domingo, 12 de agosto de 2007

ARIANISMO


Trindade

Ao aparecer aos apóstolos após a Ressurreição, Jesus afirmou a existência da Trindade ao dizer-lhes que batizassem as nações "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28:19), fórmula que se repete por ocasião do batismo individual cristão.
A Trindade designa a crença de que há três pessoas divinas -- Pai, Filho e Espírito Santo -- na natureza indivisível de um único Deus, verdadeiro e eterno. Principal mistério do cristianismo, a Trindade é dogma de fé.
O Antigo Testamento não menciona o mistério da Trindade, embora o deixe implícito nas passagens nas quais Deus fala no plural, como no Gênesis, quando diz "Façamos o homem à nossa imagem" (Gn 1:26). O mistério, entretanto, é explícito em diversas passagens do Novo Testamento, que estabeleceu as bases para sua doutrina. Entre essas passagens, destaca-se a do batismo de Jesus, quando "o Espírito, como uma pomba" desceu sobre ele e uma voz dos céus disse: "Tu és o meu Filho amado" (Mc 1:10-11).
O dogma da Trindade, no entanto, foi contestado principalmente pelo arianismo, heresia que, difundida em 318 por Ário, negava a unidade e a consubstancialidade das três pessoas da Trindade e, em conseqüência, a divindade de Cristo. Em contrapartida, o I Concílio de Nicéia, realizado em 325, expressou a unidade mística de Deus Pai e Deus Filho com a palavra homoousios, que significa "consubstancial". Afirmou-se assim que a unidade de substância não implica a unidade de pessoas, pois a primeira e a segunda pessoas não são idênticas, nem aspectos complementares da mesma substância. Numa tentativa de conciliação entre católicos e arianos, a fórmula para a doutrina da Trindade foi definida então na profissão de fé de que "o Filho tem a mesma natureza (homoousios) do Pai", mas a guerra teológica prosseguiu.
Atanásio, bispo de Alexandria de 328 a 373, defendeu e desenvolveu a fórmula estabelecida pelo I Concílio de Nicéia. Nas décadas seguintes, a doutrina da Trindade tomou forma definitiva com base nos ensinamentos dos primeiros grandes teólogos da igreja oriental, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno, também defensores do Credo de Nicéia. O arianismo foi condenado tanto pelo Concílio de Nicéia quanto pelo de Constantinopla, em 381.
A crença na divindade de Cristo mediante a interpolação filioque ("e do Filho") foi afirmada como posição católica contra o arianismo e parece ter sido acrescentada no concílio local de Toledo, em 589. Apesar da oposição dos católicos não ortodoxos, a expressão estabeleceu-se aos poucos no Ocidente até ser oficialmente utilizada em 1017, quando foi feito esse acréscimo definitivo, pela igreja latina, ao texto do credo do cristianismo. Essa foi das principais causas do cisma entre as igrejas do Ocidente e do Oriente em 1054.
http://orbita.starmedia.com/~hyeros/trindade003.html

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