DESDOBRAMENTO DE ANTÔNIO DE PÁDUA
Fernando de
Bulhões, nascido em Lisboa, Portugal, entre 1191 e 1195, ingressou na ordem
dos cônegos regulares de Santo Agostinho, mais precisamente no Mosteiro de São
Vicente de Fora, que estava equidistante às fronteiras de Lisboa. Transferido
mais tarde à Coimbra, preparou-se no Mosteiro de Santa Cruz para iniciar seu
sacerdócio. Após sua ordenação, transferiu-se para o Mosteiro situado no norte
da Itália, de nome Vercelli, cuja ordem também era agostiniana, vindo a
receber toda a base de sua estrutura teológica. Alguns anos mais tarde, quando
já ordenado franciscano, foi cognominado de Antônio de
Pádua.
.....
Antônio de Pádua teve passagens como pregador
pela Itália e também pela França, nas cidades de Montpellier, Toulouse,
Bourges, Le Puy, Limoges, Brive, Arles, etc. era um pregador enérgico e o
fazia com muita convicção, fato que o permitia entrar em grande estado de
concentração, motivando fenômenos de desdobramento durante a vigília e,
portanto, sendo um documento histórico da Igreja, que atestou a sua veracidade
por numerosas testemunhas públicas. Passemos a analisar o
ocorrido.
Na Páscoa de 1225, Frei Antônio realizava sua pregação na Catedral
de Limoges, em Aquitânia. Via-se, naquele momento, uma Igreja totalmente
tomada por fieis que acompanhavam a sua preleção evangélica. Relatava-se que,
em dado momento, em meio a sua
pregação, Antônio de Pádua ficou estático e parou de falar, cobrindo
sua cabeça com o capuz. Ficou neste estado por alguns minutos, deixando o povo
perplexo, sem saber o que ocorria, diante do profundo silencio que se fez na
Igreja. Passados estes momentos, o Frei retornou a sua pregação e terminou-a.
ao final, embora acabassem o ocorrido um tanto quanto estranho, ninguém ousou
lhe fazer uma só pergunta. Porém, não muito longe dali, em uma pequena capela
que Antônio convivia, os frades cantavam o Oficio Divino, e comumente certa
parte da musica caberia ao Frei Antônio, que era solista da parte mais
difícil, a Aleluia das Laudes, glorificando a
Jesus.
Mas como se daria isso se,
naquele exato momento, estava pregando em outra
Catedral?
No entanto, no exato momento que
ele deveria realizar o solo, os frades viram espantados Antônio entrar na Capela, cantando a parte
que lhe cabia. Depois, retirou-se apressadamente.
Trata-se de um clássico caso de
desdobramento, onde seu corpo material permaneceu sem manifestação inteligente
durante alguns minutos, para que o Espírito pudesse ser visto realizando uma
atividade inteligente.
Outro caso de desdobramento com
Frei Antônio de Pádua ocorreu na Espanha.
Na época que
ali fazia seus sermões, seu pai estava sendo levado ao suplicio em Pádua,
acusado de um crime. Neste exato instante, Antônio aparece diante da corte que
o acusava, demonstrando que seu pai não era o assassino e apontando o verdadeiro culpado do ato, que
mais tarde sofreu o castigo.
Constatou-se depois que Antônio
de Pádua não havia se deslocado da Espanha.
Afonso de
Liguori foi canonizado pela Igreja por antecipação, por haver provas de que
ele apareceu em dois lugares diferentes ao mesmo
tempo.
As explicações para estes
fenômenos com certeza se fundamental no desenvolvimento moral e do completo
desinteresse do ser pelas coisas puramente materiais, tendo alcançado uma
virtude. Elevando sua alma ao Criador, pode demonstrar-se em dois lugares
distintos. O Espírito encarnado, no momento de seu repouso, pode orar
solicitando a Deus e aos Espíritos Superiores para que sua alma se translade
para algum lugar, sua alma, então, desprende-se de seu corpo, deixando a
matéria inerte, ligado apenas por um liame flexível, da mesma matéria que o
perispírito. A aparição ocorre no local solicitado antecipadamente pelo
próprio Espírito. Dependendo do grau do fenômeno, pode ocorrer a visibilidade
e a tangibilidade à matéria comum.
O desdobramento nem sempre
ocorre durante o sono, podendo dar-se também durante a vigília; porém, isto é
muito difícil. Sendo assim, não estará em perfeita normalidade, mas numa
espécie de êxtase.
Em todos os casos, sempre há uma
concordância dos fenômenos apresentados, sejam eles ocorridos com homens
comuns ou com personalidades conhecidas e vultos religiosos. O fato que temos
de analisar é que as semelhanças das narrações em seus detalhes em diferentes
épocas atestam pro si mesmas a
veracidade e a existência do desdobramento. A alma tanto mais
conseguirá esse desligamento do corpo quanto houver avançado em virtude moral,
profundo reconhecimento ao próximo e desejo sincero de ajudar o semelhante.
Aqueles que não alcançarem este grau, debalde tentarão emancipar a sua alma
para seus sentimentos mais corriqueiros ou para obter vantagens, pois não
conseguirão.
Esta é uma lei sabia de Deus.
Muitos, por ignorância querem bloquear o conhecimento porque, se a alma não
estiver preparada, suficientemente burilada para saber a respeito do
desdobramento ou de qualquer outra forma de manifestação do Espírito, verá
suas tentativas frustradas, ....
Assim como ocorre com o
desligamento da alma do corpo. Talvez esta sensibilidade seja o fruto de
varias encarnações que o Espírito venha excursionando e aprendendo, ganhando
em equilíbrio, desenvolvimento e fé.
Notamos que as almas mais
virtuosas possuíam estes requisitos para que ocorressem estes fenômenos
porque, pela sua bondade, amor ao próximo e abnegação, estavam mais
desprendidas do mundo material; resumindo, vivenciavam mais o Mundo Espiritual
do que o plano físico. Nestes momentos de êxtase, podiam aparecer em lugares
diferentes ao mesmo tempo, como um premio a sua dedicação e como um alerta aos
homens dado por Deus, para lhes demonstrar que existe uma outra realidade mais
importante, que o homem não é somente um amontoado de massa e carne e
músculos, que o Espírito enfim, é uma prova insofismável de que a vida não
termina com a morte do corpo.
Todas estas pessoas virtuosas
deixaram estes fenômenos comprovados na historia de suas vidas, que foram
cuidadosamente comprovadas e anotadas para que chegassem até os dias de
hoje.
Portanto, é
inútil pensar que a produção destes fenômenos seja uma ocorrência funesta, ou
permitir que este conhecimento caia em mãos erradas, porque o homem tem o
livre-arbítrio para tudo e pode escolher pelos seus atos o caminho do mal ou o
do bem, sendo responsável por suas escolhas, com consequentes
responsabilidades e compromissos para o porvir.
A Viagem da Alma –
Desdobramento, um caminho para a Evolução
Espiritual
Rinaldo de Santis
– Espírito Lázaro
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