terça-feira, 30 de agosto de 2016

TEMPO DE ESTUDOS

 (Salmo 115:1 "Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome" 
A divisa da  Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão ou simplesmente Cavaleiros Templários, reforça a supremacia do espiritualismo sobre o materialismo. Ela implica na renúncia a toda glória terrena, informando que essa glória seja ela de que tipo for, pertence ao Cristo e a Deus. O homem incorre  numa usurpação ao se arrogar titular de qualquer benefício mundano, seja ele de cunho financeiro ou  social. Todo e qualquer benefício conquistado deve ser atribuído ao seu verdadeiro titular: Deus.   O homem se beneficia dos privilégios mundanos mediante a concessão Divina, fora disso essa concessão é impura e produzida pelas trevas.
O mito exposto no livro da Gênese ou arquétipo na linguagem psicanalítica, trás à mostra o desejo incontido do homem em tomar o lugar de Deus, o seu anseio em tudo dominar, ser imortal e doador de todas as benesses assim como, o  déspota que as retira a seu bel-prazer. Com efeito, Lúcifer travestido em serpente só colimou o seu intento após prometer os atributos de Deus para Eva e Adão, após a transgressão dos ditames de Deus. Uma vez colhidos em falta, Adão e Eva foram expulsos e condenados a sofrer as penas do trabalho e do sacrifício, enquanto permanentemente são tentados pela ânsia do poder. Nós somos os seus descendentes e o veneno daquela serpente está em nós.
O mesmo mito se encontra entre os gregos na figura de Prometeu. Este Titã foi o criador da raça humana utilizando argila e água. A sua preferência pela raça humana fez com que ele traísse Zeus concedendo aos humanos o domínio do fogo que lhes daria a supremacia sobre os demais seres vivos. A sua traição foi punida severamente: ele foi acorrentado junto ao monte Cáucaso, onde uma águia vinha bicar-lhe o fígado constantemente. Mas como ele era imortal, este fígado se reconstituía continuamente.
Os dois mitos mostram a criação do homem por uma divindade, a transgressão deles às leis divinas, mediante a desobediência e a punição eterna de uma forma implacável.
Fica evidenciado o destino da humanidade numa procura insana pelo poder, e pela supremacia. Em síntese: é o orgulho que conduz a humanidade e, ao mesmo tempo, é este orgulho que a distancia do criador e a faz mergulhar no erro. A reconciliação do homem com Deus se faz através da sua submissão ao seu criador e às suas leis, da sua  humildade e no amor ao seu próximo. Desta forma,   o lema dos Templário extraído do Salmo 115, da Bíblia Sagrada procura dar cumprimento aos ditames da submissão da humanidade ao Deus criador. Eles abrem mão de todo e qualquer reconhecimento por qualquer ação que tenham praticado, atribuindo este reconhecimento única e exclusivamente a Deus. Embora a Ordem tenha se destacado posteriormente por sua riqueza, os seus membros, Cavaleiros Templários, eram monges-guerreiros, adotavam o celibato e faziam voto de pobreza. Resta claro que a única razão de viver deles era o de se colocarem a serviço da causa de Deus, através da Igreja Católica.

O reconhecimento do mundo da matéria como uma ilusão, é o marco inicial para se adentrar na senda da iluminação. É no recolhimento ao seu templo interior que o homem encontra a verdade que procura. É o VITRIOL ou V.I.T.R.I.O.L. é a sigla da expressão, do latim "Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", que quer dizer: Visita o Centro da Terra, Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta (ou Filosofal). Filosoficamente ela quer dizer: Visita o Teu Interior, Purificando-te, Encontrás o Teu Eu Oculto, ou, "a essência da tua alma humana". É o símbolo universal da constante busca do homem para melhorar a si mesmo e a sociedade em geral.

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