terça-feira, 16 de setembro de 2008

Provas Irreveladas




Do ponto de vista moral, há bastante infortúnio escondido em toda a parte. Nos ambientes mais diversos, nos momentos em que menos se espera, com as pessoas fisionomicamente mais seguras de si, a aflição desponta inesperada e o pranto pode estar surgindo às ocultas.

Desilusão, moléstia, revolta e desalento não afluem, em muitos casos, à face das circunstâncias exteriores.

Familiar decepcionado com o noticiário desairoso que vem a saber com respeito ao parente querido.

Jovem agoniada na frustração de projetos matrimoniais.

Pai fustigado pela doença incurável de um filho.

Mãe ansiosa pela reconciliação impraticável com o pai de sua prole.

Cavalheiro bem posto, mas absolutamente inconformado com a deficiência física de que se sabe portador, sem que os outros percebam.

Viúva atormentada pela falta de garantias no lar.

Cônjuge que não mais confia na companheira de vinte anos.

Homem ferido pela consciência na fase de transição entre um passado recente de erros e um futuro de maiores acertos.

Chefe enfermo de família numerosa, repentinamente desempregado.

Criatura robusta e aparentemente normal, envolvida em tramas de obsessão.

Aprendamos com a Doutrina Espírita que o pretérito se reflete no presente e que a lei de causa e efeito funciona em qualquer paisagem social, com qualquer pessoa, em todos os bastidores profissionais e em todos os dias.

Ponderemos nisso, a fim de não faltarmos com o apoio devido à harmonia que nos cabe manter nos domínios da vida.

Se alguém lhe respondeu asperamente, se um amigo aparece incompreensivo, se aquele companheiro passou de súbito a dedicar-lhe antipatia gratuita, se aquele outro lhe abalroa as edificações espirituais e se muitos não lhe correspondem, de leve, às esperanças, suponha semelhantes irmãos presos mentalmente a problemas irrevelados de angústia e coloque-se na posição deles, com as provas e desvantagens que experimentam, e decerto você se compadecerá de cada um, dispondo-se a auxiliá-los.

Nem sempre a voz corrente fala tudo o que vai nas almas.

Repitamos para nós que a verdadeira caridade se resume na compreensão para além das aparências dos espíritos com os quais se convive, perdoando e ajudando silenciosa e desinteressadamente, de nossa parte, onde estejamos, como se faça necessário e tanto quanto seja possível.


Ditado pelo Espírito André Luiz. Página recebida pelo médium Waldo Vieira, em reunião pública da Comunhão Espírita Cristã, na noite de 19-10-64, em Uberaba, Minas. Fonte: Reformador – fevereiro, 1965.

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