sábado, 30 de agosto de 2008

A Supressão da Reencarnação

O Concílio de Constantinopla - 553 D.C.

A Reencarnação escamoteada e suprimida pela Igreja Católica. Por que será ?

Até agora, quase todos os historiadores da igreja
romana acreditam que a Doutrina da Reencarnação foi declarada herética
durante o Concílio de Constantinopla em 553 D.C, atual Istambul, na
Turquia. No entanto, a condenação da Doutrina se deve a uma ferrenha
oposição pessoal do finado imperador Justiniano, que nunca esteve
ligado aos protocolos do Concílio. Segundo Procópio, uma mulher de
nome Teodora, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de
Bizâncio, era a ambiciosa esposa de Justiniano, e na realidade, era
quem manejava o poder. Ela, como cortesã, iniciou sua rápida ascensão
ao Império. Para se libertar de um passado que a envergonhava,
ordenou, mais tarde, o expurgo de quinhentas antigas "colegas" e, para
não sofrer as conseqüências dessa ordem em uma outra vida como
preconiza a lei do Carma, empenhou-se em suprimir toda a magnífica
Doutrina da Reencarnação. Estava confiante no sucesso dessa anulação,
decretada por Justiniano " em nome de DEUS " !

Em 543 D.C, o déspota imperador Justiniano, sem levar
em conta o ponto de vista clerical, declarou guerra frontal aos
ensinamentos de Orígenes - exegeta e Teólogo ( 185 - 235 D.C ), ( ver
Obs. ao final ), condenando tais ensinamentos através de um sínodo
especial. Em suas obras : De Principiis e Contra Celsum, Orígenes
tinha reconhecido, abertamente, a existência da alma antes do
nascimento e sua dependência de ações passadas. Ele pensava que certas
passagens do Novo Testamento poderiam ser explicadas somente à luz da
Reencarnação.

Do Concílio convocado por Justiniano só participaram
bispos do oriente (ortodoxos). Nenhum de Roma. E o próprio "Papa", que
estava em Constantinopla nesta ocasião, deixou isso bem claro.

O Concílio de Constantinopla, o quinto dos Concílios,
não passou de um encontro, mais ou menos em caráter privado,
organizado por Justiniano, que, mancomunado com alguns vassalos,
excomungou e maldisse a doutrina da preexistência da alma, com
protestos do Papa Virgílio, e a publicação de seus anátemas. Embora
estivesse em Roma naquela época, o Papa Vigílio seqüestrado e mantido
prisioneiro de Justiniano por oito anos, recusou-se a participar deste
Concilio, quando Justiniano não assegurou o mesmo quórum de bispos
representantes do leste e do oeste.

Uma vez convocado, o Concilio só incluiu 165 bispos da
Cristandade em sua reunião final, dos quais 159 eram da Igreja
oriental. Tal fato garantiu a Justiniano todos os votos de que
precisava.

A conclusão oficial a que o Concílio chegou após uma
discussão de quatro semanas teve que ser submetida ao "Papa" para
ratificação. Na verdade, os documentos que lhe foram apresentados ( os
assim chamados "Três Capítulos") versavam apenas sobre a disputa a
respeito de três eruditos que Justiniano, há quatro anos, havia por um
edito ( decreto ) declarado heréticos. Os "papas" seguintes, Pelagio I
( 556 - 561 D.C ), Pelagio II ( 579 - 590 D.C ) e Gregório ( 590 - 604
D.C ), quando se referiram ao quinto Concílio, nunca tocaram no nome
de Orígenes.

A Igreja teve alguns concílios tumultuados. Mas parece
que o V Concílio de Constantinopla II (553) bateu o recorde em matéria
de desordem e mesmo de desrespeito aos bispos e ao próprio Papa
Virgílio, papa da época.

