quarta-feira, 18 de julho de 2012

O Reiki na visão espírita

O texto a seguir foi retirado do livro “O Reiki Segundo o Espiritismo” (3ª Edição) realizado pelo “Instituto de Animagogia” do “Centro Ecumênico de Cultura e Educação para a Paz” (SÃO CARLOS – 2007).


Espiritismo, conforme a concepção do próprio Kardec, é uma ciência experimental que deriva em uma filosofia de cunho moral. Filosofia que não é nova, mas que se encontra dispersa através dos ensinamentos dos principais mestres espirituais da humanidade, no Ocidente ou no Oriente. Tal ciência, como salientamos, se realiza através do intercâmbio mediúnico com os Espíritos (os seres incorpóreos), que nada mais são do que todos aqueles que já se desvencilharam do invólucro carnal.

Quanto ao REIKI, sua prática se constitui em um dos mais importantes “fatos espíritas” do século XX, espalhando-se rapidamente do Japão, onde foi intuído por um monge budista chamado Mikao Usui, para ganhar status nos EUA e na Europa, chegando, através da indústria "New Age", em meados da década de 80, no Brasil. Por seu grande avanço no mundo Ocidental, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já o reconhece como “terapia complementar”, junto com outros tratamentos (Florais de Bach, Acupuntura, Homeopatia etc.).

E o que é um “fato espírita”? Segundo a denominação de Allan Kardec, são todos os fenômenos causados pela intervenção de inteligências desencarnadas, ou seja, por Espíritos. E, com a exceção de poucos reikianos que ainda afirmam que é a “energia cósmica é inteligente” e é ela que faz os tratamentos, é praticamente consenso que sem a participação dos Espíritos, ou seja, de toda uma equipe médica preparada no Astral, nenhuma cura seria obtida através dessa técnica. E, por ser um “fato espírita” praticado no mundo inteiro, não há porque não se pesquisar o tema junto aos Espíritos, sobretudo com aqueles que se manifestam durante sua prática, uma vez que a ciência espírita é realizada através da fenomenologia mediúnica, consultando-se e entrevistando Espíritos de várias ordens, através de reuniões sérias voltadas para a elaboração de estudos filosóficos, morais etc.

E tal consulta aos Espíritos não vai de encontro aos princípios do Espiritismo, uma vez que, Kardec, na conclusão d’O Livro dos Espíritos, escreveu o seguinte:

o Espiritismo não é obra de um homem. Ninguém se pode dizer seu criador, porque é tão velho quanto a criação. Ele se encontra por toda a parte, em todas as religiões e mais ainda na religião católica, e com mais autoridade que em todas as outras, porque nele se encontra o princípio de tudo: os espíritos de todos os graus, seus intercâmbios ocultos, e patentes com os homens...

Se compreendermos que a missão do Espiritismo é o estudo da ação dos Espíritos no mundo material ou sua vida ativa após a morte, iremos compreender que o Espiritismo é uma das disciplinas científicas que podem ajudar a explicar as curas que acontecem durante um atendimento de REIKI, esclarecendo, através da própria consulta aos Espíritos que atuam nessa prática espiritualista, como é que eles manipulam a bioenergia disponibilizada pelos atendentes e realizam as curas nos pacientes que possuem merecimento para a obterem, desconstruindo, assim, a teoria vigente que afirma ser o desenho de um símbolo gráfico o responsável pelas curas.

O fato de o Espiritismo ser capaz de explicar como o REIKI funciona, não quer dizer que essa técnica necessita ser praticada em uma casa kardecista, onde já se pratica o “passe”, que é, absolutamente, a mesma coisa. Mas para essa explicação ser possível, é necessário resgatar os princípios kardequianos. No caso do REIKI, o que os Espíritos fazem é apenas nos ajudar a compreender melhor essa técnica, desmistificando o uso dos símbolos e outras informações mal interpretadas.

O REIKI é uma espécie de “passe” nascido no Oriente, mas que ganhou destaque no Ocidente justamente por seu caráter universal e não-religioso. Através dos ensinamentos transmitidos pelos Espíritos, tomamos consciência que esta forma de “fluidoterapia” envolve o mundo espiritual através de uma equipe de médicos desencarnados, preparados para esse trabalho socorrista e que é, sobretudo, através do amor incondicional que se forma um verdadeiro reikiniano, independentemente do número de “sintonizações” que o mesmo faça.

Quanto aos símbolos, os Espíritos ensinam que nenhuma serventia metafísica eles possuem, mas trazem valiosos ensinamentos morais baseados no Budismo e em outras filosofias orientais, além de servirem para dar confiança ao atendente, além de estimular a Fé, através do emprego do símbolo gráfico.

Se o procedimento adotado no REIKI é um pouco diferente do “passe” (o paciente recebe energia deitada; permite-se uma música ambiente ao fundo e o uso de aromas), a essência do trabalho é a mesma. Ou seja, o tratamento é realizado pela espiritualidade socorrista que utiliza o ectoplasma fornecido pelos rekianos. E todo tratamento envolve a questão do merecimento, desfazendo as mistificações que apresentam o REIKI como uma terapia miraculosa.

Segundo a espiritualidade, o avanço do REIKI no mundo todo estava previsto para o século XX, mas que chegou a hora de romper com esse viés mercadológico que o incentivou, resgatando sua verdadeira dimensão sagrada. Da mesma forma que do lazer proporcionado pelas mesas girantes, em meados do século XIX, Kardec evidenciou a existência de consciências incorpóreas, o mesmo deve acontecer com o REIKI no mundo todo. Gradativamente, a revelação espiritual chegará a todos os cantos do planeta e essa técnica, que já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vai se transformar em um trabalho de cura espiritual importante, generalizando-se nos diferentes agrupamentos humanos. Porém, será praticado o gratuitamente no mundo regenerado. Na Europa aumenta o número de grupos que praticam gratuitamente o REIKI. Em breve, a mistificação e o comércio espiritual que ainda existem serão extintos, assim como, no século XIX, aconteceu com as mesas girantes estudadas por Kardec.


“Crê-se geralmente que, para convencer, basta mostrar os fatos; esse parece, com efeito, o caminho mais lógico, e, todavia, a experiência mostra que não é sempre o melhor, porque vê-se, freqüentemente, pessoas às quais os fatos mais patentes não convencem de modo algum. A que se deve isso?” 
Allan Kardec

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