terça-feira, 31 de julho de 2012

Fitoenergética – Banho de descarrego ou limpeza



por Manoel Lopes
Continuando com a série de textos sobre fitoenergética, iremos agora falar como preparar banhos com as ervas.
Na umbanda utilizamos bastante os chamados banhos de descarrego ou de limpeza, iremos utilizar este tipo de banho como exemplo.
Um dos banhos mais utilizados é o banho de sal grosso.
Como nosso interesse neste artigo é falar sobre ervas vamos estudar como preparar banhos de limpeza, a partir do conhecimento do perfil vibratório de cada erva.
Vamos inicialmente recordar alguns conceitos, sobre a doutrina dos sete reinos sagrados.
É muito importante que o iniciado conheça bem as qualidades de cada reino e suas características principais.
Segue abaixo algumas qualidades vibracionais de cada reino:
Reino do Fogo
Palavra chave: Destruir, vitalizar,  energizar
Qualidades: Iniciativa, ambição, impulsividade, vigor, ímpeto, energia, poder, coragem, valentia, agilidade, sagacidade, astúcia, malicia, destreza, fervor, entusiasmo, paixão, empenho, ímpeto, perspicácia, agressividade, auto-afirmação, competição, desejo de vencer, impulso para triunfar, liderança etc…
No corpo humano:sistema circulatório e sistema genital masculino.

Reino da Terra
Palavra chave: Solidez, firmeza, persistência.
Qualidades:Pessoas comedidas, leais, sinceras, francas, honestas, justas, fiéis, leais, constantes, parcimoniosas, econômicas, prudentes, cautelosas, sérias, firmes, inabaláveis, persistentes, decididas, determinadas, ciumentas, moderadas, modestas, frugais, exatas, rigorosas no julgamento,  perfeccionistas, metódicas, controladoras etc…
No corpo humano:
Sistema esquelético, sistema muscular.

Reino do Ar
Palavra Chave: Comunicação, expansão, alegria.
Qualidades:Imaginativas, comunicativas, alegres, falantes, vivaz, desinibidas, apressadas, rápidas, sibilantes, irradiantes, radiantes, momentâneas, ágeis, expressivas, exageradas, exaltadas, esfuziantes etc…
No corpo humano:Sistema respiratório e sistema nervoso

Reino da Água
Palavra Chave: tranquilidade, sensualidade, beleza.
Qualidades:Pessoas maternais, emotivas, humanas, acomodadas, conciliatórias, calmas, sensíveis, pacíficas, sentimentais, gentis, generosas, elegantes, delicadas, mimosas, corteses, amáveis, intuitivas, instintivas, graciosas, suaves, meigas, distintas, moderadas, carinhosas, sossegadas, superficiais, tranquilas, pacificas, agradáveis, calmas, serenas, elegantes, sensuais  etc…
No corpo humano:Sistema circulatório, genital feminino e excretor.

Reino das Matas
Palavra chave: independência, perseverança, abundância.
Qualidades:Protetoras, provedoras, mantenedoras, desenvolvimentistas, progressistas, independentes, ousadas, sinceras, empreendedoras, francas, perseverantes, calmas, constantes, pacientes, firmes, facilitadoras, estudiosas, coordenadoras, investigativas, solitárias, determinadas, fomentadoras etc…
No corpo humano:Sistema digestório

Reino da Humanidade
Palavra chave: brandura, inocência, fé.
Qualidades:Fraternais, inocentes, sinceras, puras, pacifistas, caridosas, religiosas, sociais, suaves, amáveis, clementes, bondosas, indulgentes, brandas, afáveis, suaves, elegantes, piedosas, delicadas, meigas, graciosas, transparentes, afáveis, agradáveis, cordiais, afetuosas, tranqüilas, altruístas, abnegadas etc…
No corpo humano:comportamento humano, psicologia, relacionamento.

Reino das Almas
Palavra chave: mediunidade, subconsciente, absorvente, transformar.
Qualidades:Pessoas misteriosas, sensíveis, mediúnicas, espiritualizadas, devotadas, místicas, sonhadoras, deslumbradas, fascinadas, acanhadas, receosas, retraídas, tímidas, pusilânimes, aborrecidas, lentas, morosas, obstinadas, obedientes, submissas, dependentes, obcecadas, preocupadas, debilitadas, hipocondríacas, depressivas, solitárias, opressoras,  rabugentas, ranzinza, birrentas, insistentes, teimosas, ranhetas, viciosas, temerosas  etc…
No corpo humano:
Sistema excretor, sistema digestório, subconsciente.

