Há qualidades individuais, cuja presença a hereditariedade pais-filhos, antepassados- descendentes, não basta para explicar. Todo o processo evolutivo não pode ficar confiado somente à transmissão do organismo físico, pelo fato de que a reprodução se faz na juventude, quando os pais possuem um mínimo de experiência adquirida, enquanto, para que a evolução possa assegurar a sua continuidade e acumular os frutos de seu trabalho, a reprodução deveria realizar-se na velhice, ao fim da vida, quando os pais possuem o máximo de sabedoria a transmitir. . (P. Ubaldi - Princípios de uma nova Ética)
Existe, pois, o fato de que o efeito deve ser proporcionado à causa e ser da mesma natureza. Ora, matéria e espírito são de estrutura diversa, e um funcionamento cerebral não é proporcionado aos efeitos mentais que o transcendem em potência e em qualidade. Um caso semelhante é o representado pela impossibilidade de admitir que o tipo de personalidade seja o produto dos cromossomos e genes que o nascituro encontra nas células germinais dos genitores. Deveremos, ao contrário, admitir que a personalidade não derive do desenvolvimento desses elementos, causa da formação do seu tipo, que deles seria o efeito, mas que é preexistente ao nascimento e que, segundo o seu tipo já definido nas células germinais dos genitores, escolhe os elementos que mais lhe são adaptados, os que mais se lhe assemelham, para continuar a desenvolver-se consoante o próprio tipo. Isto acontece por afinidade e sintonia. Só assim a evolução pode seguir um desenvolvimento lógico, não confiado ao acaso como tentativa.
(P. Ubaldi - Um Destino Seguindo Cristo)
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