sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Ansiedade

Livro: Técnica de Viver
Kelvin Van Dine & Waldo Vieira

Ansiedade no domínio do espírito, de certo modo, assemelha-se ao defeito de instalação no engenho elétrico, provocando curto-circuito.

Imprevidência atraindo desastre.

Consumo desnecessário de energia impedindo a função oportuna da máquina.

E não é só. Quanto desgaste inútil em forma de doença, a se revelar através de obscuros desequilíbrios no corpo e na alma? Ansiedade não é esperança, porque a esperança é paciência operosa, trabalhando pela realização daquilo que espera. Expectação aflitiva é tensão destruidora, obstaculizando o construtivismo da ação.

A vida não avança e não melhora, nem com inércia, nem com inquietação. Se dificuldades atravessam a estrada, apóie-se à confiança.

Os Poderes Maiores que garantem os movimentos da Terra, no espaço cósmico, tanto quanto asseguram a existência da clorofila no talo de erva no vale, zelam por você.

Não tema senão a si mesmo, nos pontos vulneráveis de nossas fraquezas íntimas.

Conserve o destemor na consciência pacificada.

A nuvem que estrondeia nos céus não é senão chuva que fertiliza a secura da gleba e eletricidade que purifica a corrupção do ar.

Dores costumam ser os mais preciosos avisos da natureza. Provações quase sempre constituem recursos de elevação que talvez jamais recebêssemos sem elas.

Detenhamos a certeza de que opressão não é fator que ajude a resolver problema algum. Ao revés, agrava as menores necessidades de paz, transformando a insignificância de um sintoma no drama da agonia.

Usemos o conhecimento superior na edificação da tranqüilidade em nós.

Recordemos as longas fileiras dos fronteiriços da loucura e da obsessão que os processos da angústia desnecessária tangem no rumo dos manicômios.

Lembremo-nos dos milhares de irmãos que a ansiedade escraviza nos tranqüilizantes anulando-lhes, não raro, as forças com substâncias tóxicas de que não precisam.

Ouçamos as palavras do Cristo, quando nos adverte, claramente: “não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porquanto o amanhã cuidará de si. A cada dia basta o seu trabalho.”.

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