quarta-feira, 1 de agosto de 2007

ESTUDOS ESPÍRITAS

Curso Avançado de Espiritismo - Capítulo 38

LEI DE SOCIEDADE: LAÇOS DE FAMÍLIA

SIMPATIAS E ANTIPATIAS
Como seres inteligentes da criação que povoam o Universo fora do mundo material, os Espíritos cultivam entre si, a simpatia geral destinada pelas suas próprias semelhanças. Além desta simpatia de caráter geral, existem, também, as afeições particulares, tal como as há entre os homens. Esta afeição particular decorre do princípio de afinidade, como resultado de "uma perfeita concordância de seus pendores e instintos".

Assim como há as simpatias entre os Espíritos, há, também, as antipatias, alimentadas pelo ódio, que geram inimizades e dissenções. Este sentimento, todavia, só existe entre os Espíritos impuros que não venceram, ainda, em si mesmos, basicamente, o egoísmo e o orgulho. Como exercem influência junto aos homens, acabam estimulando nestes os desentendimentos e as discórdias, muito comuns na vida humana.

Desde que originada de verdadeira simpatia, a afeição que dois seres se consagram na Terra continua a existir sempre no mundo dos Espíritos.

Por sua vez, os Espíritos a quem fizemos mal neste mundo poderão perdoar-nos se já forem bons e segundo o nosso próprio arrependimento. Se, porém, ainda forem maus, podem guardar ressentimento e nos perseguirem muitas vezes até em outras existências.

Como observam os Espíritos Superiores: "da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta a completa felicidade", e um dos objetivos da nossa encarnação é o de trabalhar no sentido de nos melhorarmos interiormente e chegarmos à perfeição espiritual.

Isto nos leva a compreender melhor a afirmação de Jesus quando nos disse: "Amai os vossos inimigos", pois só há hoje prejuízo para o Espírito que tenha inimigos por força do mal que haja praticado, uma vez que os inimigos são obstáculos em sua caminhada e essa inimizade sempre gera infelicidade e atraso em seu progresso espiritual.

Admitindo "que a maldade não é um estado permanente dos homens; que ela decorre de uma imperfeição temporária e que, assim como a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mau reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom" compreendemos também que a nossa meta maior é superar a maldade que ainda existe em nós e nos outros, e, neste sentido, só a manifestação de amor de nossa parte pode quebrar o círculo vicioso do ódio que continua a existir, muitas vezes, mesmo depois da morte física.

O período a esse esforço é, sem dúvida, quando estamos junto aos nossos inimigos, convivendo com eles, na condição de encarnados e desencarnados, pois é quando temos as melhores oportunidades de testemunhar nosso propósito de cultivar a concórdia para com todos, e assim, substituir os laços de ódio que nos ligavam pelos laços do amor que passam a nos unir.

Allan Kardec, estudando a causa das simpatias e antipatias que se manifestam entre pessoas que se avistam pela primeira vez, diz [QE]:

"São criaturas que se conheceram e que muitas vezes se amaram em outra vida e que, ao se encontrarem nesta, atraem-se mutuamente. Também as antipatias instintivas provêm, vez por outra, de relações anteriores."

Lembra Kardec que esses sentimentos podem ter outra causa, relacionada não a vivências anteriores, mas sim ao padrão vibratório das pessoas envolvidas, à condição moral, os gestos e tendências, enfim, a própria maneira do indivíduo ser, pensar, e agir:

"O perispírito irradia ao redor do campo, formando uma espécie de atmosfera impregnada das qualidades boas ou não do Espírito encarnado. Duas pessoas que se encontraram pelo contato dessas auras sentem uma sensação agradável ou desagradável."

AS ALMAS GÊMEAS

Em [LE-qst 298] vemos que

"não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos."

Devemos compreender que um Espírito não é a metade do outro.

"Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos." [LE-qst 299]

"A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos. Trata-se de uma expressão usada até na linguagem vulgar e que se não deve tomar ao pé da letra."[LE-qst 303-a]

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

A vida familiar deve ser a vida de todo homem integrado na unidade social, denominada família. Esta palavra, família, pode ser conceituada num sentido mais restrito - constituído pelos nossos familiares consangüíneos - como num sentido mais amplo - o representando por agrupamentos de Espíritos afins, quer intelectual, quer moralmente.

A família é a abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres; laboratório superior em que se encadeiam sentimentos, estruturam aspirações, refinam idéias, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes.

A família é, pois, o mais prodigioso educandário do progresso humano. A importância não se mede apenas como fonte geratriz de seres racionais, mas como oficina de onde se projetam os homens de bem, os sábios, os benfeitores em geral. "A família é mais do que um resultante genético. (...) São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico onde medram as nobres expressões da elevação espiritual na Terra. Quando a família periclita, por esta ou aquela razão, sem dúvida a sociedade está a um passo do malogro."

A vida em família, para que atinja suas finalidades maiores deve ser vivenciada dentro dos padrões de moralidade, compreensão e solidariedade. A família é uma instituição divina cuja finalidade precípua consiste em estreitar os laços sociais, ensejando-nos o melhor modo de aprendermos a amar-nos como irmãos.

Por tão incontestáveis razões, a vida em família, de todas as associações é, talvez a mais importante em virtude da sua função educadora e regenerativa.

LAÇOS CORPORAIS E LAÇOS ESPIRITUAIS

Existem duas modalidades de família e, em conseqüência, duas categorias de laços de parentescos: as que procedem da consangüinidade e as que procedem das ligações espirituais.

"Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar no desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir."[ESE-cap XIV it 8]

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consangüinidade os verdadeiros laços de família, e sim, os da simpatia e da comunhão de idéias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.

Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente já na existência atual.

