Olá amigos, sejam bem-vindos !!
Este é um espaço reservado para que possamos refletir um pouco sobre a espiritualidade. Estudem, comentem e estejam à vontade!
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Angústia e Paz
Previne-te contra a angústia.
Esta tristeza molesta, insidiosa, contínua, arrasta-te a estado perturbador.
Essa insatisfação injustificável, perseverante, penosa, conduz-te a desequilíbrio imprevisível.
Aquela mágoa que conservas, vitalizada pela revolta sem lógica, impele-te a desajuste insano.
Isso que te assoma em forma de melancolia, que aceitas, empurra-te a abismo sem fundo.
Isso que aflora com freqüência, instalando nas tuas paisagens mentais de pressão constante, representa o surgimento de problema grave.
Aquilo que remóis, propiciando-te dor e mal-estar, impele-te a estados infelizes, que te atormentam.
A angústia possui gêneses. Várias.
Procede de erros que se encontram fixados no ser desde a reencarnação anterior, como matriz que aceita motivos verdadeiros ou não, para dominar quem deveria envidar esforços por aplainar e vencer as imposições negativas e as compulsões torpes.
Realmente, não há motivos que justifiquem os estados de angústia.
A angústia entorpece os centros mentais do discernimentos e desarticula os mecanismos nervosos, transformando-se em fator positivo de alienações.
Afeta o psiquismo, o corpo e a vida, enfermando o espírito.
Rechaça a angústia, pondo sol nas tuas sombras-problemas.
Não passes recibo aos áulicos da melancolia e dispersa com a prece as mancomunações que produzem angústia.
Fomenta a paz, que é antídoto da angústia.
Exercita a mente nos pensamentos otimistas e cultiva a esperança.
Trabalha com desinteresse, fazendo pelo próximo o que dizes dele não receber.
A paz é fruto que surge em momento próprio, após a germinação e desenvolvimento do bem no coração.
Jamais duvides do amor de Deus.
Fixado no propósito de crescimento espiritual, transfere para depois o que não logres agora, agindo com segurança.
Toda angústia dilui-se na água corrente da paz.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Alerta. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. 1 edição. LEAL. 1981.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
E já é Ano Novo, outra vez
E já é Ano Novo, outra vez
Quando chega, é sempre pleno de esperanças. Espera-se o Ano Novo para começar vida nova, para estabelecer novas metas de vida, propósitos renovados para tantas coisas...
É comum as pessoas elaborarem suas listas de bons propósitos para o novo ano.
Mesmo sabendo que o tempo somente existe em função dos movimentos estabelecidos pelo planeta em que nos encontramos, é interessante essa movimentação individual, toda vez que o novo período convencional de um ano reinicia.
Mas, falando de lista de bons propósitos, já se deu conta que, quase sempre, esquecemos o que listamos?
Alguns até esquecemos onde guardamos a tal lista, o que atesta da pouca disposição em perseguir os itens elencados.
Ano Novo deve ter um significado especial.
Embora o tempo seja sempre o mesmo, essa convenção se reveste de importância na medida em que, nos condicionando ao início de uma etapa diferente, renovada, sintamo-nos emulados a uma renovação.
Renovação de hábitos, de atitudes, como estar mais com a família, reorganizando as horas do trabalho profissional.
Importar-se mais com os filhos, lembrando-se de não somente indagar se já fizeram a lição, mas participar, olhando, lendo as observações feitas pelos professores nos cadernos, interessando-se pelos conteúdos disciplinares.
Sair mais com as crianças. não somente para passeios como a praia, a viagem de férias.
Mas, no dia a dia, um momento para um lanche e uma conversa, uma saída para deliciar-se com um sorvete.
Outros, para só ficar olhando a carinha lambuzada de chocolate, literalmente afundando-se na taça de sorvete.
Outros, mais longos, para acompanhar o passo vacilante de quem está aprendendo a andar.
Uma tarde para um papo com os que já estão preparando a mochila para se retirar do cenário desta vida, quem sabe, nos próximos meses?
Isto é viver Ano Novo. Sair com amigos, abraçar amigos, sorrir pelo simples prazer de sorrir.
Trocar e-mails afetuosos, não somente os corriqueiros que envolvam decisões e finanças. Usar o telefone para dar um olá, desejar boa viagem, feliz aniversário!
Bom, você também pode fazer propósitos de comer menos doces ou diminuir os carboidratos da sua dieta, visando melhor condição de vida ou simplesmente adequar seu peso.
Também pode pensar em mudar o visual. Quem sabe modificar o corte de cabelo, tentar pentear para outro lado, fazer uma visita ao dentista.
E é claro, um bom check-up. Porque cuidar da saúde é essencial.
Bom mesmo é não esquecer de formular propósitos para sua alma.
Assim, acrescente na lista: estudar mais, ler mais, entender mais o outro, devotar-se a um trabalho voluntário, servir a alguém com alegria e bom ânimo.
Com certeza, cada um terá outros muitos itens a serem acrescentados à lista.
Até mesmo coisas simples como alterar os roteiros de idas e vindas do trabalho-lar-escola.
Ou coisas mais complicadas, como se dispor a pensar um pouco no outro e não exclusivamente em si, no relacionamento a dois.
Imprescindível, no entanto, é que você coloque a lista à vista, para olhar muitas vezes, durante todo o novo ano.
Importante que se lembre de lê-la, para ir acompanhando o que já conseguiu e onde ou em que ainda precisa investir mais, insistindo, até a vitória.
Seja este Ano Novo o ano de concretas realizações na sua vida!
Redação do Momento Espírita.
Em 29.12.2008.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Lamentações
Aglutinam-se na massa humana as pessoas desesperadas.
Uma vaga de aflição paira ameaçadora no mundo, carregando os inquietos que perderam a direção de si mesmos, vitimados pelas circunstâncias dolorosas do momento.
A insânia conduz expressivo número de criaturas que estertoram ao sabor do sofrimento, buscando fugir da realidade dos problemas, com a aparência voluptuosa de triunfadores nos patamares dos prazeres alucinantes.
A desordem campeia, e ameaças desumanas transformam-se em torpe conduta nos países do mundo, destroçados por guerras impiedosas em nome de religiões fanatizadoras, de raças asselvajadas, de interesses mesquinhos...
Os governantes da Terra perdem as rédeas da administração e negociam com organizações criminosas, estabelecendo colegiados políticos abomináveis.
A corrupção adquire cidadania, e a imoralidade desfruta de status, perturbando os valores éticos e morais.
Nuvens borrascosas avolumam-se nos céus já escurecidos da humanidade.
Tudo anuncia a chegada dos dias apocalípticos, convocando à razão, à renovação dos códigos, à interiorização espiritual.
*
Como conseqüência do período grave de transição, surgem o pessimismo, a desconfiança, as lamentações. De tal forma se vão arraigando no organismo individual e social, que os temas de conversação perdem os conteúdos ou se apresentam desconcertantes, caracterizados pelas sombras do desconforto, da mágoa, dos irrefreáveis desejos de vingança.
A lamentação grassa e perturba as mentes, impedindo a ação corretora do bem, como se não adiantasse produzir com elevação, laborar com honradez.
Lamentar não é atitude saudável. Pelo contrário, produz deterioração dos conteúdos bons que ainda remanescem em muitas vidas e movimentam-nas, sustentando os ideais de engrandecimento humano.
A lamentação, qual ocorre com a queixa sistemática, é morbo portador de destruição, de desalento e morte.
Antídoto aos males que infestam os dias atuais é ainda o amor, força única portadora de recursos salvadores.
Este é um ciclo que se encerra, dando início a outro, que se irradiará plenificador.
Os períodos de renovação fazem-se preceder por inumeráveis acontecimentos devastadores, nos mais diversos aspectos da natureza. O mesmo ocorre na área moral da humanidade.
Assim, não te desalentes, nem duvides do triunfo do bem. Não fiques, porém, inativo, aguardando que forças atavias operem miraculosamente sem a tua contribuição.
És importante no contato atuaL face ao que pense e como ajas.
Produze, portanto, com esforço bem direcionado, oferecendo o teu contributo valioso, por menos expressivo te pareça.
Não cedas o passo aos aventureiros da desordem.
Permanece no teu lugar realizando o que podes, deves e te cabe fazer.
*
Muita falta fazem Jesus e Sua doutrina no mundo.
Fala-se sobre Ele, discute-se-Lhe a mensagem, mas não se vive o ensinamento que dela deflui.
Sê tu quem confia e faz o melhor.
Se cada cristão decidido resolvesse por viver Jesus, a paisagem atual se modificaria, e refloresceria a primavera no planeta em convulsão.
Assim sendo, ama e contribui em favor do progresso, sem lamentação de qualquer natureza, em paz e confiança.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1994.
Importante
Não tens o que possuis,
Tens aquilo que dás.
Acima do que sabes,
Vale aquilo que és.
Sobre a própria palavra,
Olha as ações que crias.
Mais além do que podes,
Importa o que toleras.
De tudo quanto crês,
Vale mais o que fazes.
Em tudo quanto sofras,
Guarda a fé viva em Deus.
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Espera Servindo. Ditado pelo Espírito Emmanuel. GEEM.
Não tens o que possuis,
Tens aquilo que dás.
Acima do que sabes,
Vale aquilo que és.
Sobre a própria palavra,
Olha as ações que crias.
Mais além do que podes,
Importa o que toleras.
De tudo quanto crês,
Vale mais o que fazes.
Em tudo quanto sofras,
Guarda a fé viva em Deus.
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Espera Servindo. Ditado pelo Espírito Emmanuel. GEEM.
VIDA ALÉM DO VÉU - VOL.III
CAPÍTULO V
O SACRAMENTO DO CRISTO, DO CASAMENTO E DA MORTE
Terça, 4 de dezembro de 1917.
Fique contente, amigo, ao escrever o que podemos pôr em sua mente, e não questione o que vem de nós. Pois, por um lado, mantemos alguma coisa retida quando você escreve assim para nós, e por outro lado, desaprovamos outras encurtando nossa narrativa naquela parte mesmo. Fomos habilitados a isso pela longa preparação, sua e nossa, antes mesmo que lhe fizéssemos saber de nossa vontade pela ajuda de nossa amiguinha Kathleen.
Esta noite falaríamos a você no tema dos Sacramentos, os que estão em uso na Cristandade e que deveriam ser muito concernentes e notáveis por aqueles que professam o Nome do Cristo seu mestre. Isto de Seu corpo e sangue é o único que é contínuo na vida de um Cristão. Tem muitas fases, tanto para a ajuda dada e também em seu ensinamento, e no Sacramento de que desejamos falar agora. Primeiramente em sua fundação:
Você rememorará de seus registros remanescentes que há muito mais deixado sem escrever que aquilo que chegou a vocês através das épocas passadas. A leitura mais superficial mostrará isto. Também isto conta que, nas concordâncias essenciais de cada um com outros, não são claras nos mínimos pontos. Você deve saber que estes registros são apenas poucos de muitos. Os outros foram destruídos, ou perderam-se com o passar do tempo, e um dia acharão seu caminho na luz do dia mais uma vez. Nós temos todos estes registros aqui, e nós os estudamos, e nestes estudos baseamos nossas palavras.
