segunda-feira, 12 de novembro de 2012



DISTINÇÃO ENTRE O BEM E O MAL
Estudo com base no livro terceiro, caps. I do O Livro dos Espíritos (Allan Kardec)
Pesquisa: ClaudiaC e Elio Mollo
 
Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois Deus é o autor de todas as coisas, sendo assim, a lei natural é a lei de Deus e ela está escrita na consciência do homem. É a única lei que conduz o homem à felicidade, lhe indicando o que deve ou não fazer. O homem só se torna infeliz quando se afasta dessa lei. Estando as leis divinas escritas no livro da Natureza, o homem poderá conhecê-las sempre que desejar procurá-las, pois elas estão escritas por toda parte. É a lei natural que traça para o homem o limite das suas necessidades. (1)
 
A moral é a regra da boa conduta, é por meio dela que fazemos a distinção entre o bem e o mal. A moral funda-se na observação da lei de Deus. Podemos dizer que o homem se conduz bem quando objetiva o bem de si mesmo e de seus semelhantes observando a lei de Deus. Assim sendo, o bem é tudo o que está de acordo com a lei de Deus e o mal é tudo o que se afasta dela. Portanto, fazer o bem é estar solidário com a lei natural. Fazer o mal é agir contrariando essa lei. (2)
 
O homem tem meios para distinguir por si mesmo o bem e o mal, pois Deus lhe deu a inteligência para discernir um e outro. No evangelho de Lucas, 6:31, encontramos: “Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. Observando este ensinamento o homem não se enganará. (3)
 
Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Pela lei natural e de acordo com sua capacidade evolutiva possuem o grau de liberdade para a escolha do caminho, se escolher um caminho que não está solidário com a lei natural, estará praticando o mal, assim, sua peregrinação será mais longa para atingir a perfeição. Mas que não pensem que será suficiente não praticar o mal, para ser agradável a Deus, para assegurar uma situação melhor no futuro, é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer. (4)
 
Nessa peregrinação, existe a necessidade do aprendizado, portanto, provas naturais se apresentarão no caminho. É necessário que o Espírito adquira a experiência, e para isso é preciso que ele conheça o bem e o mal. Não há mérito sem luta. Como o homem necessita progredir, as provas a que está exposto são um estimulante ao exercício de sua inteligência, de todas as faculdades físicas e morais, por ser levado a buscar nas pesquisas formas de vencer estas provas, razão pela qual (5) existe a necessidade da (re)encarnação. É a urgência da missão que lhe cabe nos mais diferentes graus. Essas diferentes posições sociais existem na Natureza e estão de acordo com a lei do progresso e tem em vista à harmonia do Universo. Desde que essa diversidade está na ordem das coisas é conforme à lei de Deus, cabe à razão distinguir as necessidades reais das necessidades ilusórias.  (6)
 
Deus criou leis repletas de sabedoria que não possuem outra finalidade senão o bem, desta forma o homem encontrará em si mesmo tudo aquilo que é necessário para seguir estas leis, pois seu caminho será traçado pela sua própria consciência que as contém e, além disto, Deus o lembra sempre delas por meio dos seus messias, profetas e espíritos encarnados que tem por missão esclarecê-lo, moralizá-lo e aperfeiçoá-lo. (7)
 
Onde não existe o bem, só pode existir o mal, já que este é definido como a ausência do bem e sendo assim podemos afirmar que deixar de fazer o mal já é o começo do bem.
 
Não há ninguém que não possa fazer o bem. Somente o egoísta não encontra ocasião para praticá-lo. Cada dia da vida oferece a possibilidade de ser útil na relação social, na medida do possível e sempre que o auxílio se fizer necessário, pois o Espírito, seja qual for o seu grau de adiantamento, na situação de (re)encarnado ou na erraticidade, este sempre colocado entre um superior que o guia e aperfeiçoa e um inferior perante o qual tem os mesmos deveres a cumprir, (8)
 

sábado, 3 de novembro de 2012

O Espiritismo - Consciência e Evolução - Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência

O Espiritismo - Consciência e Evolução - Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Momentos de Consciência

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O Problema da Insatisfação

Autor: Vianna de Carvalho (espírito)

A insatisfação, que medra, assustadora, numa 
avalanche crescente. em todos os arraiais da 
Sociedade terrena, procede, de certo modo, da 
programática educacional das criaturas que, 
desde cedo, recebem orientação e adestramento 
em moldes eminentemente imediatistas, como se 
a vida devesse abraçar. apenas, o estreito limite 
entre o berço e o túmulo...

