sexta-feira, 1 de maio de 2009

TERNURA

É tão sutil e importante, que alenta a vida.
Muitas criaturas a negam, porém não a dispensam.
Tímida, faz-se quase imperceptível, todavia emoldura e mimetiza quem a doa, quem a recebe.
Transparece num olhar, como uma estrela num céu atapetado de astros; exterioriza- se, num sorriso como uma canção tocada numa harpa à distância; irradia de uma palavra, qual o voo de uma ave grácil no espaço azul; dilata-se, num silêncio qual solau interrompendo uma melodia trazida pela brisa; fala sem voz, actua sem mão, brilha sem luz...
Ternura é alma e é coração.
Espontânea, não pode ser imposta; livre, não se expressa subalterna; santa, não corrompe, nem se corrompe.
Faz muita falta a ternura na Terra!
Não impõe interesses mesquinhos nem fiscaliza paixões.
Brota como uma flor que explode de um botão aos ósculos do Sol.
A ternura propõe harmonia, e, quando chega, apazigua.
Emoldura a alma com o amor puro, fecundado nas santas intenções e descobrirás a ternura exteriorizando- se de ti e a ti retornando, por ser a mais forte expressão que traduz elevação do espírito. Se não vige assim eis que o sentimento nutrido está intoxicado: ainda não é amor.
Ternura é bênção - frui-a sob a inspiração do amor que deves enternecer, a fim de facilitar a quem amas.

Divaldo P. Franco
Espírito: Eros
Livro: Heranças de amor

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