segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Meditando sobre o Espiritismo Cristão




Ednelson Abrahim

Os diversos caminhos traçados por mensageiros que Deus escolheu para trazer à humanidade suas leis, não devem servir para desagregação, não importa a forma, mas, o conteúdo, as diretrizes embaladas pelo o amor, a caridade, a fraternidade. Simpatias pessoais por um ou outro caminho não devem nortear a escolha. Os caminhos são muitos, as metas uma só.
O Espiritismo não é só Allan Kardec, é também Alan Kardec que tem o mérito de dar um cunho científico ao fato, despertando o interesse para pesquisa séria, acurada e aprofundada, pois de outra maneira o assunto ainda estaria estacionado na esfera mística.
Um dos princípios que devem nortear o Espiritismo é a liberdade, em sua mais abrangente expressão, poder escolher, pensar, criar, buscar respostas obviamente com toda a responsabilidade inerente ao seu alcance, pois quando entregamos um fruto nutritivo aos fatores de desagregação, em pouco tempo, transformar-se-á em bolo pestífero, é necessário vigiar o coração e fiscalizar os atos com a lâmpada viva das lições do Cristo.
A busca ao conhecimento, à auto iluminação não pode ser submetida a qualquer tipo de dogmas ou regras pré estabelecidas para a interpretação de um fato. É comum observarmos aos fatos tolhidos por regras impregnadas de preconceitos sociais, intelectuais, políticos e financeiros.
Em nosso parco entendimento sobre a comunicação entre as dimensões, geralmente desconhecemos e ignoramos a amplitude das infinitas criações de Deus, visto que o primeiro desafio que temos a enfrentar quando ousamos entender sua obra é o da limitação enevoada, ainda, pela soberba de um pretenso conhecimento que nos atrela à peguenos detalhes ritualísticos que satisfaçam ao nosso ego.
A fase do “fenômeno” não passou e jamais passará, ao contrário a comunicabilidade e manifestações espirituais estão cada vez mais evidentes e se estreitando em nosso dia a dia. No início do século XX, Charles Richet já chamava a atenção para a carência de médiuns de efeitos físicos. Para explicar o fato se faz necessário mencionar algumas situações: ao sair das salas fechadas para os salões de festas, as manifestações passaram a atender todo tipo de frivolidade e adotadas por charlatães e aqueles que tomavam para si o controle e propriedade do “fenômeno” e se apresentavam como iluminados. Em outra vertente aqueles que estão em busca de algo para se apegar e dar um sentido em suas vidas, a busca de um milagre para curar suas desditas, sem atinarem que a cura dos males da humanidade está em cada um de nós, em nos reformarmos intimamente, retirarmos a roupagem velha do inconformismo, da prepotência, da intransigência, do orgulho, da vaidade, do egoísmo, da intolerância e outros tantos hábitos inferiores e vestirmos a nova roupa do homem altruísta, fraterno, indulgente, caridoso, amoroso e ciente do seu papel como parte dessa grande família universal.
O estudo foi, é e será imprescindível para a evolução do ser humano, sem ele estagnamos, ficamos a nos repetir, não avançamos para o destino que nosso Amantíssimo Pai nos reservou, porem, de pouco vale sem a prática, de nada nos serve o conhecimento teórico sem a experimentação, sem termos com quem partilha-los, recitarmos capítulos, versículos e frases de efeito, copiadas de mensagens à nós trazidas por mentes iluminadas, se não levamos para o nosso cotidiano o amor incondicional à temperar as relações com nossos irmãos e principalmente para com os nossos desafetos ou os díspares. Os dogmistas sempre existiram e sempre existirão. Os sacerdotes tem por horizontes e necessidades íntimas, colocar a estrutura acima dos principios que norteiam qualquer prática teológica e se impõem como escolhidos a velarem para que não lhes fuja do controle.
Felizmente esta é uma realidade que jamais será aprisionada por qualquer instituição ou qualquer pessoa que se auto intitule como real representante do Espiritismo, assim como nenhum livro será eleito como bíblia, moldada de acordo com interesses que não tenham compromisso com a verdade e a moral cristã, as lições que Jesus, nosso grande Mestre nos deixou, com ocorreu com as interpretações e deturpações inseridas nos evangelhos para atender os interesse da igreja católica e outras igrejas. O Espiritismo é dinâmico atualizado pelos ensinamentos trazidos pelos administradores do plano superior, na forma de nossas percepções e pelo avanço da ciência que dia a dia dá passos largos para desvendar os mistérios do cosmo. Entretanto há que se ter um balizamento para orientar a prática, nem todos tem o mesmo discernimento, bom senso e bons propósitos para tarefa, muitos recuam diante das responsabilidades outros sucumbem às tentações da carne, ao seu primitivismo espiritual que redundam em orientações e conselhos danosos aos que buscam na doutrina um alento par seus momentos de fragilidade.
Os argumentos e fatos narrados no texto trazem o ranço das imposições, falta de esclarecimento e principalmente da falta de compromisso com a postura amorosa que deve ter um Espirita. As aflições da alma se refletem no corpo e nos atos com as mais diversas formas e estas por sua vez, no mundo carnal, são interpretadas como valores conquistados. Quando mais tarde a ilusão se desfaz, resta o amargo da egolatria a turvar a mente, oprimir o coração e cobrando à consciência, esse jardim onde Deus , O Todo Justo, semeou seus princípios, sempre propiciando, no mistério do amos, todos os recursos imprescindíveis aos resultados felizes.
Amar a Deus sobre todas as coisas e amar a todos como a si mesmo, perdoar para serdes perdoado, se temos algum esclarecimento, maior é nossa responsabilidade para com os irmão que vem na retaguarda. Essas são as diretrizes que todos os espiritas devam ter em suas mentes antes de iniciar qualquer atividade em qualquer lugar ou a qualquer hora.

Que a paz de Deus esteja com todos.

Ednelson Abrahim

http://www.institutoandreluiz.org/ca_ednelson_abrahim.html

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