O Mestre Jesus estava quase mudando seu estado de encarnado para desencarnado. Sabendo disto, Ele, estando reunido com os Doze, deu-lhes um Rito de Recordação e Comunhão pelo qual eles, e aqueles que deveriam segui-los, deveriam ser capazes de intensificar, de tempos em tempos, perpetuamente seu contato com Ele, e assim obter d’Ele esta Vida da qual Ele é o reservatório. Mantenha em sua mente aqueles três modos de comunhão que lhe passamos, e será capaz de ver que tão sensível é a tremenda e pulsátil corrente vital vinda d’Ele a você, que o mais desprezível distúrbio no sistema de vibrações, atingindo por sua qualidade especial e peculiar própria toda a extensão de Seu Reino, causará um efeito no Centro e na Fonte dela de uma maneira tão manifesta, que assegura uma resposta imediata. Não há nada na contabilidade da sua esfera terrestre de tão enorme intensidade e impulso que nós possamos usar como uma base para tornarmos claro o que queremos dizer. Deve satisfazer a você, e a nós, que recordemos a você que quanto maior a velocidade de qualquer série de partículas em movimento, maior será o distúrbio no arranjo e na direção aplicados por qualquer influência introduzida.
Isto é o que insinuamos ao falar desta corrente de força vital procedente do Pai, captada no Cristo, tingida com Sua qualidade de vida, e projetada para fora em ondas de radiação em direção à circunferência e fronteira de Seu Reino. Tal distúrbio é criado pela oferta intencional do Pão e do Vinho, com invocação de palavras, naquele Rito de Comunhão que Ele deu. Nos elementos dispostos diante da assembléia ali está, nas palavras do pregador, dirigida esta corrente vital, e elas são interpenetradas com Sua Vida e tornam-se, como Ele disse, Seu Corpo e Sangue. Esta forma de orar que você usa não é a única nos tipos de invocação, mas também é o consentimento daqueles reunidos ao recebimento da Vida vinda d’Ele. Porque sem tal consentimento nenhuma bênção é jamais acreditada pelos homens. Não importa que o consentimento seja íntimo. É o espírito que é a fonte das pulsações em resposta que saltam ao encontro das emanações de Sua Vida em direção à terra e, encontrando a corrente do Cristo - como aqueles que vieram de Salém para encontrá-Lo quando ele veio à cidade pelo monte das Oliveiras - são misturadas e, pelo grande impulso daquela corrente que jorrava d’Ele, voltam-se em retorno e juntas, como numa única corrente, são espargidas sobre a congregação de onde o impulso inicial de pedidos veio.
Assim a bênção é tripla. Primeiro, a comunhão do espírito com o Espírito - isto dos reverentes com seu mestre e Senhor. Segundo, o estímulo a uma maior saúde e vigor de sua cobertura espiritual, a alma. E terceiro, o efeito natural destas operações, ainda procedentes do exterior, isto é, a transfusão da vitalidade íntima para o corpo externo, que é o corpo material.
Esta é a fase que podemos chamar de vitalizante ou estimulante de todo o Corpo de Cristo nos seus membros singulares, um por um, pela comunicação da Vida d’Ele com a Fonte e o Centro, através da maioria até os confins.
Há outro aspecto deste Sacramento que agora trataremos, mas com brevidade. Pois não é de nenhuma utilidade o empenho em dar a você um completo conhecimento de sua total significação. Você não entenderia nossas palavras, as que teriam que ser usadas, e não há nenhuma das suas que nos serviriam. Isto alcança muito distante onde as línguas da terra são lembradas, e fala-se disto, em seu mistério interno, somente nestas formas de linguagem apropriadas às Esferas longínquas pela sublimidade, e próximas à do Cristo.
Como Ele disse, estas duas coisas comuns de origem terrestre, o Pão e o Vinho, realmente transformam-se em Seu Corpo e Seu Sangue. São portanto uma parte d’Ele Que pronuncia estas palavras. Os homens têm questionado como isto poderia ter sido quando da primeira vez que foi mencionado, Ele Próprio estava lá em Corpo de carne e ossos e sangue. Mas ainda assim, todo homem - sem parar, toda a sua vida, e continuadamente - realmente comunica de si a coisas exteriores a ele próprio. Nenhum casaco que somente ele use, posto de lado, deixará de estar marcado com sua personalidade. Nada que ele toque, nenhuma casa que habite, ele sempre deixará sua qualidade ali indelével, para ser lida por aqueles que para isso são capacitados.
Conforme Ele deu de Sua vitalizadora força aos doentes e aos coxos em Judéia e Galiléia, assim Ele bafejou Seu poder espiritual sobre os Apóstolos, e eles se tornaram inspirados por Sua Vida, e desta forma sobre o Pão e o Vinho Ele derramou da corrente vital de Si e eles em verdade tornaram-se Seu Corpo e Seu Sangue.
E assim é hoje. Pois Ele não ofereceu uma coisa tão grande para ser jogada fora tão cedo, assim que aquela refeição terminasse, e Seu Corpo fosse dado para a Árvore. Não, a fonte daquele rio vital operativo no Pão e no Vinho, ou nas pessoas dos Apóstolos, ou nos corpos da multidão, não foi aquele Corpo de carne que Ele usou por tão curto tempo e então deixou de lado como um capote depois de usado. Nem foi o Corpo de substância espiritual, através do qual fluiu como num conduto do Reservatório para as cisternas de uma cidade. Mas foi o Espírito Mesmo, o Cristo, Quem foi e é a Fonte, e que é, também, tanto no Corpo em carne ou fora dela. Porque isto pouco importa nas coisas de força espiritual e poder, exceto nas manifestações. A coisa manifestada é inalterada em si mesma em qualquer que seja a forma de manifestação tomada.
Assim, é verdadeiro dizer que o Pão e o Vinho, na última refeição deles juntos, a Seu desejo e vontade, tornaram-se um repositório de Sua força vital, e assim foram feitos Seu Corpo e Seu Sangue. E então, longe da atual falta daquele Corpo material impedindo agora uma operação semelhante de Sua parte, seria quase verdadeiro dizer que tal ausência do Corpo de carne não se torna obstáculo à corrente de vida vinda d’Ele a estes elementos do Pão e do Vinho.
Portanto, quando o Ministrante, o Pastor, obtém o consentimento da congregação e, estando o Corpo e o Sangue sobre a Mesa, pleiteia o Sacrifício d’Ele Que hoje vive extremamente glorificado, ele em essência coloca sua mão sobre o peito de seu Senhor e olhando para estes Reinos que são o lar dos Anjos, e dos Anjos que governam, olha através da face do Pai e pede o Amor e a submissão de Seu Filho pela pobre humanidade, que seja feita toda bela como Ele. E se ele for simples de mente, e como uma criancinha do Reino de coração, ele sentirá em si o Sopro, e embaixo de sua mão o silencioso e forte bater do único e constante Coração da Cristandade hoje, e saberá que aquilo que a sua fraqueza não suportaria fazer deverá ter reforço da Vida que jorra nele, aquilo que pedir ao Pai não fica sem resposta naquela Esfera brilhante de extrema pureza, e a santidade assim permanecerá; e, como Ele prometeu, Ele cumprirá fazer, e de Seu Coração sai uma prece sussurrada, e as preces de vocês serão aceitas por Sua consideração.
Quarta, 5 de dezembro de 1917.
O que lhe demos na noite passada, amigo, referia-se principalmente àquele sacramento que está proeminente dentre os outros. Agora falaremos a você de alguns dos menores, e qual significado parecem ter para nós, e sua eficácia nas vidas daqueles que adotaram o Cristo como seu Líder e Soberano. Não usamos aqui a palavra “Sacramento” no estreito significado eclesiástico, especificado em suas partes ínfimas, mas na maneira pela qual usaríamos nestes Reinos, onde somos capazes de ver as emanações de poder e vitalidade do ponto de vista mais próximo de sua Fonte.
Primeiramente falaremos a você do Casamento como uma união de duas personalidades em faculdade criadora. As pessoas tomam-no quase que no curso ordinário das coisas em que o sexo deveria estar, e também que o sexo deveria ser completado na mistura do macho com a fêmea. Mas não havia necessidade essencial de que fosse assim, a humanidade podia ter sido hermafrodita. Mas há muito tempo atrás, além do início desta atual eternidade de matéria, quando os Filhos de Deus estavam formando-se evolutivamente, em sua concepção ideal deliberaram juntos e depois disso decretaram que uma das leis que deveria guiar seu futuro trabalho seria, não tanto uma divisão da raça em dois sexos, como você e a filosofia da terra conhecem, mas que o sexo seria um dos novos elementos que entrariam na futura evolução do ser, quando os seres entrassem em curto espaço de tempo na matéria, e assim tomassem forma. A personalidade era anterior à forma. Mas a forma dotou a personalidade de individualidade, e assim o elemento personalidade, pela evolução da forma concreta, resultou em seu complemento de pessoas. Mas conforme vieram pessoas de um só elemento, assim o sexo é a unidade composta de duas espécies. Homens e mulheres formam um só sexo, como carne e sangue formam um só corpo.
Até onde podemos penetrar na razão desta decisão da parte daqueles Mais Elevados, foi para que aquela humanidade melhor conhecesse a si. É um grande mistério, e não possuímos a chave para a totalidade dele mesmo aqui. Mas entendemos que na criação dos dois elementos, macho e fêmea, o processo foi feito mais simples para que a raça humana entenda finalmente os elementos de Unidade, do qual foi emanado, e em direção ao qual mais uma vez retornará, quando estiver caminhando plenamente adentrado no trecho final da caminhada da matéria em direção ao espírito.
Fizeram dois grandes princípios que estão incluídos na Unidade da Mente de Deus aparecerem como duas coisas separadas, para que estes dois princípios pudessem ser estudados em detalhes por aqueles que ainda não eram competentes para estudá-los como Unidade. Quando um macho considera a fêmea, ele está apenas tendo um maior entendimento da uma parte de si mesmo, e é assim quando a fêmea raciocina em relação ao macho. Pois assim como eles não eram separados nas eternidades da evolução que vieram antes desta eternidade atual de matéria e forma, assim estes dois elementos deverão tornar-se Um novamente nestas eternidades que estão por vir.
Para que a unidade essencial de obtenção de seres desde aqueles longínquos tempos atrás de nós sejam levadas adiante nestes que agora estão por vir, foi necessário que os dois elementos fossem incluídos em cada indivíduo que se constitui um item de toda uma raça. Então evoluiu o casamento, e no casamento nós temos o ponto de retorno do destino da raça.
Desde o tempo quando do Coração do Máximo veio vindo a primeira ordem daquele movimento que resultou numa série de eras de desenvolvimento, a única notação-chave do todo tem sido o desenvolvimento rumo à diversidade, até que vieram ao oceano do ser, um depois de outro, os princípios de personalidade, individualidade e forma. O último e mais extremo ato de diversidade foi a criação dos dois aspectos da faculdade de reprodução, que vocês chamam de sexo. Este foi o ponto mais extremado da diversidade em princípio e ato.
Aí veio o impulso reflexo dado para a evolução necessária, quando os dois são mesclados em um novamente e o primeiro passo repassado em direção à Unidade de Ser, que é Deus.
Então da mistura dos dois elementos, espiritual e corpóreo, nasce um Terceiro Que em Si une estes dois elementos em Sua única Pessoa. O Senhor Jesus foi o Filho perfeito da Humanidade e Sua natureza, considerado espiritualmente é uma mescla das virtudes masculinas e femininas em partes dualmente iguais.
Corporalmente também esta grande lei é verdadeira, pois sobre seu peito o homem suporta a insígnia dupla de sua feminilidade anterior, e os fisiologistas dirão a você que uma correspondência semelhante não é desejada na outra metade que, com ele próprio, faz da humanidade uma só unidade.
