domingo, 12 de abril de 2009

Instrumento Divino





O violino é instrumento delicado,
rico de melodias aguardando execução.

Deixado à umidade, perde a ressonância.

Manipulado com rispidez, desafina-se.

Largado ao abandono, sofre a invasão de
insetos que o destroem.

Utilizado com brutalidade, arrebenta-se.

Esquecido em temperaturas elevadas,
estala e rompe a caixa acústica.

Em mãos inábeis, perde a finalidade e
o valor.

Em museu, é peça morta.

Atirado ao lixo, torna-se inutilidade.

No entanto, cuidado, recebendo afinação,
conduzido com carinho, reflete as melodias
divinas ao contato com o arco que lhas
arranca, vibrando harmonias incomparáveis
que lhe saem das cordas distendidas e
equilibradas.

O médium, de certa forma, pode ser
comparado ao violino.

Afinado com os dons da vida e colocado em
mãos treinadas, acostumadas às músicas
divinas, traz, à Terra, as gloriosas mensagens
da Imortalidade.

Posto em comunhão com o bem, esparze
harmonias que facultam paz e estimulam ao amor.

Estando em ação correta, participa da
orquestração da Vida, expressando a glória
da Criação em concertos de indefiníveis estesias.

Sob a ardência das paixões primitivas, porém,
arrebenta os centros de comunicação e perverte
a finalidade a que se destina.

Cultivando os instintos primários e dando-lhes
expressão, tomba nos depósitos de lixo das
obsessões penosas.

Absorvendo a queixa e o pessimismo, perde a
afinidade com os instrumentistas superiores.

Relegando-se ao marasmo, desconecta os
centros de registro elevado.

Utilizado para o mercantilismo e as
frivolidades, gasta-se nos prejuízos
destruidores.

Compulsado por Entidades perversas, morrem-
lhe os ideais de enobrecimento, e embrutece-
se, caindo depois na alucinação auto-aniquiladora.

O violino e o médium têm muita semelhança.

São, em si mesmos, neutros, dependendo
de como se deixam utilizar.

O violino, porque não possui razão nem
inteligência, depende totalmente do seu
possuidor, quanto o médium resulta da
conduta moral que imprimir à sua faculdade.

Deixa-te tanger pelas mãos dos artistas
espirituais de elevado porte, a fim de que
possas transmitir as melodias da Vida Maior
para felicitar as criaturas.

Em qualquer situação, permanece cauteloso,
zelando pelos teus equipamentos, de modo a
responder em harmonia a todas as emissões
dos artistas divinos, como instrumento
sintonizado com a sublime orquestra do amor
de Nosso Pai.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Alegria de Viver]
[Editora LEAL]

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