Muitos inconformados alegam que esse Concílio não
tratou da Reencarnação, e por isso a Igreja nunca esteve envolvida com
tal princípio. Porém a verdade é que, os seus Cânons ( Regra geral de
onde se inferem regras especiais ) do Magistério relacionado a este
evento, mais especificamente o seu Cânon 11, trata da condenação das
teses de Orígenes e suas referências à preexistência da alma. Vejamos
uma versão em espanhol dessa parte decisória do Supremo Pontificado :


Magisterio del C.E II de Constantinopla :

[En parte idénticos con la Homología del Emperador, del año 551]

Can. 11. Si alguno no anatematiza a Arrio, Eunomio, Macedonio,
Apolinar, Nestorio, Eutiques y Origenes, juntamente con sus impíos
escritos, y a todos los demás herejes, condenados por la santa Iglesia
Católica y Apostólica y por los cuatro antedichos santos Concilios, y
a los que han pensado o piensan como los antedichos herejes y que
permanecieron hasta el fin en su impiedad, ese tal sea anatema.

Aí está : O Cânon 11 ( Regra geral de onde se inferem regras especiais
) condenando Orígenes e suas teses da preexistência da alma. Ora, a
preexistência do espírito com relação ao corpo vivificado por ele, é a
base fundamental para a Teoria da Reencarnação, pois que, ao
admitirmos o reencarne de um espírito, automaticamente estamos
admitindo que ele já encarnou antes, pelo menos uma vez que seja.

Justiniano presidiu esse Concílio. Era um teólogo que
queria saber mais de Teologia do que o Papa. Sua mulher, a imperatriz
Teodora, foi uma cortesã e se imiscuía nos assuntos do governo do seu
marido, e até nos de Teologia. Houve, portanto, a condenação da
Doutrina da Preexistência, o que, "ipso facto", condenou também a
reencarnação, pois não existe reencarnação sem a preexistência do
Espírito.

VEJA COMO É FÁCIL CONCLUIR : Como a Doutrina da Reencarnação pressupõe
a da preexistência do espírito, Justiniano e Teodora PARTIRAM,
PRIMEIRO, PARA DESESTRUTURAR A DA PREEXISTÊNCIA, COM O QUE ESTARIAM,
AUTOMATICAMENTE, DESESTRUTURANDO A DA REENCARNAÇÃO ( !!! )

Então, em 543 d.C, Justiniano publicou um édito, em que
expunha e condenava as principais idéias de Orígenes, sendo uma delas
a da preexistência. Em seguida à publicação do citado édito,
Justiniano determinou ao patriarca Menas de Constantinopla que
convocasse um Sínodo, convidando os bispos para que votassem em seu
édito, condenando dez anátemas deles constantes e atribuídos a
Orígenes [O Mistério do Eterno Retorno, pág. 127-127, Jean Prieur,
Editora Best Seller, São Paulo, 1996].

A principal cláusula ou anátema que nos interessa é a
da condenação da preexistência que, em síntese, é a seguinte : "Quem
sustentar a mítica crença na preexistência da alma e a opinião,
conseqüentemente estranha, de sua volta, seja anátema" ( William
Walker Atikinson, Ed. Pensamento, São Paulo, 1997).

Vamos ver agora essa cláusula na íntegra e NO ORIGINAL EM LATIM :

"Si quis dicit, aut sentit proexistere hominum animas, utpote quae
antea mentes fuerint et sanctae, satietatemque cepisse divinae
contemplationis, e in deterius conversas esse; atque ideirco
apofixestai id este refrigisse a Dei charitate, et inde fixás graece,
id est, animas esse nuncupatas, demissasque esse in corpora suplicii
causa : anathema !"


OU SEJA :


"Se alguém diz ou sustenta que as almas humanas preexistiram na
condição de inteligências e de santos poderes; que, tendo-se enojado
da contemplação divina, tendo-se corrompido e, através disso, tendo-se
arrefecido no amor a Deus, elas foram, por essa razão, chamadas de
almas e, para seu castigo, mergulhadas em corpos, que ele seja
anatematizado !" ( O Mistério do Eterno Retorno, pág. 127-127, Jean
Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, 1996 ).

Como se não bastasse, o tal Concílio NÃO DEVERIA TER
VALIDADE UNIVERSAL, POIS NÃO FOI CONVOCADO PELO PAPA VIGILIUS que, na
ocasião, achava-se prisioneiro do Imperador Justiniano !!! Vejam : O
Imperador Justiniano mandou prender o Papa !!!

