(Salmo 115:1 "Não a nós, Senhor, não a
nós, mas pela Glória de teu nome"
A divisa da Ordem dos Pobres Cavaleiros
de Cristo e do Templo de Salomão ou
simplesmente Cavaleiros Templários, reforça a supremacia do espiritualismo
sobre o materialismo. Ela implica na renúncia a toda glória terrena, informando
que essa glória seja ela de que tipo for, pertence ao Cristo e a Deus. O homem
incorre numa usurpação ao se arrogar
titular de qualquer benefício mundano, seja ele de cunho financeiro ou social. Todo e qualquer benefício conquistado
deve ser atribuído ao seu verdadeiro titular: Deus. O homem
se beneficia dos privilégios mundanos mediante a concessão Divina, fora disso
essa concessão é impura e produzida pelas trevas.
O mito exposto
no livro da Gênese ou arquétipo na linguagem psicanalítica, trás à mostra o
desejo incontido do homem em tomar o lugar de Deus, o seu anseio em tudo
dominar, ser imortal e doador de todas as benesses assim como, o déspota que as retira a seu bel-prazer. Com
efeito, Lúcifer travestido em serpente só colimou o seu intento após prometer
os atributos de Deus para Eva e Adão, após a transgressão dos ditames de Deus. Uma
vez colhidos em falta, Adão e Eva foram expulsos e condenados a sofrer as penas
do trabalho e do sacrifício, enquanto permanentemente são tentados pela ânsia
do poder. Nós somos os seus descendentes e o veneno daquela serpente está em
nós.
O mesmo mito
se encontra entre os gregos na figura de Prometeu. Este Titã foi o criador da
raça humana utilizando argila e água. A sua preferência pela raça humana fez
com que ele traísse Zeus concedendo aos humanos o domínio do fogo que lhes daria
a supremacia sobre os demais seres vivos. A sua traição foi punida severamente:
ele foi acorrentado junto ao monte Cáucaso, onde uma águia vinha bicar-lhe o
fígado constantemente. Mas como ele era imortal, este fígado se reconstituía
continuamente.
Os dois mitos
mostram a criação do homem por uma divindade, a transgressão deles às leis
divinas, mediante a desobediência e a punição eterna de uma forma implacável.
Fica
evidenciado o destino da humanidade numa procura insana pelo poder, e pela
supremacia. Em síntese: é o orgulho que conduz a humanidade e, ao mesmo tempo,
é este orgulho que a distancia do criador e a faz mergulhar no erro. A
reconciliação do homem com Deus se faz através da sua submissão ao seu criador
e às suas leis, da sua humildade e no
amor ao seu próximo. Desta forma, o lema dos Templário extraído do Salmo 115, da
Bíblia Sagrada procura dar cumprimento aos ditames da submissão da humanidade
ao Deus criador. Eles abrem mão de todo e qualquer reconhecimento por qualquer
ação que tenham praticado, atribuindo este reconhecimento única e exclusivamente
a Deus. Embora a Ordem tenha se destacado posteriormente por sua riqueza, os
seus membros, Cavaleiros Templários, eram monges-guerreiros, adotavam o
celibato e faziam voto de pobreza. Resta claro que a única razão de viver deles
era o de se colocarem a serviço da causa de Deus, através da Igreja Católica.
O reconhecimento do mundo da matéria como uma ilusão, é o
marco inicial para se adentrar na senda da iluminação. É no recolhimento ao seu
templo interior que o homem encontra a verdade que procura. É o VITRIOL ou
V.I.T.R.I.O.L. é a sigla da expressão, do latim "Visita
Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem", que quer dizer: Visita o Centro da Terra,
Retificando-te, encontrarás a Pedra Oculta (ou Filosofal). Filosoficamente ela quer
dizer: Visita o Teu Interior, Purificando-te, Encontrás o Teu Eu Oculto, ou,
"a essência da tua alma humana".
É o símbolo universal da constante busca do homem para melhorar a si mesmo e a sociedade em geral.
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