Centralizando todas as aspirações no trâmite 
carnal, o triunfo, conforme os padrões 
hedonistas, tem como finalidade à aquisição de 
valores para o gozo, o destaque na comunidade, 
a tranqüilidade que decorra de um estômago 
saciado, um sexo atendido e as vaidades 
estimuladas...

No entanto, mesmo quando tal ocorrência vem 
de ser lograda, acompanhada de emoções 
estésicas, eis que o sonhador da roupagem 
carnal se depara com outro tipo de necessidade 
que deflui do espírito, no seu processo de 
reeducação pelo impositivo reencarnacionista.

O homem não são, exclusivamente, as suas 
necessidades orgânicas e emocionais que se 
enquadram na argamassa fisiopsicológica.

O berço e o túmulo representam, no processo da 
evolução, meios de que se utiliza a Sabedoria 
Divina para que o ser indestrutível entre e saia 
do corpo, adquirindo experiências. fixando 
aprendizagem, modelando caracteres, crescendo 
na fraternidade e santificando o amor, que 
arranca das expressões do instinto de posse 
para a sublimação através da renúncia e do 
sacrifício...

Concebendo a vida como um jogo fugaz de 
sensações, em que o homem dotado de recursos 
amoedados mais é feliz porque mais consegue, 
coloca todas as ambições no estreito 
condicionamento da posse material, que 
amargura, quando escassa e frustra. quando 
farta.

De forma alguma os valores da rápida aquisição 
conseguem produzir no homem a verdadeira 
harmonia, tendo-se em vista que, impelido pelo 
próprio instinto de preservação da espécie, se 
não vigia, mais ambiciona, quanto mais detém.

A posse, no entanto, de forma alguma faculta 
equilíbrio emocional. Quando é abundante, 
produz o receio da perda, estimulando a 
existência dos fantasmas do medo de perder a 
posição e os recursos que lhe significam a vida... 
E, quando é exígua, favorece a escravidão ao que 
se gostaria de possuir, como fuga psicológica às 
inquietações quase sempre injustificáveis.

O homem deve arrimar-se nos valores éticos, 
que ele próprio constrói a pouco e pouco em si e 
à sua volta, compensando-se no ideal altruísta, 
com que desata as emoções superiores que lhe 
jazem em gérmen, crescendo moralmente e 
superando as injunções do cárcere físico, 
mediante cuja ascensão consegue a lucidez que 
lhe dá a perfeita visão da vida e lhe dilata os 
horizontes em torno do que lhe convém e do que 
deve fazer.

Situando as metas da existência além dos 
prazeres transitórios e frustrantes, irmanado à fé 
libertadora, com que se arma de resistências 
para a dor, para o mal, para os distúrbios de 
qualquer natureza, logra superar-se e planar 
além de quaisquer vicissitudes negativas, através 
de cujo comportamento fruirá a real felicidade.

Não cobiçando mais do que lhe é lícito reter; não 
se afadigando em demasia pelas aquisições 
transitórias; não se antecipando sofrimentos 
advindos do receio do futuro; não vivendo 
exclusivamente para o corpo, os insucessos 
aparentes são convertidos em lições que 
amadurecem para os próximos 
empreendimentos, fixando o bem em si mesmo, 
com que se ala nos rumos do Bem Incessante 
após a vilegiatura orgânica, libertando-se das 
vestes físicas com a alegria do escafandrista que 
retorna à tona, concluída a tarefa feliz no seio 
das águas profundas...

A insatisfação que a tantos amargura, enferma e 
conduz a distonias de largo porte, pode e deve 
ser combatida através de uma pauta salutar de 
objetivos e de diretrizes evangélicas, conforme 
Allan Kardec extraiu dos conceitos morais das 
insuperáveis lições do Cristo, fazendo do 
Espiritismo o mais completo compêndio de 
otimismo e de sabedoria conhecido nos tempos 
hodiernos.

