nevoeiro da incredulidade estiver a insistir na paisagem dos seus dias, busque estudar e meditar acerca daquilo que hoje você afirma não crer. Permita-se iluminar pelo sol que dissipa as nuvens e espanca as trevas. O sol chamado reflexão.

Autor:

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no texto "Determinado a Vencer", do jornal Viva Feliz, pág. 6, e no livro Dicionário da Alma, verbete "Fé".

segunda-feira, 30 de março de 2009

A desgraça Real





Desgraça é todo acontecimento funesto, desonroso, que aturde e desarticula
os sentimentos, conduzindo a estados paroxísticos, desesperadores.

Não somente aqueles que se apresentam trágicos, mas também inúmeros outros
que dilaceram o ser íntimo, conspirando contra as aspirações do
ideal e do Bem, da fraternidade e da harmonia íntima.

Chegando de surpresa, estiola a alegria, conduzindo ao corredor escuro
da aflição.

Somente pode avaliar o peso de angústias aquele que lhes experimenta
o guante cruel.

Há, no entanto, desgraças e desgraças. As primeiras são as que irrompem
desarticulando a emoção e desestruturando a existência física e
moral da criatura que, não raro, sucumbe ante a sua presença e
aqueloutras, que não são identificadas por se constituírem conseqüências de
atos infelizes, arquitetados por quem ora lhes padece os efeitos danosos.
Essa, sim, são as desgraças reais.

Há ocorrências que são enriquecedoras por um momento, trazendo alegrias e
benesses, para logo depois se converterem em tormentos e sombras,
escassez e loucura. No entanto, quando se é responsável pela infelicidade
alheia, ao trair-se a confiança, ao caluniar-se, a investir-se contra os
valores éticos do próximo, semeando desconforto ou sofrimento, levando-o
ao poste do sacrifício, ou à praça do ridículo, a isso chamaremos desgraça
real, porque o seu autor não fugirá da própria nem da Consciência Cósmica.

Assim considerando, muitos infortúnios de hoje são bênçãos, pelo
que resultarão mais tarde, favorecendo com paz e recuperação o déspota e
infrator de ontem, em processo de recuperação do mal praticado.

Sob outro aspecto, o prazer gerado na insensatez, os ganhos desonestos, as
posições de relevo que se fixam no padecimento de outras vidas, o triunfo
que resulta de circunstâncias más para outrem, os tesouros acumulados sobre a
miséria alheia, os sorrisos da embriaguez dos sentidos, o desperdício
e abuso ante tanta miséria, constituem fatores propiciadores de dolorosos
efeitos, portanto, são desgraças inimagináveis, que um dia ressurgirão
em copioso pranto, em angústias acerbas, em solidão e deformidade de toda ordem,
pela necessidade de expungir-se e reeducar-se no respeito às Leis soberanas
da Vida e aos valores humanos desrespeitados.

O Homem-Jesus não poucas vezes chamou a atenção para essa desgraça, não
considerada, e para a felicidade, por enquanto envolta em problemas, mas
única possibilidade de ser fruída por definitivo.

Todos os que choram, os famintos e os sequiosos de justiça, os padecentes de
perseguições, todos momentaneamente em angústia, logo mais receberão o quinhão
do pão, da paz, da vitória, se souberem sofrer com resignação, após haverem
resgatado os compromissos infelizes a que se entregaram anteriormente, e
geradores da situação atual aflitiva.

Aqueles porém, que sorriem na loucura da posse, que se locupletam sobre os
bens da infâmia e da cobiça, que são aplaudidos pelas massas e anatematizados
pela consciência, oportunamente serão tomados pelas lágrimas, pela falta,
pelo tormento...

São inderrogáveis as Leis da Vida, constituindo ordem e harmonia no
Universo. [...]

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Jesus e o Evangelho – À Luz da Psicologia Profunda]
[Editora LEAL]

COMO FALAR

A resposta branda desvia o furor, mas
a palavra dura suscita a ira.
Prov. 15:1

Ao ouvir alguém, veja o que vai responder, para não aumentar o furor, caso seja este o assunto. A vigilância na boca se traduz em paz no coração.

Falar é muito fácil para todas as criaturas, mas precisamos aprender a dizer com discernimento. O ouvido registra tudo endereçado a ele, provendo equilíbrio ou desorientando a alma.

Não seja motivo de discórdia nos seus caminhos. Oriente bem os seus companheiros, quando chamado para tal; se o ambiente dispensa a palavra, o silêncio constrói mais.

Lembre-se de que silêncio sem exemplo suscita a ira.

Veja o que vai declarar ante o seu irmão, se é isso que deve ouvir, somente boas intenções não confortam o sofredor. Para ser instrumento do Mestre, a vida pede unidade com Ele.

Ajuste a sua vida na vida de Jesus; se pretende ajudar, o muito falar não conserta ninguém. Coloque o desesperado de modo que ele mesmo entenda a si; a dependência aumenta o padecer; a ajuda externa é para dar tempo ao trabalho interno.

Toda resposta deve ser branda, todavia, se a necessidade pedir, apresente energia, sem esquecer o amor. Violência nas respostas pode acender grande revolta.

O sábio fala pouco, mas, apaga muita discórdia, por saber conversar com dignidade. Observemos essas fontes de luz, que sairemos saciados e trabalhando para a auto-iluminação.

A boca é, pois, um instrumento de elevação, se a disciplina atingiu os sentimentos. A cabeça é uma área de luz, se estamos fartos de instrução cristã. A escola é o mundo; o professor, o Cristo.

Não perca tempo, porque ele passa e demora a voltar com as mesmas ofertas.

Pense e procure sempre a verdade, que ela existe; pode demorar para o seu convívio e pode já estar procurando. Faça uso da prece com contentamento, que a vida lhe responderá com alegria. Procure Jesus com sinceridade, que Ele o ajudará a falar, na brandura da luz.


DO LIVRO: Gotas de Verdade
PELO ESPÍRITO: Carlos
PSICOGRAFIA: João Nunes Maia

domingo, 29 de março de 2009

FÍSICA E CIÊNCIA




Kryon através de Lee Carroll
Esta canalização ao vivo foi dada no Monte Shasta, Califórnia
Kryon Summer Light Conference™
17 de junho de 2007


Esta canalização foi recanalizada [por Lee e Kryon] e adicionada para oferecer uma compreensão ainda mais clara. Muitas vezes estas reuniões em Shasta apresentam informações muito básicas de Kryon, mas muito é transmitido emocionalmente, o que a página impressa simplesmente não pode revelar. Além disto, foi expandida por Kryon para incluir explicações adicionais de conceitos difíceis apresentados em uma sessão que foi realizada ao vivo sob restrições de tempo (uma reunião grande). Esta expansão cria uma comunicação ainda melhor do que a do áudio ao vivo.

Esta canalização em particular foi sobre física e ciência, e tem muitos conceitos novos. Foi uma das mais difíceis para Lee, e ele diz, "Kryon chegou perto..." para se assegurar de que os fatos fossem traduzidos corretamente.

Portanto desfrute esta mensagem melhorada oferecida no poderoso Kryon Summer Light Conference, em 17 de junho de 2007.

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Saudações, meus queridos, eu sou Kryon do Serviço magnético.
Realmente há aqueles que nos sentiram enquanto entravam neste espaço pela manhã, pois nós nunca deixamos vocês! [falando sobre o fato de que este é o 2° dia do evento de Shasta]

Meu parceiro está apreensivo e normalmente ele não fica assim. Nós frequentemente falamos sobre amor. Nós falamos sobre coisas que ele tão comumente está envolvido durante as canalizações. Mas agora falaremos de ciência. Nós usamos seu cérebro de engenheiro, sua lógica e seu canal puro para trazer a vocês coisas que gostaríamos que ouvissem. Então neste momento deixe-me falar com ele e dizer, “Querido parceiro, relaxe! Pois vamos de forma lenta em um modo de ensinamento. Daremos a você palavras que compreenderá. A informação fará sentido. Mas vá devagar. Vá devagar.”

E alguns de vocês poderão perguntar, por que deveriam fazer tal coisa. Vocês vieram para receber informações esotéricas, e nós a demos na canalização de ontem. Na canalização antes desta, que para mim parece ter acontecido há um momento atrás, oferecemos bastante informação esotérica. Nós agora a complementamos com o outro lado - informação científica que vocês precisam ouvir. Coisas das quais falamos algumas vezes anteriormente irão hoje fundir-se com coisas que nunca falamos, para dar a vocês simplesmente a verdade sobre a física em áreas que talvez nunca tenham ouvido antes. Nós trazemos estas coisas desta forma por uma razão. A primeira é que queremos que tenham isto arquivado. Algum dia haverá aqueles que pegarão estas transcrições e compararão com as descobertas da ciência. Depois verão que há uma confluência da verdade. Então eles terão que dizer que esta informação esotérica foi real... não apenas um ser humano no palco, entretendo a platéia e fazendo suposições sobre a ciência. Estas são idéias elevadas e serão traduzidas para as páginas dos seus livros eventualmente. Vejam, observem, e esperem.

Eu sou Kryon do Serviço Magnético. E se quisermos fazer isto corretamente, precisaremos fazer uma revisão e conectá-la corretamente. Eu disse que explicaria a astrologia e para fazer isto levarei vocês através de um pouco de ciência sobre seu corpo biológico. Algo que precisam saber, pois não se relaciona apenas com a astrologia, mas com quase tudo o mais que acontece com vocês e o planeta.

Astrologia

Agora vamos falar sobre astrologia. Este poderia parecer um tema esotérico, mas não é. É um dos mais incompreendidos atributos da ciência... classificado como oculto por aqueles que não estão pensando de forma clara. Deixe me lembrar-lhes que esta também foi a consideração dos que acreditavam em germes antes de ser provado que era algo verdadeiro. Imaginem... um microorganismo invisível que causa doenças (deve ser algo oculto ou um plano dos ETs para invadir a Terra!) Quando seus aparelhos e sabedoria vieram a compreender tudo isto, tornou-se ciência, e ajudou a salvar vidas. Agora nós dizemos que com a astrologia é a mesma coisa. É uma ciência que neste momento é considerada misticismo.

Se vocês chegaram até aqui em minha discussão sobre o magnetismo (acima), compreenderão que os seres humanos são continuamente influenciados pela grade magnética do planeta, e que ela foi projetada daquela forma para comunicação e equilíbrio. Eu gostaria de revelar para vocês o que está aterrissando [sendo colocado sobre] no campo magnético, que deve ser parte daquela comunicação sobre a qual falamos. Oh, há muita informação que é entregue desta maneira, mas darei a vocês apenas a informação astrológica.