Por esta experiência dos dois em unidade, o ser humano aperfeiçoado, eras adiante, em outros mundos superiores, vai se apressar a caminhar na direção do estado de Ser consumado, o homem chegará ao conhecimento de como isto é possível: ao amar outro e dar ao outro através da negação de si, ele estará amando a si mesmo e mais generosamente dando a si mesmo pela mesma negação de si; e aquilo que quanto mais odiar em sua vida, tanto mais encontra-lo-á naquelas eternas esferas brilhantes - você sabe Quem ensinou isto, e Ele não falava de coisas estranhas nem de algum princípio sendo testado. Você e nós, amigo, estamos ainda aprendendo esta lição tão sublime, e lá adiante está nossa estrada, diante daquilo que aprendermos disto em sua profundidade. Mas Ele já a atingiu.
Quinta, 6 de dezembro de 1917.
O que já escrevemos, amigo, escrevemos resumidamente e sem expansividade. Pois não era possível dizer-lhe tudo, mesmo daquilo que devíamos, porque serviria somente para fazer maior a carga, e também prestaria um desserviço por não deixar espaço suficiente a você para exercitar sua própria mente em penetrar no significado real das coisas. Nós damos a você o milho suficiente para fazer seu bolo. Se, ao comê-lo, achar gostoso, então plante mais milho para você, debulhe, moa, misture, e quanto mais retiver do que assim obtiver, maior será o benefício a si e aos outros que lerem o que escrevemos. Portanto, às próximas palavras.
Quando dissemos que o casamento era o ponto de retorno do ciclo evolutivo do ser, falamos da matéria em geral, não em particular. Agora vamos detalhar mais especificamente e falaremos do resultado do casamento, a unidade humana, macho ou fêmea conforme seja o caso.
Ela nasceu, você perceberá, de um quádruplo elemento. Há o elemento macho e fêmea do senhor, e também o fêmea e macho da senhora. No pai, a expressão dominante é a da masculinidade; na mãe, a da feminilidade. Pela incorporação destes quatro elementos, ou ainda quatro aspectos de um elemento, ou, mais proximamente ainda, estes dois aspectos e dois outros sub-aspectos de uma única coisa, na única pessoa emanada há, primeiro multiplicadas e então unificadas novamente, algumas destas variações que são a expressão externa do mais íntimo princípio do sexo.
Assim ele começa a viver sua própria vida, esta criança de eternidades passadas, e para olhar em direção às eternidades futuras.
Você está esperando que falemos do Batismo, e seu complemento, a Imposição de mãos. Libere sua mente, amigo, e deixe-nos seguir de nosso jeito com você e, com sua licença satisfatória talvez consigamos ajudá-lo melhor do que faríamos se você decidisse o curso em que devemos navegar. Nós já temos a nossa carta detalhada e pronta. Portanto escreva o que lhe dizemos, e não vá tendo idéias em sua mente a respeito do que teremos esta noite ou amanhã. Desejamos que sua mente esteja livre para que possamos não ter promontórios a circundar, nem estreitos para desbravarmos precariamente em nosso caminho. Deveremos fazer melhor no nosso próprio caminho, e não tão bem no seu.
Desculpe. Sim, certamente eu estava esperando que falassem em seguida do Batismo. Parecem estar um pouco erráticos em sua ordem de Sacramentos - sagrada Comunhão, aí o Casamento. Bem, senhor, qual seria o próximo, por favor?
O Sacramento da Morte, amigo, o que o surpreende. Bem, o que seria de sua vida sem surpresas, já que elas são como as estações do ano e servem para enfatizar o fato de que a inércia não é progressiva... E progressão é um dos grandes objetos do Universo de Deus.
Vocês não deveriam dar este nome para a Morte. Mas olhamos para o Nascimento e para a Morte como sendo ambos Sacramentos muito reais. Se o Casamento for chamado da forma certa, então o Nascimento segue naturalmente no mesmo grupo, e a Morte é apenas o Nascimento progredido até a consumação. No nascimento a criança sai da escuridão em direção à luz do sol. Na morte, a criança nasce para a maior luz dos Céus de Deus - nem mais, nem menos. No nascimento a criança é libertada no Império de Deus. No Batismo é incorporado ao Reino dos Filhos de Deus. Pela morte ele é feito livre destes Reinos para os quais ele foi treinado para servir, naquela parte do Reino que é a terra.
No nascimento, ele se torna um homem. No Batismo, ele percebe sua masculinidade ao tomar este serviço sob a bandeira de seu Rei. Pela morte, vai em direção a um serviço mais amplo: aqueles que fizeram bem, como veteranos testados e tidos como leais e bons; aqueles que fizeram melhor, como oficiais para comandar; e aqueles que fizeram muito bem, como Senhores para governar.
A Morte, portanto, nada encerra, apenas carrega adiante o que foi iniciado e, enquanto permanece entre a fase terrestre de vida e a vida das Esferas, é uma coisa sagrada entesourando uma transação mesclada de ambos, e como um sacramento, como nós usamos e entendemos esta palavra.
Então falamos do Batismo, finalmente, e, se não ficamos nisto, acredite-me, não é porque não entendemos seu grande momento na carreira de servo do Cristo, mas é porque temos outras coisas a dizer-lhe que não ficamos naquilo que você entende melhor. Assim, umas poucas palavras no Sacramento da Morte, e pararemos por esta vez, porque notamos que você tem outro trabalho para fazer.
Quando o homem chega perto daquela hora em que deverá mudar sua esfera, aí ocorre em seu ser um reagrupamento dos tais elementos que foram juntados e engendrados durante sua vida na terra. Estes são as partículas residuais daquelas experiências através das quais ele passou - de esperança e motivação e aspiração e amor e outras expressões de valor verdadeiro, interiores do homem em si. Estas estão dispersas na contabilidade de seu ser, e são seu ambiente mesmo ausentes. Assim que a mudança aproxima-se, são todas puxadas e agrupadas em sua alma, e então esta alma é cuidadosamente puxada do envoltório material e liberado, como sendo o corpo do homem para a próxima fase de progresso nos Céus do Senhor.
Mas a morte, algumas vezes, vem de um choque e numa fração de tempo. Então a alma não está completa totalmente, estando cheia de saúde ou forte, para seguir adiante. É necessário permanecer em processo progressivo até que os mesmos elementos tenham sido agrupados do corpo material e apropriadamente incorporados no corpo espiritual. Sem dúvida, até que isto seja bem feito e completamente, o homem não é bem nascido em espírito. É como um nascimento antes de ser completado o tempo na vida da terra, quando a criança é fraca e cresce apenas gradualmente, fortalecendo-se conforme puxa para si aquelas forças que lhe faltavam quando veio à luz do sol.
Assim dizemos que a Morte é um sacramento, e indubitavelmente é muito sagrado. Alguns poucos de sua raça - e mais dos que você conhece, além disso - despiram-se de seus corpos na terra sem passarem lentamente por esta desintegração que é a morte aos olhos dos homens. Mas o ato essencial é idêntico em ambos. E para que a morte tenha a honra justa na sua forma mais usual, Ele Que é Senhor da Vida não duvidou em passar daquela forma da vida para a vida eterna, e pela forma de Sua morte Ele mostrou que, qualquer que seja a forma ou o valor aos olhos do homem, é um ato normal da jornada da humanidade, já que impulsiona em direção ao mais alto curso do Rio da Vida, que vem do Coração de Deus.
O SACRAMENTO DO CRISTO, DO CASAMENTO E DA MORTE
Terça, 4 de dezembro de 1917.
Fique contente, amigo, ao escrever o que podemos pôr em sua mente, e não questione o que vem de nós. Pois, por um lado, mantemos alguma coisa retida quando você escreve assim para nós, e por outro lado, desaprovamos outras encurtando nossa narrativa naquela parte mesmo. Fomos habilitados a isso pela longa preparação, sua e nossa, antes mesmo que lhe fizéssemos saber de nossa vontade pela ajuda de nossa amiguinha Kathleen.
Esta noite falaríamos a você no tema dos Sacramentos, os que estão em uso na Cristandade e que deveriam ser muito concernentes e notáveis por aqueles que professam o Nome do Cristo seu mestre. Isto de Seu corpo e sangue é o único que é contínuo na vida de um Cristão. Tem muitas fases, tanto para a ajuda dada e também em seu ensinamento, e no Sacramento de que desejamos falar agora. Primeiramente em sua fundação:
Você rememorará de seus registros remanescentes que há muito mais deixado sem escrever que aquilo que chegou a vocês através das épocas passadas. A leitura mais superficial mostrará isto. Também isto conta que, nas concordâncias essenciais de cada um com outros, não são claras nos mínimos pontos. Você deve saber que estes registros são apenas poucos de muitos. Os outros foram destruídos, ou perderam-se com o passar do tempo, e um dia acharão seu caminho na luz do dia mais uma vez. Nós temos todos estes registros aqui, e nós os estudamos, e nestes estudos baseamos nossas palavras.
O Mestre Jesus estava quase mudando seu estado de encarnado para desencarnado. Sabendo disto, Ele, estando reunido com os Doze, deu-lhes um Rito de Recordação e Comunhão pelo qual eles, e aqueles que deveriam segui-los, deveriam ser capazes de intensificar, de tempos em tempos, perpetuamente seu contato com Ele, e assim obter d’Ele esta Vida da qual Ele é o reservatório. Mantenha em sua mente aqueles três modos de comunhão que lhe passamos, e será capaz de ver que tão sensível é a tremenda e pulsátil corrente vital vinda d’Ele a você, que o mais desprezível distúrbio no sistema de vibrações, atingindo por sua qualidade especial e peculiar própria toda a extensão de Seu Reino, causará um efeito no Centro e na Fonte dela de uma maneira tão manifesta, que assegura uma resposta imediata. Não há nada na contabilidade da sua esfera terrestre de tão enorme intensidade e impulso que nós possamos usar como uma base para tornarmos claro o que queremos dizer. Deve satisfazer a você, e a nós, que recordemos a você que quanto maior a velocidade de qualquer série de partículas em movimento, maior será o distúrbio no arranjo e na direção aplicados por qualquer influência introduzida.
Isto é o que insinuamos ao falar desta corrente de força vital procedente do Pai, captada no Cristo, tingida com Sua qualidade de vida, e projetada para fora em ondas de radiação em direção à circunferência e fronteira de Seu Reino. Tal distúrbio é criado pela oferta intencional do Pão e do Vinho, com invocação de palavras, naquele Rito de Comunhão que Ele deu. Nos elementos dispostos diante da assembléia ali está, nas palavras do pregador, dirigida esta corrente vital, e elas são interpenetradas com Sua Vida e tornam-se, como Ele disse, Seu Corpo e Sangue. Esta forma de orar que você usa não é a única nos tipos de invocação, mas também é o consentimento daqueles reunidos ao recebimento da Vida vinda d’Ele. Porque sem tal consentimento nenhuma bênção é jamais acreditada pelos homens. Não importa que o consentimento seja íntimo. É o espírito que é a fonte das pulsações em resposta que saltam ao encontro das emanações de Sua Vida em direção à terra e, encontrando a corrente do Cristo - como aqueles que vieram de Salém para encontrá-Lo quando ele veio à cidade pelo monte das Oliveiras - são misturadas e, pelo grande impulso daquela corrente que jorrava d’Ele, voltam-se em retorno e juntas, como numa única corrente, são espargidas sobre a congregação de onde o impulso inicial de pedidos veio.