A vibração das ervas
Agora que já conhecemos algumas qualidades, palavras chaves e área sensível do corpo; podemos elaborar os banhos conforme nossas necessidades.
Para isso basta verificar qual a vibração que necessitamos e em seguida selecionar as ervas que possuem este tipo de vibração.
Podemos utilizar uma ou mais ervas, tomando sempre o cuidado de verificarmos o padrão vibratório resultante após a mistura das ervas, pois algumas podem anular a vibração da outra.
Para facilidade de escolha das ervas iremos relacionar a seguir os reinos e as ervas que devem ser utilizadas, em função  da  intensidade da vibração do reino.
Lembrando sempre que estamos utilizando os conceitos pesquisados pelo GEAU na avaliação radiestesica conforme divulgado no artigo "Fitoenergética e Radiestesia – A vibração das ervas"

 Reino do Fogo
Guiné33%
Aroeira27%
Barbatimão25%
Garcínia20%
Eucalipto18%
Cravo17%
Alfazema11%
Alecrim10%
Arruda9%
Manjericão9%
Calêndula8%
Verbena0%

Reino da Terra
Barbatimão25%
Calêndula19%
Alecrim19%
Guiné17%
Cravo17%
Garcínia15%
Alfazema11%
Aroeira9%
Arruda9%
Manjericão9%
Verbena6%
Eucalipto4%

Reino do Ar
Cravo26%
Garcínia25%
Aroeira23%
Eucalipto23%
Manjericão22%
Alfazema20%
Guiné17%
Alecrim14%
Verbena13%
Barbatimão10%
Arruda9%
Calêndula8%

Reino da Água
Arruda27%
Verbena25%
Alfazema24%
Calêndula19%
Alecrim19%
Manjericão17%
Barbatimão15%
Eucalipto14%
Aroeira9%
Cravo9%
Garcínia5%
Guiné0%

Reino das Matas
Verbena25%
Aroeira23%
Manjericão22%
Calêndula19%
Arruda18%
Garcínia15%
Eucalipto14%
Alecrim14%
Cravo13%
Guiné11%
Barbatimão10%
Alfazema8%

Reino da Humanidade
Guiné22%
Manjericão17%
Garcínia15%
Alfazema15%
Arruda14%
Verbena13%
Calêndula11%
Alecrim10%
Eucalipto9%
Barbatimão5%
Cravo5%
Aroeira0%

Reino das Almas
Eucalipto18%
Verbena18%
Calêndula15%
Arruda14%
Alecrim14%
Cravo13%
Alfazema11%
Barbatimão10%
Aroeira9%
Garcínia5%
Manjericão4%
Guiné0%