No centro do seu sistema solar está o seu Sol. Seu Sol está sendo padronizado magneticamente com a gravidade a cada segundo do dia. Não se pode separar o magnetismo e a gravidade, pois eles são dois gêmeos do mesmo atributo na ciência, que ainda precisa compreender como se relacionam um com o outro. A luz também está envolvida, pois é interdimensional. Quando algo em sua realidade pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, ele tem que ser quântico [atributos interdimensionais] e a luz se encaixa nesta categoria juntamente com o magnetismo e a gravidade. Magnetismo, gravidade e luz são os mistérios de sua realidade. Nenhum deles é realmente compreendido. Ao contrário, eles são simplesmente usados. Vocês sabem o que eles fazem, mas não tem nenhuma idéia do que são. O tempo é o outro, mas ele é um resultado dos três primeiros e não uma energia por si mesmo.

E então, no centro do seu sistema solar está o seu Sol com os planetas puxando e empurrando sobre ele enquanto movem-se ao seu redor. Imagine a força do puxão sobre o Sol de todos os planetas e os vários alinhamentos pelos quais passam. Imagine por um instante que você pudesse ver a gravidade e as incríveis forças da gravidade como cordas que saem dos planetas puxando o centro do Sol. Isto criaria um padrão de cordas que muda constantemente, não é? Pois ele é padronizado diariamente, o tempo todo, a cada momento.

Esta padronização é uma padronização interdimensional do Sol. Portanto, você poderia dizer que o padrão quântico do Sol é diferente a cada momento, dependendo de onde os planetas estiverem. E você estaria certo. Pense sobre o que os atributos destes puxões e empurrões fazem com o Sol quando os planetas se alinham em uma fila! Pense sobre o que ocorre quando acontece o que vocês chamam de retrógrado aparente [aparência de um movimento para trás nas órbitas como observado de outra plataforma em órbita]. Então aqui estamos nós com uma padronização no Sol, mudando constantemente, interdimensional, magnética e que afeta até mesmo o tempo.

O que vocês sabem sobre o Sol além do fato de que está enviando luz e calor? O Sol sopra algo chamado vento solar sobre a Terra o tempo todo. É um fluxo contínuo de partículas carregadas [magnetismo! ] Esta é a informação da padronização do Sol sendo entregue à grade magnética da Terra. E se você duvida disto, então dê uma olhada na aurora boreal. Pois este é o nome dado ao show de luzes do vento solar enquanto ele se choca com a grade magnética do planeta, criando sua própria indutância, entregando informação da padronização do Sol para vocês.

Quando chega à grade do planeta, aquela padronização é então transmitida através de indutância adicional para o seu DNA no momento do seu nascimento. No nascimento é quando você a recebe, já que é quando você chega para sua primeira inspiração do ar, sua primeira interação com o ambiente como uma vida independente. Você então tem um padrão... aquário, peixes, câncer. Ele é o reflexo do alinhamento dos planetas durante o momento do seu nascimento. O padrão é retido em seu DNA como uma força vital sobre a qual falamos ontem quando mencionamos o caos aparente da energia em uma arena interdimensional. Ela lhe afeta e dali por diante você fica susceptível à energia daqueles padrões enquanto eles se alinham em seu sistema solar. Isto é chamado astrologia. É uma das mais antigas ciências no planeta e é intuitiva [parte da sua consciência de ‘saber’].

Há aqueles que dizem, “Eu não acredito nisto”. Nós acabamos de dar a vocês informações de que são susceptíveis à padronização da mecânica orbital interdimensional e ainda assim há aqueles que dizem, “Eu ainda não acredito.” Tudo bem, então como você explica a síndrome da lua cheia? A lua é o maior corpo em órbita da Terra, e ela padroniza o Sol, mas tem uma grande influência na padronização de sua gravidade com o seu puxão gravitacional. [Gravidade está relacionada com o magnetismo.] Por que será que as forças policiais em todo o mundo decidem colocar ajuda extra durante a lua cheia? E alguns dizem, “Ah, esta é fácil! É porque na lua cheia é mais claro e por isso mais crimes acontecem.” Não, isto se relacionaria com a luz e não com a órbita da lua, no entanto é algo que acontece até mesmo durante noites de lua cheia nubladas. Perguntem aos hospitais, pois eles também estão envolvidos, cuidando dos vários acidentes e desafios entre seres humanos naqueles dias. Eles sabem que a lua cheia é um momento difícil. Tentem explicar isto... e a única forma é através da astrologia. A astrologia é uma grande influência no comportamento humano, é ciência e envolve o DNA e o pensamento humano. Vocês podem imaginar o que isto pode fazer para ajudar a humanidade quando for finalmente reconhecida? Vocês são susceptíveis ao movimento dos planetas. Vocês estão vivos com Gaia. Vocês são parte do sistema. Como podem negar tal coisa? Isto é ciência.

Astrólogos, agora vocês compreenderão porque nós lhes dissemos há 18 anos atrás que haveria uma diferença nos mapas e que deveriam ser retificadas antes e depois para que pudessem descobrir o que aconteceu na mudança energética e na mudança da grade magnética daquela época e agora. Nós falamos sobre uma influência de três graus em seus mapas entre agora e o ano 2012. Estes três graus não ocorrem todos em uma única casa. Estes três graus são a culminação das formas das casas abrindo e fechando em uma nova configuração de tamanhos. Vão adiante, façam as retificações e vejam o que queremos dizer. Façam as sobre-camadas antes e depois e vocês descobrirão através daqueles clientes, de quem fizeram mapas naquela época e agora, o que está acontecendo e como isto está mudando e transformando. Os astrólogos de categoria mundial sabem que está mudando. Até mesmo a astrologia é dinâmica, pois está relacionada com o magnetismo, realmente!

sábado, 28 de março de 2009

A Vida Além do Véu




Livro 1 – Os Planos Inferiores do Céu



Mensagens de Espíritos
recebidas e ordenadas por



Reverendo George Vale Owen




Quinta, 16 de outubro de 1913.

Se, por acaso, dissermos algo que puder parecer estranho e irreal sobre esta vida nas esferas espirituais, você manterá em sua mente que há poderes e condições as quais na terra são apartados do conhecimento exterior dos homens. Estes poderes não estão totalmente ausentes de seu ambiente, mas são na maioria mais profundos do que o cérebro físico consegue penetrar. Podem ser sentidos ou pressentidos em algum grau pelos que são mais evoluídos espiritualmente – nada mais que isso. Pois os que se elevam espiritualmente acima do nível geral, estes tocam os limites das esferas que agora são supranormais ao cômputo humano. E nenhuma medida de capacidade mental ou de conhecimento pode atingir esta exaltação de espírito, porque tais coisas são discernidas espiritualmente, e somente assim.

Nós, que agora estamos presentes com você nesta noite, viemos a convite de sua mãe mais uma vez, para falar a você de seu trabalho e da vida como se apresenta a nós, e de como somos privilegiados por conhecê-lo. Isto, até o ponto que pudermos. Quanto ao restante, contamos a você de nossas limitações ao transmitirmos tais conhecimentos os quais, por esta razão, acabam ficando incompletos.

Você é o Astriel?

Astriel e outros amigos.

Primeiramente, meu irmãos, nós o saudamos na paz e no amor em nosso comum Salvador e Senhor. Ele é aqui, por nós, e Ele é aí, por vocês. Mas entendemos, agora, mais daquilo que não estava claro quando andávamos entre as brumas da terra. E isto poderíamos dizer com toda a solenidade; deixe os que hoje em dia caminham entre vocês buscando o significado de Sua Divindade e a relação dela com a Sua Humanidade, que o façam sem medo e reverentemente. Pois que eles são guiados, mais do que pensam, a partir destes reinos. E que esteja sempre na mente dos que são sinceros, que eles não sejam irreverentes a Ele, Que é a Verdade, ao inquirir o que é a Verdade, da forma que Ele a revelou.

Apesar disso, amigo, vamos contar-lhe, com este mesmo destemor, e também com uma grande reverência, que aquilo que acontece sob o nome de Ortodoxia entre os Cristãos na Igreja da Terra não é uma apresentação justa e verdadeira, sob muitas formas, da Verdade, como viemos a conhecê-la aqui. Também vemos entre vocês muito despreparo para seguirem adiante, e falta coragem e fé na providência de Deus Que os guiará, se os homens seguirem, cada vez mais para uma luz mais intensa, a radiante luz cintilante, a que envolve os bravos para mostrar-lhes o certo e o sagrado caminho em direção ao Seu Trono. Deixe que isto relembre a você que o Trono somente será compartilhado pelos bravos que forem fortes para persistirem, e estes são os que foram valentes para cumprirem e suportarem, exemplificando aos que são seus companheiros menos corajosos e menos iluminados.

Agora continuaremos nossa instrução, e você a receberá até onde alcançar. Aquilo que sentir que não é capaz de receber, deixe, e talvez, conforme continuar em seu caminho, verá que tudo vai se encaixando pouco a pouco, até que entenda tudo.

Estivemos lhe contando principalmente sobre os corpos celestes e sua correlação uns aos outros. Agora falaremos alguma coisa sobre sua criação e sobre o aspecto que eles têm para nós, conforme os vemos pelo lado espiritual. Você entenderá que cada estrela ou planeta, e tudo que é material, tem sua contrapartida espiritual. Você realmente entende isto, sabemos, e vamos colocar o que temos que dizer sobre este conhecimento.

Os corpos celestes são a expressão material de idéias originárias dentre aqueles mais hierarquizados nas esferas Celestes do Poder Criativo. Todos eles e cada um deles são efeitos dos pensamentos e dos impulsos procedentes destas esferas. Quando um mundo está em processo de criação, aqueles Seres Elevados energizam constantemente e projetam para a matéria que se forma a sua influência espiritual e, para dizermos desta forma, seu caráter. Desta forma, apesar de os planetas de seu sistema serem todos conformes a um grande esquema de unidade, eles são diversos em suas características individuais. Estas características correspondem ao caráter dos Grandes Senhores em Cujo encargo elas geralmente estão. Os astrônomos estão certos quando dizem que certos elementos que formam a Terra são encontrados em, digamos, Marte e Júpiter, e no próprio Sol. Mas eles errariam se dissessem que são encontrados na mesma proporção, ou numa combinação similar. Cada planeta difere nestes fatores de seus companheiros, mas estão todos em conformidade com um projeto mais amplo, que os governa como um sistema. O que é dito aqui pode ser aplicado num âmbito mais amplo de coisas. Considerando o reino Solar como uma unidade, ele não é idêntico, nem em composição de elementos nem na constituição planetária, aos outros sistemas. Cada um difere de seus pares também.

Agora, já explicamos a razão para tanto. Vem da mente individual do Senhor Diretor do sistema em particular. Abaixo dele estão outros grandes Senhores que trabalham em uníssono com sua idéia regente única. Mas estes também têm liberdade naquilo que está a seu encargo, e assim por diante até coisas mínimas da criação – as flores, árvores, animais e a formação da face do planeta. É por causa desta variação na criação e no controle que vocês têm tanta diversidade nos detalhes; e por causa dos limites da restrição ao exercício daquela individualidade livre que vocês têm a unidade que encontram interpenetrada em cada departamento e sub-departamento da criação.

