Observa: toda a Natureza, por livro de Deus, em qualquer parte, parece um cântico de louvor ao auxílio.
Ignoro se já pensaste nas primeiras árvores da Terra, inclinando-se para as aves fatigadas, a fim de que aprendessem a entretecer os próprios ninhos, nos braços fortes que lhes estendiam.
Nem sei se já meditaste na piedade das flores primitivas do mundo para com as abelhas cansadas e famintas, convidando-as pelo próprio perfume, a lhes retirarem as pequeninas sobras de alimento nas corolas acolhedoras, a fim de que não tombassem na exaustão, quando à procura de recursos que lhes facultassem o fabrico do mel. Até hoje as árvores não se queixam dos pássaros que lhes deixam os ramos menos limpos e as flores não protestam contra as abelhas quando lhes aparecem, através de sucessivos enxames, a lhes dilapidarem as pétalas nutrientes.
Árvores e abelhas sabem, instintivamente, que a Divina Providência não lhes faltará com a chuva a lavar-lhes todas as folhas e com o acréscimo de seiva, destinadas a reajustar-lhes o sustento.
Não será semelhante lição dos agentes simples da natureza determinada mensagem da vida, concitando-nos à prática da bondade, de uns para com os outros? Onde estiveres, compadece-te de teus irmãos.
Esse precisa apoiar-se em teus ombros para a caminhada difícil, aquele te aguarda o concurso fraterno, de modo a manter-se de pé, na marcha dos dias.
Abençoa e socorre sempre.
Em muitas ocasiões, penso que o ensinamento do Cristo, acerca do perdão, se revestiu de outras derivações no campo das atitudes.
Algum dos companheiros haverá perguntado ao Senhor:
- Mestre, quantas vezes, devo auxiliar meus irmãos?
E, decerto, Jesus terá respondido:
- Não te digo que auxilies uma vez, mas setenta vezes sete vezes.
(Francisco Cândido Xavier por Meimei. In: Sentinelas da Alma)
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