Preparando um banho de limpeza
O banho de limpeza ou de descarrego tem por finalidade limpar, destruir, arrancar todas as energias negativas que estejam em nossa aura.
É considerado um banho forte exatamente por ter estas características.
Uma boa opção é sempre após os banhos de descarrego, fazermos banhos de energização ou imantação da força do reino, conforme o padrão vibratório da pessoa.
No curso do Arapé abordamos bem este questão do padrão vibratório de cada um, inclusive ensinando como encontrar este padrão vibratório.
Vamos voltar a preparação do nosso banho de limpeza.
Iremos utilizar para este banho as energias de dois reinos:
O reino do fogo e o reino das almas.
São reinos regidos por Ogum e Omulu e suas cores são o vermelho e o preto.
São cores fortes, o vermelho de Ogum, o Preto de Omulu, a combinação preto e vermelho para Exu.A cor  preta significa que toda a luz incidente sobre um objeto é absorvida por ele, nada é refletida; a cor preta tem esta característica de ser absorvente e esta é uma das características do reino da almas.
Lembramos das descobertas da ciência, em especial os chamados "buracos negros" que são regiões do espaço onde toda matéria é absorvida, nem a luz escapa destas regiões. É por isso que foram batizados com este nome.
 Reino das Almas é o último reino, o reino dos velhos, da alta magia, do desconhecido, da transmutação, o reino para onde todos caminhamos, o mundo espiritual é o fim de um ciclo, esta energia é muito forte e tem uma relação direta com a morte.
Podemos usar esta vibração como absorvente de todas as vibrações negativas que estiverem em nossa aura, em nosso campo estrutural.
Já a energia do reino do fogo, possui o poder de destruição é regido porOgum o senhor das Guerras.
É a vibração mais forte quando precisamos acionar o poder de destruição.
Nada tem um poder de destruição maior que o fogo.
O poder de destruição desta força será utilizado no sentido de destruir todas as energias negativas, todas aquelas vibrações que estejam  perturbando o nosso equilíbrio e que estejam agregadas ao nosso campo estrutural.
Portanto iremos utilizar em nosso banho duas forças: Uma de destruição e a outra de absorção.São forças de Ogum e Omulu, são as forças Tatá Pyatã e Angá Pyatã.
Agora que já sabemos o que precisamos, vamos pesquisar nas tabelas e encontrar três ervas, em cada um dos reinos, que atendam as nossas necessidades.
Naturalmente que existem algumas combinações possíveis, vejamos:
Tatá Pyatã -> Guiné(33), Aroeira(27), Barbatimão(25) -> Reino do Fogo
Angá Pyatã -> Eucalipto(18), Verbena(18), Calêndula(15) -> Reino das Almas
Combinações possíveis:
Primeiro banho : Guiné e Eucalipto (33+18)
Segundo banho: Guiné e Verbena (33+18)
Terceiro banho: Guiné e Calêndula(33+15)
Quarto banho: Aroeira e Eucalipto (27+18)
Quinto banho:Aroeira e Verbena (27+18)
Sexto banho: Aroeira e Calêndula (27+15)
Sétimo banho: Barbatimão e Eucalipto (25+18)
Oitavo banho: Barbatimão e Verbena (25+18)
Nono banho: Barbatimão e Calêndula (25+15)
Encontramos acima a sugestão de nove banhos, considerados fortes, para limpeza e descarrego.
Se quisermos, poderemos expandir a  força deste banho, para isso devemos utilizar uma erva que possua uma ação  expansiva.
O reino que possui a qualidade de expansão é o reino do ar, a força Ybytu Pyatã, com Iansã como regente.
Podemos adicionar ao nosso banho, por exemplo, Cravo ou Garcínia, que terão  a função de expandir a energia das outras duas ervas.
Ficando o primeiro banho, por exemplo:
Guiné, Eucalipto e Cravo da índia.
Que será  um excelente banho de limpeza.
Com a adição destas outras duas ervas (Cravo e Garcínia) ficamos  com dezoito possibilidades de banhos de limpeza e descarrego, com as forças dos Orixás Ogum, Omulu e Iansã.
Isto é só o começo, em outros artigos continuaremos a trabalhar com as ervas, reinos e banhos.
Saravá Umbanda!
São Vicente, 12/07/2012
Manoel Lopes
Obs.: ESTE TEXTO PODE SER REPRODUZIDO, DESDE QUE SEJA NA ÍNTEGRA E QUE SEJA CITADA A SUA ORIGEM

domingo, 29 de julho de 2012

Crise: Bento XVI em defesa do direito ao trabalho

Encontro com peregrinos em Castel Gandolfo incluiu ainda referência à próxima Jornada Mundial da Juventude que vai decorrer no Rio de Janeiro
D.R.
Castel Gandolfo, Itália, 29 jul 2012 (Ecclesia) – Bento XVI defendeu hoje a necessidade de respeitar o “direito ao trabalho”, “sobretudo” no atual momento de crise económica, e manifestou a sua solidariedade aos trabalhadores da siderúrgica italiana ILVA.
O Papa disse seguir “com preocupação” as notícias relativos à empresa de Taranto, a maior da Europa, mostrando a sua proximidade aos que “vivem com apreensão estes momentos difíceis”.
“Exorto todos ao sentido da responsabilidade e encorajo as instituições nacionais e locais a desenvolver todos os esforços para uma solução equitativa da questão”, acrescentou, perante os peregrinos reunidos para a recitação do Angelus, no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, arredores de Roma.
A empresa, no sul da Itália, foi mandada fechar pela justiça por causa da poluição provocada e o Papa solicitou que seja também tutelado o "direito à saúde".
Durante a catequese que antecedeu o momento de oração, Bento XVI deixou votos de que “não falte a ninguém o pão necessário para uma vida digna e sejam abatidas as desigualdades, não com as armas da violência, mas com a partilha e o amor”.
“Jesus não pede aquilo que não temos, mas faz-nos ver que se cada uma oferecer o pouco que tem, pode sempre realizar-se de novo um milagre: Deus é capaz de multiplicar cada pequeno gesto nosso de amor”, acrescentou.
Jesus, disse ainda, quer saciar não só a “fome material”, mas “sobretudo a mais profunda, a [fome] de Deus”.
Bento XVI aludiu à realização da 28ª Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer na cidade brasileira do Rio de Janeiro, em 2013.
“Trata-se de uma ocasião preciosa para que tantos jovens possam experimentar a alegria e a beleza de pertencer à Igreja e viver a fé”, declarou.
O Papa confessou “olhar com esperança” para este evento e quis encorajar e agradecer aos organizadores da Jornada, que se preparam para “receber os jovens de todo o mundo que vão tomar parte neste importante encontro eclesial”.
OC

