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sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Lutas em Família
Livro: Seara de Luz
Irmão José & Carlos Baccelli
O espírita não deve esquecer-se que a sua responsabilidade primeira é para com a própria família consangüínea.
É no recinto doméstico que ele é chamado às maiores renúncias.
O grupo familiar é, sem dúvida, o seu campo de lutas, onde ele necessita vivenciar, com prioridade, a mensagem que prega.
Disse Jesus: "Não penseis que eu vim trazer a paz sobre a Terra; eu não vim trazer a paz, mas a espada; porque eu vim separar o homem de seu pai, a filha de sua mãe e a nora de sua sogra; e o homem terá por inimigos os de sua casa." Com o aconteceu ao Cristianismo, o Espiritismo veio estabelecer no mundo o conflito de idéias.
Às vezes, dentro de casa, o espírita se sentirá solitário em sua crença, sofrendo a incompreensão dos corações amados que ainda não conseguiram se libertar do preconceito religioso.
Por isto, tanto quanto lhe seja possível, evitará polemizar com a família sobre os assuntos de religião.
Entenderá que o fruto não amadurece antes da época propícia e saberá esperar com paciência, perseverando, em silêncio, nas tarefas que abraçou.
Perdoará alusões agressivas à fé que professa, sem revidar a qualquer ofensa.
Estará consciente de que nem sempre o grupo familiar é um grupo de almas afins e que quase todos reencarnam na mesma equipe doméstica no sentido de se reajustarem perante as Leis da Vida.
O Espírita não deve insistir em excesso com os familiares para que se convertam ao seu modo de pensar. Não raro, os convites insistentes, ao invés de funcionarem beneficamente, acabam gerando antipatia para com a Doutrina.
Existem mesmo pessoas que gostam de contrariar por simples prazer; é uma maneira inconsciente de cobrarem o que lhes é devido.
Para o espírita que exerce a mediunidade, vinculado a uma família não-espírita, as incompreensões costumam ser maiores, porque, além da influência dos encarnados, sofrerá ele o assédio dos desencarnados que desejam vê-lo longe da tarefa.
É o que vemos acontecer, por exemplo, com muitas senhoras que são impedidas pelos esposos de comparecerem aos Centros Espíritas.
Quando tal se dá, em favor da paz em família, convém adiar os planos ansiosamente acalentados n’alma, refletindo que em toda a parte somos chamados ao exercício da mediunidade, bem como aos testemunhos de nosso amor à Causa.
Quem sabe ceder hoje, conquistará amanhã.
Às vezes, a renúncia de alguém por alguns anos, acaba por sensibilizar os integrantes de uma família inteira, modificando-lhes em profundidade a maneira de ser e de pensar.
Aceitemos os outros como são, para que eles nos aceitem como somos.
Não nos transformemos em moralistas dentro da própria casa, querendo impor as lições do Espiritismo, pois quem age assim, demonstra que ainda não assimilou o verdadeiro espírito da Doutrina, que nos ensina a respeitar a liberdade de consciência de cada um.
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