quarta-feira, 1 de agosto de 2007

ESPIRITUALIDADE




Palavras

Semelhante ao veneno mais letal, assim é a palavra descuidada e maliciosa que deixas escorrer dos teus lábios. Vertida plena de amargura, inveja e outros desaires que desadornam o ser humano, ela espalha um odor fétido que torna desagradável o seu emissor.

Serpente cruel, a conversação injuriosa e leviana, levará a discórdia, asfixiando os bons propósitos e espraiando-se, derruba lares, destrói vidas, aniquila trabalhos nobres. Geralmente, tal conversação desabonadora tem sua matriz nas mentes mesquinhas e desocupadas, quer intelectual, quer fisicamente. Surge, muitas vezes, de um despeito qualquer e encontra guarida no coração invejoso que, cego às chamadas da consciência e da razão, se compraz em disseminar, às mãos cheias, as sementes da calúnia.

Quando sabedor de alguma verdade ou detentor de algum segredo que te tenha sido confiado, não podes jogá-lo ao vento como quem atira pedras, pois as palavras como as pedras, ferem, machucam podendo inclusive levar a morte. Vigia tuas palavras! Não as disfarces sob a égide da mágoa, nem te justifiques como defensor da verdade pois esta só pertence a Deus e nenhuma criatura é detentora da total compreensão de alguns fatos.

Aprende a ouvir e silenciar. Não te arrogues a julgamentos apressados, nem divulgues aquilo que, talvez, apenas o acaso te fez conhecer. Afoga a amargura, a inveja e o ciúme que te solapam a alma. Desterra a mágoa e afasta o pensamento preconceituoso e julgador. O que julgas ser uma simples "alfinetada" ou o chamado "desabafo", pode tornar-se o instrumento de grave enfermidade, levando ao desespero seres inocentes vitimados por tua insensatez. Desperta! Represa esta torrente de malícia que se alastra em ti.

As más palavras corrompem, nos diz o apóstolo dos gentios. A conversação leviana é um vitríolo que corrói o nome mais honrado, desabona as almas mais delicadas, fazendo verter lágrimas amargas aos que lhe sofrem a injunção. Vigia o teu falar para não retornares uma vez mais como obsesso a carpir dores que não sabes identificar mas que partem da tua alma fria e injuriosa. Sê gentil em teu modo de falar, cortando toda insinuação desairosa a outrem. Permanece imune a esse vinho embriagador que é a célebre conversação leviana.

Seja o teu falar pleno de ensinamentos, enriquecendo os que te escutam. Joga ao vento as palavras de Jesus, semeando verdades benditas. Procura os recursos abençoados da prece e ora, fervorosamente, por aqueles que sabes caído em tentação ou prestes a cair.

Auxilia-os pelo menos com o teu silencio caridoso e fraterno. Evita ser o cristão complacente, conivente contigo mesmo e sê rigoroso com as portas de saída do teu coração, porque "a boca fala do que tem cheio o coração", nos diz Jesus. Seja, pois o teu falar o retrato vivo do que levas na alma.

Amélia

Médium Vera Cohim - Lar Espírita Chico Xavier

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