sábado, 11 de agosto de 2007

UMBANDA


Umbanda
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Umbanda é uma religião formada dentro da cultura religiosa brasileira que sincretiza elementos vários, inclusive de outras religiões.

Os conceitos aqui relatados podem diferir em alguns tópicos por se tratar de uma visão generalista e enciclopédica. Por se tratar de um conjunto religioso com várias ramificações, as informações aqui expostas buscam informar aos leitores da forma mais abrangente possível e sem discriminação ou preconceitos, pois todas as "Umbandas" têm suas razões de existir e de serem cultuadas.
Os fundamentos

Os fundamentos da Umbanda variam conforme a vertente que a pratique.

Existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa resalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:

* A existência de uma fonte criadora universal, um Deus supremo, chamado Olorum ou Zambi;
* A obediência aos ensinamentos básicos de Cristo:fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;
* O culto aos Orixás como manifestações divinas, em que cada Orixá controla e se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência;
* A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "cavalos";
* O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifesta de diferentes formas;
* Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que exite para nortear os trabalhos de cada terreiro;
* A crença na imortalidade da alma;
* A Crença na reencarnação e nas leis cármicas;
O culto umbandista

A Umbanda tem como lugar de culto o templo, terreiro ou Centro, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos Orixás e das sessões espíritas, que na Umbanda se denominam giras.

O chefe do culto no Centro é o Sacerdote ou Sacerdotiza (pode ser também a Bá [o Babá], Diretor(a) de culto, Mestre(a), ou também Pai-de-santo ou Mãe-de-santo, sempre dependendo da forma escolhida por cada casa). São os médiuns mais experientes e com maior conhecimento, normalmente fundadores do terreiro. São quem coordena as sessões/giras e que irá incorporar o guia-chefe, que comandará a espiritualidade e a materialidade durante os trabalho.

Como uma religião espíritualista, a ligação entre os encarnados e os desencarnados se faz por meio dos médiuns. Na Umbanda existem várias classes de médiuns, de acordo com o tipo de mediunidade. Normalmente há os médiuns de incorporação, que irão "emprestar" seus corpos para os guias e para os Orixás.

Há também os atabaqueiros, que transmitem a vibração da espiritualidade superior por via dos atabaques, criando um campo energético favorável à atração de determinados espíritos, sendo muitas vezes responsáveis pela harmonia da gira. Há os Corimbas, que são os que comandam os cânticos e as cambonas que são encarregadas de atenderem as entidades, provisionando todo o materias nescessário para a realização dos trabalhos.


Embora caiba ao sacerdote ou à sacerdotiza responsável o comando vibratório do rito, grande importância é dada à cooperação, ao trabalho coletivo de toda a corrente mediúnica.

Segundo a Umbanda, as entidades que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

* Guias e protetores:

Linhas de direita(guias iluminados): Pretos-Velhos|Pretas-Velhas, Caboclos, Boiadeiros, Mineiros, Crianças(Cosme e Damião), Marinheiros na linha do mar, Ciganos, Baianos Orientais e as Linhas de esquerda (espíritos de diversos níveis de luz): Exus|Pomba-giras

[editar] As sessões

O culto nos terreiros é dividido em sessões de desenvolvimento e de consulta, e essas, são subdivididas em giras.

Nas sessões de consulta, onde comumente podemos encontrar Pretos-Velhos, Caboclos, Ciganos... As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos, e para resolver problemas espirituais diversos. As ocorrências mais comuns nessas sessões são o "passe" e o descarrego.

No passe, a entidade reorganiza o campo energético astral da pessoa, energizando-a e retirando toda a parte fluídica negativa que nela possa estar. O descarrego é feito com o auxílio de um médium, o qual irá captar a energia negativa da pessoa e a transferir para os assentamentos ou fundamentos do terreiro que contém elementos dissipadores dessas energias. Também a entidade faz com que essa energia seja deslocada para o astral. Caso seja um obsessor, o espírito obsediador é retirado e encaminhado para a luz ou para um lugar mais adequado no astral inferior caso ele não aceite a luz que lhe é dada. Nesses casos pode ser necessária a presença de um ou mais Exus para auxiliar a desobsessão.

Os dias de Consulta e/ou Desenvolvimento podem variar de casa para casa, de Linha Doutrinária para Linha Doutrinária. Nos dias de consulta há o atendimento da assistência e nos dias de desenvolvimento há as giras médiunicas, que são fechadas à assistência, onde os sacerdotes desenvolvem a mediunidade da corrente (de médiuns).

[editar] Médiuns

Médium é toda pessoa que, segundo a Umbanda, tem a qualidade de se comunicar com entidades desencarnadas ou espíritos, seja pela mecânica da incorporação, pela vidência (ver), pela audiência (ouvir) ou pela psicografia (escrever movido pelos espíritos).

A Umbanda crê que o médium tem a responsabilidade e o compromisso de servir como um instrumento de guias ou entidades espirituais superiores. Para tanto, deve se preparar através do estudo, desenvolvendo a sua mediunidade, sempre prezando a elevação moral e espiritual, a aprendizagem conceitual e prática da Umbanda, respeitar os guias e Orixás; ter assiduidade e compromisso com sua casa, ter caridade em seu coração, amor e fé em sua mente e espírito, e saber que a Umbanda é uma prática que deve ser vivenciada no dia-a-dia, e não apenas no terreiro.

A mediunidade não deve ser vista ou vivenciada vaidosamente como um dom ou poder maior concedido ao médium, e sim como um compromisso e uma oportunidade que lhe foi dada para resgate kármico e expiação de faltas pregressas antes mesmo da pessoa reencarnar. Por isso não deve ser encarada como um fardo ou como uma forma de ganhar dinheiro, mas como uma oportunidade valiosa para praticar o bem e a caridade.

Existe médiuns que acabam distorcendo o verdadeiro papel que lhes foi dado, e se envaidecem, agindo de forma leviana em suas vidas. O médium deve tangir sua vida como sendo um mensageiro de Deus, dos Orixás e Guias. Ter um comportamento moral e profissional dígnos, ser honesto e íntegro em suas atitudes, pois do contrário acaba atraindo forças negativas, obsessores ou espíritos revoltados que vagam pelo mundo espiritual atrás de encarnados desequilibrados que estejam na mesma faixa vibracional que eles. Por isso, desenvolver a mediunidade é um processo que deve ser encarado de forma séria e regido através de um profundo estudo da religião, e seguido por conceitos morais e éticos. Ser orientado e iniciado por uma casa que pratica o bem é essencial.

As pessoas que são médiuns devem levar sempre a sério sua missão, ter muito amor e dar valor ao que fazem, tendo sempre boa-vontade nos trabalhos de seu terreiro e na vida diária.

O médium deve tomar, sempre que necessário, os banhos de descarrego adequados aos seus Orixás e Guias, estar pontualmente no terreiro com sua roupa sempre limpa, conversar sempre com o chefe espiritual do terreiro quando estiver com alguma dúvida, problema espiritual ou material.

Sobre o estudo da mediunidade e do médium, pode-se utilizar como fonte para estudos a relação que existe abaixo, no ítem "Literatura Umbandista". Alguns terreiros utilizam-se das obras Espíritas (codificadas por Allan Kardec), mas a maioria segue as orientações da literatura umbandista que é prolífica nas discussões teóricas e nas orientações práticas. Há livros umbandistas a partir da década de 1930.

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