Além disso, há registros do historiador Paul Brunton (
com décadas de estudos comparativos das religiões e das tradições
antigas do Oriente e um dos pensadores e Escritores mais perceptivos
em transcrever aquela sabedoria para o mundo ocidental ) que afirma
que Justiniano anexou ao relatório do Concílio de Constantinopla (553)
um documento do Sínodo de Constantinopla, 543 d.C ( Sínodo é uma
Assembléia de um pequeno número de bispos de uma região, enquanto que
o Concílio Ecumênico é uma assembléia de todos os bispos da Igreja ),
dando a entender que a condenção da Reencarnação, feita pelo Sínodo,
fosse do Concílio !!! Veja como manipularam as decisões desse Concílio
!!!

Paul Brunton foi considerado pelo meio acadêmico, como
o maior sábio inglês do Século 20. Sua Obra "Verdades em
Perspectivas", relata a morte, no Oriente Médio, de mais de um milhão
de pessoas, logo após o Concílio de Constantinopla (553), em choques
com as forças de segurança de Justiniano, porque não aceitaram a
condenação da reencarnação.

Vamos agora, por curiosidade, transcrever o início da
introdução histórica desse célebre Concílio, contida na obra "Hefele,
History of the Councils", Vol. IV, p. 289 :

"In accordance with the imperial command but without the assent of the
Pope, the Council was opened on the 5th of May A.D. 553, in the
Secretarium of the Cathedral Church at Constantinople. Among those
present were the Patriarchs, Eutychius of Constantinople, who
presided, Apollinaris of Alexandria, Domninus of Antioch, three
bishops as representatives of Patriarch Eustochius of Jesuralem, and
145 other metropolitans and bishops, of whom many came also in the
place of a sent colleagues".


OU SEJA :


"De acordo com ordens do Imperador mas sem o consentimento do Papa, o
Concílio foi aberto em 5 de maio de 553 da nossa era cristã, na
Secretaria da Igreja Catedral em Constantinopla. Entre os presentes
achavam-se os Patriarcas Eutichis de Constantinopla, quem presidiu,
Apollinaris de Alexandria, Domninus de Antioquia, três bispos como
representantes do Patriarca Eustochius de Jerusalém, e 145 outros
bispos metropolitanos e bispos, dos quais VÁRIOS VIERAM TAMBÉM EM
LUGAR DE COLEGAS AUSENTES."

E por que tanta ênfase na condenação de Orígenes ???
Ora, Orígenes, em sua Obra Capital, "Dos Princípios", livro I, passa
em revista os numerosos argumentos que mostram, na preexistência e
sobrevivência das almas em outros corpos, o corretivo necessário à
desigualdade das condições humanas. De si mesmo inquire qual é a
totalidade dos ciclos percorridos por sua alma em suas peregrinações
através do Infinito, quais os progressos feitos em cada uma de suas
estações, as circunstâncias da imensa viagem e a natureza particular
de suas residências.

Está aí a argumentação de como É FACIL ESCAMOTEAR A
VERDADE, quando dizem que o Concílio II de Constantinopla não condenou
a Reencarnação. O termo "Reencarnação" não poderia mesmo constar em
qualquer documento ORIGINAL, antes de 1853, quando Kardec o formalizou
em suas Obras. REPITO : O que fizeram naquele Concílio foi enfraquecer
as bases da pluralidade das existências. Como a Doutrina da
Reencarnação pressupõe a da preexistência do espírito, Justiniano e
Teodora PARTIRAM, PRIMEIRO, PARA DESESTRUTURAR A DA PREEXISTÊNCIA, COM
O QUE ESTARIAM, AUTOMATICAMENTE, DESESTRUTURANDO A DA REENCARNAÇÃO (
!!! )


E a Igreja aceitou o edito de Justiniano - "Todo aquele
que ensinar esta fantástica preexistência da alma e sua monstruosa
renovação, será condenado" - como parte das conclusões do Concílio.
Esta atitude da Igreja levou a reações tais como a do Cardeal Nicolau
de Cusa que sustentou, em pleno Vaticano, a pluralidade das vidas e
dos mundos habitados, com a concordância do Papa Eugênio IV (1431
-1447), embora isso provocasse descontentamento de influentes clérigos
da Cúria Romana. Porém, havia e houve sempre o interesse em sepultar
esse conhecimento. Então, ao invés de uma aceitação simples e clara da
Reencarnação, a Igreja passou a rejeitá-la, justificando tal atitude
com a criação de Dogmas que lançam obscuridade sobre os problemas da
vida, revoltam a razão e impõem dominação, ignorância, apatia e graves
entraves à autonomia da razão humana e ao desenvolvimento espiritual
da humanidade.

