domingo, 2 de setembro de 2012


DESDOBRAMENTO DE ANTÔNIO DE PÁDUA
Fernando de Bulhões, nascido em Lisboa, Portugal, entre 1191 e 1195, ingressou na ordem dos cônegos regulares de Santo Agostinho, mais precisamente no Mosteiro de São Vicente de Fora, que estava equidistante às fronteiras de Lisboa. Transferido mais tarde à Coimbra, preparou-se no Mosteiro de Santa Cruz para iniciar seu sacerdócio. Após sua ordenação, transferiu-se para o Mosteiro situado no norte da Itália, de nome Vercelli, cuja ordem também era agostiniana, vindo a receber toda a base de sua estrutura teológica. Alguns anos mais tarde, quando já ordenado franciscano, foi cognominado de Antônio de Pádua.
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Antônio de Pádua teve passagens como pregador pela Itália e também pela França, nas cidades de Montpellier, Toulouse, Bourges, Le Puy, Limoges, Brive, Arles, etc. era um pregador enérgico e o fazia com muita convicção, fato que o permitia entrar em grande estado de concentração, motivando fenômenos de desdobramento durante a vigília e, portanto, sendo um documento histórico da Igreja, que atestou a sua veracidade por numerosas testemunhas públicas. Passemos a analisar o ocorrido.
Na Páscoa de 1225, Frei Antônio realizava sua pregação na Catedral de Limoges, em Aquitânia. Via-se, naquele momento, uma Igreja totalmente tomada por fieis que acompanhavam a sua preleção evangélica. Relatava-se que, em dado momento, em meio a sua pregação, Antônio de Pádua ficou estático e parou de falar, cobrindo sua cabeça com o capuz. Ficou neste estado por alguns minutos, deixando o povo perplexo, sem saber o que ocorria, diante do profundo silencio que se fez na Igreja. Passados estes momentos, o Frei retornou a sua pregação e terminou-a. ao final, embora acabassem o ocorrido um tanto quanto estranho, ninguém ousou lhe fazer uma só pergunta. Porém, não muito longe dali, em uma pequena capela que Antônio convivia, os frades cantavam o Oficio Divino, e comumente certa parte da musica caberia ao Frei Antônio, que era solista da parte mais difícil, a Aleluia das Laudes, glorificando a Jesus.
Mas como se daria isso se, naquele exato momento, estava pregando em outra Catedral?
No entanto, no exato momento que ele deveria realizar o solo, os frades viram espantados Antônio entrar na Capela, cantando a parte que lhe cabia. Depois, retirou-se apressadamente.
Trata-se de um clássico caso de desdobramento, onde seu corpo material permaneceu sem manifestação inteligente durante alguns minutos, para que o Espírito pudesse ser visto realizando uma atividade inteligente.
Outro caso de desdobramento com Frei Antônio de Pádua ocorreu na Espanha.
Na época que ali fazia seus sermões, seu pai estava sendo levado ao suplicio em Pádua, acusado de um crime. Neste exato instante, Antônio aparece diante da corte que o acusava, demonstrando que seu pai não era o assassino e apontando o verdadeiro culpado do ato, que mais tarde sofreu o castigo.
Constatou-se depois que Antônio de Pádua não havia se deslocado da Espanha.
Afonso de Liguori foi canonizado pela Igreja por antecipação, por haver provas de que ele apareceu em dois lugares diferentes ao mesmo tempo.
As explicações para estes fenômenos com certeza se fundamental no desenvolvimento moral e do completo desinteresse do ser pelas coisas puramente materiais, tendo alcançado uma virtude. Elevando sua alma ao Criador, pode demonstrar-se em dois lugares distintos. O Espírito encarnado, no momento de seu repouso, pode orar solicitando a Deus e aos Espíritos Superiores para que sua alma se translade para algum lugar, sua alma, então, desprende-se de seu corpo, deixando a matéria inerte, ligado apenas por um liame flexível, da mesma matéria que o perispírito. A aparição ocorre no local solicitado antecipadamente pelo próprio Espírito. Dependendo do grau do fenômeno, pode ocorrer a visibilidade e a tangibilidade à matéria comum.
O desdobramento nem sempre ocorre durante o sono, podendo dar-se também durante a vigília; porém, isto é muito difícil. Sendo assim, não estará em perfeita normalidade, mas numa espécie de êxtase.
Em todos os casos, sempre há uma concordância dos fenômenos apresentados, sejam eles ocorridos com homens comuns ou com personalidades conhecidas e vultos religiosos. O fato que temos de analisar é que as semelhanças das narrações em seus detalhes em diferentes épocas atestam pro si mesmas a veracidade e a existência do desdobramento. A alma tanto mais conseguirá esse desligamento do corpo quanto houver avançado em virtude moral, profundo reconhecimento ao próximo e desejo sincero de ajudar o semelhante. Aqueles que não alcançarem este grau, debalde tentarão emancipar a sua alma para seus sentimentos mais corriqueiros ou para obter vantagens, pois não conseguirão.
Esta é uma lei sabia de Deus. Muitos, por ignorância querem bloquear o conhecimento porque, se a alma não estiver preparada, suficientemente burilada para saber a respeito do desdobramento ou de qualquer outra forma de manifestação do Espírito, verá suas tentativas frustradas, ....
Assim como ocorre com o desligamento da alma do corpo. Talvez esta sensibilidade seja o fruto de varias encarnações que o Espírito venha excursionando e aprendendo, ganhando em equilíbrio, desenvolvimento e fé.
Notamos que as almas mais virtuosas possuíam estes requisitos para que ocorressem estes fenômenos porque, pela sua bondade, amor ao próximo e abnegação, estavam mais desprendidas do mundo material; resumindo, vivenciavam mais o Mundo Espiritual do que o plano físico. Nestes momentos de êxtase, podiam aparecer em lugares diferentes ao mesmo tempo, como um premio a sua dedicação e como um alerta aos homens dado por Deus, para lhes demonstrar que existe uma outra realidade mais importante, que o homem não é somente um amontoado de massa e carne e músculos, que o Espírito enfim, é uma prova insofismável de que a vida não termina com a morte do corpo.
Todas estas pessoas virtuosas deixaram estes fenômenos comprovados na historia de suas vidas, que foram cuidadosamente comprovadas e anotadas para que chegassem até os dias de hoje.
Portanto, é inútil pensar que a produção destes fenômenos seja uma ocorrência funesta, ou permitir que este conhecimento caia em mãos erradas, porque o homem tem o livre-arbítrio para tudo e pode escolher pelos seus atos o caminho do mal ou o do bem, sendo responsável por suas escolhas, com consequentes responsabilidades e compromissos para o porvir.
A Viagem da Alma – Desdobramento, um caminho para a Evolução Espiritual
Rinaldo de Santis – Espírito Lázaro

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