Abaixo destes supervisores há miríades de ministros menores, de diferentes graus decrescentes, até que algumas das mais baixas ordens mal podem ser chamadas de pessoas, já que se inserem nas espécies mais baixas de vida, que vocês denominariam sensitivas, para distingui-las dos que, como nós, possuem não só inteligência, mas também a independência de julgamento que conhecemos como livre arbítrio.

Você está falando de fadas, gnomos e elementais em geral, dos quais alguns autores nos contam?

Sim, eles são reais e, na maioria, benevolentes; mas estão longe, abaixo na esfera humana, e por isso são menos conhecidos que os mais elevados graus de ministério, como os espíritos dos homens, e os que atingiram o grau angélico.

Agora, um pouco a mais sobre a terra em si. Os geólogos contam como algumas rochas em sua formação são aluviais e outras ígneas, assim por diante. Mas se você examinar cuidadosamente algumas delas, verá que elas exalam um certo vapor, alguém diria uma influência magnética. Este é o efeito da inspiração original delas, a partir daqueles que a formaram originalmente. E estas características são merecedoras de estudos mais profundos do que tiveram até então. A composição química tem sido, mais ou menos, averiguada. Mas as influências mais sutis procedentes das partículas eternamente vibrantes têm sido negligenciadas. Mesmo assim, quando se relembra que nenhum pedaço de rocha ou pedra está inerte, pois todas as suas partículas estão em movimento ordenado e constante, damos apenas um passo adiante para então perceber-se que, para que este movimento seja mantido, deve estar presente uma grande força e, por trás desta força, a personalidade daquele de onde isto é a expressão.

Isto é verdade, e a influência maligna que algumas gemas realmente exercem naqueles cujos sentimentos em direção a elas não são bem governadas, é uma evidência disto. Por outro lado, você ouviu falar de gemas da sorte, que é uma expressão que demonstra uma vaga noção da verdade fundamental. Elimine toda a idéia de acaso destes temas, e substitua por um sistema ordenado de causa e efeito, e lembre-se da conseqüência da ignorância ao se transgredir todas as leis naturais, e você verá que pode haver algo naquilo que estamos tentando explicar.

Para dar mais ênfase, limitamos nossas considerações à criação mineral, mas a mesma verdade pode ser adaptada ao reino vegetal e também ao animal. E disto não falaremos nesta noite. O que dissemos foi dito com o objetivo de mostrar que há um campo para os que têm mente científica, e para os que não temem seguir mais adiante do que os cientistas se permitiram até aqui.

O todo pode ser resumido em poucas palavras; se aceitas, então a conclusão a que levamos deve, necessariamente, ser aceita também. Toda a criação material não é nada em si e por si. É apenas a expressão, num plano mais baixo, das personalidades de planos mais elevados; os efeitos dos quais suas vontades são as causas. Como um homem deixa impresso o seu caráter em seu trabalho do dia a dia, assim os grandes Senhores Criativos e seus ministros deixaram as impressões de suas personalidades nestes fenômenos materiais.

Nada está parado, tudo se move constantemente. Este movimento é controlado e ordenado, e isto é uma garantia da energização constante da personalidade. Como os graus menos elevados de serviço são dependentes dos Senhores mais elevados para sua existência e continuidade, assim estes últimos são dependentes dos de maior grau de sublimidade, assim como eles são da Energia Suprema Única, o Ser de Existência Própria, Cuja Vontade é a nossa vida, e Cuja Sabedoria é mais maravilhosa do que podemos expressar em palavras ou pensamentos. Reverenciemos Àquele onde tudo é, reverência de nós que, em Cristo nosso Senhor e Salvador, habitamos n’Ele, e Ele em nós. Amém. +

Nota: Astriel sempre concluía suas comunicações com o sinal da cruz.

Força renovadora

Há sempre uma força renovadora em certas verdades escritas por quem, sobretudo poeta, diz em poucas palavras, tantas coisas...São frases que ajudam a viver, que empurram pra frente quem as entendem e assimilam. Assim, nesta noite calma ou intranqüila, serena ou agitada, porém, noite em que você faz silêncio de ouvinte, deixe ressoar dentro de você, bem no dentro de sí, isso que diz:
"Conhecer-se a si mesmo é reconhecer o próprio respirar!"
"Conhecer-se a si mesmo e conhecer o próprio respirar!
O relaxamento de um sono restaurador faz o homem transpirar a própria serenidade no dormir. Toda agitação interior transparece na tensão de rosto dormindo, de uma respiração ofegante de uma agitação constante no dormir.
Tempo é já de viver-mos toda nossa dimensão sabendo ouvir nosso corpo respirar. Conhecer o próprio respirar, a própria pulsação é conhecer-se a si mesmo. Ouvir seu corpo. Perceber seus sentidos sentirem. Compreender a mudança e a reação física do próprio existir. Tudo isso é se conhecer. O próprio respirar é o próprio viver. Ouvir o próprio viver, conhecer o próprio pulsar é conhecer-se a si mesmo.
Você se conhece?
Dê-se esta chance!
Senhor, envie-nos a sua sabedoria para a gente entender que ela penetra em nós, mas dando vida a todo um corpo, ensine-nos a perceber a presença de todo seu eu de vida na pulsação de nosso coração, na percepção de nosso sentir, na emoção da nossa afetividade. Ensine-nos a conhecermos a nos mesmos conhecendo o nosso respirar, que é o respiro da vida, que é sua obra prima, de primazia, passível de todo nosso respeito.

Julho 31, 2000 - Biba pelo espírito de R.R.

L.E.M.A. Legião Espiritual e Material de Ajuda.

www.lema.not.br

sexta-feira, 27 de março de 2009

TÓPICOS DA PRECE









Elevemos o nosso coração, sempre que possível, ao Senhor e confiemos em Sua Infinita Bondade!

Na prece está a nossa força e no serviço do Bem o nosso refúgio!

Confiemos nosso pensamento à oração e nossos braços ao trabalho com Cristo Jesus.

E Jesus solucionará os nossos problemas com a bênção do tempo.

Paz e esperança ao coração! Cada noite, apesar do cansaço, não olvides alguns minutos com a oração, para que se nos refaçam as forças.

As tarefas seguem intensas, contudo, quanto possível, os Amigos Espirituais procuram amparar-nos as energias e acrescentá-las ainda mais.

Meus irmãos, muitos Amigos da Espiritualidade sustentam-nos as forças na travessia difícil das horas que passam.

Através da oração recolheremos, como sempre, a inspiração de que necessitamos na superação das lutas redentoras.

Guardemos a tranqüilidade mental!

Através da oração, as tarefas do lar são sustentadas com a bênção do Alto.

Receberemos, pela oração, o concurso espiritual, rogando a Jesus para que os nossos corações sejam fortificados no caminho de dor e luz em que nos encontramos.

Agradeçamos a Jesus as bênçãos de cada dia e confiemos na proteção divina, hoje e sempre!

Cada noite consagremos alguns momentos à oração, momentos esses de que se valerão os Amigos Espirituais que nos amparam, a fim de insuflar-nos novas forças para o desempenho de nossas tarefas.

Reanimemo-nos e guardemos o bom ânimo na certeza de que a fé viva em Deus é luz que nos auxilia a dissipar todas as sombras.

Jesus nos abençoe!

Roguemos a Ele, nosso Eterno Benfeitor, nos abençoe os planos de trabalho e renovação à frente do futuro.

(Do livro “Apelos Cristãos”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Bezerra de Menezes)

quinta-feira, 26 de março de 2009

Zombaria



Publicado por Voluntario em 13/11/2006 (1383 leituras)
Joanna de Ângelis


A análise crítica produzida com fins edificantes é perfeitamente salutar, desde que se não transponham os limites do objeto estudado para a mordacidade em relação ao seu autor.

Comumente os que se arvoram a críticos por sistema, hábito malsão de que se não conseguem liberar, são espíritos aturdidos, manipulando os camartelos da revolta íntima com finalidades perniciosas.

Transferem os próprios fracassos para o que combatem, quando, a seu turno, não triunfaram, ou destroem, em constante agressividade, com receio de competidores.

Desnaturam o fato para colimar razões e êxitos, interiormente atenazados com os resultados que lobrigam.

Quando corrigem, humilham sem a probidade que deve caracterizar o ensino; se ajudam, exibem-se, ignorando a excelência da arte da discrição; para orientarem, impõem condições, pecando pela base, graças ao esquecimento de que a melhor diretriz parte do exemplo de quem a ministra.

São arrogantes, inacessíveis. Incitados a qualquer pronunciamento, colocam a máscara da austeridade, com que disfarçam o semblante da habitual zombaria, quando desdenham tudo e todos.

Apaixonados, exigem que se lhes acompanhem pela cartilha que usam. Recusados, revelam-se odientos.

Impopulares, são suportados; anarquistas e descaridosos, fazem-se respeitados, ou melhor, temidos. Riem os circunstantes ante seus doestos e chistes, porém, receiam-nos. Aplaudem-nos, mas não os conseguem amar. São divertidos, todavia, perigosos.

Enxameiam por toda parte, transformando-se em praga perniciosa.

Recebeste o chamado do Cristo para estabelecer a paz, não o conflito;

para ajudar o bem, ao invés de combater os que tentam acertar;

para desculpar os que erram, não para os subestimar;

para semear esperanças, nunca para mordiscar os desassossegados;

para erguer os caídos, considerando as próprias limitações;

para solucionar problemas, sem engendrar complicações;

para esparzir luz, sem aumentar a perturbação, produzindo desentendimento ou sombra.

O discípulo do Evangelho deve possuir recursos para analisar, comparar, discernir, tendo em vista levantar, conduzir e salvar. Para tal desiderato não se faz preciso zurzir o látego do descrédito contra estes ou aqueles que se demoram em erro.

Não se exibindo as chagas dos infelizes inicia-se o processo de ajudá-los.

Desnecessário se diga a quem se enganou, que está equivocado.

Melhor será oferecer-lhe método correto, que o surpreenderá com resultados felizes.

Desse modo, não exponhas ninguém, causa nenhuma ao ridículo, à praça pública da impiedade.

Recorda as tuas íntimas deficiências e não finjas desfrutar melhor posição do que a do teu próximo. Se o intentares, enganar-te-ás a ti mesmo, porque, pela forma com que escarneces os outros, não faltam aqueles que usam da mesma medida para contigo.

O Senhor, a despeito de ser puro, não desprezou uma mulher tumultuada pela obsessão do sexo, um homem perseguido pela obsessão do dinheiro, um amigo acicatado pela obsessão da dúvida, um príncipe inquietado pela obsessão do preconceito, homens e mulheres vergastados por obsessões físicas e mentais... convidou-os todos ao labor santificante e os ajudou, dando-lhes Seu tempo

Suas palavras, Seus exemplos com misericórdia e simpatia. Não se deteve a analisar as suas problemáticas negativas, porém considerou as suas possibilidades de realização e os inspirou aproveitá-las convenientemente.

Cuida-te, por tua vez, a fim de evitares a obsessão da zombaria, já que não faltarão mentes levianas desatreladas do corpo físico, que sincronizarão com a tua, lançando-te dúvidas soezes, tormentos e desconfianças cruéis, vencendo-te e arrastando-te, por fim, a penosas conjunturas sob sarcasmos que não podes prever.