Portanto, a proibição da Doutrina da Reencarnação foi
um erro histórico, sem qualquer validade eclesiástica, mas que foi
adotada, por satisfazer os interesses do Sacerdócio Profissional e
suas pomposas celebrações que mais lembram as excentricidades dos
cultos exteriores farisaicos do que a simplicidade vivificante do amor
exemplificado por Jesus.

É fácil para qualquer pessoa leiga no assunto, entender
porque a Reencarnação foi banida dos ensinamentos da Igreja, a qual
planejava manter a hegemonia sobre as pessoas ingênuas e satisfazer a
sua ambição material. Para citar apenas UM exemplo, lembremo-nos da
"Venda de Indulgências" praticada pela Igreja Católica. Quanto a esse
fato, fazem-se necessários alguns esclarecimentos :

- A Igreja Romana da época costumava dizer que algumas pessoas
possuíam mais méritos do que tinham necessidade, para serem salvas.
Por isso, este "mérito extra" dessas pessoas poderia ser transferido -
especialmente através de pagamento - para pessoas cuja salvação era
duvidosa. Martim Lutero protestou contra esta prática, chamada de
indulgência.

- No dia 31 de outubro de 1517, Lutero tornou públicas suas 95 Teses
contra a venda de indulgências. Com este gesto desencadeou o processo
da Reforma.

- Indulgências eram recibos de perdão de pecados passados e futuros.
Os pecados eram perdoados a peso de ouro !

- Até pelos mortos era permitido comprar indulgências. Um dos nomes
mais conhecidos em Roma, nessa ocasião da construção da Basílica de
São Pedro, foi o do cardeal João Tetzel que viajava pelo mundo
católico recolhendo contribuições para essa construção. Uma das suas
declarações relacionadas à oportunidade das pessoas escaparem do
Purgatório por meio de indulgências se tomou célebre : " No momento em
que uma moeda tilinta no fundo do gazofilácio, uma alma escapa do
purgatório ". Em outras palavras : " Quando o dinheiro na caixa cai, a
alma do purgatório sai ".

- Em pouco tempo, as 95 Teses estavam espalhadas por toda a Alemanha.

- Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois
estava convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das
indulgências.

- No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da
Igreja Católica.

Nota : A Igreja Católica tem duas inesgotáveis "galinhas dos ovos de
ouro" : o Purgatório e as Indulgências — sendo estas para salvar os
ricos, os que têm dinheiro com que resgatar os seus pecados. Porém,
lembremo-nos das palavras de Jesus, quando viu o jovem rico afastar-se
dele por não se dispor a vender seus bens para segui-lo :

"Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino de Deus. (
Mt 19.23 ). Entretanto, dentro do ensino católico, essa entrada se
tornou fácil para os ricos, e pouco importa se eles são bons ou não :
As indulgências abrem-lhes as portas.

E os pobres que continuem sofrendo neste mundo e que
paguem no purgatório por séculos sem fim, o castigo dos seus pecados,
porque não têm dinheiro para missas e indulgências, mui­to embora
Jesus houvesse dito: ... aos pobres é anunciado o Evangelho ( Mt 11.5
). Porém o Papa Leão X ensinava que uma pessoa rica poderia doar
terras e bens materiais à Igreja e assim comprar um lote de terreno no
paraíso. ( SIC )