http://www.agencia.ecclesia.pt/ 







2 de agosto

Santo Eusébio de Vercelli
Eusébio nasceu na ilha da Sardenha, no ano 283. Depois da morte do seu pai, em testemunho da fé em Cristo, durante a perseguição do imperador Diocleciano, sua mãe levou-o para completar os estudos eclesiásticos em Roma. Assim, muito jovem, Eusébio entrou para o clero, sendo ordenado sacerdote. Aos poucos, foi ganhando a admiração do povo cristão e do papa Júlio I, que o consagrou bispo da diocese de Vercelli em 345.

Nessa condição, participou do Concílio de Milão em 355, no qual os bispos adeptos da doutrina ariana tentaram forçá-lo a votar pela condenação do bispo de Alexandria, santo Atanásio. Eusébio, além de discordar do arianismo considerou a votação uma covardia, pois Atanásio, sempre um fiel guardião da verdadeira doutrina católica, estava ausente e não podia defender-se. Como ficou contra a condenação, ele e outros bispos foram condenados ao exílio na Palestina.

Porém isso não o livrou da perseguição dos hereges arianos, que infestavam a cidade. Ao contrário, sofreu muito nas mãos deles. Como não mudava de posição e enfrentava os desafetos com resignação e humildade, acabou preso, tendo sido cortada qualquer forma de comunicação sua com os demais católicos. Na prisão, sofreu ainda vários castigos físicos. Contam os escritos que passou, também, por um terrível suplício psicológico.

Quando o povo cristão tomou conhecimento do fato, ergueu-se a seu favor. Foram tantos e tão veementes os protestos que os hereges permitiram sua libertação. Contudo o exílio continuou e ele foi mandado para a Capadócia, na Turquia e, de lá, para o deserto de Tebaida, no Egito, onde foi obrigado a permanecer até a morte do então imperador Constantino, a quem sucedeu Juliano, o Apóstata, que deu a liberdade a todos os bispos presos e permitiu que retomassem as suas dioceses.

Depois do exílio de seis anos, Eusébio foi o primeiro a participar do Concílio de Alexandria, organizado pelo amigo, santo Atanásio. Só então passou a evangelizar, dirigindo-se, primeiro, a Antioquia e, depois, à Ilíria, onde os arianos, com sua doutrina, continuavam confundindo o povo católico. Batalhou muito combatendo todos eles.

Mais tarde, foi para a Itália, sendo recepcionado com verdadeira aclamação popular. Em seguida, na companhia de santo Hilário, bispo de Poitiers, iniciou um exaustivo trabalho pela unificação da Igreja católica na Gália, atual França. Somente quando os objetivos estavam em vias de serem alcançados é que ele voltou à sua diocese em Vercelli, onde faleceu no dia 1o. de agosto de 371.

Apesar de ser considerado mártir pela Igreja, na verdade santo Eusébio de Vercelli não morreu em testemunho da fé, como havia ocorrido com seu pai. Mas foram tantos os seus sofrimentos no trabalho de difusão e defesa do cristianismo, passando por exílios e torturas, que recebeu esse título da Igreja, cujo mérito jamais foi contestado. Com a reforma do calendário litúrgico de Roma, de 1969, sua festa foi marcada para o dia 2 de agosto. Nesta data, as suas relíquias são veneradas na catedral de Vercelli, onde foram sepultadas e permanecem até os nossos dias.
 http://www.paulinas.org.br/

A Mágoa




A mágoa é uma mancha na consciência que nos impede de crescer para onde queremos, pois ela aponta para um evento passado. É o não esquecimento da atitude de alguém a quem outorgamos inconscientemente a responsabilidade sobre nosso destino.

É o ressentimento que se tem de alguém por se considerar ofendido pela pessoa.

Sentir-se magoado, e não procurar resolver a situação com o outro, é adiar a possibilidade de avançar na vida. Só cresce e se liberta de seu passado quem compreende e perdoa o outro, esquecendo a mágoa sem humilhá-lo. Só cresce e é feliz quem sabe perdoar.

O remédio para a mágoa é a compreensão da atitude do outro considerando que também seria capaz de cometer o mesmo equívoco. Essa compreensão é o primeiro passo para o
perdão. Perdoar e esquecer o equívoco do outro só é possível quando se percebe que o erro cometido só prejudica a seu agente.

Permitir-se abrigar a mágoa na consciência, ou mesmo deixá-la livre no inconsciente, são formas de não olhar para a própria sombra, e de ampliar o complexo de superioridade.

