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sábado, 19 de fevereiro de 2011
Embora Imperfeito
Há quem, a pretexto de imperfeição, silencie o
verbo edificante nos lábios, enjaulando a
mensagem consoladora.
Há quem, em nome da imperfeição, paralise os
braços no ministério da saúde moral, encarcerando
a ação salvadora.
Há quem, justificando a própria imperfeição,
mobilize a preguiça, espalhando a inutilidade.
Há quem diga que, imperfeito, nada pode fazer
pelo próximo, considerando estar arrojado nos
mesmos sítios de infelicidade e afeição...
Unge-te, porém, de amor e levanta-te da iniqüidade
para socorrer outros iníquos.
O amor é árvore que, para produzir, necessita ser
plantada.
A doutrina Espírita ensina que ninguém renasce na
Terra para ocultivo dos miasmas do pretérito nem
preservação dos males dos tempos idos...
Reencarnação é bênção.
Bondade é luz.
Antes de mergulhar na carne, todos rogamos os
títulos da dor e do sofrimento para compreendermos
melhor as dores e os sofrimentos dos que seguem
ao nosso lado.
Ninguém falará com precisão do que ignora, por
falta de experiência pessoal.
É por essa razão que, muitas vezes, ensinarás
resignação, embora avassalado pela inquietude;
falarás da enfermidade com a alma enferma;
consolarás, necessitado de consolação; acenderás
luz de entendimento, carecendo de compreensão;
pregarás justiça para os outros, esmagado pela
impiedade alheia; colocarás bálsamo em feridas,
guardando úlceras não cicatrizadas no cerne do ser.
Enquanto alguns aguardam sublimação para se
disporem ao auxílio, ajuda tu.
Todos carregamos agonias nos íntimos tecidos
da alma. E o trabalho de auxílio aos outros é
medicação colocada em nossa própria dor.
Enquanto ensinas a paz, e sentes a ausência dela
em teu coração, ou preconizas luta contra as
tentações, perseguido pelas tenazes do mal,
aprimoras-te, exercitando o espírito no dever claro
e digno que se transforma, lentamente, em escada
de ascensão libertadora.
E, crucificado na imperfeição, avança intimorato,
recordando o Mestre que, amargurado e esquecido
por quase todos os amigos, aparentemente vencido,
numa Cruz de vergonha e impiedade, alçou a alma
dorida ao pai Misericordioso, pensando as feridas
do coração humano de todos os tempos, e
ainda pediu, amoroso:
- "Perdoai, meu Pai! Eles não sabem o que fazem."
Perdoa, também tu, e ama, ajudando sempre.
[Joanna de Ângelis]
[Divaldo P. Franco]
[Messe de Amor]
[Editora LEAL]
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