Não é por acaso que a Igreja Católica é um dos maiores
proprietários de terras e imóveis em todo o mundo. Os banqueiros
melhor informados calculam as riquezas do Vaticano entre DEZ A QUINZE
BILHÕES ( Eu disse BILHÕES ) DE DÓLARES. Ele ( Vaticano ) possui
grandes investimentos em bancos, seguros, produtos químicos, aço,
construções, imóveis etc. SOMENTE OS DIVIDENDOS servem para manter de
pé toda a organização, INCLUÍDAS AS OBRAS DE BENEFICIÊNCIA. Tal
fortuna vem sendo ACUMULADA em função das reaplicações no mercado. Nos
pátios do Vaticano, encontram-se todos os símbolos de uma
multinacional : Estacionamento repleto de Mercedes último tipo pretas,
com motorista. A Cúria Romana possui hoje, um patrimônio que talvez
seja o mais valioso do mundo pertencente a uma Instituição.

Será que Bancos Comerciais, Seguradoras, Produtos
Químicos, Industria do Aço, Construções, Imóveis ( são centenas
espalhados pela Itália ), automóveis Mercedes, também fazem parte do
"Patrimônio Mundial da Humanidade" ? Ou pertencem ao "Patrimônio
Particular do Vaticano" ?

Por que, ao invés de reaplicar o dinheiro, o Vaticano
não o redistribui para os mais carentes ? Será que é mesmo necessário
ACUMULAR CERCA DE 15 BILHÕES DE DÓLARES para manter a Igreja Romana ?

E a própria Revista "Isto É - Dinheiro" revela a
situação financeira do Vaticano, que apesar das dificuldades, mantém
um Patrimônio, revelado pela própria Cúria Romana, de 5 bilhões de
dólares mais 3,2 bilhões de dólares depositados no Banco do Vaticano.
E se essas cifras são reveladas pela própria Igreja, então, é sinal
que o montante pode ser muito maior. E a Revista ainda diz : "... O
pontífice tem ainda 1 mil apartamentos registrados em seu nome na
capital italiana, Roma." Para confirmar, acesse :

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/255/negocios/255_santa_crise.htm


Todos nós, e até mesmo os Católicos, não podemos
acreditar que Deus prefira manter ouro e luxo nas suas Igrejas ao
mesmo tempo que muitos de seus filhos morrem de fome pelo mundo.

Se um representante do Vaticano, hipoteticamente,
perguntasse a Cristo: " Que devo fazer para obter a vida eterna ? ",
Certamente que Cristo não poderia responder de um modo diferente deste
: " Se quiseres ser perfeito, vai, vende o que tens (....) ". E a
Igreja lhe deveria objetar : " Se queres que eu cumpra a tua ordem de
representar-Te na Terra, devo possuir os meios do mundo ".

O problema é saber se isto, que é uma necessidade
imposta pela realidade da vida, é traição de princípios, é
prostituição do ideal. É lícito arrogar-se à posição de representantes
de Cristo sem seguir os seus ditames ?

Isto significa que o Cristianismo atual não é feito só
por Cristo, mas é um seu produto, depois manipulado e adaptado pelos
homens para seu uso. Resultou disso uma Igreja que é uma mistura de
humano e de divino, nasceu um produto que parece híbrido, e que por
querer ser as duas coisas não é exclusivamente nem uma nem outra.

Conta-se que Tomás de Aquino, o "doutor angélico" da
Igreja Romana (1330 d.C.), ao visitar o Papa Inocêncio IV, este,
depois de lhe haver mostrado toda a fabulosa riqueza do Vaticano,
disse, fazendo alusão às palavras de Pedro ao coxo da porta Formosa :

- Vês, Tomás? A Igreja não pode mais dizer como nos primeiros dias: "
Não tenho prata nem ouro..."

- É verdade - confirmou Tomás - Mas também não pode mais dizer ao coxo
: " Levanta-te e anda ".

Estamos orando para que a Igreja possa dizer sempre
com fé e convicção :

" Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou : Em
nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda ! " (Atos 3.6).(§ 11).

- Conclusão Geral : Tal fato só poderia ser levado a termo se as
pessoas desconhecessem que não era preciso "comprar" suas salvações e
sim trabalharem intimamente a Reforma Espiritual para se tornarem
dignos de elevação na Escala dos eleitos de Deus. Portanto a
eliminação do princípio da Reencarnação era muito conveniente para a
Igreja Católica.


