domingo, 20 de maio de 2012

IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA

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Jesus, o ninho do Espírito Santo


Lucas 3,22: “o Espírito Santo desceu sobre ele na forma de uma pomba e uma voz do céu disse: Tu és o meu Filho muito amado. Em ti tenho grande prazer”.

Como as demais pessoas, nós, os cristãos e as cristãs, sofremos a situação de ambigüidade em nossa vida, temos as dúvidas que todos têm.
Mas temos a experiência de que com Jesus Cristo, chegou a nova humanidade, o Reino esperado, a inclusão radical em Deus: a redenção.
Porque Jesus viveu e morreu com amor e liberdade que não deixam dúvidas e n’Ele a humanidade realiza sua vocação essencial: estar incluída em Deus, por obra do Espírito Santo. Ou de outra maneira, podemos dizer: "Não há, sob o céu outro nome dado aos homens pelo qual nós devemos ser salvos" (Atos 4, 12). Com esta fé, os primeiros cristãos e cristãs enfrentaram a dura realidade da exclusão e da alienação. O Apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos pergunta, manifestando sua angustia: "Pobre de mim! Quem me libertará deste ser meu, instrumento de angustia?" (Rm 7,24).
E aqui vem a novidade da experiência cristã: Jesus Cristo é a entrada de Deus mesmo na história sofredora dos homens e das mulheres para libertá-los e salvá-los de suas misérias, dores e limitações. Há já uma realidade nova: onde havia escravidão, reina hoje a liberdade; e a lei fica superada pelo Espírito; tribulação, angustia, medo, exclusão, perseguição, ficam destruídos pelo amor de Deus "manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8, 31): “Deus, Terra e Liberdade”!!
E assim, em Jesus Cristo, homens e mulheres, desde sua realidade, e com sua realidade, são convocados e convocadas para formar “a Igreja que ama você”, "corpo espiritual" do Ressuscitado na história. É o novo povo de Deus, integrados por pessoas de todas as condições...
Jesus Cristo é a pedra angular em que todos os batizados encontram consistência. A Igreja é o "povo adquirido", "povo de Deus" onde se dão a libertação e a redenção esperadas.
Quando Jesus foi batizado no Jordão, "desceu o Espírito Santo sobre Ele", "em forma de pomba" e isto nos recorda o Espírito que revoava sobre as águas primordiais da criação, mas mais quer dizer que Jesus é o ninho, o lugar do Espírito, por isso o Batista disse que viu "o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre Ele".
"Tu é meu Filho amado, em quem tenho prazer". Esta confissão corresponde ao que Jesus manifestou em sua vida: "sua intimidade única com o Pai" e sua solidariedade com todos os excluídos e afastados da sociedade e da religião. Jesus manifesta a originalidade da experiência na proximidade com Deus com Deus e desta experiência de proximidade irrompe o amor gratuito de Deus, irrompe o amor gratuito de Deus ali onde ninguém o espera. O Pai do Filho Pródigo e o Dono da Vinha que paga a diária completa também ao que chegou tarde ao trabalho revelam a experiência de Deus que Jesus viveu: a Justiça do Pai brota e encontra perfeição em Sua entranhável misericórdia, é o Filho de Maria, que Morre para nos salvar, ascende aos Céus e nos envia o Espírito, para que o Reino seja realidade entre nós, experimentada na Igreja.
O prazer, as complacências, a alegria do Pai, em Jesus, é que por Sua Vida, Seu Martírio e Seus ensinamentos, nós encontramos esperanças para vencer todas as exclusões, todas as alienações, toda a injustiça, toda a marginalização, toda a angústia, todas as dúvidas, e se criará uma nova humanidade de homens e mulheres livres que não mais se adestrarão para a guerra, e sim que se relacionarão como irmãos e irmãs.
O batismo de Jesus "quando todo o povo se batizava" (Lc 3,21), sugere assim a solidariedade de Jesus com todos os e todas as que se aproximavam para formar a nova humanidade, "as pessoas do Reino", fazendo Sua a causa do pobre e do excluído para estar na comunidade dos homens e mulheres livres e irmanados com a paz e a justiça.
O céu que se abre, para que a "pomba" venha, evoca o véu do Templo que se rasgou "de cima abaixo", para que desaparecessem, definitivamente, os muros que separam os homens, se acabem as discriminações, chega o reinado de Deus.
Amém. Aleluia!
Padre Antonio Piber
Seminário São Carlos do Brasil
Igreja Católica Apostólica Brasileira

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