O que acontece hoje, agora, não pertence ao momento do acontecimento. É conseqüência de um ontem, talvez muito distante; é o produto de fragmentos esparsos e agora completado, que se materializa e se torna visível, palpável e sensível.
O momento presente é o resultado de muitos ontens, de muitos momentos do passado. É a colcha de retalho que se completa cada dia e cada hora, com pedacinhos que lhes formos acrescentando.
Não estamos vivendo o que acabamos de executar. Não estamos colhendo o fruto que acabamos de semear, mas o fruto doce ou amargo da nossa semeadura do passado que frutificou e da qual somos responsáveis. São esses frutos nossos e teremos de prová-los, queiramos ou não.
Cenas inesperadas acontecem na nossa vida. Surpresas agradáveis ou dolorosas nos tomam de assalto e nos espantamos com o inesperado e não podemos entender porque alguém nos estende a mão amiga, nos estreita ao coração, oferece-nos uma amizade que julgamos não merecer, ajuda-nos plenamente em nossos anseios e outras vezes, somos surpreendidos por ingratidões, injustiças, malquerenças, e não compreendemos o porquê de tais reações, porque também achamos que não as merecemos.
Eis aí o ontem se apresentando e trazendo o seu fruto que teremos que colher, pois “a colheita é obrigatória”.
Os que estão afastados do conhecimento das Leis de Deus, os que vivem apenas com os sentidos voltados para o mundo ilusório da matéria, não compreendem esses contrastes da vida, esses paradoxos. Acabamos de enxotar alguém, de ferir, de enganar e eis que somos agraciados com recompensas agradáveis. Outras vezes, beneficiamos, amparamos, damos o melhor de nós e somos seguidamente apedrejados, perseguidos, achincalhados! Que Deus é esse que permite tanta incoerência, tanta injustiça? Assim pensam os que desconhecem a Lei do Carma, a Lei de Causa e Efeito. E não entendendo o porquê revoltam-se e sentem certa descrença. Se já têm algum esclarecimento espiritual, porém recente, sentem uma tentação de se afastar de tudo isto, abandonando essa rota, pois não lhes parece correto da Lei, punir-nos quando acertamos e premiar-nos quando erramos.
Está escrito: “ A quem muito tem, mais lhe será acrescentado e a quem pouco tem até esse pouco lhe será tirado”. Se a sua fé é pouca, está sujeito a perdê-la em momento assim.
Aí está a prova, amigos, de que o fruto que colhemos agora, é produto da semente plantada no passado, mas fomos nós que a semeamos, estejamos certos. Nada vem com endereço errado.
Portanto, nós que já conhecemos essa verdade, tratemos de semear boas sementes, escolher o momento para a sua semeadura.
Não nos revoltemos nem nos envaideçamos com a nossa colheita de agora procurando, cada vez mais, selecionar as nossas sementes para uma futura colheita farta, saborosa e nutritiva, especialmente.
Do Livro: Eu Sou o Caminho... ( Cenyra Pinto – 1972 )
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