terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Caridade




Ha um apólogo em que o Diabo compra a alma de um
boêmio, cuja carteira enche diariamente de cédulas,
para que ele as gaste, até a ultima. No dia em que
ficar uma cédula sem ser consumida, estaria concluída
a transação, e a alma tem de ser entregue ao comprador.

O boêmio gasta, cada dia, centenas de contos com o
luxo, com o amor, com o jogo, com as bebidas, com as
varias formas de dissipação.

Até que, uma noite, resolve capitular. Não tem em que
empregue o dinheiro do Diabo. E vai entregar-lhe a alma.

- Aqui me tens - diz. Não encontrei mais em que despender
dinheiro na Terra.

O Diabo sorri, toma-lhe a alma, e depois de toma-la diz:
- Há, no entanto, no mundo alguma coisa em que um
homem pode consumir, diariamente, e até ao fim dos
séculos, todo o dinheiro que tenha nas mãos.
E olhando o homem nos olhos: - Nunca ouviste falar
na CARIDADE?

IRMÃO X
(Retirada do Livro "Pérolas Literárias" Psicográfia de
Francisco Cândido Xavier edição FEB.)

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