Se nos reaproximarmos da doutrina da Reencarnação,
afastando a dogmática crença na ascensão do corpo físico de CRISTO
crucificado, crescerá no coração de cada um, e mesmo no coração
daqueles que se educaram dentro do cristianismo católico, a fé nas
verdades puras, ensinadas pelo próprio CRISTO.

"Naquele tempo os discípulos o interrogaram dizendo:
Por que dizem pois os escribas que Elias deve vir primeiro? Ele
respondeu: Digo-vos, porém, que Elias veio e não o reconheceram, antes
fizeram dele o que quiseram. Então os discípulos compreenderam que
tinha falado de João Batista" (Mateus cap.17 vers.10 a 13).

"...não pode ver o reino de DEUS senão aquele que
nascer de novo..." (João cap.3 vers.3 a 10 - CRISTO ensinando
reencarnação a Nicodemos).


Obs.:

Orígenes de Alexandria

Exegeta e Teólogo, jovem cristão filho de mártires, foi
um profundo conhecedor das Sagradas Escrituras e também estudioso da
Filosofia Grega, a qual foi levada ao seu maior brilho, graças à
atuação desse notável intelectual.

Na História da Igreja, além de ser o maior erudito
religioso de sua época, Orígenes foi o primeiro grande intérprete das
Escrituras. A partir dele praticamente todos os demais santos padres,
de um modo ou de outro, seguiram os caminhos por ele indicados neste
assunto. É apontado por vários historiadores como um dos maiores
gênios cristãos de todos os tempos e dono da mais vasta cultura que se
possa imaginar. Estabeleceu as regras de conservação e interpretação
da Bíblia e lançou os fundamentos da reflexão cristã para os séculos
vindouros. Apologista de grande valor e de rara fecundidade literária,
tentou uma fusão entre o Cristianismo e o Platonismo ( Doutrina
caracterizada pela preocupação com os temas éticos, visando toda a
meditação filosófica ao conhecimento do Bem, conhecimento este que se
supõe suficiente para a implantação da justiça entre os Estados e
entre os homens ).

Orígenes nos encanta por sua apurada visão Espiritual e
sua maneira especialmente lúcida de abordar a mensagem de Cristo.
Nascido por volta de 185 de nossa era, em Alexandria - onde ficava a
famosa biblioteca, marco único na história intelectual humana, e que
foi destruída pela ignorância e sede de poder dos romanos e, depois,
por pseudo-cristãos ensandecidos e fanáticos, Orígenes, desde cedo
teve contato com a doutrina Cristã, especialmente com seu pai,
Leonídio, que foi martirizado em testemunho de sua fé.

Com isso, a família de Orígines passou a ser
estigmatizada, tendo sido sequestrado todo o patrimômio que lhe
pertencia. Para sobreviver, o jovem e brilhante Orígines passou a
lecionar para ganhar seu sustento. Mente curiosa e aberta, dedicava-se
ao estudo e a discussão da filosofia, notadamente Platão e os
estóicos. Orígenes teve a mesma formação intelectual que viria a ter
Plotino, na escola de Amônio Sacas e, com certeza, as doutrinas ditas
orientais não lhe eram estranhas, e muito menos a ênfase num
conhecimento pisíquico direto com o transcendente, que era típica da
escola de Amônio, fundador do neoplatonismo e, também, um simpatizante
( pelo menos em parte ) do Cristianismo.

A Doutrina Palingenética, ou seja, da Reencarnação, era
bem conhecida por Platão e Sócrates. Tal Doutrina, foi muito familiar
a Orígenes em sua fase de formação, e posteriormente ele viria a
divulgá-la abertamente, e este foi um dos motivos pelos quais foi
perseguido pela vertente católico romana. Morreu em 254 D.C, na cidade
de Tiro, em virtude da perseguição de Décio, mais conhecido pelo nome
de Trajano, o qual era um incansável opositor do Cristianismo. Temos
hoje, dessa forma, poucos de seus escritos, mesmo assim, devidamente
"maquilados".

