sábado, 10 de novembro de 2007

REPOUSO TAMBÉM




As muitas tarefas a que atendes exaurem tuas forças e o cansaço
anula possibilidades valiosas, que poderias aplicar em realizações de maior
profundidade.
Fascinado pelos serviços de variada ordem nos quais buscas
esquecer problemas de outro quilate, ao te dares conta, estás vencido, sem o
controle que se faz preciso, para maior avanço nas vias da evolução.
Examina os compromissos que te assoberbam e seleciona-os.
Põe em ordem o que deves executar para que o tempo te seja
pródigo.
Disciplina as realizações para que se submetam ao teu comando
otimista.
Trabalho que enfada é labor que deprime.
Há trabalhos que podes e deves fazer e há deveres que outros podem
executar, na tua esfera de ação.
Os serviços de superfície absorvem e desesperam, porquanto se
multiplicam sem cessar.
Fugir do que necessitas vencer, significa transferência de luta
para tempo e espaço posterior.
Se buscas o cansaço para asfixiar a ansiedade que te persegue, raciocinas
como o opiômano, que se entrega a um tormento para a outro tormento fugir.
A Doutrina Espírita, iluminando a mente do homem, dá-lhe os
instrumentos de fácil manejo para dissecar os dramas que perturbam,
libertando dos falsos problemas resultantes da indisciplina do próprio
espírito.
Em face da necessidade de um exame acurado da dificuldade que se
faz empecilho à evolução, o aluno do Cristo deve atirar-se ao trabalho, sem
dúvida, mas, primeiramente precisa capacitar-se com os valores que o
habilitem para a paz legítima, a fim de adquirir alegria nas realizações,
desintoxicando-se dos vapores da estafa que irrita, entorpece e dispõe mal.
Usa a "hora morta" meditando.
Cultiva a leitura espírita como norma de aprendizagem.
Conhecendo a Doutrina, perceberás as sutilezas de que se utilizam
nossos adversários, já desencarnados, e assim mais facilmente poderás
enfrentá-los.
O autoconhecimento, como a auto-iluminação, constituem tesouros
que devem ser trabalhados.
Ler ou estudar são hábitos.
O espírita não pode prescindir do estudo.
Estudo também é trabalho...
Não somente merecimento pelo esforço físico, mas também evolução
pela renovação íntima ante a luz do conhecimento.
Não menosprezes, desse modo, nos teus labores, o significado da
palavra refazimento.
Refazer as forças no repouso representa desdobrar possibilidade de
ação contínua.
Nem o sono entorpecente, nem a ação devastadora.
Repouso pode ser entendido como troca de atividades, que funciona
como higiene mental, em que encontres prazer sem tédio, alegria sem
irritabilidade.
As atividades espíritas para o teu espírito são de alto teor.
Dá-lhes prioridade.
Que se dirá de quem, tendo feito muito, nada fez pela serenidade
de si mesmo?
Não vale semear uma gleba sem-fim, entregando-a aos parasitos, aos
insetos e às ervas daninhas.
Planta e zela.
Levanta o caído e anda um pouco com ele.
Ajuda o necessitado e anima-o um tanto mais.
Os que são levantados e não dispõem de forças para manter-se,
quando lhes falta o auxílio, retornam ao chão...
Trabalho e recuperação podem ser considerados termos do mesmo
binômio evolutivo.
Amanhã farás o que hoje não conseguires.
Muitas vezes surgem interrogações a respeito dos desaparecimentos
do Mestre, nas narrativas evangélicas.
Conjecturas de vária procedência tomam corpo, tentando
elucidações.
No entanto, após os labores exaustivos junto ao povo,
habitualmente o Senhor buscava orar em profundo silêncio, meditar em
demorados solilóquios.
Retemperava, assim, as próprias energias para a áspera liça de
esclarecer e consolar, atuando junto aos corações desarvorados e mentes em
desalinho, pacificador e harmônico, distribuindo serenidade e equilíbrio
como fonte inesgotável, cujas nascentes refrescantes tinham origem nos Céus.
(De "Dimensões da Verdade", de Divaldo P. Franco, pelo espírito Joanna de
Ângelis)

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