Não olhamos para a própria sombra quando preferimos manter o sentimento de mágoa sem nos perguntar o que em nossa personalidade foi atingido e que necessita ser trabalhado. Por detrás da mágoa há o sentimento de orgulho ferido. A instalação desse sentimento permite a sedimentação da raiva e do desejo de desforra, que, muitas vezes, atinge pessoas que em nada contribuíram para o problema que gerou a mágoa. O sentimento de raiva aumenta o nosso desejo inconsciente de ser melhor do que somos, pois ele alimenta o ego em sua inflação. Devemos aprender a separar a pessoa de sua própria atitude; a atitude é o momento, a pessoa contém um conjunto de emoções, idéias e experiências, as quais extrapolam o momento.

O caminho para a dissolução da mágoa é o diálogo maduro com o outro sem o desejo do reconhecimento obrigatório de seu equívoco. Deve-se considerar que, às vezes, não houve a intencionalidade, ou as circunstâncias em que se deram os fatos não permitiam outra forma de atuação por parte da pessoa, além da possibilidade de, nós próprios, darmos uma dimensão superlativa a algo que pode não ter ocorrido. Muitas mágoas que guardamos se transformam em núcleos psíquicos de difícil erradicação e que contribuem para petrificar nossa maneira de ser no mundo. Quanto mais deixamos de resolver nossas mágoas, elas se acumulam vida após vida, tornando-nos pessoas anti-sociais e superficiais. O espírito acumula a cada encarnação os aspectos da personalidade experimentados nas anteriores, pois ninguém se liberta de si mesmo sem um trabalho efetivo de transformação.

Sair da mágoa, deixando o coração disponível para o amor em plenitude é libertar-se das amarras do orgulho e da insegurança. O equilíbrio psíquico do espírito requer liberdade para sentir, sem os vínculos negativos proporcionados pela mágoa.

Cada sentimento negativo que não resolvemos transforma-se em carma a ser experimentado. A morte não resolve nossos problemas, pois apenas nos transporta de uma realidade a outra.

Levamos para o outro lado da Vida, o que somos, que resume o que sentimos, o que pensamos e o que fazemos. Cada sentimento se constitui numa forma de percepção de uma experiência, da qual extraímos as leis de Deus.



Adenauer Novaes

TREINAMENTO PARA A MORTE

O fenômeno da morte somente causa estranheza a quem da vida apenas lhe
conhece a face externa, material e transitória.

Considerada esta na sua realidade plena, isto é, a mesma, no corpo e
fora dele, quando ocorre o episódio da morte ou desencarnação, o
acontecimento deve ser encarado com a naturalidade de que se reveste e
a atenção que lhe compete, sem qualquer tipo de exagero, seja no
desespero ou na indiferença.

É de compreender-se que a alma, encarcerada no corpo, encharca-se das
vibracoes orgânicas e adapta-se aos condicionamentos próprios da
matéria.

O desligamento celular não implica em libertação profunda, desde que
as impressões mais fortes permanecem, produzindo estados de verdadeira
alucinação, nos quais o real e o aparente se confundem, causando
perturbação.

Nos processos de desdobramento da personalidade, no sono natural como
no provocado, o Espírito ignora o sucedido, surpreendendo-se ante a
visão do corpo, sem entender o que lhe está ocorrendo.

Somente o treinamento consciente logra, ao largo do tempo, a perfeita
mobilidade do ser espiritual com a sua conseqüente lucidez em torno do
acontecimento.

Ocorrência idêntica dá-se com a morte.

Despreparado para o processo liberativo, por falta do hábito da
reflexão e do desapego da matéria, o Espírito permanece no reduto
familiar, experimentando lamentável turbação que o infelicita quanto
prejudica aqueles com os quais se afina ou se afeiçoa.

Reserva tempo mental e emocional ao exame da morte.

Considera, vez que outra, o fenômeno, como se já houvesse ocorrido
contigo e analisa então como estarias e de que forma te sentirias.

Da mesma maneira, pensa na partida de um ser querido e considera qual
seria a tua conduta nesse momento.

Não te tenhas na conta de inatingível.

Quando a provação demora a chegar, é sinal de que se aproxima.

Não vivendo, pessoa alguma, em regime de exceção, conscientiza-se de
que tua vez não tardará, por mais tenhas sido poupado ao testemunho por
que todos passam.

A morte é inevitável.

A única opção que se encontra ao teu alcance, racional e oportuna, é a
de realizares um treinamento mental para ela, em ti ou em pessoa
querida que te fale à sensibilidade.