Assim a bênção é tripla. Primeiro, a comunhão do espírito com o Espírito - isto dos reverentes com seu mestre e Senhor. Segundo, o estímulo a uma maior saúde e vigor de sua cobertura espiritual, a alma. E terceiro, o efeito natural destas operações, ainda procedentes do exterior, isto é, a transfusão da vitalidade íntima para o corpo externo, que é o corpo material.
Esta é a fase que podemos chamar de vitalizante ou estimulante de todo o Corpo de Cristo nos seus membros singulares, um por um, pela comunicação da Vida d’Ele com a Fonte e o Centro, através da maioria até os confins.
Há outro aspecto deste Sacramento que agora trataremos, mas com brevidade. Pois não é de nenhuma utilidade o empenho em dar a você um completo conhecimento de sua total significação. Você não entenderia nossas palavras, as que teriam que ser usadas, e não há nenhuma das suas que nos serviriam. Isto alcança muito distante onde as línguas da terra são lembradas, e fala-se disto, em seu mistério interno, somente nestas formas de linguagem apropriadas às Esferas longínquas pela sublimidade, e próximas à do Cristo.
Como Ele disse, estas duas coisas comuns de origem terrestre, o Pão e o Vinho, realmente transformam-se em Seu Corpo e Seu Sangue. São portanto uma parte d’Ele Que pronuncia estas palavras. Os homens têm questionado como isto poderia ter sido quando da primeira vez que foi mencionado, Ele Próprio estava lá em Corpo de carne e ossos e sangue. Mas ainda assim, todo homem - sem parar, toda a sua vida, e continuadamente - realmente comunica de si a coisas exteriores a ele próprio. Nenhum casaco que somente ele use, posto de lado, deixará de estar marcado com sua personalidade. Nada que ele toque, nenhuma casa que habite, ele sempre deixará sua qualidade ali indelével, para ser lida por aqueles que para isso são capacitados.
Conforme Ele deu de Sua vitalizadora força aos doentes e aos coxos em Judéia e Galiléia, assim Ele bafejou Seu poder espiritual sobre os Apóstolos, e eles se tornaram inspirados por Sua Vida, e desta forma sobre o Pão e o Vinho Ele derramou da corrente vital de Si e eles em verdade tornaram-se Seu Corpo e Seu Sangue.
E assim é hoje. Pois Ele não ofereceu uma coisa tão grande para ser jogada fora tão cedo, assim que aquela refeição terminasse, e Seu Corpo fosse dado para a Árvore. Não, a fonte daquele rio vital operativo no Pão e no Vinho, ou nas pessoas dos Apóstolos, ou nos corpos da multidão, não foi aquele Corpo de carne que Ele usou por tão curto tempo e então deixou de lado como um capote depois de usado. Nem foi o Corpo de substância espiritual, através do qual fluiu como num conduto do Reservatório para as cisternas de uma cidade. Mas foi o Espírito Mesmo, o Cristo, Quem foi e é a Fonte, e que é, também, tanto no Corpo em carne ou fora dela. Porque isto pouco importa nas coisas de força espiritual e poder, exceto nas manifestações. A coisa manifestada é inalterada em si mesma em qualquer que seja a forma de manifestação tomada.
Assim, é verdadeiro dizer que o Pão e o Vinho, na última refeição deles juntos, a Seu desejo e vontade, tornaram-se um repositório de Sua força vital, e assim foram feitos Seu Corpo e Seu Sangue. E então, longe da atual falta daquele Corpo material impedindo agora uma operação semelhante de Sua parte, seria quase verdadeiro dizer que tal ausência do Corpo de carne não se torna obstáculo à corrente de vida vinda d’Ele a estes elementos do Pão e do Vinho.
Portanto, quando o Ministrante, o Pastor, obtém o consentimento da congregação e, estando o Corpo e o Sangue sobre a Mesa, pleiteia o Sacrifício d’Ele Que hoje vive extremamente glorificado, ele em essência coloca sua mão sobre o peito de seu Senhor e olhando para estes Reinos que são o lar dos Anjos, e dos Anjos que governam, olha através da face do Pai e pede o Amor e a submissão de Seu Filho pela pobre humanidade, que seja feita toda bela como Ele. E se ele for simples de mente, e como uma criancinha do Reino de coração, ele sentirá em si o Sopro, e embaixo de sua mão o silencioso e forte bater do único e constante Coração da Cristandade hoje, e saberá que aquilo que a sua fraqueza não suportaria fazer deverá ter reforço da Vida que jorra nele, aquilo que pedir ao Pai não fica sem resposta naquela Esfera brilhante de extrema pureza, e a santidade assim permanecerá; e, como Ele prometeu, Ele cumprirá fazer, e de Seu Coração sai uma prece sussurrada, e as preces de vocês serão aceitas por Sua consideração.
Quarta, 5 de dezembro de 1917.
O que lhe demos na noite passada, amigo, referia-se principalmente àquele sacramento que está proeminente dentre os outros. Agora falaremos a você de alguns dos menores, e qual significado parecem ter para nós, e sua eficácia nas vidas daqueles que adotaram o Cristo como seu Líder e Soberano. Não usamos aqui a palavra “Sacramento” no estreito significado eclesiástico, especificado em suas partes ínfimas, mas na maneira pela qual usaríamos nestes Reinos, onde somos capazes de ver as emanações de poder e vitalidade do ponto de vista mais próximo de sua Fonte.
Primeiramente falaremos a você do Casamento como uma união de duas personalidades em faculdade criadora. As pessoas tomam-no quase que no curso ordinário das coisas em que o sexo deveria estar, e também que o sexo deveria ser completado na mistura do macho com a fêmea. Mas não havia necessidade essencial de que fosse assim, a humanidade podia ter sido hermafrodita. Mas há muito tempo atrás, além do início desta atual eternidade de matéria, quando os Filhos de Deus estavam formando-se evolutivamente, em sua concepção ideal deliberaram juntos e depois disso decretaram que uma das leis que deveria guiar seu futuro trabalho seria, não tanto uma divisão da raça em dois sexos, como você e a filosofia da terra conhecem, mas que o sexo seria um dos novos elementos que entrariam na futura evolução do ser, quando os seres entrassem em curto espaço de tempo na matéria, e assim tomassem forma. A personalidade era anterior à forma. Mas a forma dotou a personalidade de individualidade, e assim o elemento personalidade, pela evolução da forma concreta, resultou em seu complemento de pessoas. Mas conforme vieram pessoas de um só elemento, assim o sexo é a unidade composta de duas espécies. Homens e mulheres formam um só sexo, como carne e sangue formam um só corpo.
Até onde podemos penetrar na razão desta decisão da parte daqueles Mais Elevados, foi para que aquela humanidade melhor conhecesse a si. É um grande mistério, e não possuímos a chave para a totalidade dele mesmo aqui. Mas entendemos que na criação dos dois elementos, macho e fêmea, o processo foi feito mais simples para que a raça humana entenda finalmente os elementos de Unidade, do qual foi emanado, e em direção ao qual mais uma vez retornará, quando estiver caminhando plenamente adentrado no trecho final da caminhada da matéria em direção ao espírito.
Fizeram dois grandes princípios que estão incluídos na Unidade da Mente de Deus aparecerem como duas coisas separadas, para que estes dois princípios pudessem ser estudados em detalhes por aqueles que ainda não eram competentes para estudá-los como Unidade. Quando um macho considera a fêmea, ele está apenas tendo um maior entendimento da uma parte de si mesmo, e é assim quando a fêmea raciocina em relação ao macho. Pois assim como eles não eram separados nas eternidades da evolução que vieram antes desta eternidade atual de matéria e forma, assim estes dois elementos deverão tornar-se Um novamente nestas eternidades que estão por vir.
Para que a unidade essencial de obtenção de seres desde aqueles longínquos tempos atrás de nós sejam levadas adiante nestes que agora estão por vir, foi necessário que os dois elementos fossem incluídos em cada indivíduo que se constitui um item de toda uma raça. Então evoluiu o casamento, e no casamento nós temos o ponto de retorno do destino da raça.
Desde o tempo quando do Coração do Máximo veio vindo a primeira ordem daquele movimento que resultou numa série de eras de desenvolvimento, a única notação-chave do todo tem sido o desenvolvimento rumo à diversidade, até que vieram ao oceano do ser, um depois de outro, os princípios de personalidade, individualidade e forma. O último e mais extremo ato de diversidade foi a criação dos dois aspectos da faculdade de reprodução, que vocês chamam de sexo. Este foi o ponto mais extremado da diversidade em princípio e ato.
Aí veio o impulso reflexo dado para a evolução necessária, quando os dois são mesclados em um novamente e o primeiro passo repassado em direção à Unidade de Ser, que é Deus.
Então da mistura dos dois elementos, espiritual e corpóreo, nasce um Terceiro Que em Si une estes dois elementos em Sua única Pessoa. O Senhor Jesus foi o Filho perfeito da Humanidade e Sua natureza, considerado espiritualmente é uma mescla das virtudes masculinas e femininas em partes dualmente iguais.
Corporalmente também esta grande lei é verdadeira, pois sobre seu peito o homem suporta a insígnia dupla de sua feminilidade anterior, e os fisiologistas dirão a você que uma correspondência semelhante não é desejada na outra metade que, com ele próprio, faz da humanidade uma só unidade.
Por esta experiência dos dois em unidade, o ser humano aperfeiçoado, eras adiante, em outros mundos superiores, vai se apressar a caminhar na direção do estado de Ser consumado, o homem chegará ao conhecimento de como isto é possível: ao amar outro e dar ao outro através da negação de si, ele estará amando a si mesmo e mais generosamente dando a si mesmo pela mesma negação de si; e aquilo que quanto mais odiar em sua vida, tanto mais encontra-lo-á naquelas eternas esferas brilhantes - você sabe Quem ensinou isto, e Ele não falava de coisas estranhas nem de algum princípio sendo testado. Você e nós, amigo, estamos ainda aprendendo esta lição tão sublime, e lá adiante está nossa estrada, diante daquilo que aprendermos disto em sua profundidade. Mas Ele já a atingiu.
Quinta, 6 de dezembro de 1917.
O que já escrevemos, amigo, escrevemos resumidamente e sem expansividade. Pois não era possível dizer-lhe tudo, mesmo daquilo que devíamos, porque serviria somente para fazer maior a carga, e também prestaria um desserviço por não deixar espaço suficiente a você para exercitar sua própria mente em penetrar no significado real das coisas. Nós damos a você o milho suficiente para fazer seu bolo. Se, ao comê-lo, achar gostoso, então plante mais milho para você, debulhe, moa, misture, e quanto mais retiver do que assim obtiver, maior será o benefício a si e aos outros que lerem o que escrevemos. Portanto, às próximas palavras.
Quando dissemos que o casamento era o ponto de retorno do ciclo evolutivo do ser, falamos da matéria em geral, não em particular. Agora vamos detalhar mais especificamente e falaremos do resultado do casamento, a unidade humana, macho ou fêmea conforme seja o caso.
Ela nasceu, você perceberá, de um quádruplo elemento. Há o elemento macho e fêmea do senhor, e também o fêmea e macho da senhora. No pai, a expressão dominante é a da masculinidade; na mãe, a da feminilidade. Pela incorporação destes quatro elementos, ou ainda quatro aspectos de um elemento, ou, mais proximamente ainda, estes dois aspectos e dois outros sub-aspectos de uma única coisa, na única pessoa emanada há, primeiro multiplicadas e então unificadas novamente, algumas destas variações que são a expressão externa do mais íntimo princípio do sexo.
