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sábado, 21 de outubro de 2017
A VIDA ALÉM DO VÉU I - Os planos inferiores do céu
Sexta, 26 de setembro de 1913.
Nossa última afirmação foi dada em resposta a um pedido de
alguém de nosso grupo, para que tentássemos impressioná-lo
numa forma mais profunda que antes, mas conseguimos apenas
começar, como aconteceu, e não acabamos nossa explanação. Se
a deseja, continuaremos no tema agora.
Sim, obrigado.
Então você deve, por uns momentos, tentar pensar conosco
como se estivesse do nosso lado do Véu. As coisas, você deve
entender, aqui tomam um aspecto muito diferente do que elas
têm quando são vistas a partir do plano terrestre, e um aspecto,
temo, que os que ainda na terra desejam, pelo menos em muitos
casos, que é usar um semblante de irrealidade e romance. E as
mínimas coisas aqui são forradas com tanta dúvida pelos que são
recém chegados que, até que eles tenham perdido o hábito de
pensar em termos tridimensionais, ficam impedidos de progredir
para longe. E isso, creia-me, é assunto de muita dificuldade.
Agora, o termo “vibrações” deverá servir, mas está longe de
ser adequado para as coisas materiais serem entendidas. Pois tais
vibrações, como estas que mencionamos, não são meramente
mecânicas quanto ao seu movimento e qualidade, mas têm nelas
uma essência de vitalidade, e é dessa vitalidade que nos
apropriamos e usamos. Esta é a ligação que conecta nossas
vontades e a manifestação exterior em vibrações, já que é
realmente isso que são todas elas. São apenas fenômenos da vida
mais profunda que nos envolve e a todas as coisas. Com elas,
como material básico, somos capazes de executar coisas, e
construir coisas que têm uma durabilidade que o termo em si
pareceria não corresponder.
Por exemplo, é por este método que a ponte sobre o abismo
entre as esferas de luz e de trevas é construída, e aquela ponte
não é toda de uma cor só. No lado mais distante ela está imersa
na escuridão e, conforme vai emergindo gradualmente, em
direção à região de luz, assume um matiz cada vez mais
brilhante, e, onde ela está assentada nas alturas em que começam
os planos mais luminosos, é o matiz de cor de rosa e raios de luz
que a envolvem como uma prata rara ou ainda o alabastro.
Sim, claro, há uma ponte sobre o abismo. De outra forma,
como poderiam sair aqueles que venceram os caminhos acima,
através da escuridão? Verdadeiramente – e eu havia esquecido
isso – há alguns que vêm dos terríveis reinos da escuridão, e
escalam as regiões deste lado do abismo. Mas estes são poucos, e
são os obstinados que rejeitam ajuda e guia dos guardiães do
caminho que ficam parados no lado mais distante, para mostrar a
saída aos que se qualificaram a isso.
Também, devem saber, estes guardiães somente são visíveis a
estas pobres pessoas na proporção em que a luz foi gerada em
seus corações; e por isso uma certa cota de confiança é
necessária se se entregarem à sua guarda. Esta confiança também
acontece quando atingem uma mentalidade melhor, pela qual se
tornaram, em certo grau, capazes de discernir entre luz e treva.
Bem, as complicações do espírito humano são múltiplas e
espantosas, portanto vamos a algo mais fácil de ser colocado em
palavras. Eu acabo de chamar de ponte, mas.. eu deveria ter me
referido a uma passagem, “A luz do corpo é o vosso olhar.” Leia
isso ligando a tudo, e verá que faz parte do caso, não somente na
terra, mas dos daqui também.
Eu chamei de ponte mas, de fato, tem pouco a ver com uma
ponte na terra. Estas regiões são muitos vastas, e a ponte é mais
uma variação do terreno que outra coisa a mais que eu pudesse
pensar para expressar a você. E lembre-se de que eu apenas vi
uma pequena parte destas esferas, e por isso conto a você da
parte que conheço. Sem dúvida há outros abismos e pontes –
provavelmente numerosos. Através do precipício, ou da ponte,
então, aqueles que buscam a luz empreendem sua jornada, e a
jornada é bem lenta, e há muitas casas de repouso onde eles
podem descansar, de vez em quando, em sua viagem
progressiva; mudam de um para outro grupo de anjos
mantenedores, até que o último estágio entregue-os aqui deste
lado. Nosso trabalho na casa, ou colônia, à qual agora pertenço, é
também direcionado a estes espíritos que progrediram até aqui,
tanto quanto aos da terra. Mas este é um departamento diferente
do meu, atualmente. Ainda não fui tão longe em meus estudos. É
mais difícil, porque as influências em torno dos que estão nas
trevas aqui são muito mais danosas que as influências na terra,
onde boas influências estão sempre se mesclando com as más.
Somente quando as pessoas carecentes e enfraquecidas chegam
até aqui é que percebem a terrível tarefa diante delas, e este é o
porquê de tantos permanecerem por tanto tempo numa condição
de desesperança e desespero.
Quando estão a salvo sobre a ponte, eles são recebidos por
esses nas encostas onde a grama e as árvores crescem, e ficam
estupefatos pelo prazer, em vez de se prepararem gradualmente.
Pois ainda não estão acostumados ao amor e sua doçura, depois
das experiências adversas lá embaixo.
Eu disse que esta ponte se assentava nas alturas; falava
comparativamente. O local da chegada é mais alto comparando
com as regiões de escuridão lá embaixo. Mas, de fato, é região
baixa; o plano mais baixo sem dúvida, da região celeste.
Você está pensando na “garganta profunda”, ou precipício,
“descritos” na Parábola. Está quase de acordo com o que lhe
descrevi, e você já teve esta explanação em outro local. Também
a razão pela qual estes que chegam fazem isso, em vez de
atingirem este lado por viagem aérea, ou “vôo”, como talvez
você chamaria, é porque eles não são capazes de completar a
jornada desta forma por causa de sua fraca espiritualidade. Se
eles tentassem isso, cairiam no vale escuro, perdendo então seu
caminho.
Não fui longe nestas regiões escuras, mas fiz uma pequena
parte do percurso, e a miséria que vi foi mais que suficiente por
bastante tempo. Quando eu progredir no atual trabalho, e tiver
por algum tempo ajudado estas pobres almas lá do ponto
avantajado daquela casa, e tiver permissão, e provavelmente
terei, irei mais adiante entre eles. Mas não é para agora.
Uma coisa mais eu posso dizer – já que por agora devemos
parar. Quando eles surgem e chegam até a outra extremidade da
ponte, devo dizer-lhe que o barulho que é ouvido, vindo por
detrás deles, é horrível, e fagulhas vermelhas incandescentes são
vistas. O que causa isso, não sou capaz de explicar claramente,
mas nos dizem que os gritos, uivos e lamentações, e também as
fagulhas, são enviadas por aqueles que ficaram para trás, que
ficam enraivecidos por sua impotência de recapturar o fugitivo,
ou de retê-lo em sua fuga; porque o mal é sempre impotente
diante do bem, mesmo que o bem seja bem pequeno ao final das
contas. Mas não devo continuar mais por agora, e o que estou
dizendo agora não é o que vi pessoalmente, mas ouvi dizer, que
quer dizer, foi dado a você de segunda mão, mas é verdadeiro,
apesar de tudo.
Boa noite, meu querido filho, e possa o Pai de Todos cobrir
com Sua luz e paz a você e aos seus. Possa você ver luz na Sua
luz, e o brilho daquela luz seja de uma aurora de paz.
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