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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Desespero Injustificável
Pensas: "Aceitei, confiante, a fé e a luta
me parece mais rude. A fadiga me segue e o
desespero me cerceia. Tenho a impressão de
que forças tiranizantes me amesquinham,
comprazendo- se com os meus tormentos."
Analisas: "Abracei o Cristianismo Redivivo
no Espiritismo, guardando a esperança de
esclarecido, repousar, e edificado pelo
esclarecimento, viver em paz. No entanto,
com a dilatação do conhecimento, parece-me
que problemas com os quais eu não contava
repontam multiplicados e dissabores me
assinalam as horas."
Comentas: "Que ocorre comigo? Não desejava
melhoras econômicas ao aceitar a Doutrina
renovadora, todavia, surpreendo-me com tantos
insucessos.. . Não aguardava um paraíso entre
os companheiros, mas, por que a animosidade? "
Concluis: "Desisto — eis a solução. Talvez,
quem sabe? — imaginas — eu esteja deixando
consumir-me pelo excesso do ideal... Vejo
outros companheiros com ares felizes, bem
postos, joviais... Algo, comigo, está errado"
Sim, algo está errado: a conclusão a que
chegaste.
Todo compromisso elevado exige esforço no
empreendimento, luta na execução, força no
ideal.
Quem pretende fruir antes de produzir conserva
infantilidade mental.
O homem velho para despojar-se do manto
característico não consegue fazê-lo sem uma
grande revolução íntima.
O passado de cada espírito em luta, na Terra,
é todo um amontoado de escombros a retirar para
reconstruir, reaparelhar.
Enquanto alguém se demora em charco pestilento
acostuma-se ao recender da podridão.
O horizonte visual é maior de quanto mais alto
o contemplamos.
É, pois, compreensível que, desejoso de uma
vida melhor sejam concedidas às tuas possibilidades
atuais as lutas redentoras para mais altos vôos.
Com as percepções espirituais desenvolvidas e
sintonizadas com as Esferas da Luz, teus inimigos
desencarnados, na retaguarda, redobram a vigilância
junto aos teus movimentos e, de paixões açuladas
ante a perspectiva de perderem o comensal de antigas
loucuras, atiram-se, desordenadamente, "dispostos a
tudo"...
Ora, porfia, estuda e ama.
A oração elevar-te-á além das sombras densas.
A porfia retemperará tuas forças.
O estudo dilatará a tua faculdade de discernir.
E o amor te concederá as láureas da paz,
oferecendo-te os tesouros inalienáveis da felicidade
sem jaça.
Em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec, o
Embaixador das Cortes Celestes, registrou: "Sob
a influência das idéias carnais, o homem, na
Terra, só vê das provas o lado penoso..." "Na vida
espiritual, porém, compara esses gozos fugazes e
grosseiros com a inalterável felicidade que lhe é
dado entrever e desde logo nenhuma impressão mais
lhe causa os passageiros sofrimentos terrenos..."
" Não é possível, no estado de imperfeição em que
te encontra, gozar de uma vida isenta de amarguras.
Ele o percebe e, precisamente para chegar a frui-
la, é que trata de se melhorar."
[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Dimensões da Verdade]
[Editora LEAL]
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