Assim ele começa a viver sua própria vida, esta criança de eternidades passadas, e para olhar em direção às eternidades futuras.
Você está esperando que falemos do Batismo, e seu complemento, a Imposição de mãos. Libere sua mente, amigo, e deixe-nos seguir de nosso jeito com você e, com sua licença satisfatória talvez consigamos ajudá-lo melhor do que faríamos se você decidisse o curso em que devemos navegar. Nós já temos a nossa carta detalhada e pronta. Portanto escreva o que lhe dizemos, e não vá tendo idéias em sua mente a respeito do que teremos esta noite ou amanhã. Desejamos que sua mente esteja livre para que possamos não ter promontórios a circundar, nem estreitos para desbravarmos precariamente em nosso caminho. Deveremos fazer melhor no nosso próprio caminho, e não tão bem no seu.
Desculpe. Sim, certamente eu estava esperando que falassem em seguida do Batismo. Parecem estar um pouco erráticos em sua ordem de Sacramentos - sagrada Comunhão, aí o Casamento. Bem, senhor, qual seria o próximo, por favor?
O Sacramento da Morte, amigo, o que o surpreende. Bem, o que seria de sua vida sem surpresas, já que elas são como as estações do ano e servem para enfatizar o fato de que a inércia não é progressiva... E progressão é um dos grandes objetos do Universo de Deus.
Vocês não deveriam dar este nome para a Morte. Mas olhamos para o Nascimento e para a Morte como sendo ambos Sacramentos muito reais. Se o Casamento for chamado da forma certa, então o Nascimento segue naturalmente no mesmo grupo, e a Morte é apenas o Nascimento progredido até a consumação. No nascimento a criança sai da escuridão em direção à luz do sol. Na morte, a criança nasce para a maior luz dos Céus de Deus - nem mais, nem menos. No nascimento a criança é libertada no Império de Deus. No Batismo é incorporado ao Reino dos Filhos de Deus. Pela morte ele é feito livre destes Reinos para os quais ele foi treinado para servir, naquela parte do Reino que é a terra.
No nascimento, ele se torna um homem. No Batismo, ele percebe sua masculinidade ao tomar este serviço sob a bandeira de seu Rei. Pela morte, vai em direção a um serviço mais amplo: aqueles que fizeram bem, como veteranos testados e tidos como leais e bons; aqueles que fizeram melhor, como oficiais para comandar; e aqueles que fizeram muito bem, como Senhores para governar.
A Morte, portanto, nada encerra, apenas carrega adiante o que foi iniciado e, enquanto permanece entre a fase terrestre de vida e a vida das Esferas, é uma coisa sagrada entesourando uma transação mesclada de ambos, e como um sacramento, como nós usamos e entendemos esta palavra.
Então falamos do Batismo, finalmente, e, se não ficamos nisto, acredite-me, não é porque não entendemos seu grande momento na carreira de servo do Cristo, mas é porque temos outras coisas a dizer-lhe que não ficamos naquilo que você entende melhor. Assim, umas poucas palavras no Sacramento da Morte, e pararemos por esta vez, porque notamos que você tem outro trabalho para fazer.
Quando o homem chega perto daquela hora em que deverá mudar sua esfera, aí ocorre em seu ser um reagrupamento dos tais elementos que foram juntados e engendrados durante sua vida na terra. Estes são as partículas residuais daquelas experiências através das quais ele passou - de esperança e motivação e aspiração e amor e outras expressões de valor verdadeiro, interiores do homem em si. Estas estão dispersas na contabilidade de seu ser, e são seu ambiente mesmo ausentes. Assim que a mudança aproxima-se, são todas puxadas e agrupadas em sua alma, e então esta alma é cuidadosamente puxada do envoltório material e liberado, como sendo o corpo do homem para a próxima fase de progresso nos Céus do Senhor.
Mas a morte, algumas vezes, vem de um choque e numa fração de tempo. Então a alma não está completa totalmente, estando cheia de saúde ou forte, para seguir adiante. É necessário permanecer em processo progressivo até que os mesmos elementos tenham sido agrupados do corpo material e apropriadamente incorporados no corpo espiritual. Sem dúvida, até que isto seja bem feito e completamente, o homem não é bem nascido em espírito. É como um nascimento antes de ser completado o tempo na vida da terra, quando a criança é fraca e cresce apenas gradualmente, fortalecendo-se conforme puxa para si aquelas forças que lhe faltavam quando veio à luz do sol.
Assim dizemos que a Morte é um sacramento, e indubitavelmente é muito sagrado. Alguns poucos de sua raça - e mais dos que você conhece, além disso - despiram-se de seus corpos na terra sem passarem lentamente por esta desintegração que é a morte aos olhos dos homens. Mas o ato essencial é idêntico em ambos. E para que a morte tenha a honra justa na sua forma mais usual, Ele Que é Senhor da Vida não duvidou em passar daquela forma da vida para a vida eterna, e pela forma de Sua morte Ele mostrou que, qualquer que seja a forma ou o valor aos olhos do homem, é um ato normal da jornada da humanidade, já que impulsiona em direção ao mais alto curso do Rio da Vida, que vem do Coração de Deus.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Na Glória do Cristo
Se entre as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade comparece com todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo.
Surge o Evangelho do contacto entre dois mundos.
Zacarias, o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um mensageiro espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe o nascimento de João Batista.
O mesmo Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré e saúda-Ihe o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime.
Nasce, então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores.
Usando o magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma a água em vinho, nas bodas de Caná.
Intervém nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades inferiores provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do obsidiado de Gadara ou na exaltação febril da sogra de Pedro.
Levanta corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de todas as procedências.
Apazigua elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as necessidades do povo.
Sonda os ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os pensamentos ocultos.
Conversa, Ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, ante os discípulos espantados.
Avisa a Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda moral, e faz sentir a Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo desditoso está sendo vítima.
Ora no horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados divinos.
E, depois da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes instruções quanto ao destino da Boa Nova.
Reaparece, plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de Emaús, e, mais tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças de Damasco, para confiar-lhe elevada missão entre os homens.
E porque o jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado, ante o encontro imprevisto, busca Ele próprio a cooperação de Ananias para socorrer o novo companheiro dominado de assombro.
É inútil, assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se reúnam para confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica ou da parapsicologia - que mais se assemelham a requintados processos de dúvida e negação -, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da vida de Jesus, que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol indiscutível, a brilhar para sempre.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Indagação de Natal
A soberania das nações esfacelava-se sob o vigor das tropas que as submetiam à condição de vergonha.
Os tronos, erguidos sobre os cadáveres do passado, ruíam em escombros que sepultavam outras vidas.
O predomínio da força transferia as rédeas do poder de umas para outras mãos mais vigorosas, enquanto a alucinação sanguissedenta devorava as mais belas florações do sentimento humano.
Os bárbaros, que se destacavam pela violência e se notabilizavam pelo vigor das glórias conseguidas nos campos de batalha, escravizavam os filósofos.
A espada silenciava o pensamento.
O direito da força predominava, estiolando a grandeza do direito à vida, ao amor, à fraternidade.
A liberdade fizera-se apanágio dos poderosos, que se compraziam em vilipendiar e destruir, violando todas as conquistas do gênero humano.
O medo abraçava a bajulação, e a urdidura da intriga e do crime selecionava aqueles que tinham o direito à vida e ao gozo, sempre, no entanto, transitórios, de alto preço.
É nesse clima sócio-político-moral que nasceu Jesus.
Em pleno fastígio do império de Augusto, Ele surge no silêncio de uma noite fria e inicia a Era da Paz.
Com Ele surgem a esperança e a liberdade, os direitos humanos e a glória da imortalidade.
Quando alcança a idade da razão, altera a marcha da História e insculpe, nos metais das vidas, os indestrutíveis símbolos do amor e da felicidade.
Instala o reinado da ternura e estabelece a diretriz do perdão, como elementos indispensáveis à vivência ditosa.
Protótipo da coragem, faz-se Homem Integral e Cósmico, ensinando a resistência ao mal e a utilização da humildade em detrimento da opressão e da soberba da violência.
Liberta todos aqueles que O buscam, mesmo que aparentemente estejam submissos e escravizados.
Jesus é o Herói de todas as batalhas, que verte suor e sangue, doando-se em holocausto vivo, que abala a consciência dos tempos.
*
Estes são outros tempos, não muito diferentes daqueles, os tempos nos quais Ele nasceu.
Há também predomínio da força e esmagamentos dos ideais, ganância e loucura nos quais os homens se locupletam, vitimados em si mesmos.
Não obstante, há glórias do amor e do sacrificio, da abnegação e da renúncia.
Milhões de vidas que se estiolam na fome, na miséria moral e econômica, aguardam que Jesus volte a nascer, a fim de poderem respirar e viver, adquirindo a dignidade que lhes tem sido negada pelos enganados-enganadores, ora guindados ao poder temporal.
Imprescindível que cada homem se pergunte o que tem sido feito em favor de si mesmo, no sentido da sua realidade eterna e em relação ao seu próximo.
Não seria o momento próprio para que, por tua vez te indagues se Jesus já nasceu no teu coração e cresceu na tua vida, alterando as tuas e as estruturas da sociedade para melhor?
Se tal ainda aconteceu, utiliza-te deste Natal e deixa-O renascer nas paisagens do teu mundo íntimo, a fim de que o reino de paz tenha início, de imediato, no país do teu coração, alargando-se por toda a Terra, e gerando o clima de felicidade para todos.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Vigilância. Ditado pelo Espírito Joana de Ângelis. cap. 20. Livraria Espírita Alvorada Editora.
O Brilho do Natal
Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!
A manjedoura, a estrela, os pastores felizes.
Chega o Mestre trazendo novas diretrizes,
Enaltecendo o bem, o trabalho e o amor,
Ensina, cura e canta o subido valor
Do sal que à Terra empresta sabor profundo.
Brilha um novo Natal com seus novos matizes,
E a busca de Jesus pelo agasalho humano
Incansável prossegue, ainda que seja um pano
Como a mais sincera oferta dos corações.
Busca alcançar as almas, famílias, nações,
Onde a ventura possa, então, deitar raízes.
Brilha agora o Natal com pujante vigor,
Esparzindo esperanças na vida da gente,
Quando claudica a fé e a dor é renitente.
Convoca-nos, Jesus, à coragem sem jaça,
A mostrar que na Terra toda angústia passa
Para quem forja a fé nos empenhos do amor.
É que, esplêndido, o Natal brilha ano após ano,
Como sempre inspirando-nos benevolência,
Ao mesmo tempo a lhaneza e a doce paciência,
Para que junto ao lar ou no trabalho diário,
Noss'alma seja qual precioso relicário
Das blandícias do Céu em prol do ser humano.
Brilha o Natal, cada vez mais aconchegante,
A nos propor novos caminhos de prudência
Ante as mais graves decisões e, sem violência,
Tudo possamos resolver na luz do bem,
Seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,
Bem junto à vibração de Jesus abençoante.
Brilha o Natal no imo da mais tosca choupana,
Como brilha no paço mais rico do mundo,
Para ensinar-nos, em verdade, que, no fundo,
Tem pouca importância a riqueza exterior,
Quando seguimos vinculados ao Senhor,
Cuja aura sublime todo o planeta irmana.
Ave, Senhor, ante o Teu berço recordado!
