Dizem que quando a Terra foi
criada tudo na estrada
humana, cortando a imensidão
dos campos infecundos era a
dominação do ódio que se
aferra à disseminação, à
morte, ao desespero e à
guerra...
Foi quando um mensageiro do
Céu às criaturas, regressou às
Alturas e disse humildemente
ao Grande Deus:
Senhor!
O que posso fazer dos
homens sem amor?
Do cérebro mais tardo
ao gênio mais precoce,
tudo na Terra é luta em
conquistas da posse.
Compadece-te oh! Pai!...
veneno, flecha e clava
formam no mundo
inteiro a Humanidade
escrava, da descrença,
do mal, da impiedade e
do crime, sem qualquer
esperança a que se
arrime.
Já não se agüenta ouvir
os urros do mais forte e
o choro dos vencidos,
pisados, massacrados e
caídos nos sarcasmos da
morte.
Que fazer, Grande Deus,
nas trevas dessa luta,
em que a luz se nos
nega e ninguém nos
escuta?
Revelou-se que o Pai de
Infinita Bondade, pensou, por
muito tempo, e disse,
comovido:
Aceito, filho meu,
quanto me falas,
entendo-te o pedido!...
Volta ao mundo a servir
na tarefa em que
avanças, os que morrem
no mal renascerão
crianças.
A Terra evoluirá, -
ponderou o Senhor-
ninguém alterará minha
obra de amor.
A fim de desarmar a
violência e a cobiça,
instalarei no mundo a
força da Justiça e para
que haja amor
exterminando o orgulho,
sem pancada, sem grito,
sem barulho, enviarei
alguém, que ame os
filhos meus, com o meu
amor ao bem, na
exaltação da paz, sem
desprezo a ninguém.
Alguém que saiba amar,
a servir e a sofrer,
cultivando o perdão
como simples dever.
Dizem que foi assim que a
Terra começou a fazer-se
jardim.
Ouviu-se verbo novo,
alteraram-se imagens, e
conforme o Senhor mandou e
prometeu, entre as rudes
mulheres dos selvagens,
O coração de Mãe
apareceu.
(Maria Dolores)
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