Livro Celeiro de Bênçãos. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.

O Espírita na multidão



Publicado por Dora em 08/6/2007 (2063 leituras)
Emmanuel


O espírita cristão, porque busca realmente compreender Jesus e raciocinar no Evangelho, é alguém sob regime de fiscalização permanente. Daí procedem as múltiplas contradições nas criticas que recebe.

Habitualmente, se é generoso, a multidão em torno dirá dele: é perdulário. Se economiza: é avarento. Se mantém a disciplina: é ditador. Se não observa condições e horários: é irresponsável.

Se diligencia renovar as normas conhecidas: é revolucionário. Se conserva os padrões de hábito: é inerte.

Se usa franqueza: é descaridoso.

Se contemporiza: é hipócrita.

Se brinca: é irreverente.

Se chora: é obsesso.

Se comunicativo: é estouvado.

Se discreto: é orgulhoso.

Se estuda intensivamente:é afetado.

Se estuda menos: é ignorante.

Se colabora com afinco na assistência social: é santarrão.

Se coopera menos na beneficência de ordem material: é preguiçoso.

Se revela ardente fervor nas convicções: é fanático.

Se analisa, como é necessário, as instruções em andamento: é um céptico.

Se trabalha com grande número de pessoas: é demagogo.

Se trabalha em ambiente restrito: é insociável.

Efetivamente, a multidão é nossa família e nada justificaria qualquer propósito de nos distanciarmos dela, a pretexto de superioridade individual. Somos claramente chamados a servi-la. Com ela e por ela, é que também nos despojaremos das imperfeições que nos marcam a vida. Ainda assim, conquanto amando-a e abençoando-a, não nos seria lícito esquecer que ela própria, um dia preferiu Barrabás a Jesus, em lamentável engano. Atentos a isso, onde estiveres e como estiveres, coloca-te acima das opiniões humanas, e serve a Jesus servindo à multidão, ofertando à seara do bem o que fores e o que tiveres de melhor.


Livro Paz e renovação.Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lamentações




Aglutinam-se na massa humana as pessoas desesperadas.

Uma vaga de aflição paira ameaçadora no mundo, carregando os inquietos que perderam a direção de si mesmos, vitimados pelas circunstâncias dolorosas do momento.

A insânia conduz expressivo número de criaturas que estertoram ao sabor do sofrimento, buscando fugir da realidade dos problemas, com a aparência voluptuosa de triunfadores nos patamares dos prazeres alucinantes.

A desordem campeia, e ameaças desumanas transformam-se em torpe conduta nos países do mundo, destroçados por guerras impiedosas em nome de religiões fanatizadoras, de raças asselvajadas, de interesses mesquinhos...

Os governantes da Terra perdem as rédeas da administração e negociam com organizações criminosas, estabelecendo colegiados políticos abomináveis.

A corrupção adquire cidadania, e a imoralidade desfruta de status, perturbando os valores éticos e morais.

Nuvens borrascosas avolumam-se nos céus já escurecidos da humanidade. Tudo anuncia a chegada dos dias apocalípticos, convocando à razão, à renovação dos códigos, à interiorização espiritual.

*

Como conseqüência do período grave de transição, surgem o pessimismo, a desconfiança, as lamentações. De tal forma se vão arraigando no organismo individual e social, que os temas de conversação perdem os conteúdos ou se apresentam desconcertantes, caracterizados pelas sombras do desconforto, da mágoa, dos irrefreáveis desejos de vingança.

A lamentação grassa e perturba as mentes, impedindo a ação corretora do bem, como se não adiantasse produzir com elevação, laborar com honradez.

Lamentar não é atitude saudável. Pelo contrário, produz deterioração dos conteúdos bons que ainda remanescem em muitas vidas e movimentam-nas, sustentando os ideais de engrandecimento humano.

A lamentação, qual ocorre com a queixa sistemática, é morbo portador de destruição, de desalento e morte.

Antídoto aos males que infestam os dias atuais é ainda o amor, força única portadora de recursos salvadores.

Este é um ciclo que se encerra, dando início a outro, que se irradiará plentificador.

Os períodos de renovação fazem-se preceder por inumeráveis acontecimentos devastadores, nos mais diversos aspectos da natureza. O mesmo ocorre na área moral da humanidade.

Assim, não te desalentes, nem duvides do triunfo do bem. Não fiques, porém, inativo, aguardando que forças atavias operem miraculosamente sem a tua contribuição.

És importante no contato atual face ao que pense e como ajas.

Produze, portanto, com esforço bem direcionado, oferecendo o teu contributo valioso, por menos expressivo te pareça.

Não cedas o passo aos aventureiros da desordem.

Permanece no teu lugar realizando o que podes, deves e te cabe fazer.

*

Muita falta fazem Jesus e Sua doutrina no mundo.

Fala-se sobre Ele, discute-se-Lhe a mensagem, mas não se vive o ensinamento que dela deflui.

Sê tu quem confia e faz o melhor.

Se cada cristão decidido resolvesse por viver Jesus, a paisagem atual se modificaria, e refloresceria a primavera no planeta em convulsão.

Assim sendo, ama e contribui em favor do progresso, sem lamentação de qualquer natureza, em paz e confiança.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

terça-feira, 24 de março de 2009

Correta Visão da Vida

Quando a criatura se resolve por diluir o véu da ignorância, que encobre a realidade da vida espiritual, começa a libertar-se da mais grave cegueira, que é a propiciada pela vontade.

Cegos não são apenas aqueles que deixaram de enxergar; senão todos quantos se recusam a ver, sendo piores os que fogem das evidências a fim de permanecerem na escuridão.

A vida, por sua própria gênese, é de origem metafísica, possuindo as raízes poderosamente fincadas no mundo transcendental, que é o causal. Expressando-se na condensação da energia, que se apresenta em forma objetiva, não perde o seu caráter espiritual; pelo contrário, vitaliza-se por seu intermédio.

Quando a consciência acorda e as interrogações surgem, aguardando respostas, as contingências do prazer fugaz e sem sentido cedem lugar a necessidades legítimas, que são as responsáveis pela estruturação do ser profundo, portanto, imortal.

Simultaneamente, os valores éticos se alteram, surgindo novos conceitos e aspirações em favor dos bens duradouros, que são indestrutíveis, e passíveis de incessantes transformações para melhor, na criatura.

Desperta-se-lhe então a responsabilidade, e a visão otimista do progresso assenhoreia-se de sua mente, estimulando-a a crescer sem cessar. A sensibilidade se lhe aprimora e seu campo de emoções alarga-se, enriquecendo-se de sentimentos nobres, que superam as antigas manifestações inferiores, tais o azedume, a raiva, o ressentimento, a amargura, a insatisfação...

Porque suas metas são mediatas, a confiança aumenta em torno da Divindade e as realizações fazem-se primorosas, conquistando sabedoria e amor, de que se exorna a fim de sentir-se feliz.

*

Quando a criatura se encontra com a realidade espiritual, toda uma revolução se lhe opera no mundo interior.

Dulcifica-se o seu modo de ser e torna-se afável.

Tranqüiliza-se ante quaisquer acontecimentos, mesmo os mais desgastantes, porque sabe das causalidades que elucidam todos os efeitos.

Nunca desanima, porque suas realizações não aguardam apoio ou recompensas imediatas.

Identifica no serviço do bem os instrumentos para conseguir a perfeita afinidade com o amor, e doa-se.

Na meditação em torno dos desafios existenciais ilumina-se, crescendo interiormente, sem perigo de retrocesso ou parada.

Descobre no século os motivos próprios para a evolução e enfrenta-os com alegria, dando-se conta que viver, no mundo, é aprender sempre, utilizando com propriedade cada minuto e acontecimento do cotidiano.

Usa as bênçãos da vida, porém, não abusa, de cada experiência retirando lições que incorpora às aquisições permanentes.

Acalma as ansiedades do sentimento, por compreender que tudo tem seu momento próprio para acontecer; e somente sucede aquilo que se encontra incurso no processo da evolução.

Aprende a silenciar, eliminando palavras excessivas na conversação, e, logrando equilíbrio mental, produz o silêncio mais importante.

Solidário em todas as circunstâncias, não se precipita, nem recua.

Conquista a paz e torna-se irmão de todos.

*

Quando a criatura compreende que se encontra na Terra em trânsito, realizando um programa que se estenderá além do corpo, na vida espiritual, realiza o auto-encontro, e, mesmo quando experimenta o fenômeno da morte, defronta a vida sem sofrer qualquer perturbação ou surpresa, mergulhando na Amorosa Consciência Cósmica.

*

Certamente, pensando em tal realidade, propôs Jesus. - Busca primeiro o Reino de Deus e Sua justiça, e tudo mais te será acrescentado.

Despertar para a vida é imperativo de urgência, que não podes desconsiderar.

* * *

Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

domingo, 22 de março de 2009

Sobre o uso de sinais exteriores de culto nos grupos

Allan Kardec
Do livro "Viagem espírita em 1862".

"Muitas vezes me tem sido perguntado se é útil começar as sessões
com preces e atos exteriores de devoção. Minha resposta não é apenas
minha; é, também, a dos espíritos eminentes que trataram dessa
questão.

"É, sem dúvida, não apenas útil, mas necessário, rogar, por uma
invocação especial, por uma espécie de prece, o concurso dos bons
espíritos. Essa prática, aliás, não pode predispor senão ao
recolhimento, condição essencial de toda reunião séria. Já o mesmo
não se dá com os sinais exteriores de culto, pelos quais certos
grupos crêem dever abrir suas sessões, e que têm mais de um
inconveniente, a despeito da boa intenção com que são sugeridos.

"Tudo nas reuniões deve passar-se religiosamente, isto é, com
gravidade, respeito e recolhimento. Mas não nos devemos esquecer de
que o espiritismo se dirige a todos os cultos; que, por
conseqüência, não deve adotar as formalidades de nehhum em
particular. Seus inimigos já foram bastante hábeis, apresentando-o
como uma seita nova, a fim de terem um pretexto para o combater.
[...] O espiritismo, chamando a si os homens de todas as crenças,
para uni-los sob a bandeira da caridade e da fraternidade,
habituando-se a se olharem como irmãos, seja qual for a sua maneira
de adorar a Deus, não deve chocar as convicções de ninguém pelo
emprego de sinais exteriores de um culto qualquer. [...].

"É também a razão pela qual deve-se abster, nas reuniões, de discutir
dogmas particulares, o que, certamente, melindraria certas
consciências, ao passo que as questões de moral são de todas as
religiões e de todos os países. O espiritismo é um terreno neutro,
sobre o qual todas as opiniões religiosas podem encontrar-se e se
dar as mãos. [...].

