IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA BRASILEIRA

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A Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) é uma dissidência da Igreja Católica Apostólica Romana criada em 1945 no Brasil

[editar] História

Houve várias tentativas de fundar uma igreja católica nacional no Brasil. Na Confederação do Equador, o Frei Caneca fez sua proposta, durante o período regencial, pelo padre Diogo Antônio Feijó, que era contra o celibato clerical. O intelectual Rui Barbosa defendia essa idéia. Também em 1912, o cônego Manuel Carlos de Amorim Correia, pároco de Itapira, no estado de São Paulo, foi excomungado e iniciou a Igreja Católica Nacional, todavia foi morto em circunstâncias suspeitas. Em 1936, Salomão Ferraz (que anteriormente fora católico romano, presbiteriano e anglicano) fundou a Igreja Católica Livre.

A Igreja Católica Apostólica Brasileira foi fundada pelo bispo D. Carlos Duarte Costa, antigo bispo Católico Romano da Diocese de Botucatu. Destituído dessa diocese por motivos administrativos, ele foi designado como bispo titular de Maura, uma extinta diocese do Norte da África.

D. Carlos era um duro crítico do regime de Getúlio Vargas e da aliança do Vaticano com os regimes totalitários. Também pregava contra a doutrina da infalibilidade Papal, atitude liberal quanto ao divórcio e a liberdade para os clérigos se casarem.

Em 1944 foi preso e pressões internacionais encabeçadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt e pelo Primeiro-Ministro Britânico Winston Churchill fizeram que o governo federal libertassem-no.

Em 1945 D. Carlos denunciou a Operação Odessa, organizada pelo Vaticano para permitir a fuga de oficiais nazistas. Conseqüentemente, o Papa Pio XII excomungou-o. D. Carlos ignorou a excomunhão e, em 6 de julho de 1945, no Rio de Janeiro, fundou juridicamente a Igreja Católica Apostólica Brasileira. Semanas depois, especificamente em 18 de agosto lançou o "Manifesto à Nação".

D. Carlos ordenou como bispo um mês depois a D. Salomão Barbosa Ferraz, que uniu sua igreja com a ICAB.
Em 1949, o Presidente Eurico Gaspar Dutra tentou limitar a ação da ICAB e o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal, garantindo a Liberdade Religiosa e a legalidade da ICAB.

Vários foram os padres e bispos ordenados por D. Carlos Duarte Costa e pela ICAB no Brasil e exterior.

Depois da morte de D. Carlos em 1961 surgiram várias disputas que levaram a fundação de dissidências e o retorno de D. Salomão Ferraz à Igreja Católica Apostólica Romana, que reconheceu sua ordenação como bispo válida. D. Carlos Duarte Costa foi canonizado pela ICAB como São Carlos do Brasil.

A Igreja Católica Apostólica Brasileira (ICAB) foi a pioneira em:

* Abolir o uso da batina fora dos cultos, atos litúrgicos e missas. Isto significa que, fora das missas o padre e o bispo deveriam usar a veste civil
* Abolir o latim dos cultos, atos litúrgicos e missas, passando ao uso do idioma nacional
* Ministrar o Santo Sacramento do Matrimônio para os desquitados e, posteriormente, para os divorciados.
* Abolir o celibato clerical, isto é, permitir o casamento dos padres e bispos
* Abolir a confisão auricular (no ouvido do padre. Na ICAB a confissão é feita diretamente a Deus)

Tudo isto, na época, foi considerado uma verdadeira insanidade, loucura, por parte da igreja à qual D. Carlos Duarte Costa pertencera. Porém, anos mais tarde (1962/1965) a mesma igreja que o taxara de louco e insano passou a adotar algumas das mudanças, especificamente a abolição da batina fora das missas e a abolição do latim.

Na ICAB não há cursos para batismos, crismas e casamentos. Os ministros destes sacramentos fazem uma pregação a respeito da importância do ato sacramental pouco antes de o ministrarem e logo em seguida formalizam o rito de acordo com a matéria, forma e intenção.

A chefia da ICAB é exercida pelos bispos reunidos em Concílio, denominado Concílio Nacional, presidido por D. Luis Fernando Castillo Mendez, também conselheiro presidente do Conselho Episcopal. Possui 48 bispos atuando em 38 dioceses, servindo quinhentos mil fiéis[carece de fontes?].