Reflexionando em torno dos valores reais, como 
dos aparentes, o homem de bem, inteligente, 
que sente necessidade de mais profundas e 
nobres aspirações para ser feliz, mergulha a 
mente e o sofrimento no exercício do amor, em 
seu sentido mais elevado, defrontando a 
grandeza da vida e realizandose por fim em paz.

Psicografia de Divaldo Franco

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Espiritismo - Aquisição da Consciência - Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Franco

O Espiritismo - Aquisição da Consciência - Joanna de Ângelis, Psicografia de Divaldo Franco

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o Eu e a garrafa sem fundo

Jornal Tao do Taoísmo - n. 20 índice
Se o arqueiro atira uma flecha no vazio, em que ele vai acertar? Vencer o ataque através do vazio é o primeiro fundamento da estratégia chinesa, ou seja, trabalhar com a ausência do ego.
No estudo da estratégia, se diz que os grandes mestres de estratégia trabalham com o princípio da ausência do ego. Se as pessoas não tivessem ego, não haveria luta entre elas. Se, por exemplo, você tem um profundo apego por chocolate, quem na verdade tem esse apego? O seu “eu”, que é o seu ego. Com a ausência do ego, não vai existir o apego ao chocolate. Nesse caso, você poderia até comer o chocolate, mas não teria apego a ele, não seria viciado. Apego é aquilo que você quer. Mais do que isso. É algo que você não consegue deixar de querer. Em outras palavras, apego é vício.
Nós somos viciados em inúmeras coisas. Existem pessoas que são viciadas, por exemplo, em cuidar de outras pessoas. Existem aquelas viciadas em coca-cola, em dinheiro, em ideologia, em sexo e em inúmeras outras coisas. Todos nós temos alguns vícios, de níveis e tipos diferentes. E existem vícios que, normalmente, nem são percebidos como vícios.
Como você poderia não ter vícios? Não tendo um ego, não tendo um “eu”. Se você não tem esse “eu”, como poderia ficar viciado em algo? A ausência do ego faz com que você se torne vazio e, se você é um vazio no sentido da quietude interior (a quietude interior faz com que nos tornemos vazios por dentro), você deixa de ser um alvo para o outro. A ausência do ego coloca seu espírito em estado de quietude, de transparência. Se o arqueiro atira uma flecha no vazio, em que ele vai acertar? Em nada. Então, se você esvazia seu coração, toda força que o seu adversário mandar na sua direção, por mais perversa que seja, não irá acertar em você.
Muitas vezes, você está numa festa ou num lugar público e percebe que, quando vira de costas, uma determinada pessoa dirige a você um olhar insistente e negativo. Você, então, poderia lançar mão de uma técnica muito usada por taoístas nessa situação: respirar umas duas ou três vezes prestando atenção ao ritmo da sua respiração para que ela fique tranqüila; não deixar transparecer no rosto nem nas atitudes externas que percebeu o que está acontecendo; e começar a esvaziar seu interior, imaginando que você todo está se tornando um vazio, restando do seu corpo apenas uma silhueta.
Nessa hora, a energia desconfortável daquele olhar vai passar por você como se estivesse passando por um vazio. Algum tempo depois, você vai notar que aquela pessoa está começando a sentir um cansaço imenso, e vai ficar cada vez mais cansada até desistir de olhar para sua direção.
Mas se você receber esse olhar e, por não estar esvaziado, for atingido por ele, ou seja, se a pessoa conseguir acertar você com aquela energia perversa, essa mesma energia vai voltar para ela e realimentá-la.
No caso contrário, se o olhar dela não conseguir acertar você, ela vai estar, apenas, jogando energia fora. É como se ela estivesse atirando no vazio: as balas do revólver vão acabar e ela não terá acertado em alvo algum, em nada.
Essa técnica de esvaziamento é muito fácil de ser praticada. Ela é muito usada para você não precisar lutar contra a pessoa que está dirigindo a energia perversa para você. E praticando esta técnica você vence a energia perversa sem precisar lutar contra a pessoa que a lançou.