"O emprego de sinais exteriores do culto teria o mesmo resultado: o
de uma cisão entre os adeptos. Uns acabariam por achar que não são
suficientemente empregados; outros, que o são em excesso. Para
evitar esse incoveniente, que é muito grave, convém abster-se de
toda prece litúrgica, sem excetuar a oração dominical, por mais bela
que seja. Como ninguém abjura sua religião ao participar de uma
reunião espírita, cada um, no seu íntimo e mentalmente, faça a prece
que julgar conveniente; mas que nada haja de ostensivo e, sobretudo,
nada de oficial. Dá-se o mesmo com o sinal da cruz, ao costume de
ajoelhar-se, etc. sem o que não haveria razão para se impedir que um
muçulmano espírita, integrante de um grupo espírita, se prosternasse
e recitasse em voz alta sua fórmula sacramental: 'Só há um Deus e
Maomé é o seu profeta'.

"Não existe incoveniente quando as preces feitas na intenção de
alguém são independentes de qualquer culto particular. Sendo assim,
creio supérfluo salientar o quanto haveria de ridículo em fazer-se
toda uma assistência repetir em coro uma prece ou uma fórmula
qualquer, prática vista por alguém que ma contou".

CAMBONOS: OS MÉDIUNS DE SUSTENTAÇÃO

Setembro 8, 2008 — CMaduro

Cambono é um secretário das entidades. Ele zela pelo bom atendimento, ajuda a Cambono dinamizar as consultas, facilita o trabalho das entidades e serve também como intérprete destas.
O cambono, na verdade, é um médium em desenvolvimento ou que não incorpora. Também podem ser utilizados os outros médiuns em regime de escala. O seu trabalho dentro do Templo é tão importante quanto o dos demais médiuns e, mesmo sem estar incorporado, ele é parte integrante de todo o trabalho espiritual, pois os Guias Espirituais se utilizam dele para retirar as energias que serão utilizadas no atendimento aos consulentes. Muitas vezes, um Guia Espiritual tem dificuldades de adentrar no íntimo do consulente devido à densidade energética presente na pessoa e lança mão da presença do cambono e, através deste, fazendo como que “uma ponte”, consegue auscultar o íntimo da pessoa.
Como o trabalho do cambono é de secretário, ele deve, antes de tudo e se possível com um dia ou mais de antecedência, deixar preparado todos os apetrechos de trabalho que costumam ser utilizado pela entidade a qual irá cambonear. Ele precisa saber os hábitos de trabalho da entidade em dias de atendimento ou, se for a sua primeira vez, deve se informar sobre o que precisará ter em mãos, caso seja pedido, evitando assim atrasos desnecessários durante as consultas. O cambono, na verdade, precisa ter conhecimento de todo o culto e de todas as entidades, precisando, então, prestar muita atenção à atuação delas durante as giras.
Sempre que solicitado, o cambono deve ajudar as entidades a se comunicarem com os consulentes, desde é claro, que seja treinado para isso e também que seja muito atento a tudo o que a entidade solicitar. Na verdade, o cambono, em alguns casos, poderá explicar de uma forma mais simples ou mesmo interpretar o que for dito para que o consulente não distorça as palavras das entidades. Lembre-se de que para este trabalho o cambono deverá ser preparado em uma espécie de estágio nas Giras de desenvolvimento para que possa saber como as entidades trabalham.
O cambono, antes de qualquer coisa, é pessoa de extrema confiança do Pai ou Mãe da casa, assim como da entidade que estiver atendendo; portanto, caso perceba qualquer coisa estranha, qualquer coisa que não faça parte dos procedimentos normais, deve reportar-se ao Guia-chefe ou ao Pai ou Mãe da casa na mesma hora. É por isso que é tão importante, e necessário, que o cambono saiba todos os procedimentos de trabalho e todas as normas da conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do Templo.
O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre tudo o que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo o cambono deve ter e fazer.
Sem a ajuda de um cambono, os trabalhos tornam-se lentos e o atendimento aos consulentes ficaria difícil, principalmente se o Templo atender um grande número de pessoas. Para que tudo transcorra de forma satisfatória, a presença de um cambono é de grande necessidade dentro do Templo, mas este não deve jamais confundir a entidade com a pessoa, isto é, ele é cambono do Guia Espiritual e não daquele médium, que é apenas um irmão dentro do Templo. O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos.
Uma prática útil e aconselhável dentro de um Templo é a troca de cambonos entre as entidades. Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a tratar todas as entidades da mesma forma, sem criar laços afetivos exagerados. Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas a afinidade espiritual só é saudável se não conduzir à dependência; portanto, o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência.
De vez em quando, todos médiuns, mesmo aqueles que incorporam, deveriam trabalhar como cambonos para poderem aprender mais e desenvolver a humildade, que é a característica mais importante que um médium deve ter.
Obs: Somente o Guia-Chefe deverá ter um cambono fixo e da confiança do sacerdote, pois provavelmente participará ativamente de todas as resoluções tomadas em relação a médiuns e ao Templo. Normalmente, o Guia-Chefe requer certa rapidez e presteza em seus atos e atendimentos, e só um cambono fixo poderá se prestar eficientemente como auxiliar.
Materiais básicos que os cambonos precisam ter durante os trabalhos:
 Uma malinha (tipo mala de ferramentas), para colocar seus apetrechos de trabalho.
 Uma sacolinha, pendurada no pescoço, com todo o material necessário para o atendimento imediato dos guias, como: isqueiro – caneta – bloquinho de papel, etc.
 Um pano de cabeça (se for de uso do seu Templo).
 Uma toalhinha branca (para higiene).
Veja bem: esta é uma lista de material utilizada normalmente. Desde que saiba qual entidade irá cambonear, o cambono deve saber se ela usa materiais específicos, tais como ervas, velas, bebidas, ferramentas de trabalho, etc. e se organizar junto ao médium com o qual trabalhará para ter tudo por perto.
É importante saber que todo o material de uso das entidades é de responsabilidade do médium que a incorpora e que o trabalho do cambono é estar atento para que este material não falte ou acabe, devendo comunicar o médium com antecedência quando o material estiver acabando.
Obs: O Cambono é um auxiliar do Templo e não um empregado dos médiuns. A educação e a lisura devem estar presentes a todo instante.
O QUE É SER UM CAMBONO
Os Cambonos são médiuns de sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns ostensivos (de incorporação mediúnica) nos trabalhos de uma Casa Umbandista; eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade.
O Cambono, médium de sustentação, é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos.
Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados.
Ao contrário do que se pensa, os médiuns cambonos de sustentação são tão importantes quanto os médiuns de incorporação, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho, enquanto os médiuns de atendimento fazem a sua parte e desenvolvem o trabalho assistencial.
Além disso, são eles também que ajudam os médiuns de incorporação, como já foi escrito linhas acima.
Considerando esse papel, podemos listar alguns requisitos importantes para os médiuns de sustentação:
Responsabilidade
Tanto quanto o médium de incorporação, o médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não.
Firmeza mental e emocional
Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.
Equilíbrio vibratório
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos o cambono, médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.
Para isso, deve observar sempre a prática do Evangelho no Lar, ou algo similar, bem como a preparação necessária na noite que antecede o trabalho e no dia propriamente dito, cuidando do descanso, da alimentação, da higiene física e mental, dos banhos ritualísticos, da firmeza da sua guarda, etc.
Compromisso com a casa, o grupo, os Guias Espirituais e os assistidos
O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:
• Com a casa que trabalha: conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de seguí-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.
• Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.
• Com os Guias Espirituais: lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.
• Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.
Ausência de preconceito
O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc.
Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.
Discrição
O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.
Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.
Coerência:
Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.
Como vemos, as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.
CONCLUSÃO
Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.
Fonte:
TRECHO EXTRAÍDO DO LIVRO: O ABC DO SERVIDOR UMBANDISTA
AUTORIA: PAI JURUÁ – NO PRELO

NUM MUNDO MELHOR

Redação do Momento Espírita
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2144&stat=0

Notícia surpreendente ganhou dimensão nacional.

Uma família abrigada numa residência temporária, após perder sua casa numa grande enchente - que também lhes levou três entes queridos - viveu uma experiência única.

A menina mais nova da família, de 5 anos, brincava ao lado de algumas roupas doadas, quando descobriu, dentro da manga de um casaco de pele, a quantia de vinte mil reais em dinheiro.

Mostrou então para o avô, que se admirou com o achado.

Paramos aqui a narrativa para perguntar:

O que você faria numa situação dessas?

Entenderia como estando ali a solução de grande parte dos problemas financeiros?

Agradeceria a Deus pela suposta bênção, entendendo que foi intencional terem deixado esse valor para quem recebesse a vestimenta?

Numa situação de extrema necessidade como essa, o que você pensaria, e qual atitude tomaria?

Bem, vejamos a resolução da família: o avô, imediatamente, foi investigar de onde vieram as doações. Sabia, mais ou menos, de que cidade haviam chegado, e foi procurar o doador.

Sim... Admiravelmente, ele foi devolver o dinheiro ao dono.

Segundo suas próprias palavras: Se o dinheiro fosse entregue nas minhas mãos, teria aceitado com certeza, pois agora precisamos.

Mas é uma questão de criação. fui educado assim e estou com a consciência limpa, disse ele, que recebeu mil reais como recompensa pela honestidade.

* * *

Atitudes como essas devem ser festejadas, devem ganhar dimensão internacional, pois representam o que há de melhor na alma humana.

Quantos de nós devolveríamos esse valor?

Num momento de tanta tristeza e necessidade, quem se dignaria a pensar na pessoa que perdera a quantia significativa, enquanto fazia doações fraternas? Quantos?

Nesses momentos é que a alma humana mostra a grandeza, que jaz latente em sua consciência.

É passando por essas provações, que o Espírito em aprendizado vence, cresce, e adquire as credenciais necessárias para viver num mundo melhor.

Mundo esse que poderá ser aqui e agora, para aqueles que ficarem e puderem presenciar os primeiros raios de sol da Nova Era, da Era da Regeneração.

No mundo de regeneração, para o qual a Terra caminha, atitudes como essa serão comuns, habituais.

Isso porque o bem irá prevalecer, sem dúvida, sem titubear, em cada decisão importante na esfera moral.

Num mundo melhor a honestidade será habitual, será prática espontânea, assim como foi com esse avô.

A honradez virá de criação, da cultura familiar mais bem estruturada, dos valores nobres que a nova geração já está passando aos que chegam.

Num mundo melhor, a consciência poderá repousar mais tranquila, pois não irá carregar a mentira, a infidelidade, o crime.

Aprendamos com exemplos assim.

Vejamos na notícia um convite para a modificação profunda em nosso ser. Vejamos como um lembrete do que é ser bom e íntegro.

Num mundo melhor... que está sendo construído agora... tudo isso será possível.

Redação do Momento Espírita.

Em 16.03.2009.

http://www.momento.com.br/index_momento.php

* * *




Com esta mensagem eletrônica
seguem muitas vibrações de paz e amor
para você
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Aliança da Ciência e da Religião

A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer- se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.

