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quinta-feira, 26 de março de 2009
Zombaria
Publicado por Voluntario em 13/11/2006 (1383 leituras)
Joanna de Ângelis
A análise crítica produzida com fins edificantes é perfeitamente salutar, desde que se não transponham os limites do objeto estudado para a mordacidade em relação ao seu autor.
Comumente os que se arvoram a críticos por sistema, hábito malsão de que se não conseguem liberar, são espíritos aturdidos, manipulando os camartelos da revolta íntima com finalidades perniciosas.
Transferem os próprios fracassos para o que combatem, quando, a seu turno, não triunfaram, ou destroem, em constante agressividade, com receio de competidores.
Desnaturam o fato para colimar razões e êxitos, interiormente atenazados com os resultados que lobrigam.
Quando corrigem, humilham sem a probidade que deve caracterizar o ensino; se ajudam, exibem-se, ignorando a excelência da arte da discrição; para orientarem, impõem condições, pecando pela base, graças ao esquecimento de que a melhor diretriz parte do exemplo de quem a ministra.
São arrogantes, inacessíveis. Incitados a qualquer pronunciamento, colocam a máscara da austeridade, com que disfarçam o semblante da habitual zombaria, quando desdenham tudo e todos.
Apaixonados, exigem que se lhes acompanhem pela cartilha que usam. Recusados, revelam-se odientos.
Impopulares, são suportados; anarquistas e descaridosos, fazem-se respeitados, ou melhor, temidos. Riem os circunstantes ante seus doestos e chistes, porém, receiam-nos. Aplaudem-nos, mas não os conseguem amar. São divertidos, todavia, perigosos.
Enxameiam por toda parte, transformando-se em praga perniciosa.
Recebeste o chamado do Cristo para estabelecer a paz, não o conflito;
para ajudar o bem, ao invés de combater os que tentam acertar;
para desculpar os que erram, não para os subestimar;
para semear esperanças, nunca para mordiscar os desassossegados;
para erguer os caídos, considerando as próprias limitações;
para solucionar problemas, sem engendrar complicações;
para esparzir luz, sem aumentar a perturbação, produzindo desentendimento ou sombra.
O discípulo do Evangelho deve possuir recursos para analisar, comparar, discernir, tendo em vista levantar, conduzir e salvar. Para tal desiderato não se faz preciso zurzir o látego do descrédito contra estes ou aqueles que se demoram em erro.
Não se exibindo as chagas dos infelizes inicia-se o processo de ajudá-los.
Desnecessário se diga a quem se enganou, que está equivocado.
Melhor será oferecer-lhe método correto, que o surpreenderá com resultados felizes.
Desse modo, não exponhas ninguém, causa nenhuma ao ridículo, à praça pública da impiedade.
Recorda as tuas íntimas deficiências e não finjas desfrutar melhor posição do que a do teu próximo. Se o intentares, enganar-te-ás a ti mesmo, porque, pela forma com que escarneces os outros, não faltam aqueles que usam da mesma medida para contigo.
O Senhor, a despeito de ser puro, não desprezou uma mulher tumultuada pela obsessão do sexo, um homem perseguido pela obsessão do dinheiro, um amigo acicatado pela obsessão da dúvida, um príncipe inquietado pela obsessão do preconceito, homens e mulheres vergastados por obsessões físicas e mentais... convidou-os todos ao labor santificante e os ajudou, dando-lhes Seu tempo
Suas palavras, Seus exemplos com misericórdia e simpatia. Não se deteve a analisar as suas problemáticas negativas, porém considerou as suas possibilidades de realização e os inspirou aproveitá-las convenientemente.
Cuida-te, por tua vez, a fim de evitares a obsessão da zombaria, já que não faltarão mentes levianas desatreladas do corpo físico, que sincronizarão com a tua, lançando-te dúvidas soezes, tormentos e desconfianças cruéis, vencendo-te e arrastando-te, por fim, a penosas conjunturas sob sarcasmos que não podes prever.
Livro Celeiro de Bênçãos. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.
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