quarta-feira, 27 de agosto de 2008

O Tao da Física e o Espiritismo

Carlos Imbassahy



Pela década de oitenta, no meio espírita brasileiro surgiu um grupo de cultuadores da obra de Fritjofre Kapra, intitulada “O Tao da Física” e que era tida como a maior revelação até aquele momento, da filosofia espírita.

Kapra nunca soube, na sua vida, o que era o Espiritismo nem tem a menor noção das obras de Kardec, como ocorre com uma grande parte dos que se dizem espíritas em nossa terra.

Evidentemente, ao escrever seu livro ele se inspirou exclusivamente nos preceitos taoístas de Lao Tsé e outros pensadores asiáticos, em tese, reencarnacionistas, contudo, dentro de uma outra posição relativamente mística.

Evidentemente, não tendo noção da doutrina espírita e vendo que a obra continha conceitos correlatos com a codificação, estes seguidores se arvoraram em considerar tal trabalho como sendo a última das revelações. Só que se esqueceram de que Kapra se serviu, apenas, de hipóteses científicas aceitas, à sua época porque eram as mais condizentes com o conhecimento da Física.

Desta forma, adotou a configuração atômica planetária de Bohr, os efeitos internos conhecidos, sem saber que outros mais importantes seriam descobertos, enfim, uma Física, hoje, completamente obsoleta. Como tal, sua obra também se tornou ultrapassada.

Empolgarmo-nos com um trabalho que já era é o mesmo que voltarmos a ter como base a velha máquina de escrever, ignorando o computador. Ou pior: configurar-se em erro com os conhecimentos do passado ultrapassado que não mais tem vez.

Se, no meio espírita formos retroagir à década de oitenta, do século passado, em vez de seguirmos os conselhos de Kardec a fim de que o Espiritismo se atualize com as novas verdades descobertas, estaremos retroagindo a hipóteses fictícias hoje completamente abandonadas mas que, na época em que este livro fora escrito representava a opinião vigente do momento.

Não tumultuemos anda mais os conhecimentos doutrinários tão conspurcados com influências cristãs católicas ditadas por Entidades ligadas à Igreja, tentando modificar a área científica do Espiritismo com autores que já eram.

É querer que o Espiritismo, já na sua parte filosófico-religiosa tão tumultuada, acabe ruindo também no seu lado científico, fazendo com que nossos conhecimentos não se atualizem com as novas descobertas e pesquisas que tão favoráveis são a nós, a ponto de evidenciar fenômenos que já os Espíritos antecipavam para Kardec há dois séculos.

Vamos estudar Kardec, se quisermos nos considerar espíritas e nos atualizarmos com os verdadeiros conhecimentos devidamente comprovados que os cientistas acabam nos revelando a cada nova pesquisa.
Todos nós podemos ser harmônicos, cada qual com sua opinião, mas, Espiritismo ainda é e será sempre apenas Kardec e sucessores coerentes com seus fundamentos.

http://www.terraespiritual.org/espiritismo/Safesp/artigo01.html

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