A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez comprovadas pela experiência essas relações, nova luz se fez: a fé dirigiu-se à razão; esta nada encontrou de ilógico na fé: vencido foi o materialismo. Mas, nisso, como em tudo, há pessoas que ficam atrás, até serem arrastadas pelo movimento geral, que as esmaga, se tentam resistir-lhe, em vez de o acompanharem. E toda uma revolução que neste momento se opera e trabalha os espíritos. Após uma elaboração que durou mais de dezoito séculos, chega ela à sua plena realização e vai marcar uma nova era na vida da Humanidade. Fáceis são de prever as conseqüências: acarretará para as relações sociais inevitáveis modificações, às quais ninguém terá força para se opor, porque elas estão nos desígnios de Deus e derivam da lei do progresso, que é lei de Deus.


Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet. org.br. Federação Espírita Brasileira.

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SUSTENTEMOS O BEM

Não lances o fel da censura na taça do companheiro que, pouco a pouco, desperta na caridade sublime.

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Recorda que o próprio dia não acorda de vez.

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Primeiro, tons rubros no céu anunciam as promessas da aurora.

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Em seguida, tênues riscos de caridade aparecem no campo do firmamento e, apenas muito depois, surge o carro solar na glória do alvorecer.

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Desencorajar leve impulso do bem é o mesmo que sufocar a semente que, divina e multiplicada, será, no caminho, a base de nosso pão.

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Se descobres validade na barulhenta virtude dos semelhantes, ensina-lhes com o próprio exemplo de tolerância e serenidade que o socorro fraterno pede o silêncio da discrição.

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Se alguém dá pouco aos teus olhos do muito que te parece reter, nas possibilidades do mundo, auxilia-o com a força da tua simpatia e de tua prece, para que se afeiçoe à mais ampla largueza do coração.

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Lembra-te de que a exibição inconveniente de hoje poderá transformar-se, mais tarde, em trabalho seguro do bem, se souberes amparar as vítimas da propaganda, ruidosa e desnecessária, e não te esqueças que a migalha de agora poderá ressurgir, depois, na forma de um tesouro de bênçãos se lhe apoiares o movimento nos alicerces da própria compreensão.

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Ante o bem que se faça, faze o bem quanto possas, para que o bem pequeno se faça, junto de todos, o bem maior.

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Não admitas caridade no ato de reprovar a caridade que alguém se decida a fazer, porque, à frente do Cristo, somos todos depositários das riquezas da Vida Eterna e só pelo entendimento do amor, com o trabalho do amor, funcionando no auxílio a ricos e pobres, cultos e ignorantes, justos e injustos, é que chegaremos a acender a luz da mente purificada para a exaltação da Terra Melhor.

(De “Alma e Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

ORAÇÃO PARA A ENERGIA DA ABUNDANCIA DA SEXTA DIMENSÃO


Querido Deus Pai/Mãe, e Mestre Jesus, peço que facilitem o processo de alinhamento de todo o meu campo eletromagnético, todo o meu sistema de chacras e em todos os níveis e em todas as dimensões, paralelas e alternadas, com a energia da abundância dentro da sexta dimensão que atualmente está sendo criada.

Peço aos poderosos criadores da vida que existe, que me tragam a todos os meus corpos sutis,i ncluindo meu corpo físico, meu corpo emocional, meu corpo mental desta vida e de qualquer outra vida, a um alinhamento perfeito e harmonioso com esta energia da abundância sustentada dentro da sexta dimensão.

Peço que todas as energias da natureza da consciência, do subconsciente e inconsciente conectadas à limitação, ao temor, à carência e ao sofrimento do meu ser atual e a todos os seres paralelos e alternados, sejam desconectados, desmantelados e separados imediatamente harmoniosamente e de maneira perfeita e milagrosa.

Ordeno que o fluxo puro e divino do amor, jubilo, paz, harmonia, auto estima, auto amor, auto aceitação, êxito em toda a sua forma absoluta, abundante e qualquer outro aspecto de abundância que a minha alma acredita que é parte do meu ser, que venha a manifestação imediata de acordo com a mais elevada vontade de minha alma em estado de graça, de maneira perfeita, harmoniosa e milagrosa.

Eu aceito, conscientemente, que me liberte de todos os pensamentos de temor, atitudes de temor, condicionamentos, percepções e atitudes do estado de consciência de vítima.

Eu aceito, conscientemente, libertar de todos os níveis - consciente, subconsciente e inconsciente, nesta vida e em todas as vidas paralelas e alternativas, programação genética, do estado da consciência da pobreza, estado de consciência de vítima, estado da consciência do amor egocentrico que tem feito gerado experiências limitativas nesta vida e em qualquer outra vida que tenha vivido.

Eu aceito, conscientemente, viver em harmonia e aceito o alinhamento com padrão divino que o Deus Pai/Mãe criou para mim mesmo, no princípio da minha existência e ordeno que este padrão do amor divino, da Luz Divina, da Sabedoria Divina, do Poder Divino, do Conhecimento Divino e da Verdade Divina se faça UNO comigo AGORA e recebo a graça de maneira perfeita, harmoniosa e milagrosa.

Renuncio a todo o TEMOR.

Querido Deus Pai/Mãe entrego meus medos transformando- os do meu plano e vontade Divina"

Com muito Amor.

Michelle Eloff

www.thelightweaver. org.

A experiência religiosa e a meditação






(Do livro, ainda não editado em nosso idioma, "O Despertar da Inteligência").

Dissemos que íamos falar sobre um problema sobremodo complexo, ou seja: Existe experiência religiosa, e que significa "meditação"? Observando, podemos ver que, em todo o mundo, o homem sempre andou buscando uma coisa existente além da morte, além dos seus problemas, uma coisa duradoura, verdadeira, eterna. Deu-lhe o nome de "Deus", e outros mais; e a maioria acredita em tal coisa, sem jamais tê-la experimentado. Prometem algumas religiões que se crermos em certos rituais, dogmas e salvadores, e se vivermos de um dado modo, encontraremos essa coisa maravilhosa, que podemos denominar como quisermos. Os que a têm "experimentado" diretamente fazem-no segundo o seu condicionamento, sua crença, as influências ambientes e culturais a que estão submetidos.

A religião, evidentemente, perdeu o seu significado, pois sempre houve guerras religiosas. Ela não resolve os nossos problemas. As religiões separaram os povos. Poderão ter exercido determinada influência civilizadora, mas não transformaram radicalmente o homem. Para começarmos a investigar se existe a "experiência religiosa", e o que tal experiência representa, e o porquê de a chamarmos "religiosa", evidentemente, em primeiro lugar, se faz mister muita sinceridade. Isso não significa ser sincero em obediência a algum princípio ou crença, ou em relação a algum “compromisso”, mas, sim, ver as coisas tais quais são, sem deformá-las, não só as coisas exteriores, senão também as interiores; significa jamais iludir a si próprio. Porque é facílimo nos iludirmos ao ansiarmos por uma dada experiência, religiosa ou de outra natureza - pelo uso de drogas, etc. Estamos, então, sujeitos a nos enredarmos em alguma espécie de ilusão.

Cabe-nos descobrir diretamente o que é "experiência religiosa". Precisamos imbuir-nos de humildade e sinceridade, a fim de não exigirmos para nós algum proveito ou ganho. Devemos, pois, atentar em nossos próprios desejos, apegos e temores, para os compreendermos a fundo, e não deixarmos a mente deformar-se de nenhuma maneira, impedindo assim toda e qualquer ilusão. E, igualmente, cumpre indagar: Que significa "experimentar"?

Não sei se já consideraram esta questão. Em regra, cansamo-nos das habituais experiências cotidianas. De todas elas estamos fartos, e quanto mais "sofisticada" ou intelectual a pessoa, tanto mais deseja viver só no agora - o que quer que isso signifique - e inventar uma filosofia do presente. A palavra "experiência" exprime passar por um certo estado, do começo ao fim, e dá-lo por acabado. Mas, infelizmente, para a maioria toda experiência deixa uma cicatriz, uma lembrança, agradável ou desagradável, e nós desejamos conservar as aprazíveis. Se ansiamos por qualquer espécie de experiência, espiritual, religiosa ou transcendental, devemos primeiramente descobrir se existe tal experiência, e também o que ela expressa. Se você passou por alguma e não é capaz de reconhecê-la, ela deixa de existir. Um dos elementos essenciais da experiência é o reconhecimento. E, havendo reconhecimento, aquilo que se experimenta já é conhecido, já foi sentido, pois, do contrário, não seria reconhecido.

Assim, ao falar de experiência religiosa, espiritual ou transcendental, a pessoa deve tê-la conhecido antes, para ser capaz de reconhecer que está experimentando algo diferente de uma experiência comum. Parece lógico e verdadeiro que a mente deve ser capaz de reconhecer a experiência, e o reconhecimento implica que a coisa já é conhecida e, por conseguinte, não é nova.

Ao desejarmos experiências no terreno religioso, nós as desejamos porque não resolvemos os nossos problemas, nossas ânsias, desesperos, temores e tristezas de cada dia; por essa razão pretendemos algo "mais". Nessa pretensão de “mais” encontra-se a ilusão. Isso é bem lógico e verdadeiro, penso eu. Não digo que a lógica seja sempre verdadeira, mas, quando, sã e equilibradamente, nos servimos da lógica e da razão, conhecemos as limitações da razão. O desejo de experiências mais amplas, profundas e fundamentais leva-nos a alongar ainda mais o caminho do conhecido. Isso me parece claro, e espero estejamos em comunhão, em "participação" uns com os outros.

Outrossim, investigando o terreno religioso, queremos descobrir o que é a verdade, se existe uma realidade, se existe um estado mental fora do tempo. A procura implica também uma entidade que busca. E que está buscando essa entidade? Como saberá que o que descobre, em sua busca, é verdadeiro? E, ainda, se ela encontra o verdadeiro - pelo menos o que pensa ser o verdadeiro - o que ela encontra depende de seu condicionamento, de seus conhecimentos, de suas anteriores experiências; a busca torna-se, então, apenas mais uma projeção de suas passadas esperanças, temores e anseios.

A mente que está investigando - não, buscando - deve achar-se totalmente livre destas duas coisas: o desejo de experiência e a busca da verdade. Isso porque, se estamos buscando, procuramos diferentes instrutores, lemos livros vários, aderimos a vários cultos, seguimos diversos gurus, etc, etc. - como quem percorre as vitrines das lojas. Essa busca não tem nenhum significado.

Assim, ao investigarem esta questão - "Que é mente religiosa, e qual a natureza da mente que já não tem experiência alguma" - vocês devem saber se a mente pode libertar-se do desejo de experiência e pôr fim a toda atividade de busca. Impende investigar, sem nenhum "motivo" ou propósito, os fatos concernentes ao tempo e se existe um estado atemporal. Tal investigação requer que não se tenha crença alguma, não se esteja ligado a nenhuma religião ou organização dita espiritual, que não se siga nenhum guru e, portanto, não se esteja sujeito a nenhuma autoridade - inclusive, e principalmente, à deste orador. Porque as pessoas são facilmente influenciáveis, excessivamente crédulas, ainda que sejam "sofisticadas" e muito sabedoras; mas estão sempre ansiando por alguma coisa, sempre a desejar e, por essa razão, crêem.