Ante Tua saga proclamada como um marco,
Diante do poderio humano, ingênuo e parco,
Que não resiste do tempo à força e à voragem.
Que o Teu augusto coração dê-nos coragem
De viver Teu Natal de íntimo renovado.
Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!
A manjedoura, a estrela e novas esperanças
De que aqui se implemente as sonhadas mudanças.
A Terra roga a Deus equilíbrio, eqüidade,
P'ra viver sob a luz do amor e da verdade,
Cada dia, com Cristo, o Natal mais fecundo.
Raul Teixeira. Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque. Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 22.9.2004, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ. (fonte: www.feparana.com.br).
A manjedoura, a estrela, os pastores felizes.
Chega o Mestre trazendo novas diretrizes,
Enaltecendo o bem, o trabalho e o amor,
Ensina, cura e canta o subido valor
Do sal que à Terra empresta sabor profundo.
Brilha um novo Natal com seus novos matizes,
E a busca de Jesus pelo agasalho humano
Incansável prossegue, ainda que seja um pano
Como a mais sincera oferta dos corações.
Busca alcançar as almas, famílias, nações,
Onde a ventura possa, então, deitar raízes.
Brilha agora o Natal com pujante vigor,
Esparzindo esperanças na vida da gente,
Quando claudica a fé e a dor é renitente.
Convoca-nos, Jesus, à coragem sem jaça,
A mostrar que na Terra toda angústia passa
Para quem forja a fé nos empenhos do amor.
É que, esplêndido, o Natal brilha ano após ano,
Como sempre inspirando-nos benevolência,
Ao mesmo tempo a lhaneza e a doce paciência,
Para que junto ao lar ou no trabalho diário,
Noss'alma seja qual precioso relicário
Das blandícias do Céu em prol do ser humano.
Brilha o Natal, cada vez mais aconchegante,
A nos propor novos caminhos de prudência
Ante as mais graves decisões e, sem violência,
Tudo possamos resolver na luz do bem,
Seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,
Bem junto à vibração de Jesus abençoante.
Brilha o Natal no imo da mais tosca choupana,
Como brilha no paço mais rico do mundo,
Para ensinar-nos, em verdade, que, no fundo,
Tem pouca importância a riqueza exterior,
Quando seguimos vinculados ao Senhor,
Cuja aura sublime todo o planeta irmana.
Ave, Senhor, ante o Teu berço recordado!
Ante Tua saga proclamada como um marco,
Diante do poderio humano, ingênuo e parco,
Que não resiste do tempo à força e à voragem.
Que o Teu augusto coração dê-nos coragem
De viver Teu Natal de íntimo renovado.
Brilha, de novo, o Natal de Jesus no mundo!
A manjedoura, a estrela e novas esperanças
De que aqui se implemente as sonhadas mudanças.
A Terra roga a Deus equilíbrio, eqüidade,
P'ra viver sob a luz do amor e da verdade,
Cada dia, com Cristo, o Natal mais fecundo.
Raul Teixeira. Ditado pelo Espírito Ivan de Albuquerque. Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 22.9.2004, na Sociedade Espírita Fraternidade, Niterói-RJ. (fonte: www.feparana.com.br).
O Advogado da Cruz
No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos.
Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.
Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.
Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.
Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.
Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Emmanuel.
Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela.
Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão.
Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão.
Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns.
Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos.
Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade.
Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir".
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Antologia Mediúnica do Natal. Ditado pelo Espírito Emmanuel.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
NATAL DE AMOR
por: Joanna de Ângelis
Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais sonhados, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-lo com o Seu berço de palha e uma cruz detestada para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento, nunca, porém, para a sua gênese,
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa época de inconcebíveis preconceitos de todo o gênero, elegeu sempre os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos Lhe apreendessem os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que eram parte do dia-a-dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos, que prosseguem embalando o pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia de párias, não se fez miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se submeteu.
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se, e generaliza-se a loucura dizimando as vidas que lhe tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-Lo, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para o futuro.
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade, oportunidade de crescimento, de dignificação, de saúde e de educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo, modelo e guia de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra por meio dEle, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejam a plenitude.
· Sobre o autor: “Um espírito que irradia ternura e sabedoria, despertando-nos para a vivência do amor na sua mais elevada expressão”. Trata-se de Joanna de Ângelis que, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito livros ricos de ensinamentos baseados no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana. Nas estradas dos séculos, vamos encontrá-la na mansa figura de JOANA DE CUSA, numa discípula de Francisco de Assis, na grandiosa SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ e na intimorata JOANA ANGÉLICA DE JESUS.
Recursos Mediúnicos
A mediunidade é recurso paranormal inerente a todos os homens. Conquista do Espírito através do tempo, melhor se expressa naqueles que mais facilmente se liberam das constrições do instinto, normalmente predominante em a natureza humana.
Instrumento para o intercâmbio entre as mentes desencarnadas e as criaturas ainda retidas no envoltório físico, varia em sensibilidade de captação e capacidade de filtragem, qual ocorre com as demais faculdades do ser.
Mais aguçada em uns indivíduos do que em outros, surge, espontaneamente, requerendo educação e estudo para atingir a finalidade a que se destina, como o embrião que espera cuidados e atenção para adquirir segurança, a fim de alcançar a meta que o aguarda.
*
As resistências e valores morais do médium constituem-lhe a garantia indispensável para o ministério a que se propõe.
A queda de água em desalinho produz desastres, enquanto que a canalizada gera força e energia.
A eletricidade, para alcançar o destino que a aguarda, impõe a presença de cabos condutores à altura da sua potência.
A segurança do edifício depende da estrutura na qual se apóia.
A perfeição do equipamento repousa na harmonia e na superior qualidade das suas peças.
A mediunidade, da mesma forma, necessita de vários e indispensáveis requisitos para produzir com segurança e equilíbrio.
*
Há médiuns e médiuns, que enxameiam por toda parte.
Conscientemente ou não, sintonizam, por automatismo ou desejo, com as mentes que lhes são afins.
Porque a população do mundo espiritual seja muito maior do que a do plano físico, os homens sempre se encontram acompanhados por Entidades desencarnadas, consoante os compromissos de outras reencarnações ou as tarefas a que ora se vinculam.
*
De acordo com a direção mental, as tendências, os hábitos e os interesses humanos, são estabelecidos os vínculos de ligação psíquica e dependência física com os Espíritos.
Como resultado, encontramos os médiuns da insensatez e do crime, como os medianeiros da esperança e da ordem;
os médiuns da perversidade e da alucinacão, como os portadores da bondade e do equilíbrio;
os médiuns dos vícios, escravizados aos tormentos que os ensandecem, assim como os veiculadores da virtude e da previdência;
os médiuns da ignorância e da sombra, mas, igualmente, os mensageiros da luz e do conhecimento;
os médiuns da ira, da calúnia, do ódio, no entanto, outros que o são do amor, da verdade, da paz...
Diferem uns dos outros pelo comportamento a que se entregam, tornando-se, portanto, veículos daqueles com os quais estabelecem ligação.
*
Identificando, ou não, a presença de recursos mediúnicos em ti mesmo, recorre à oração nos momentos de difícil decisão ou de testemunho, de trabalho ou de repouso.
Observa-te, tentando conheceres-te em profundidade.
Procura fixar as tuas características pessoais superiores, eliminando aquelas que se te irrompem intempestivamente, como resultado da própria impulsividade ou de inspiração negativa.
Recorda-te da invigilância mediúnica de Pedro, que se deixou vencer pelo medo a ponto de negar o Amigo, e da obsessão em Judas, que o levou a trair o Divino Benfeitor, mantendo-te atento e digno, a fim de que as "forças do mal" não te propilam a situações lamentáveis, de que te arrependerás.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos de Coragem. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1988.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
FILME OS ÓRFÃOS
CONDIÇÕES PARA A EXIBIÇÃO DO FILME: OS ÓRFÃOS:
Prezado confrade,
Apesar de a Melion Produções ser uma empresa jurídica, tendo que prestar contas a vários setores governamentais, estamos cientes que a parte social não deve ser esquecida.
Há muito se têm questionado porque não há produção artística que leve ensinamentos da espiritualidade ao cinema e à televisão.
Talvez, até hoje ninguém tenha se aventurado a esse desafio porque o trabalho é duro, apesar de gratificante pelos resultados obtidos quando presenciamos as lágrimas dos que assistem ao filme.
Contamos com a sua dedicação em “vestir a camisa” da Melion Filmes, pois dependemos das vendas dos ingressos para continuar a produzir outros filmes.
Obrigado pela ajuda.
SOBRE O FILME
A MELION Filmes o convida a usar o espaço da sua instituição para exibir o Filme: OS ÓRFÃOS.
É um filme longa-metragem com 115 min., de duração. Foi gravado digitalmente para ser exibido em casas espíritas, associação de amigos de bairro, instituições filantrópicas, associações espiritualistas ou qualquer entidade interessada no filme.
MATERIAL PARA EXIBIR O FILME
A MELION FILMES investiu em equipamentos de última geração para que o expectador fique entretido com a produção do filme. Para isso levaremos ao local;
• Um telão que se adapta ao tamanho do local onde será a exibição.
Ex.: Até 150 pessoas, tela mínima com 2x1,40 mts.
De 150 a 300 pessoas, tela mínima com 3x2.60 mts.
• Um projetor de altíssima resolução, um dos mais modernos do mercado.
O projetor deve ter no mínimo, 1800 ansilumens – nosso modelo é o CS6 – Sony
• Um aparelho DVD para a reprodução do filme.
O aparelho deve ler o DVD do filme, pois alguns não lêem ou ficam com a qualidade estranha. Nosso aparelho é o: Britânia Matrix 9
• Equipamento de som profissional.
Duas caixas acústicas com 300 Wts. cada, sobre suportes com 2,50 mts. de altura.
Mesa com 4 canais, com 3 vias (agudo, médio e grave)
Potência com 800 Wts – Reais.
IMPORTANTE:
• Logo ao agendar uma data para exibição, a MELION FILMES enviará pelo correio ou pessoalmente, a quantidade de ingressos solicitados.
- Para cada 10 ingressos solicitados, um cartaz do filme será enviado para ajudar na divulgação.
bs. Caso a entidade não consiga vender todos os ingressos, a sobra deverá ser devolvida a MELION sem estar danificado, ou seja, rasurados ou com escritos. Caso isso ocorra será cobrado por cada ingresso danificado o valor de R$ 0,20.
QUANTIDADE DE INGRESSOS A SEREM VENDIDOS.
Segunda a Sexta (exceto feriados)
Caso 1
- Devem ser vendidos no mínimo 50 ingressos para 1 sessão (Neste caso a entidade não tem direito aos 20%)
Caso 2
- Para que a entidade tenha direito aos 20% precisa vender no mínimo 80 ingressos para 1 sessão ou 100 ingressos para 2 sessões)
Sábados, domingos e feriados
Caso 1
- No mínimo 80 ingressos para 1 sessão (Neste caso a entidade não tem direito aos 20%).
Caso 2
- Para que a entidade tenha direito aos 20% precisa vender no mínimo 100 ingressos para 1 sessão ou 120 ingressos para 2 sessões)
Obs.: 4 lugares serão destinados à equipe da MELION. /
- O Filme é inapropriado para menores de 10 anos.
SOBRE A VENDA DE INGRESSOS
- Cada ingresso será vendido à R$ 7.00 (Sete Reais)
Obs.:
- Acima de 200 Km – Somente com representantes da região. (leia sobre como ser representante)
- O filme só será exibido quando forem vendidos os ingressos acima estipulados, mesmo que para isso seja necessária duas ou até três exibições seguidas.
