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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
Ante Obsediados
As imperfeições morais do homem constituem-lhe, ao longo
da existência física, o calvário através do qual se depura.
São elas que respondem pelas suas atuais aflições, porque
procedem do passado, quando fracassou, e persistem por
falta de valor e decisão do Espirito comprometido, que ainda
não se resolveu por superá-las.
Graças a sua presença, que se constitui em brecha larga,
penetram os Espíritos infelizes que se afinam com o
endividado e produzem os variados processos de obsessão.
Enfermidade grave que grassa com larga margem de
contaminação, encontra receptividade no psiquismo dos
homens descuidados, que lhe tombam nas malhas de
complexa e difícil libertação.
Toda a complexidade reside no fato de que os envolvidos na
trama que ora os reúne outra vez, são semelhantes
moralmente, exigindo da vitima humana um esforço que esta
quase nunca se dispõe a realizar.
A dificuldade se estabelece, na cura, em razão do denodo
com que se deve aplicar o homem pela própria transformação
moral, sem a qual o fenômeno obsessivo se alonga até as
conseqüências mais lamentáveis.
O que para as demais criaturas passa despercebido, no
capitulo das imperfeições morais, os Espíritos perturbadores
e enfermos identificam, em razão da afinidade que se
estabelece naturalmente entre os primeiros e eles.
Sem que se opere a real mudança de comportamento moral
do enfermo espiritualmente, todo o esforço que os outros
apliquem a seu favor, será um paliativo ou de resultado nulo.
A diagnose da obsessão é fácil. O seu tratamento é mais difícil.
Não somente se faz necessário esclarecer o perseguidor que
se encontra semilouco, senão educar aquele que lhe sofre a
pressão, a fim de que se rompam os vínculos que os imanam.
A prece sincera acalma a situação, no entanto, só a renovação
intima do paciente, interrompe a constrição danosa.
A fluidoterapia afasta temporariamente o agente da perturbação,
entretanto, somente a elevação moral do obsidiado equaciona o
problema.
Há casos em que o hospedeiro mental da obsessão, pela
gravidade do cometimento, não pode agir por vontade própria;
apesar disso, aos primeiros sinais de melhora, resultante do
auxilio que recebe, soa-lhe o momento de realizar a sua parte,
que é sempre a mais importante.
Há obsessão porque existe conta a ajustar.
O cobrador, que é infeliz, amargura o devedor, que se nega ao
resgate do compromisso.
Não produzindo no bem o suficiente para anular o mal que
praticou, tomba, irremissivelmente, nesse mal em que se
compraz, tornando-se vitima da própria incúria, portanto, da
obsessão.
Diante de pessoas portadoras de obsessão, tem bondade e
paciência para com elas, mas, não as iludas com promessas
de curas sem esforço e sem sacrifício pessoal.
Esclarece o desencarnado para que renuncie à pugna, todavia,
educa o doente para que mude de atitude mental e situação
moral, sem as quais serão baldados quaisquer esforços.
Mesmo Jesus quando curava qualquer enfermo, recomendava
que o mesmo não voltasse a pecar, a fim de que não lhe
acontecesse algo pior, ensinando que só a libertação das
imperfeições morais dá ao homem a paz e a saúde integral.
[JOANNA DE ANGELIS]
[Dilvaldo P. Franco]
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