Assim, a mente que investiga para descobrir o que é religião deve achar-se inteiramente livre de qualquer forma de crença, de qualquer forma de medo; porque o medo, conforme já explicamos, é um elemento deformador, produtivo de violência e agressão. Por conseguinte, ao investigarmos o estado religioso e seu movimento, devemos achar-nos livres do temor. Isso requer sinceridade e humildade.

No tocante à maioria de nós, a vaidade é um dos maiores impedimentos. Porque, tendo lido muito, tendo assumido compromissos com algum guru que anda a oferecer a sua filosofia, pensamos saber, pelo menos um pouco, e esse é o começo da vaidade. Ao averiguarmos uma questão tão importante como esta, precisamos fazê-lo com isenção, isto é, sem nada sabermos a seu respeito. Vocês, de fato, não sabem nada, sabem? Ignoram o que é a Verdade, o que é Deus - se tal entidade existe - o que é uma mente religiosa. Lêem livros que tratam desta questão, da qual se fala há milênios e estão vivendo com base no conhecimento e nas experiências de outros, com base na propaganda. É necessário pôr tudo isso de lado, se desejam descobrir alguma coisa; por conseguinte, a investigação desta matéria é uma coisa sumamente "séria". Se desejam "brincar", existem entretenimentos de toda espécie: os chamados espirituais, os de cunho religioso; mas estes não têm valor algum para o homem de reflexão.

Para investigar o que é a mente religiosa, devemos estar livres de nosso condicionamento, de nosso cristianismo, de nosso budismo, com a respectiva propaganda de milhares de anos, a fim de que tenhamos isenção para observar. Isso é sobremaneira difícil, porque tememos achar-nos sós. Desejamos segurança, externa e internamente; por isso, dependemos dos outros - do sacerdote, do guia espiritual, do guru que diz: "Experimentei e, portanto, sei". Temos de estar completamente sós - mas não, isolados. Há vasta diferença entre estar isolado e estar completamente só, ser um todo não fracionado. O isolamento é um estado de espírito em que cessaram as relações e, em nossa vida e atividades diárias, erguemos (consciente ou inconscientemente) uma muralha em torno de nós para não sofrermos danos. Esse isolamento, naturalmente, impede qualquer espécie de relação. "Estar só" implica que a pessoa não depende de outra, psicologicamente, não está apegada a ninguém; isso não é dizer que não há, então, amor; o amor não é apego. "Estar só" significa que, profundamente, interiormente, não existe nenhum movimento de medo e, por conseguinte, nenhum movimento de conflito.

Se me acompanharam até aqui, podemos passar a investigar o que exprime disciplina. Geralmente, disciplina é para nós uma espécie de "treinamento", de repetição, um meio de vencer um obstáculo, ou de resistir, reprimir, controlar, ajustar. Tudo isso está implicado na palavra "disciplina", tal como a consideramos. Já o significado etimológico da palavra é "aprender".

A mente que quer aprender deve ter curiosidade, vivo interesse; e, quanto à mente que "já sabe", esta não tem possibilidade de aprender. Disciplina, por conseguinte, significa aprender por que razão controlamos, reprimimos, por que razão há medo, porque nos ajustamos, comparamos e, conseqüentemente, nos vemos em conflito. O próprio ato de aprender produz ordem; não a ordem criada segundo um plano ou padrão: na mesma investigação da confusão, da desordem, existe ordem. Em regra, vivemos confusos por dúzias de razões, que, por ora, não precisamos examinar. Necessitamos aprender sobre a confusão, sobre a vida desordenada que estamos levando; não nos cabe tratar de estabelecer a ordem na confusão, ou na desordem, mas, sim, aprender sobre a confusão e a desordem. Assim, enquanto aprendemos, nasce a ordem.

A ordem é uma coisa viva, e não uma coisa mecânica; a ordem, por certo, é virtude. Na mente que se acha confusa, que se ajusta, que imita, não existe ordem, porém conflito. E em conflito a mente se acha em desordem e, deste modo, é sem virtude. Com esse investigar, com esse aprender, vem a ordem, e a ordem é virtude. Observem-se, vejam o estado de desordem em que se encontra sua vida - tão confusa e mecânica! Nesse estado, queremos descobrir uma maneira moral de viver com ordem e com uma mente sã. Como pode a pessoa confusa, que apenas sabe obedecer ou imitar, ter qualquer espécie de ordem, qualquer espécie de virtude? Examinando-se a moralidade social, vê-se que é totalmente imoral; poderá ser "respeitável", mas o que é respeitável é quase sempre sem ordem.

A ordem é necessária, porque só com ela é possível uma ação plena, e ação é vida. Mas nossa ação produz desordem; há a ação política, a ação religiosa, a ação atinente aos negócios, à família; todas essas ações são fragmentárias e, portanto e naturalmente, contraditórias. Você é um duro homem de negócios e, em casa, um meigo ente humano - pelo menos mostra sê-lo; aí há contradição e, por conseguinte, desordem. A mente em desordem não tem possibilidade de compreender o que é virtude. E, hoje em dia, com a licença existente em todos os sentidos, não existe ordem nem virtude. A mente religiosa necessita dessa ordem não obediente a nenhum padrão ou plano estabelecido por você ou por outrem. Mas, essa ordem, esse senso de retidão moral, só vem quando se compreende a desordem, a confusão, o caos em que estamos vivendo.

O que acabamos de dizer visa a mostrar como lançar as bases da meditação. Se não lançarmos essas bases, a meditação se tornará uma fuga. Com essa espécie de meditação pode-se ficar brincando toda a vida, e é isso o que a maioria das pessoas está fazendo: vivendo vidas medíocres, confusas, desordenadas e encontrando maneiras de quietar a mente, pois há tanta gente a prometer "uma mente quieta" (o que quer que isso signifique).

Assim, para a mente ardorosa, pois trata-se de uma coisa importante e não de uma brincadeira é necessário estar-se livre de toda crença, de toda e qualquer ligação porque nós estamos ligados ao todo da vida, e não a um fragmento dela. Em maioria estamos vinculados a alguma revolução física, política, a um movimento religioso, a uma espécie de vida espiritual, monástica, etc. Todas essas coisas são ligações fragmentárias. Falamos sobre liberdade porque dela necessitamos para ligarmos o nosso ser, a nossa energia, vitalidade e paixão à totalidade da vida e não a uma de suas partes. Podemos então começar a investigar o que significa meditar.

Não sei se já consideraram esta questão da meditação. Provavelmente alguns de vocês têm "brincado de meditar", procurando controlar seus pensamentos, seguir diferentes sistemas, mas isso não é meditação. Temos de abrir mão de todos os sistemas que se nos têm oferecido: sistema Zen, Meditação Transcendental, etc. - armadilhas trazidas da Índia e da Ásia, nas quais tanta gente se deixa aprisionar. Precisamos examinar a questão dos sistemas, dos métodos, e espero tenham vontade de fazê-lo; porque nós estamos participando, todos juntos, no exame deste problema.

Quando temos de seguir um sistema, que sucede à nossa mente? Que implicam os sistemas e os métodos? Um guru. Não sei porque eles se denominam, a si próprios, "gurus". Não encontro um termo suficientemente forte com que reprovar a classe dos gurus, com sua autoridade (eles pensam que sabem). O homem que diz "Eu sei", esse homem não sabe. Ou, se ele diz "Experimentei a Verdade", desconfiem dele decididamente. São estes os que oferecem os sistemas. Um sistema envolve: praticar, seguir, repetir, alterar "o que realmente é" e, por conseguinte, aumentar o conflito. Os sistemas tornam a mente mecânica, não libertam ninguém; poderão prometer a liberdade no fim de tudo, mas a liberdade está no começo e não no fim. Se querem investigar a verdade sobre qualquer sistema, sem terem liberdade, logo de início, acabarão então, fatalmente, adotando um método e com a mente incapacitada de ser sutil, ágil, sensível. Podem, pois, abandonar completamente todos os sistemas. O importante não é controlar o pensamento, mas compreendê-lo, compreender as origens, os começos do pensamento, que se acham na própria pessoa. Quer dizer, o cérebro armazena "memórias" (isso vocês mesmos podem observar, e não necessitam de ler livros sobre a matéria); se ele não armazenasse "memórias", seria completamente incapaz de pensar. A memória é o resultado da experiência, do conhecimento, de cada um ou da comunidade, da família, da raça, etc. O pensamento brota daquele reservatório de "lembranças". O pensamento, portanto, jamais é livre, é sempre velho; não existe essa coisa chamada "liberdade de pensamento".

O pensamento, em si, não pode ser livre, embora fale sobre liberdade; em si próprio, ele é o resultado das "memórias", experiências e conhecimentos trazidos do passado; em conseqüência, ele é velho. Todavia, necessitamos desse acervo de conhecimentos, pois, sem ele não poderíamos funcionar, não poderíamos falar uns aos outros, não poderíamos voltar para casa, etc. O conhecimento é de essencial importância.

Compete-nos descobrir se, na meditação, o conhecimento tem fim, se nela estamos livres do conhecido. Se a meditação é a continuação do conhecimento, a continuação de tudo o que o homem acumulou, não há, então, nela, liberdade. Só há liberdade se compreendemos a função do conhecimento e, por conseguinte, dele nos achamos livres.
Estamos explorando o campo do conhecimento, para vermos quando deve funcionar e quando se torna um empecilho à investigação mais profunda. Se as células cerebrais continuam ativas, só podem funcionar no campo do conhecimento. É só isso que o cérebro pode fazer, ou seja, funcionar no campo da experiência, do conhecimento, no campo do tempo, vale dizer, no passado. Meditação é descobrir se existe um campo ainda não contaminado pelo conhecido.

Se, meditando, continuo com o que antes aprendi, com o que já sei, estou então vivendo no passado, no campo de meu condicionamento. Nesse campo não há liberdade. Posso adornar a prisão em que estou vivendo, fazer coisas diversas dentro dela, mas há sempre uma limitação, uma barreira. Cumpre, pois, descobrir se as células cerebrais, evolvidas através de milênios, podem estar totalmente quietas e em correspondência com uma dimensão desconhecida. Quer dizer, pode a mente tornar-se tranqüila?

Foi sempre esse o problema das pessoas religiosas, através dos séculos, reconhecendo que se necessita de total serenidade, porque só então se pode ver. Se estamos a tagarelar, com o espírito em movimento, a correr para todos os lados, é óbvio que não podemos ver nem escutar totalmente. Assim, dizem as pessoas religiosas: "Controle a mente, segure-a, coloque-a numa prisão"; não descobriram uma maneira de pôr a mente num estado de completa e absoluta quietude. Dizem: "Não cedam a nenhum desejo, não olhem para uma mulher, para os belos montes, para as árvores e a beleza da Terra, porque se o fizerem, aquela beleza poderá sugerir-lhes a lembrança de uma mulher ou um homem. Portanto, controlem-se, perseverem, concentrem-se". Assim fazendo, os põem em conflito e, desta maneira, haverá mais o que controlar, mais o que superar. Sucede isso há milênios, por se ter percebido a necessidade de uma mente tranqüila. Ora, como pode a mente serenar sem esforço, sem controle, sem se lhe traçarem limites? No momento em que se pergunta "como?", cria-se a necessidade de um sistema. Portanto, aqui não há como".

