domingo, 24 de agosto de 2008

Mediunidade e Amor

Livro: Desenvolvimento Mediúnico
Roque Jacinto


Não há mediunidade nobre sem amor no coração.

O amor é uma força interior que liberamos a favor de nosso semelhante, envolvendo a todos nesse alimento espiritual de primeira grandeza e que permite o reequilíbrio de quem ama e de quem é amado, num clima de paz.

Com amor nos ouvidos, nossa audição receberá as confissões de ternura e os desejos de aprimoramento que despontam timidamente em cada lábio e em cada cérebro, tornando-nos surdos para a maledicência e para a calúnia, para as insinuações pejadas de veneno e para as intolerâncias de quantos nos circundem obsediados — e desta forma todos sempre se sentirão encorajados à renovação de si mesmos, sem que se constranjam por recordar as palavras desajustadas que um dia proferiram.

Com amor na língua, nossas palavras se transmudarão em bálsamo para as chagas morais que se abrem na alma de pobres e de ricos, de amigos e de inimigos, de parentes e de companheiros, não se transformando no estilete e no punhal que ferem dolorosamente as criaturas na fomentação do ódio e do rancor — e incontáveis serão os que se sentirão encorajados ao próprio restabelecimento psíquico, ouvindo as ponderações nobres.

Com amor nas mãos, movimentaremos os nossos membros superiores no gesto da consolação e da ternura, da construção do Bem, não permitindo jamais que elas se façam inertes ou que se tornem instrumentos do Mal — e por tal ajustamento, muitos nos seguirão os gestos e verão o norte que lhe apontamos, transformando-se em operosos seareiros do Amor.

Com amor em nossos pés, conduziremos o nosso tempo físico para as casas pobres e humildes e respeitosamente adentraremos as habitações palacianas e senhoris, nas tarefas da prece e do passe, no socorro domiciliar e de conforto a hospitais e presídios, não concordando jamais que as pernas se atrofiem nos antros dos vícios e das paixões e nem que nos conduzam aos sítios das Sombras para fazer-nos comparsas dos inimigos da Luz — e criaturas a quem amamos nos seguirão a caminhada, iniciando-se na prática da caridade.

Amor é a luz dos Espíritos Superiores.

E o médium que aspira servir sempre, sob orientação maior, há-de formar a sua própria atmosfera fluídica luminosa amando a todas as criaturas, porque só o amor transforma os pântanos infectos em leiras dadivosas, o rancor em ternura, a paixão em virtude, a vingança em resignação, o orgulho em humildade — o homem em anjo.

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