Reencontrarás os teus mortos, que vivem e te esperarão.

Se felizes, aguardam-te em triunfo, ensejando-te as alegrias a que faça jus.

Se desditosos, necessitam das tuas orações e pensamentos de simpatia
que os acalmarão.

Não os retenhas na revolta, nem os maceres com as tuas mágoas e
blasfêmias injustas.

Se o teu é um grande amor por eles, tem paciência, pois logo mais
seguirás na sua direção.

De qualquer forma, prepara-te para morrer, vivendo cada dia como se
fosse o último da tua existência planetária.

A morte é, também, abençoado portal de luz, aberto na direção da
ressurreição ditosa, para quem cumpre corretamente os seus deveres e
prepara-se, treina-se, com amor, para o grande momento.

Joanna de Ângelis

Tristeza Perturbadora

Conquanto brilhe o sol da oportunidade feliz,
abrindo campo para a ação e para a paz, a sombra teimosa da tristeza envolve-te em injustificável depressão.

Gostarias de arrancar das carnes da alma este espinho cravado que te faz sofrer, e, por não o conseguires, deixas-te abater.

Conjecturas a respeito da alegria, do corpo jovem, dos prazeres convidativos, e lamentas não poder fruir tudo quanto anelas.

A tristeza, porém, é doença que, agasalhada, piora o quadro de qualquer aflição.

A sua sombra densa altera o contorno dos fatos e das coisas, apresentando fantasmas onde existe vida e desencanto no lugar em que está a esperança.

Ela responde pela instalação de males sutis que terminam por desequilibrar o organismo físico e a maquinaria emocional.

*

Luta contra a tristeza, reeducando-te mentalmente.

Não dês guarida emocional às suas insinuações.

Ninguém é tão ditoso quanto supões ou te fazem crer.

A Terra é o planeta-escola de aprendizes incompletos, inseguros.

A cada um falta algo, que não conseguirá conquistar.

Resultado do próprio passado espiritual, o homem sente sempre a ausência do que malbaratou.

A escassez de agora é conseqüência do desperdício de outrora.

A aspiração tormentosa é prova a que todos estão submetidos, a fim de que valorizem melhor aquilo de que dispõem e a outros falta.

Lamentas não ter algo que vês noutrem, todavia, alguém ambiciona o que possuis e não dás valor.

Resigna-te, pois, e alegra-te com tudo quanto te enriquece a existência neste momento.

Aprende a ser grato à vida e àqueles que te envolvem em ternura, saindo da tristeza pertinaz para o portal de luz, avançando pelo rumo novo.

*

Jesus, que é o "Espírito mais perfeito" que veio à Terra, sem qualquer culpa, foi incompreendido, embora amando; traído, apesar de amar, e crucificado, não obstante amasse...

Desse modo, sorri e conquista o teu espaço, esquecendo o teu espinho e arrancando aquele que está ferindo o teu próximo.

Oportunamente, descobrirás que, enquanto te esqueceste da própria dor, lenindo a dos outros, superaste-a em ti, conseguindo a plenitude da felicidade, que agora te rareia.