- Cada ingresso será vendido à R$ 7.00 (Sete Reais)
- 20% do valor arrecadado com a venda dos ingressos será repassado a entidade que exibir o filme. 80%, para a produção de novos filmes. – Caso a instituição tiver todo o equipamento necessário para a exibição, a porcentagem será de 50%.
- A idade mínima para assistir o filme é de 10 anos.
IMPORTANTE
• Para que seja feita a exibição do filme é necessário que o mínimo de ingressos, sugeridos para o local, sejam vendidos até a sua exibição. Um responsável da MELION entrará em contato com a entidade até dois dias antes da exibição para saber se o limite mínimo de ingressos já foi comercializado, se a resposta for negativa, provavelmente deverá ser marcada outra data para a exibição.
• Para que a MELION FILMES possa exibir o filme com qualidade profissional, levando assim um entretenimento de primeiro nível ao espectador, existe um custo. Por isso, a quantidade mínima de ingressos deverá ser vendida. O responsável pela exibição na entidade que por algum motivo informar que já vendeu a quantidade mínima de ingressos sem ainda ter vendido , deverá cobrir os gastos da MELION FILMES, se necessário para isso, até deixar de ganhar os 20% das vendas de ingressos.
DIVULGAÇÃO EM GERAL
• O filme está sendo divulgado através de nosso site:
- O espectador, através do botão: ONDE ASSISTIR - terá as seguintes informações: LOCAL DA EXIBIÇÃO, DATA E HORA, NOME DA ENTIDADE, CAPACIDADE, ENDEREÇO, E-MAIL E TEL. PARA RESERVA DE INGRESSOS.
• Sites Especiais
• E-mail - Para pessoas interessadas no assunto que se cadastram no site
• Centros Espíritas - Através de cartas, e-mails, cartazes, etc.
• (nos indiquem se conhecerem outros meios de divulgação)
AOS INTERESSADOS
Caso haja interesse em participar do projeto, pedimos que entre em contacto com nossa empresa através do e-mail: cinema@melion.com.br
Esperamos firmar uma grande e promissora parceria, que naturalmente será um destaque a mais neste produto que, além de ser uma grande novidade nos meios culturais, com certeza trará grandes benefícios para a sociedade.
Sem mais,
MELION FILMES
(11) 3731-4269
Pai Nosso
"Pai nosso..."
- Jesus. (Mateus, 6:9.)
A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve construir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso... - disse Jesus para começar.
Pai do Universo... Nosso Mundo...
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Fonte Viva. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 26 edição. Lição 77. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 2001.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Então É Natal
(Canta Simone. Desconheço a autoria da versão.)
Música original: John Lennon
Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Então é Natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, do amor como um todo.
Então bom Natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Então é Natal, pro enfermo e pro são.
Pro rico e pro pobre, num só coração.
Então bom Natal, pro branco e pro negro.
Amarelo e vermelho, pra paz afinal.
Então bom Natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Então é Natal, o que a gente fez?
O ano termina, e começa outra vez.
E então é Natal, a festa Cristã.
Do velho e do novo, o amor como um todo.
Então bom Natal, e um ano novo também.
Que seja feliz quem, souber o que é o bem.
Harehama, há quem ama.
Harehama, ha...
Então é Natal, e o que você fez?
O ano termina, e nasce outra vez.
Hiroshima, Nagasaki, Mururoa...
BALIZAS DELIMITADORAS/Joanna de Ângelis
Quando a amizade unir as criaturas com desinteresse, as paixões desgastantes cederão lugar ao júbilo espontâneo.
Quando a solidariedade mantiver os homens, sinceramente, interessados no bem, a guerra abandonará os povos e a paz dominará os corações.
Quando o amor lubrificar os sentimentos humanos, o ódio deixará de ser ferrugem destruidora nas engrenagens da vida.
Quando a caridade tomar sobre os ombros as dores dos indivíduos, então se estabelecerá, na Terra, "o reino de Deus".
Quando os seres sencientes se derem conta que, somente através da própria transformação moral para melhor, a existência física tem sentido, desaparecerão a loucura e o suicídio dos quadros sociais e morais do planeta.
O homem tem como destinação evolutiva uma libertação das sombras teimosas que lhe impedem a clara visão do processo santificante.
A aquisição da consciência faculta-lhe compreender os valores que escravizam e aqueloutros que emulam à felicidade.
Diante dos conflitos decorrentes, com sabedoria ele elege os fatores positivos e entrega-se a incorporá-los a sua vivência, desse modo avançando sem tropeço para lograr o objetivo à frente.
Enquanto esta decisão não seja tomada, os altibaixos emocionais constituem-lhe a áspera prova, que terá de vencer mediante a dedicação integral.
Indecisão é fraqueza moral a soldo da irresponsabilidade.
Definir rumo, vencer distância, avançar com estoicismo, eis as formas de adquirir os títulos de enobrecimento, para cuja finalidade se encontra o homem reencarnado no planeta.
"Granjeia amigos com as riquezas da injustiça" - propôs Jesus.
Sê companheiro do necessitado que renteia contigo, repartindo com ele pão, paz e iluminação.
Ama, indiscriminadamente, irradiando este nobre sentimento que concede elevação ao ser.
Torna-te as mãos da caridade em ação e estarás contribuindo para o mundo melhor de amanhã, cujas balizas devem ser colocadas desde hoje, na condição de marcos delimitadores do que eras ontem, do que és hoje e do que serás amanhã.
Psicografia de Divaldo P. Franco – Momentos de Felicidade
A MORTE NÃO EXISTE/ Léon Denis
A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.
Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.
Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.
(Léon Denis - O Problema do Ser, do Destino e da Dor).
Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.
Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra” O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.
(Léon Denis - O Problema do Ser, do Destino e da Dor).
Evangelho em Casa
O culto público da fé religiosa é o mostruário brilhante do conhecimento e da educação, mas, o culto em casa é a laboriosa oficina de aperfeiçoamento do cárater, na qual perdemos antigas e contudentes arestas, melhorando-nos em espírito, uns a frente dos outros.
No santuário da praça, o Mestre nos fala a inteligência, mas, no altar doméstico, o Senhor nos fala ao coração.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Indugência. Ditado pelo Espírito Emmanuel. IDE.
No santuário da praça, o Mestre nos fala a inteligência, mas, no altar doméstico, o Senhor nos fala ao coração.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Indugência. Ditado pelo Espírito Emmanuel. IDE.
Cânticos de Louvor
Quando a vida começava no mundo, os pássaros sofriam bastante.
Pousavam nas árvores e sabiam voar, mas como haviam de criar os filhotinhos? Isso era muito difícil.
Obrigados a deixar os ovos no chão, viam-se, quase sempre, perseguidos e humilhados.
A chuva resfriava-os e os grandes animais, pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.
E as cobras? Essas rastejavam no solo, procurando-os para devorá-los, na presença dos próprios pais, aterrados e trêmulos.
Conta-se que, por isso, as aves se reuniram e rogaram ao Pai Celestial lhes desse o socorro necessário.
Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou a orientá-las na construção do ninho.
Os pássaros não dispunham de mãos; entretanto, o mensageiro inspirou-os a usar os biquinhos e, mostrando-lhes os braços amigos das árvores, ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da floresta, ajudando-os a tecer os ninhos no alto.
Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e, quando as tempestades apareceram, houve segurança geral.
Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações, as aves combinaram entre si cantar todos os dias, em louvor do Santo Nome de Deus.
Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã, outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.
Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois, de que do seu coraçãozinho, coberto de penas, está saindo o eterno agradecimento que Deus está ouvindo nos céus.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.
Pousavam nas árvores e sabiam voar, mas como haviam de criar os filhotinhos? Isso era muito difícil.
Obrigados a deixar os ovos no chão, viam-se, quase sempre, perseguidos e humilhados.
A chuva resfriava-os e os grandes animais, pisando neles, quebravam-nos sem compaixão.
E as cobras? Essas rastejavam no solo, procurando-os para devorá-los, na presença dos próprios pais, aterrados e trêmulos.
Conta-se que, por isso, as aves se reuniram e rogaram ao Pai Celestial lhes desse o socorro necessário.
Deus ouviu-as e enviou-lhes um anjo que passou a orientá-las na construção do ninho.
Os pássaros não dispunham de mãos; entretanto, o mensageiro inspirou-os a usar os biquinhos e, mostrando-lhes os braços amigos das árvores, ensinou-os a transportar pequeninas migalhas da floresta, ajudando-os a tecer os ninhos no alto.
Os filhotinhos começaram a nascer sem aborrecimentos, e, quando as tempestades apareceram, houve segurança geral.
Reconhecendo que o Pai Celeste havia respondido às suas orações, as aves combinaram entre si cantar todos os dias, em louvor do Santo Nome de Deus.
Por essa razão, há passarinhos que se fazem ouvir pela manhã, outros durante o dia e outros, ainda, no transcurso da noite.
Quando encontrarmos uma ave cantando, lembremo-nos, pois, de que do seu coraçãozinho, coberto de penas, está saindo o eterno agradecimento que Deus está ouvindo nos céus.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Pai Nosso. Ditado pelo Espírito Meimei. 19 edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1999.
sábado, 20 de dezembro de 2008
As vidas sucessivas
O Fenômeno Espírita – Gabriel Delanne
A lei das existências sucessivas é-nos ensinada pelos Espíritos instruídos. O testemunho de milhares de almas que se comunicam vem trazer a esta crença a autoridade da experiência diária, porque todos dizem-nos que vêem os erros de suas vidas passadas, que sofrem por isso e que procuram voltar à Terra para reparar as faltas anteriormente cometidas.
Eis o que a respeito diz Allan Kardec:
“O dogma da reencarnação, afirmam certas pessoas, não é novo: ressuscitou de Pitágoras. Nunca dissemos que a doutrina espírita fosse invenção moderna; o Espiritismo, sendo uma lei da Natureza, existe desde a origem dos tempos, e sempre nos esforçamos em provar que seus indícios aparecem desde a mais remota antigüidade. Pitágoras, como se sabe, não é o autor do sistema da metempsicose: colheu-o entre os filósofos da Índia e do Egito, onde ele existia desde tempos imemoriais. A idéia da transmigração das almas era, pois, uma crença vulgar, admitida pelos homens mais eminentes. Como lhes veio essa idéia? Pela revelação ou por intuição? Não o sabemos; mas, como quer que tenha sido, uma idéia não transpõe as idades e não é aceita por inteligências escolhidas, se não tiver um lado sério.”
A antigüidade desta doutrina, em vez de constituir-lhe motivo de repulsa, deve ser considerada uma prova a seu favor. Contudo, vê-se que há, na metempsicose dos antigos, um ponto que a diferencia muito da doutrina moderna da reencarnação, e que os Espíritos rejeitam do modo mais absoluto: a transmigração do homem para os animais.