Orígenes, é citado por Historiadores, como autor de
aproximadamente 6.000 obras, todas em grego. Os escólios (
interpretações ) sobre as Sagradas Escrituras são reconhecidas como os
melhores trabalhos desse grande Teólogo. Boa parte das que se
conservaram, deveu-se à obra de tradução para o latim do Monge Rufino,
que residia no monte das Oliveiras, e do Monge São Jerônimo, o
tradutor da Vulgata, que residia em Belém.

Principais Trabalhos :

* Hexapla, seis traduções das Escrituras dispostas em colunas paralelas.

* Comentários e homilias sobre Gênesis, Êxodo, Levítico, Números,
Josué, Juízes, Livro dos Reis, Jó, Salmos, Cântico dos Cânticos,
Isaías, Jeremias, Ezequiel, S. Mateus, S. Lucas, S. João, Epístola a
Romanos.

* Tratados gerais: De Principiis ( contém a exposição de sua Doutrina
) e Tratado contra Celso.

**********

OBS : Bibliografia relacionada à supressão da Reencarnação, ocorrida
no Concílio de Constantinopla :

NOTA : Caso haja interesse em adquirir os Livros abaixo, o Leitor pode
acessar o Site da Loja Virtual Candeia Net : www.candeianet.com.br .
Na Página principal, selecione a opção "AUTOR" e digite os dois
primeiros nomes do mesmo, no campo abaixo do termo "BUSCAR".


1) Reencarnação - O Elo Perdido do Cristianismo, de Elisabeth Clare
Prophet, Editora Nova Era.

Você vai saber como a Reencarnação esclarece os antigos
conceitos cristãos, como o batismo, a ressurreição e o reino de Deus.
Veremos também como os Patriarcas da Igreja suprimiram a Reencarnação
da teologia cristã e por que a Reencarnação pode resolver muitos dos
conflitos que atualmente afligem a humanidade. Observe a partir da
pág. 211 ( 3ª Edição ): "...Justiniano, que reinou de 527 a 565, foi o
Imperador mais hábil depois de Constantino - e o que mais ativamente
interferiu na teologia cristã. Emitiu éditos ( ordens judiciais ),
esperando que a Igreja endossasse os mesmos sem questionar. Nomeou
bispos e mandou até mesmo prender o Papa. Sua esposa Teodora, antiga
cortesã, manipulava os assuntos da Igreja nos bastidores..."



2) Analisando as Traduções Bíblicas, de Severino Celestino da Silva,
Idéia Editora.

Análise da tradução dos Textos Bíblicos, principalmente aqueles
considerados mais divergentes, com relação à Doutrina Espírita. Mostra
as distorções nas traduções do hebraico para as línguas grega e
latina. Utiliza vários textos escritos em caracteres hebraicos.
Verifique nas págs. 157 a 159 ( 4ª Edição ), conforme o texto :
"...Teodora teve muita influência nos assuntos do governo do marido e
até no que se referiu à teologia. Foi ela quem acomodou os monges
egípcios e os clérigos celíacos nos vários palácios da capital e
sobretudo no palácio de Hormisdas, que se tornara o centro da
propaganda monofisista..." .

"...Por ter sido ela uma prostituta, suas ex-colegas se sentiam
orgulhosas e decantavam tal honra. Mas esse fato a revoltara e se
constituía numa desonra, fazendo com que mandasse matar todas as
quinhentas prostitutas de Constantinopla".


3) A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência, de José Reis Chaves,
Editora Martin Claret. Nesta Obra, é citada a fonte : O Mistério do
Eterno Retorno, de Jean Prieur, Editora Best Seller.

Crer na Reencarnação implica negar a Ressurreição ? Respostas a
essas perguntas você encontrará neste livro, no qual a Reencarnação é
vista como realidade histórica, bíblica e científica. Constate que no
Capítulo 8, páginas 185 em diante ( 5ª Edição ), o relato se assemelha
com os registros obtidos do Livro "Analisando as Traduções Bíblicas",
citado anteriormente.

Um comentário:

Felipe Muniz disse...

Parabéns pela reunião de textos e informações. Parabéns também pelas opiniões de sua parte.

Um forte abraço!