Joanna de Ângelis - Psicografado por Divaldo Pereira Franco

sexta-feira, 27 de julho de 2012

HISTÓRIA DA IGREJA


                    (059) ORDEM DOS CAVALEIROS DE SANTIAGO
OR                

http://www.caminhodesantiago.com/walter_jorge/img/templrios.jpg             Vários escritores amigos de lendas atribuíram à Ordem de Santiago uma grande antiguidade, chegando até a dizê-la fundada no tempo de Ramiro I de Leão (842-850).
            O mais provável é, todavia, que ela começasse, como as outras, por associação particular de vários cavaleiros piedosos que se ligaram para combater os Mouros na extrema vanguarda cristã, pelos anos de 1160-70, e que seriam talvez leoneses, porque o seu primeiro assento conhecido foi em Cáceres.
            Fernando II de Leão, em 1170, oficializou (se assim nos podemos exprimir) a Ordem e deu-lhe, em 1172, a vila de Cáceres; no mesmo ano, D. Afonso Henriques deu-lhe Arruda (e, talvez pela mesma data, Alcácer, Almada e Palmela, se a doação de D. Sancho I é simples confirmação).
Os Freires de Cáceres irradiaram rapidamente para Castela, onde a sede da Ordem se estabeleceu no castelo de Uclés, e para Portugal, onde receberam vários castelos ao sul do Tejo.
            A bula papal de confirmação da Ordem é de 1175, embora pareça não ser autêntica uma bula do mesmo ano, transcrita no Livro dos Copos.
            Durante os vinte anos seguintes, os Cavaleiros de Santiago não puderam conservar contra os Mouros as doações régias em Portugal e estabeleceram a sua sede em Santos-o-Velho, mas em breve a Reconquista progrediu para o sul, tendo nela importante papel os espatários (de espatha, em alusão ao hábito da Ordem, uma espada com o punho com forma de cruz ancorada) receberam muitos castelos, sobretudo no Baixo Alentejo e Algarve, entre outros Alcácer do Sal, que foi sede do ramo português, a que foi dado o nome da Ordem, e Palmela, onde ela, já independente, se estabeleceu.
            Quando, depois da conquista definitiva do Algarve, a guerra deixou de ter como objectivo predominante a luta contra os Mouros, para passar a ter o da prevenção contra possíveis conflitos com o reino vizinho, a existência de forças e castelos que podiam voltar-se contra nós, representava um perigo.
            Este ramo português, a que foi dado o nome de Freires de Alcácer, era governado pelo comendador-mor, submetido ao mestre de Uclés, quando, ao verificar que este se interessava pouco pela zona portuguesa, já próximo do fim do século XIII, e sentindo-se prejudicado, como a própria Ordem, com a má administração, solicitou do papa autorização para eleger mestre próprio.
            Em 1288 (o mesmo ano em que se fez o pedido de autorização para o Estudo Geral de Lisboa), o rei D. Dinis tentou tomar o ramo da Ordem dos Cavaleiros de Santiago de Espada instalado em Portugal, independente da obediência aos priores residentes em Leão e Castela.
            Foi-lhe o pedido deferido por uma bula de Nicolau IV (1288-1292), de 1288, confirmada em 1290; contra ela protestou o mestre de Sant'Iago, e sobre o assunto baixaram vários documentos pontifícios, ora anulando ora confirmando a primeira decisão.
            Como era de esperar, a diplomacia castelhana reagiu imediatamente, e os papas Bonifácio VIII (1294-1303) e Clemente V (1305-1314) decidiram o assunto contra a pretensão portuguesa.
            O conflito prolongou-se durante alguns anos.
            Os cavaleiros portugueses continuaram a eleger o seu mestre, como se a decisão de Nicolau IV nunca tivesse sido revogada.
            Numa eloquente exposição ao papa João XXII (1316-1334) pelos embaixadores portugueses Manuel Pessanha e Vicente Anes aludia-se claramente à "grande emulação que existiu e existe entre castelhanos e portugueses" e considerava-se inadmissível a situação defendida por Castela, que permitia que se voltassem contra o rei de Portugal forças que os freires da ordem haviam recebido desse mesmo rei para o defenderem contra o seus inimigos.
            A separação, porém, manteve-se de facto, embora não de direito, até que em 1452 foi ela definitivamente ordenada por uma bula do papa Nicolau V (1447-1455).
            O papa confiou a solução do assunto aos arcebispos de Braga e de Compostela, e a decisão que prevaleceu foi a da eleição de um mestre português.
            A Ordem de Sant'Iago foi desde então independente.
            Ficou assim reconhecida a Ordem portuguesa, a qual, todavia, tinha diminuído de importância em relação às outras Ordens militares, como se prova pela reforma de D. João I, que manda fornecer à hoste real 100 lanças por cada uma das Ordens de Cristo e de Avis e apenas 80 pela de Santiago.
            Em 1491 os mestrados de Avis e de Santiago foram concedidos ao filho natural de D. João II, D. Jorge, que mandou reunir capítulos para aprovar novos estatutos e restabelecer as antigas regras, em parte esquecidas.
            A sua sede foi instalada próximo de Lisboa, no castelo de Palmela, vila que durante séculos usou o titulo prestigioso de cabeça de mestrado.
            Em 25 de Setembro de 1507 D. Manuel enviou uma carta ao papa Júlio II (1503-1513), na qual narra a vitória dos cristãos sobre os infiéis.
            Nesta data já D. Manuel obtivera autorização para que os Cavaleiros de Santiago e de Avis ingressassem na Ordem de Cristo, de que era Grão-mestre.
            Os estatutos foram publicados em 1509, sendo corrigidos em novas edições de 1542 e 1548.
            As dignidades da Ordem eram as mesmas que indicámos para as outras Ordens Militares.
            A sua bandeira principal era vermelha, com uma cruz de braços iguais florenciada e carregada de cinco vieiras de vermelho; competia ao mestre quando comandava a hoste; quando acompanhava el-rei no exército, a bandeira tinha os esmaltes trocados.
            O comendador-mor levava uma signa de menores dimensões provavelmente rectangular (estandarte) com a mesma composição, e, quando ia na hoste real, podia levar uma bandeira semelhante à segunda, mas de muito menores dimensões (guião ou bandeira-punhal).
            Parece, assim, que a cruz da Ordem era então florenciada e de braços iguais, mas já no selo da Regra de 1542 aparece a cruz do hábito, isto é, com o pé terminando em ponta, com uma espada, a cabeça cordiforme e os braços florenciados; no selo do capítulo dos mesmos estatutos figura uma bandeira com a cruz acima descrita.
            Posteriormente, o único símbolo da Ordem passou a ser a cruz em forma de espada.