“Os Espíritos, ensinando o princípio da pluralidade das existências corporais, fazem reviver uma doutrina que nasceu nas primeiras épocas do mundo e que se conservou até os nossos dias no pensamento íntimo de muitas pessoas; eles, porém, apresentam-na sob um ponto de vista mais racional, mais conforme com as leis progressivas da Natureza e mais em harmonia com a sabedoria do Criador, despojando-a de todos os acessórios da superstição. Uma circunstância digna de nota é que não é somente em nossos livros que eles a ensinaram nestes últimos tempos: antes de nossa literatura, numerosas comunicações da mesma natureza foram obtidas em diversos países e se multiplicaram consideravelmente depois.[i]
“Examinemos a coisa sob outro ponto de vista e, abstração feita de toda intervenção dos Espíritos, que ficam de parte por um instante, supondo-se mesmo que nunca se tivesse tratado dos Espíritos, coloquemo-nos momentaneamente num terreno neutro e admitamos no mesmo grau a probabilidade das duas hipóteses, a saber: a pluralidade e a unidade das existências corporais, e vejamos para que lado penderão a nossa razão e o nosso próprio interesse.
“Certas pessoas repelem a idéia da reencarnação pelo único motivo de não lhes convir isso, dizendo que lhes basta uma existência e que não desejam ter outra igual; conhecemos alguns que se enfurecem só com o pensamento de reaparecerem na Terra.
“Ouvimos fazer este raciocínio: Deus, que é soberanamente bom, não pode impor ao homem o recomeço de uma série de misérias e tribulações. Acharão, porventura, que haja mais bondade em condenar-se o homem a um sofrimento perpétuo por alguns momentos de erro, do que em fornecer-lhe os meios de reparar suas faltas? O pensamento de ser para sempre fixada a nossa sorte por alguns anos de provas, quando nem sempre depende de nós atingir a perfeição na Terra, tem alguma coisa de aflitivo, ao passo que a idéia contrária é eminentemente consoladora: ela deixa-nos a esperança. Por isso, sem nos pronunciarmos pró ou contra a pluralidade das existências, sem admitirmos uma hipótese de preferência à outra, dizemos que, se fosse concedida a escolha, ninguém preferiria um julgamento sem apelo.
“Se não há reencarnação, não haverá senão uma existência corporal: isto é evidente; se a nossa existência corporal é a única, a alma de cada homem é criada na ocasião do seu nascimento. Admitindo-se, segundo a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo ou, o que significa o mesmo, que anteriormente à sua encarnação, ela só possui faculdades negativas, apresentamos as questões seguintes:
“1º- Por que motivo a alma apresenta aptidões tão diversas e independentes das idéias adquiridas pela educação?
“2º- Donde procede a aptidão extranormal de certas crianças para tal arte ou tal ciência, ao passo que muitos adultos ficam inferiores ou medíocres durante toda a sua vida?
“3º- Donde vêm, para uns, as idéias intuitivas ou inatas que não existem em outros?
“4º- Donde se originam, para certas crianças, esses instintos precoces de vícios ou de virtudes, esses sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza que contrastam com o meio em que elas nasceram?
“5º- Por que certos homens, abstração feita da educação, são mais adiantados que os outros?
“6º- Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomardes uma criancinha hotentote e a educardes nos nossos liceus de mais nomeada, conseguireis fazer dela um Laplace ou um Newton?
“Perguntamos: qual é a filosofia ou a teosofia que pode resolver esses problemas? As almas ao nascer ou são iguais ou são desiguais: das duas uma. Se são iguais, por que são tão diversas as suas aptidões? Dirão que isso depende do organismo? Porém, então nos encontramos com a doutrina mais monstruosa e mais imoral. O homem fica sendo apenas uma máquina, o joguete da matéria, sem a responsabilidade de seus atos e podendo lançar a culpa de tudo sobre as suas imperfeições físicas. Se são desiguais, é porque Deus o criou assim; mas então, por quê? Essa parcialidade se conformará com a justiça e com o amor igual que ele dedica a todas as suas criaturas?
“Admitamos, ao contrário, uma sucessão de existências anteriores progressivas, e tudo se explica. Os homens trazem, ao nascer, a intuição do que adquiriram; são mais ou menos adiantados, segundo o número de existências que têm percorrido. Deus, em sua justiça, não podia criar almas mais perfeitas nem menos perfeitas; com a pluralidade das existências, a desigualdade que observamos nada tem de contrária à mais rigorosa eqüidade; esta parece não existir, porque só vemos o presente e não o passado. Este raciocínio repousará numa hipótese, numa simples suposição? Certamente que não; partimos de um fato patente, incontestável: da desigualdade das aptidões e do desenvolvimento intelectual e moral, que é inexplicável por todas as teorias em voga e que tem na nossa teoria uma explicação simples, natural e lógica. Será racional preferir-se aquelas que nada explicam?
“A respeito da sexta questão, dirão, naturalmente, que o hotentote é de uma raça inferior. Mas, perguntamos, o selvagem é ou não um homem? Se é, por que Deus negou a ele e à sua raça os privilégios concedidos à raça caucásica? Se não é um homem, por que procuram fazê-lo cristão? A Doutrina Espírita é mais lógica: para ela, não há muitas espécies de homens, e, sim, homens que são Espíritos mais ou menos atrasados e suscetíveis de progredirem; não será isto mais conforme à justiça de Deus?”
A crença nas vidas sucessivas era o fundamento do ensino dos mistérios; os filósofos antigos, tendo à sua frente Platão, acreditavam nas vidas anteriores; ele dizia: “Aprender é recordar.”
Portanto, a pluralidade das existências da alma tem a seu favor a autoridade da tradição, da razão e da experiência, e é lógico que ela seja aceita com entusiasmo por todos aqueles que já sentiram o vácuo das outras teorias. Com as vidas sucessivas, o Universo nos aparece povoado de seres que percorrem em todos os sentidos o infinito da imensidade. Quão pequena e mesquinha é a teoria que circunscreve a Humanidade a um imperceptível ponto do espaço, que no-la mostra começando num instante dado para acabar igualmente com o mundo que a sustenta, não abraçando assim senão um minuto na eternidade! Quão triste, fria e glacial é ela, quando nos mostra o resto do Universo antes, durante e depois da existência da Humanidade terrena, sem vida, sem movimento, qual imenso deserto imerso no silêncio! Como é desesperadora a pintura que nos faz do pequeno número de eleitos votados à contemplação perpétua, ao passo que a maioria das criaturas é condenada a sofrimentos infindáveis! Quão aflitiva é, para os corações amorosos, a barreira que ela levanta entre os mortos e os vivos!
Ao contrário, quão sublime é a teoria espírita! Como a sua doutrina engrandece as idéias e dilata o entendimento! A Terra nos oferece o espetáculo de um mundo essencialmente progressivo. Saído do estado caótico, ele se transforma e se modifica à medida que avança em seu curso secular. Os seres aparecidos então em sua superfície seguiram a mesma lei de progressão, e a sua estrutura aperfeiçoou-se harmonicamente à medida que as condições exteriores se tornaram melhores. O homem, enfim, saindo dos baixios da bestialidade, elevou-se até o conhecimento do mundo exterior.
Será possível supor-se que não haja laço algum entre as almas que viveram nas épocas passadas e as que vivem atualmente? Sabendo-se que a natureza do homem é ainda tão imperfeita, poder-se-á crer que, depois da morte, ele vá ficar parado e gozar de repouso eterno? E essa parada, esse termo de progresso estará em concordância com as noções que Deus nos permite conceber sobre Ele e sobre suas obras? A Natureza caminha sempre; ela trabalha sempre, porque Deus é a vida e é eterno, e a vida é o movimento progressivo para o supremo bem, isto é, para o próprio Deus.
Seria possível que somente o homem, ele que foi criado livre, pudesse ser bruscamente detido em sua marcha, com o grau de progresso que houvesse adquirido, sem participar do movimento da Natureza? Tal coisa seria incompreensível.
Entre duas doutrinas, das quais uma amesquinha e a outra amplia os atributos de Deus, das quais uma está em desacordo e a outra em harmonia com a lei do progresso, das quais uma estaciona e a outra avança, o bom senso indica de que lado se acha a verdade. Que cada um interrogue a sua razão; ela responderá, e a sua resposta será confirmada por um guia certo que jamais se engana: a consciência.
Se o nosso modo de ver é exato, alguns entretanto perguntarão por que o Poder Criador não revelou desde o princípio qual a verdadeira natureza do homem e seus destinos. A resposta é a seguinte: Deus não revelou isso desde logo, pela mesma razão que não se ensina à infância o que se ensina à idade madura. A revelação limitada foi suficiente durante certo período da Humanidade; Deus concede-a proporcionalmente às forças do Espírito. Aqueles que recebem hoje uma revelação mais completa, são os mesmos Espíritos que já receberam revelação parcial em outros tempos, porém que, desde então, aumentaram sua inteligência. Antes que a Ciência lhes tivesse feito conhecer as forças vivas da Natureza, a constituição dos astros, o verdadeiro lugar e a conformação da Terra, poderiam eles compreender a imensidade do espaço, a pluralidade dos mundos? Antes que a Geologia tivesse feito conhecer a estrutura deste globo, poderiam eles lançar o inferno para fora de seu seio? Antes que a Astronomia tivesse descoberto as leis que regem o Universo, poderiam eles compreender que não há baixo nem alto no espaço, que o céu não está colocado acima das nuvens nem é limitado pelas estrelas? Antes dos progressos da ciência psicológica, poderiam eles identificar-se com a vida espiritual? Poderiam conceber, depois da morte, uma vida feliz ou infeliz, que não fosse em lugar circunscrito e sob uma forma material? Certamente que, não compreendendo mais pelos sentidos que pelo pensamento, o Universo era muito vasto para o seu cérebro; fora preciso reduzi-lo a proporções menos amplas, que seriam alargadas mais tarde. É o que fazemos hoje, demonstrando, não a inanidade, mas a insuficiência dos primeiros ensinos. Portanto, os espíritas não admitem o paraíso, segundo o significado que ordinariamente se dá a esta palavra. Eles não podem compreender que exista lugar especial de delícias onde os eleitos estejam enfadados por uma eterna ociosidade, nem penitenciária onde as almas estejam eternamente torturadas.
Segundo os Espíritos, não há raça amaldiçoada nem existem demônios; segundo eles, há Espíritos maus em grande número, porém estes não são eternamente votados ao mal, pois têm constantemente a faculdade de se melhorarem nas reencarnações sucessivas. Neste caso, ainda o testemunho dos fatos é formal. Cada dia temos ocasião de verificar que Espíritos endurecidos voltam ao caminho do bem, devido às preces que fazemos por eles e às exortações que lhes dirigimos. Para muitos desses infelizes, a situação intolerável em que se acham parece-lhes eterna. Mergulhados em espessas trevas, desde o momento em que deixaram a Terra, e sofrendo horrivelmente, acreditam que esse estado não terá fim, e desesperam-se; mas, se um sincero arrependimento irromper do seu coração, seus olhos desvendar-se-ão: vêem, então, sua verdadeira situação e pedem, como uma graça, para voltar à Terra, a fim de resgatarem, por uma vida de expiação e de sofrimento, os seus crimes anteriores. Verifica-se que, no mundo dos Espíritos, há alguns que se conservam por muito tempo refratários a toda idéia de submissão; mas, esses também têm o livre-arbítrio: sabemos que a sua hora há de chegar e que ninguém é castigado eternamente.
[i] A pluralidade das existências foi ensinada na antigüidade por Platão, Plotino, Porfirio, Jâmblico, Origenes, Timeu de Locres. Os druidas faziam disso um ensino público. Nos tempos modernos, Delormel, Charles Bonnet, Dupont de Nemours, Constant Savy, Ballanche, Jean Reynaud, Henri Martin, Esquiros, Flammarion são partidários da doutrina das vidas sucessivas sobre a Terra ou sobre outros planetas.
Gabriel Delanne – O Fenômeno Espírita
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