SER BOM É FAZER PARTE DE DEUS
A morte nada é, quando tem como resultado fazer nascer uma vida muito maior, muito mais larga, muito mais útil que a vida humana!... O atordoamento sobrevem, segue-se um esgotamento (alusão à maneira por que morreu) e ergo-me mais livre e feliz ao entrar neste mundo invisível, que minha alma havia pressentido, que todo o meu ser desejava!... Livre!... planar no espaço!... Vi, observei, e minha alegria delirante não era temperada senão pelo exagerado pesar dos meus, pela ausência de minha personalidade material. Mas hoje, que lhes pude provar a minha existência, e que lhes demonstrei que se meu corpo não mais estava lá, meu Espírito lá estava mais ainda, hoje que sou feliz, muito feliz; porque o que não pôde fazer o encarnado, pôde obter no estado de espiritualidade. Hoje sou útil, muito útil, e graças à simpática afeição dos que me conheceram, minha utilidade é mais eficaz.
Como é bom poder servir aos irmãos e assim ser útil à humanidade inteira! Como é bom, como é doce para a alma poder fazer participar a humanidade no pouco saber que se adquiriu pelo sofrimento! Eu que, outrora aprisionado neste corpo obtuso, hoje estou tão grande, e se não fosse o medo do vosso ridículo, eu me admiraria; porque, vede, ser bom é fazer parte de Deus; e esta bondade eu a possuía? oh! respondei-me; vosso testemunho será uma felicidade a mais, acrescentada à felicidade que desfruto. Mas, porque necessito de vossas palavras? não posso ler nos vossos corações e ver os vossos sentimentos mais íntimos? Hoje, graças à minha desmaterialização, não posso ver os vossos mais secretos pensamentos?
Oh! Deus é grande e sua bondade é sublime! Meus amigos, como eu, inclinai-vos ante a sua majestade; trabalhai para a realização de seus desígnios, fazendo mais e melhor do que eu mesmo pude fazer.
(Espírito Leclerc - Revista Espírita de 1867).
Transcrição: Ivan Iapell
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