Se essa pessoa ficar usando sua força contra o espaço, vai acabar se cansando. É como dar socos no ar: a pessoa vai se cansar e terminar por ser derrotada por si mesma sem que você, que praticou a técnica do esvaziamento pela respiração, precise sacar uma arma para brigar com ela.
Esse é exatamente o ensinamento de como vencer uma ação através da não-ação. Vencer o ataque através do vazio é o primeiro fundamento da estratégia da guerra, ou seja: trabalhar com a ausência do ego.
Raciocine desse modo: se eu não existo, quem poderia estar me atingindo? Mas é preciso tomar cuidado porque ausência de ego não significa não tomar uma atitude quando ela for necessária.
Se você não tiver ego, mesmo que alguém tente lhe ofender, não vai conseguir porque o eu não existe e, portanto, você não pode ser aquilo que a pessoa disse ser. Ela não vai estar falando sobre você – então, vai estar falando sozinha, sem conseguir lhe ofender. No entanto, isso não pode ser um mecanismo de convencimento intelectual. Isso tem de ser o resultado de um esvaziamento interior, de um esvaziamento do eu.
Mas como a ausência do eu é demonstrada na prática, na vida cotidiana? Por meio da tolerância, da aceitação e do coração esvaziado. Uma pessoa que não seja tolerante, acaba por preencher rapidamente o seu limite. Até mesmo popularmente, quando alguém não consegue aceitar mais nada, adota uma expressão facial que demonstra que seu limite foi atingido: “Eu estou cheio, não tenho mais capacidade de tolerar isso, não vou mais tolerar isso”, é o que costuma dizer quem acaba por preencher rapidamente seu limite.
Numa situação como essa, nós nos tornamos “cheios” porque temos um limite que funciona como uma espécie de fundo de garrafa – ou fundo de copo –, que vem a ser, exatamente, o nosso ego. O ego humano é o fundo do nosso copo, da nossa garrafa. O ego faz com que nossa vida, mesmo que seja parcialmente esvaziada, tenha um limite. E a suprema abundância só é adquirida quando nós retiramos esse fundo da garrafa. Desse modo, tudo entra e tudo sai pela garrafa sem fundo e, por isso, a suprema abundância não se esgota.
Um mestre antigo dizia que nós deveríamos saber receber tudo o que vem do mundo e repassar tudo de volta para o mundo. Dessa maneira, a nossa vida torna-se algo vazio e esse vazio permite que a vida flua dentro de nós. É desse processo que vem a alegria sem euforia e a tristeza sem depressão. Vêm coisas saborosas e amargas, e tanto umas quanto outras entram e saem de nós como se estivessem sendo derramadas numa garrafa sem fundo.
Assim, a nossa capacidade tanto de receber quanto de dar nunca termina e, com isso, a vida se torna mais leve porque, nesse momento, deixamos de fluir na vida para deixar a vida fluir em nós. A partir dessa hora nós nos transformamos e ficamos como se fôssemos um tubo por onde a água, que simboliza a vida, passa por nós e vai adiante, fluindo sem parar porque não existe um fundo, um limite que a represe.
De modo contrário, se nós tivermos um fundo, como uma garrafa ou um copo, a água não vai fluir. Ela vai encher essa garrafa até seu limite, depois transbordar, e terminar levando o copo ou a garrafa junto com ela, em vez de passar e sair. Então, a pessoa que tem o ego muito forte é levada pelo destino, em vez de permitir que o destino ou a vida passe por ela.
Quanto mais esvaziados o copo ou a garrafa, mais a água vai fluir e passar dentro de nós, mais o destino vai passar por nós, e seremos donos desse destino. Quanto menos esvaziados, mais obstáculos a água vai encontrar para fluir dentro de nós e, nesse caso, os papéis serão invertidos: nós vamos passar por dentro vida e ela é que será a dona do nosso destino.
Precisamos nos esvaziar para podermos nos tornar receptivos. Sendo receptivos, podemos de fato abraçar todas as coisas e, ao mesmo tempo, permitir que todas as coisas se desenvolvam e se transformem de modo natural e fluido.
O homem iluminado é o que possui a abertura interior.