                                                                                               John http://www.geocities.ws/atoleiros/images/CavaleiroKnight_Santiago.png
                                                                                    Nascimento


Santo Afonso Maria de Ligório Afonso de Ligório nasceu no dia 27 de setembro de 1696, no povoado de Marianela, em Nápoles, na Itália, filho de pais cristãos, ricos e nobres, que, ao se depararem com sua inteligência privilegiada, deram-lhe todas as condições e todo o suporte para tornar-se uma pessoa brilhante. Enquanto seu pai o preparava nos estudos acadêmicos e científicos, sua mãe preocupava-se em educá-lo nos caminhos da fé e do cristianismo. Ele cresceu um cristão fervoroso, músico, poeta, escritor e, com apenas dezesseis anos de idade, doutorou-se em direito civil e eclesiástico.

Passou a advogar e atender no fórum de Nápoles, porém jamais abandonou sua vida espiritual, que era muito intensa. Sempre foi muito prudente, nunca advogou para a Corte, atendia a todos, ricos ou pobres, com igual empenho. Porém atendia, em primeiro lugar, os pobres, que não tinham como pagar um advogado, não por uma questão moral, mas porque era cristão.

Depois de dez anos, tornara-se um memorável e bem sucedido advogado, cuja fama chegara aos fóruns jurídicos de toda a Itália. Entretanto, por exclusiva interferência política, perdeu uma causa de grande repercussão social, ocasionando-lhe uma violenta desilusão moral. A experiência do mundo e a forte corrupção moral já eram objeto de suas reflexões, após esse acontecimento decidiu abandonar tudo e seguir a vida religiosa.

O pai, a princípio, não concordou, mas, vendo o filho renunciar à herança e aos títulos de nobreza, com alegria no coração, aceitou sua decisão. Afonso concluiu os estudos de teologia, sendo ordenado sacerdote aos trinta anos, em 1726. Escolheu o nome de Maria para homenagear o Nosso Redentor por meio da Santíssima Mãe, aos quais dedicava toda a sua devoção, e agora também a vida.

Desde então, colocou seus muitos talentos a serviço do Povo de Deus, evidenciando ainda mais os da bondade, da caridade, da fé em Cristo e do conforto espiritual que passava a seus semelhantes. Em suas pregações, Afonso Maria usava as qualidades da oratória e colocava sua ciência a serviço do Redentor. As suas palavras eram um bálsamo aos que procuravam reconciliação e orientação, por meio do confessionário, ministério ao qual se dedicou durante todo o seu apostolado. Aos que lhe perguntavam qual era o seu lema, dizia: "Deus me enviou para evangelizar os pobres".

Para viver plenamente o seu lema, em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor, ou dos Padres Redentoristas, destinada, exclusivamente, à pregação aos pobres, às regiões de população abandonada, sob a forma de missões e retiros. Ele mesmo viajou por quase todo o sul da Itália pregando a Palavra de Deus e a devoção a Maria, entremeando sua atividade pastoral com a de escritor de livros ascéticos e teológicos. Com tudo isso, conseguiu a conversão de muitas pessoas.

Em 1762, obedecendo à indicação do papa, aceitou ser o bispo da diocese de Santa Águeda dos Godos, diante da qual permaneceu durante treze anos. Portador de artrite degenerativa deformante, já paralítico e quase cego, retirou-se ao seu convento, onde completou sua extensa e importantíssima obra literária, composta de cento e vinte livros e tratados. Entre os mais célebres estão: "Teologia moral"; "Glórias de Maria", "Visitas ao SS. Sacramento"; além do "Tratado sobre a oração".

Depois de doze anos de muito sofrimento físico, Afonso Maria de Ligório morreu aos noventa e um anos, no dia 1º de agosto de 1787, em Nocera dei Pagani, Salerno, Itália. Canonizado em 1839, foi declarado doutor da Igreja em 1871. O papa Pio XII proclamou santo Afonso Maria de Ligório Padroeiro dos Confessores e dos Teólogos de Teologia Moral em 195