sábado, 14 de julho de 2012

Hades


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g  O deus Hades (gr. Ἅδης), irmão de Zeus, era o soberano do mundo subterrâneo, destino final da sombra dos mortos; seu nome significa "o invisível". Era também conhecido por Plutão (gr. Πλούτων), que significa "rico", pois era proprietário de todas as riquezas que existem sob a terra.
Origem e mito
A partir do Período Arcaico, Hades era considerado filho de Crono e de Réia, e irmão de Zeus, Posídon, Hera, Deméter e Héstia. Acredita-se que durante a titanomaquia ele recebeu dos ciclopes um capuz ou capacete que tornava seu portador invisível. Na partilha que se seguiu à luta, coube-lhe o controle do mundo subterrâneo e dos mortos.
Hades aparece raramente nas lendas, embora seja muito mencionado. Os principais episódios de que participa são o do rapto de Perséfone (Koré), com quem mais tarde se casou; o do 12º trabalho de Héracles; e o de Orfeu e Eurídice. Não teve filhos.
O hades
O reino de Hades (frequentemente abreviado para "o hades") era primitivamente localizado no extremo ocidente, além do rio Oceano (Od. 10.508-12), ou diretamente abaixo da superfície (Il. 20.61-6). Esse último conceito veio a moldar, séculos mais tarde, a idéia de "inferno" das religiões européias e asiáticas.
O hades era um lugar sombrio e sinistro, franqueado por um portão monumental. Os mitos mais antigos nos fornecem poucos detalhes, mas as versões mais tardias são ricas em pormenores. Uma das entradas, por exemplo, era o rio Aqueronte (Od.. 10.513-4).
Quando alguém morria, era levado pelo deus Hermes até o Hades, onde bebia a água do Rio Lete, que trazia o esquecimento da vida terrena, e atravessava o rio Estige em uma barca, conduzida pelo severo Caronte. Como pagamento, o barqueiro recebia um óbolo, a moeda de menor valor, que os parentes colocavam na boca do falecido. O morto atravessava então os portões monumentais, eternamente guardados por Cérbero, cão de três cabeças e cauda de serpente. O feroz guardião permitia a entrada de todos, porém não deixava ninguém sair.
Finalmente, diante de Hades e Perséfone, o defunto enfrentava a sentença dos severos e justíssimos juízes dos mortos — Minos, Radamante e Éaco —. Segundo seus méritos, era conduzido aos aprazíveis Campos Elíseos[1] ou aos tormentos eternos...
Iconografia e culto
De Hades, nenhum favor ou benefício era esperado; assim, ele não tinha templos e nenhum culto específico lhe era dedicado. Seu nome não era pronunciado, e a ele se referiam através de eufemismos. Era, também, raramente representado; quando isso ocorria, mostravam-no com um cetro, e às vezes com uma cornucópia, símbolo da fartura e da riqueza.
No sul do Épiro, porém, na cidade de Éfira, ficava um famoso oráculo dos mortos, o necromanteion; ele era, de certa forma, um santuário de Perséfone e Hades. A construção parecia um labirinto, com corredores tortuosos e salas sem janelas situadas abaixo e acima do chão.
Notas
  1. Na Mitologia Grega mais antiga, as "ilhas dos bem-aventurados" (gr. Μακάρων νῆσοι, Od. 4.561) eram o local para onde os deuses enviavam seus escolhidos, após a morte terrena, para uma nova vida, perfeita e agradável. A ilha era vagamente situada no extremo oeste do rio Oceano. Na época clássica falava-se dos "Campos Elíseos" (gr. Ἠλύσιον πέδιον), um prado aprazível e de grande beleza situado igualmente na margem ocidental do Rio Oceano; em versões tardias das lendas, situava-se o Ἡλύσιον em algum lugar do hades, o mundo subterrâneo dos mortos. Aparentemente, é essa a origem do conceito de "Céu" dos cristãos e muçulmanos.


Referências
Monografia nº 0172. Criação: 19/06/1999.
Atualizada em 13/05/2002.
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