sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não se culpe, corrija-se






Não deixe que a consciência fique emperrada no circuito fechado do remorso, a rodar repetidamente o filme dos seus erros, valorizando a culpa.

É preciso liberar a mente da zona de sombras para as claridades da razão, a fim de detectar onde e como se deu a queda e, em função disso, movimentar os recursos da corrigenda. Culpar-se apenas não resolve nada. É indispensável sair do ponto em que caímos.

E a primeira atitude é levantar-se, bater a poeira, dar a volta por cima e prosseguir a caminhada, mas agora com os cuidados que negligenciamos antes. O erro, às vezes, não é mais que o tropicão que nos empurra para além do buraco fatal, evitando o pior.

Não é que devamos nos atirar propositadamente ao erro, nem transformá-lo em hábito pernicioso, sob a desculpa de que errar é humano, ou que é preciso errar para acertar. Não, o que é importante é conscientizar-se do erro, de que ele é um mal que retarda o nosso progresso e adia a felicidade. E como tal, é imperioso corrigi-lo, compreendendo que somente nos educando para a vida, superaremos nosso lado animal.

Não devemos achar, porém que porque erramos, o mundo inteiro desabou sobre nossa cabeça e, por isso, vamos ficar repisando a culpa, na posição do doente que, não acreditando na cura, atira-se nos braços da morte por antecipação, pensando: “Já que vou morrer, nada mais devo fazer para salvar-me”.

Somos humanos, almas em aprendizado e não espíritos acabados e infalíveis! Por isso, se você caiu, se errou, se cometeu algum equívoco, utilize a experiência por lição oportuna para não reincidir, não errar mais. Há males que tem função educativa, e a dor é matéria indispensável no seu currículo. A perfeição passa indubitavelmente pelo erro e só se chega à perfeição agradecendo as quedas.

Não se culpe demasiadamente para não fechar as portas aos recursos da corrigenda. Defeitos existem para ser enfrentados e consertados. Confinar-se ao círculo da auto-acusação e condenar-se irremissivelmente sem cogitar de um álibi qualquer para redimir-se do erro, é suicídio. A solução para o culpado é corrigir-se. Atire a primeira pedra aquele que não tiver errado! Este pensamento de Jesus, no episódio da Mulher Adúltera[1], para mostrar aos fariseus acusadores que ninguém está imune ao erro, a um equívoco qualquer neste mundo de almas a caminho da eterna corrigenda.


Pereira, Wanderley. Ditado por um Amigo Espiritual.

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