terça-feira, 5 de maio de 2009

Indulgência Permanente

Escasseia, cada vez mais, no
comportamento humano, a indulgência.

Relevante para o êxito da criatura em
si mesma e em relação ao próximo,
o pragmatismo negativo dos interesses
imediatos vem, a pouco e pouco,
desacreditando- a, deixando-a à margem.

Sem a indulgência no lar, diante das
atitudes infelizes dos familiares
ou em referência aos seus equívocos,
instala-se a malquerença; na oficina de
atividades comerciais, produz a
desconfiança; no trato social propicia o
desconforto moral e responde pelo
competição destrutiva.. .

Tentando substituí-la, as criaturas
imprevidentes colocam nos lábios a
mordacidade no trato com o semelhante, a
falsa superioridade, a ofensa freqüente,
a hipocrisia em arremedos de tolerância.

A indulgência para com as faltas alheias
é perfeita compreensão da própria fragilidade,
a refletir-se no erro de outrem, entendendo
que todos necessitam de oportunidade para
recuperar-se, e facultando-a sem assumir rígido
comportamento de censor ou injustificável
postura de benfeitor.

A indulgência é um sentimento de humanidade
que vige em todas as pessoas, aguardando
desdobramento e vitalidade que somente o
esforço de cada qual logra realizar.

É calma e natural, fraterna e gentil,
brotando como linfa cristalina alcance do
sedento.

Generosa, não guarda qualquer ressentimento,
olvidando as ofensas a benefício do próprio
agressor.

A indulgência é um ato de amor que se
expande e de caridade que se realiza.

Mede-se a conquista moral de um homem pelo
grau de indulgência que possui em relação aos
limites e erros alheios.

Ninguém que jornadeie, no mundo, sem errar
e que, por sua vez, não necessite da
indulgência daqueles a quem magoa ou contra
os quais se levanta.

A indulgência pacifica o infrator, auxiliando-
o a crescer em espírito e abre áreas de
simpatia naquele que a proporciona.

Virtude do sentimento, a indulgência revela
sabedoria da razão

Agredido pela ignorância do poviléu, ou pela
astúcia farisaica, ou pela covardia dos amigos,
ou pela pusilanimidade de Pilatos, Jesus foi
indulgente para com todos, não obstante jamais
houvesse recebido ou necessitasse da
indulgência de quem quer que fosse.

Lecionando o amor, toda a Sua vida é um
hino à indulgência e uma oportunidade de
redenção ao equivocado.

Sê, pois, tu também, indulgente em relação
ao teu próximo, quão necessitado te encontras
da indulgência dos outros assim como da Vida.

[Joanna de Ângelis]
[Divaldo Franco]
[Viver e Amar]
[Editora LEAL]

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