Pode a mente quietar-se? Não sei o que irão fazer ao perceberem verdadeiramente a necessidade de terem aquela mente que, estando absolutamente quieta, se torna sobremodo sensível e sutil. Como pode isso verificar-se? Esse é um problema de meditação, porque só essa é a mentalidade religiosa. Só ela é capaz de ver o todo da vida como uma unidade, como um movimento unitário, não fragmentado. Essa mentalidade, por conseguinte, atua totalmente e não fragmentariamente, porque sua ação emana da quietude completa.

A verdadeira base é uma vida de relação total, uma vida com ordem e, por conseguinte, virtude, uma vida interior simples e, portanto, austera - a austeridade da simplicidade profunda, própria da mente isenta de conflito. Se lançarem essa base, facilmente, sem esforço algum (porque, tão logo se introduz o esforço, há conflito), verão a sua genuína valia. É, conseqüentemente, a percepção de "o que é" que realiza a transformação radical.

Só a mente tranqüila pode compreender que, em sua quietude, há um movimento bem diverso, de diferente dimensão, de outra qualidade. Esse movimento, sendo inefável, não pode ser expresso em palavras. O que pode ser descrito só nos leva até este ponto: o ponto em que, tendo lançado a base correta, percebemos a necessidade, o valor e a beleza da serenidade espiritual.

Para a maioria, a beleza se encontra em alguma coisa: um edifício, uma nuvem, a forma de uma árvore, um lindo rosto. A beleza está "lá fora" ou faz parte da natureza da mente em que não há atividade egocêntrica? Porque a meditação, tão importante como a alegria que nela encontramos, é a compreensão da beleza. A beleza, com efeito, é o total abandono do “eu"; e os olhos que abandonaram o "eu" podem ver as árvores e sua pujança, e a formosura de uma nuvem. Isso acontece quando não existe nenhum centro constituído pelo "eu". É uma coisa que sucede a qualquer de nós, - não é verdade? - ao vermos, por exemplo, uma majestosa montanha que subitamente se nos descortina. Tudo foi varrido para o lado, exceto aquela majestade. A montanha, a árvore, nos absorve completamente.

Algo semelhante sucede a uma criança que se diverte com um brinquedo; o brinquedo a absorve e, se se quebra, ela volta a suas ocupações habituais, suas travessuras, seus choros. Conosco se dá a mesma coisa, ao vermos a montanha ou a árvore solitária no alto de um monte, elas nos absorvem. E nós desejamos absorver-nos em alguma coisa - numa idéia, numa atividade, num compromisso, numa crença, ou noutra pessoa tal qual a criança com seu brinquedo.

A beleza, pois, significa sensibilidade - um corpo sensível, graças a uma alimentação adequada e a uma maneira correta de viver. A mente se torna, então, naturalmente quieta. Não é possível aquietar a mente, porque você é que é o causador de todos os males, você é que se acha perturbado, ansioso, confuso. Como pode torná-la tranqüila? Mas, ao compreender o que é quietude e o que é confusão, ao entender o que é sofrimento e que é possível acabar com ele, e, também, ao compreender o que é o prazer - então, dessa compreensão, surge uma mentalidade serena; não precisamos buscá-la. Devemos partir do começo, e o primeiro passo é o último passo. Eis o que é meditação.

INTERROGANTE: Faz o senhor a apologia da beleza das montanhas, dos montes, do céu. Essa apologia não é útil para o comum das pessoas. A apologia que serve é a da sordidez.

KRISHNAMURTI: Está bem; façamos a apologia das ruas imundas de Nova Iorque, a apologia da miséria, da pobreza, dos guetos, das guerras, para as quais cada um de nós contribuiu. Vocês sentem de outro modo, porque se separaram, se isolaram; portanto, não estando em relação com os outros, corrompem-se e permitem que a corrupção se espalhe pelo mundo. Eis porque a corrupção, a poluição, as guerras, o ódio, não podem ser sustados por nenhum sistema político ou religioso, por nenhuma organização. Cumpre haver transformação. Não o percebem? Precisam deixar de ser o que são. Não à força de "querer"; meditação é expurgar a mente da vontade. Verifica-se, então, uma ação de espécie inteiramente diferente.

INTERROGANTE: Se pudermos alcançar o privilégio de nos conscientizarmos, como poderemos ajudar àqueles que se acham condicionados, àqueles que abrigam um profundo ressentimento?

KRISHNAMURTI: Permita-me interrogá-lo porque usa a palavra “privilégio”. Que há de sagrado ou de "privilegiado" em estar-se conscientizado? Essa é uma coisa natural, não acha? - estar ciente. Se você tiver ciência de seu condicionamento, da agitação, da sordidez, da miséria, da guerra, do ódio, existentes no mundo - se de tudo isso estiver inteirado, estabelecerá uma relação tão completa entre você - que ficará em relação com todos os outros entes humanos. Verá, então, que não causará dano aos outros; eles é que causam dano a si próprios. E, assim o que se pode fazer é sair pelo mundo a pregar, a falar - mas não com o desejo de ajudá-los, compreende? Esta é a coisa mais terrível que se pode dizer: “Quero ajudar a outrem”. Quem é você, quem sou eu, para ajudar os outros?

Senhor, a beleza da árvore ou da flor não "deseja" ajudá-lo. A você é que cabe olhar a sordidez ou a beleza; e se é incapaz de olhá-las, trate de descobrir porque se tornou tão indiferente, tão insensível, tão superficial e vazio. Se o descobrir, ver-se-á num estado em que a vida fluirá como as águas, e você nada terá de fazer.

INTERROGANTE: Qual a relação entre a percepção das coisas exatamente como são e a consciência?

KRISHNAMURTI: Você só conhece a consciência pelo seu conteúdo, e esse conteúdo são as coisas que estão sucedendo no mundo, do qual você faz parte. O esvaziar desse conteúdo não significa ficar privado da consciência, senão ingressar numa dimensão bem diferente. Sobre essa dimensão não é possível especular. O que podemos fazer é tratarmos de descobrir se é possível descondicionarmos a mente pela conscientização, pelo tornar-nos atentos.

INTERROGANTE: Eu próprio não sei o que é o amor, o que é a Verdade, ou o que é Deus. Mas diz o senhor que "amor é Deus", em vez de "Amor é Amor". Poderá explicar porque diz "Amor é Deus"?

KRISHNAMURTI: Eu não disse que amor é Deus.

INTERROGANTE: Lendo um de seus livros ...

KRISHNAMURTI: Desculpe a interrupção ... não leia livros! Daquela palavra se tem usado e abusado. Ela está "carregada" dos desesperos e esperanças do homem. Você tem o seu Deus, e os comunistas têm o deles. Assim, se me permite sugeri-lo, trate de descobrir o que é o Amor. Só descobrirá o que é o amor, se souber o que ele não é. Não, se o souber intelectualmente, porém, na vida real, afastando tudo o que o nega - o ciúme, a ambição, a avidez; as divisões que diariamente se verificam; eu e você, nós e eles, brancos e pretos. Infelizmente, as pessoas não o fazem, porque isso requer energia e a energia só vem ao observarmos a realidade, sem dela fugirmos. Vendo o que realmente é, então, observando-o, teremos a energia necessária para transcendê-lo. Não podemos transcendê-lo, se forcejamos para evitá-lo, para traduzi-lo ou superá-lo. Note simplesmente "o que é", e descobrirá o que é amar. O amor não é prazer. E sabe o que significa descobri-lo realmente, você mesmo, em seu interior? Significa já não haver medo, nem apego, nem dependência, mas tão somente uma relação isenta de qualquer divisão.

INTERROGANTE: Pode-me dizer algo sobre a função do artista na sociedade? Desempenha ele algum papel além do que lhe é atribuído?

KRISHNAMURTI: Que é um artista? Aquele que pinta quadros, escreve poesias, aquele que busca expressar-se por meio da pintura ou escrevendo livros ou dramas? Porque separamos o artista de nós outros? Ou, porque diferenciamos o intelectual dos demais indivíduos? Colocamos o intelectual num certo nível, o artista noutro nível, talvez mais alto, e o cientista num nível mais elevado ainda. Depois, perguntamos: "Qual a função deles na sociedade?" Não se trata de saber qual é a função deles, mas qual é a sua junto à coletividade. Porque foi você que criou a desordem existente. Qual a sua função? Descubra-o. Isto é, trate de descobrir porque vive dentro deste mundo de sordidez, ódio e aflição; aparentemente, ele não o atinge.

Como vê, o senhor escutou estas palestras, participou em algumas das coisas ditas e compreendeu - nós o esperamos - muitas delas. Com isso pode tornar-se um "centro de relações corretas" e, portanto, compete-lhe transformar esta terrível, corrupta e destrutiva sociedade.

INTERROGANTE: Poderá falar sobre o tempo psicológico?

KRISHNAMURTI: O tempo é velhice, o tempo é sofrimento, o tempo não respeita ninguém. Há o tempo cronológico, medido pelo relógio. Este é indispensável; do contrário, não poderíamos ter condução, viajar, preparar uma refeição, etc. Mas, nós aceitamos outra espécie de tempo, ou seja "amanhã eu serei, amanhã mudarei, futuramente me tornarei isto ou aquilo"; psicologicamente, criamos este tempo - amanhã. Mas, existe esse dia imediato? Eis uma pergunta que tememos fazer a sério. Porque nós desejamos o amanhã: “amanhã terei o prazer de me encontrar com você, amanhã eu compreenderei, minha vida será diferente. Amanhã conhecerei a iluminação. E desse modo o futuro se torna a coisa mais importante de nossa vida. Ontem você se deleitou sexualmente, fruiu vários prazeres, e deseja repeti-los no dia seguinte, ou logo depois.

Faça a si próprio esta pergunta, e descubra a verdade respectiva: "Existe realmente um amanhã fora do pensamento" que projeta o amanhã? O futuro, com efeito, é uma invenção do pensamento. Se, psicologicamente, não houvesse um amanhã, que aconteceria, hoje, em sua vida? Uma tremenda revolução, não é? Sua ação se transformaria radicalmente, não é assim? Você seria, agora, um ente total e não um ente projetado do passado para o presente e daí para o futuro.

Tal equivale a viver e morrer todos os dias. Faça-o, e verá o que exprime viver completamente hoje. E isso não é amor? Ninguém diz "Amanhã amarei". Ou amamos ou não amamos. O amor não reside no tempo; nele só está o amargor, porque o amargor, tal como o prazer, é pensamento. Devemos, pois, descobrir o que é o tempo, e descobrir se existe um "não amanhã" (no tomorrow). Isso é viver; há então aquela vida eterna - porque, na Eternidade, não existe tempo.

Krishnamurti