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quinta-feira, 31 de julho de 2008
AMIGOS/ A LIÇÃO DA ARANHA-Emmanuel
AMIGOS
Questão 938 – O Livro dos Espíritos
(Reunião Pública de 19-10-59)
À medida que avances, montanha acima, nas trilhas da evolução, é possível que muitos de teus amigos se transformem, porque não possam ver o que vês.
É qual se o vinho capitoso surgisse transfigurado em resíduo de fel, ou como se o brilhante longamente acariciado se metamorfoseasse em pedra falsa.
Consagras-te agora à luz.
Dormitam muitos na sombra.
Escolhes hoje servir.
Demoram-se muitos reclamando o serviço alheio.
Buscas presentemente a verdade.
Afeiçoam-se muitos à mascara da ilusão.
Desapegas-te de prazeres inferiores e posses materiais.
Algemam-se muitos à egolatria.
Estranhando-te a nova atitude, quase sempre te classificam os anseios de elevação com adjetivos injuriosos.
Porque não mais te acomodas nas trevas, há entre eles quem te chame orgulhoso.
Porque conservas a humildade na luz da abnegação, há entre eles quem te chame covarde.
Porque não mais te relaciones com a mentira, há entre eles quem te chame fanático.
Porque esqueces a ti mesmo no culto do amparo a outrem, há entre eles quem te chame idiota.
Entretanto, ama-os, mesmo assim, sem exigir que te amem, cultivando o trabalho que a vida te confiou.
O serviço sustentado nas tuas mãos falará, sem palavras, de teus bons propósitos a criaturas diferente que, tangidas pelo divino amor, chegarão de outros campos em teu auxílio.
Para isso, porém, é indispensável não entres no labirinto das lamentações vinagrosas.
Censurar é ferir, e queixar-se é perder tempo.
Renuncia, pois, à satisfação da convivência com aqueles que, embora continuem amados em teu coração, não mais te comunguem as esperanças.
Se te esquecerem, perdoa.
Se te desprezarem, perdoa mais uma vez.
Se te insultarem, perdoa novamente.
Se te atacarem, perdoa sempre.
Seja qual for a maneira pela qual te apareçam, nos dias da incompreensão, ajuda-os quanto puderes.
O silêncio em serviço é uma prece que fala.
Deus que concede à semente o refúgio da terra e a bênção da chuva para que germine, em louvor do pão, dar-te-á também outras almas, com as quais te associes para a glória do bem.
Religião dos Espíritos- Francisco Cândido Xavier/Emmanuel
A LIÇÃO DA ARANHA
O aprendiz perguntou ao orientador, depois da aula, em torno
das dificuldades humanas:
-Instrutor, onde os motivos pelos quais sempre se multiplicam os
obstáculos, diante dos homens, impedindo-lhes a sublimação espiritual?
O amigo convidou o discípulo a visitar um casarão próximo, semi - abandonado.
Entraram e, numa sala espaçosa, grande aranha se mostrava presa no
centro da caprichosa rede de fios, entretecida por ela mesma.
-Vês esta aranha encarcerada no labirinto, feito por ela própria? – indagou o mentor.
-Ante o sinal afirmativo do rapaz, o amigo acrescentou: -Observemos.
Passados alguns instantes, apareceu jovem auxiliar de serviço, naquela
moradia quase desabitada e usando um espanador, desfez o tecido,
libertando a aranha, que se deu pressa em esconder sob pesado móvel.
-Voltaremos amanhã para nossos apontamentos – falou o orientador.
No dia seguinte, professor e discípulo regressaram ao casarão e,
num aposento diverso, a mesma aranha se apressara no centro de
outros fios tecidos por ela própria. Decorridos poucos segundos, a
jovem da véspera reapareceu e acabou com a trama, libertando a
aranha que se afastou, ocultando-se em antigo móvel desocupado.
Mais um dia e, pela terceira vez, o instrutor e o aprendiz retornaram ao
mesmo local, surpreendendo a mesma aranha no centro de outra
complicada rede de fios, criada por ela mesma.
A jovem, já conhecida, surgiu e agitando o espanador liberou a
aranha que, rapidamente, tomou novo esconderijo sob mala suspensa.
Foi então que o mentor, dirigindo- se ao rapaz, resumiu a lição, esclarecendo.
-Lembrou você que os homens lutam com grandes entraves, no
caminho da elevação, mas é preciso reconhecer que a maioria dos nossos
companheiros, no Plano Físico, quase sempre agem à maneira da
aranha. O espanador providencial do sofrimento surge a liberta-los das
prisões engenhadas e construídas por eles, entretanto, que podemos
fazer se eles mesmos se escondem nos hábitos que acalentam e, depois,
usando o livre arbítrio, criam novos problemas para eles próprios?
AGORA É O TEMPO – EMMANUEL – FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER.
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