Bibliografia

1) O Livros dos Espíritos - Allan Kardec
2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
3) O Que é o Espiritismo - Allan Kardec
4) Vida e Sexo - Emmanuel/Chico Xavier
5) Estudos Espíritas - Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG

Curso Básico de Espiritismo - Capítulo 8

O PERISPÍRITO

I. O QUE É?

Perispírito é o envoltório semimaterial do espírito.

Também o denominam de corpo fluídico ou corpo espiritual.

II. ORIGEM E NATUREZA

O perispírito tem sua origem no fluido
cósmico universal, retirado do mundo ou
plano ao qual o espírito está relacionado.

É também matéria, como o corpo de carne,
mas em estado diferente, mais sutil,
quintessenciada; não é rígida como a do
corpo físico e, sim, flexível e expansível,
o que torna o perispírito muito plasmável
sob a ação do espírito.

Assim como o corpo físico, o perispírito
tem uma estrutura e fisiologia, mas não tem
inteligência nem autonomia. Não é, pois,
"um outro ser" mas apenas um instrumento
do espírito, tal como o corpo físico.

III. FUNÇÕES

1) Liga o espírito à matéria (neste como
em outros mundos) e a ele serve de
instrumento para agir sobre o plano fluídico
ou o material.

2) Guarda o registro dos efeitos de toda a
ação do espírito (sede da memória).

3) Permite que os espíritos se identifiquem
e reconheçam uns aos outros, no plano
espiritual.

4) É o molde, a fôrma do ser corpóreo.

IV. PERISPÍRITO E ENCARNAÇÃO

O perispírito pré-existe ao corpo físico.

Para o espírito encarnar: um laço fluídico
(que é uma expansão do perispírito) se
liga ao óvulo fecundado e vai presidindo
à multiplicação das células, uma a uma,
dirigindo a formação do corpo. Quando
este se completa, está inteiramente ligado
ao perispírito, "molécula a molécula".

Observação importante: do ponto de vista
espírita, portanto, desde a fecundação do
óvulo, um espírito se ligou a ele e está
trabalhando para formar o corpo de que
precisa para viver neste mundo e continuar
sua evolução.

Sabendo disto, não provocar o aborto,
para respeitar o direito de viver do espírito
reencarnante, que é um nosso irmão ante
Deus.

O uso de anticoncepcionais é preferível ao
aborto mas não deve levar ao sexo
irresponsável. O sexo serve à procriação e
à permuta de energias entre homem e mulher.
Não deve ser reduzido a mero instrumento
de sensações prazerosas, nem deve ser
exercitado excessiva ou promiscuamente,
mas sempre com equilíbrio e responsabilidade
moral.

Quem ignorava as implicações espirituais
do aborto e o praticou, ou induziu à sua
prática, ou de alguma forma a ajudou,
procure compensar o mal feito da maneira
que estiver ao seu alcance: favorecer o
nascimento que antes impediu, ajudar
gestantes carentes a terem seus filhos,
amparar recém-nascidos, alertar e orientar
quem estiver querendo praticar o aborto
para que não o faça, etc.

Durante a encarnação: o perispírito serve
de intermediário entre o espírito e a matéria,
transmitindo ao espírito as impressões dos
sentidos físicos e comunicando ao corpo
as vontades do espírito.

Observação: quando o copo é anestesiado
ou sofre paralisia, não há nele sensibilidade
e o perispírito nada terá a transmitir ao
espírito, quanto ao setor corpóreo prejudicado.

Se houver desdobramento, o perispírito
temporariamente deixa de ter contato
com o corpo e, durante esse estado, pouco
ou mesmo nada transmitirá do espírito ao
corpo (ou vice-versa), dependendo do
grau de desdobramento.

Ao desencarnar: quando o corpo morre,
o perispírito dele se desprende e continua
a servir ao espírito, como seu corpo fluídico
que é e como seu intermediário para com
o plano espiritual ou material. Preexistia
ao corpo e a ele sobrevive.

"Semeia-se corpo animal, ressurge corpo
espiritual", esclarece o Apóstolo Paulo, na
sua I Epístola aos Coríntios (cap. 15 vs. 44).

Sobrevivendo ao corpo, o perispírito vem
a provar a imortalidade do espírito. É ele
(e não o espírito em si) que vemos nas
aparições e visões; e é ele que serve de
instrumento para as manifestações do
espírito aos nossos sentidos.

Geralmente, a aparência que o perispírito
guarda é a da última encarnação; ela
poderá ser modificada (se o espírito quiser
e souber como fazer isso), porque a
substância sutil do perispírito é maleável e
plasmável.

V. SUA EVOLUÇÃO

O perispírito acompanha o espírito sempre,
em todas as etapas de sua evolução.

Vai se tornando mais etéreo, à medida
que o espírito se aperfeiçoa e eleva. Nos
espíritos puros, já se tornou tão etéreo que,
para os nossos sentidos, é como se não
existisse.

Conforme a evolução do espírito, seu
perispírito apresentará diferente:

- peso: que o fixa a um plano de vida espiritual
em companhia dos que lhe são semelhantes;

- densidade: que responde pela sua maleabilidade;
a expansão do perispírito é tanto maior
quanto mais rarefeito e mais sutil ele for;

- energia: que se revela na luminosidade e
irradiação, maior quanto mais evoluído
for o espírito. Daí a expressão "espírito de
luz", significando espírito que já apresenta
considerável grau de evolução.

A contextura do perispírito não é idêntica
para todos os espíritos, ainda que sejam
de um mesmo mundo. Isto porque a camada
fluídica que envolve um mundo não é
homogênea (toda igual) e o espírito, ao
formar seu perispírito, dela atrairá os fluidos
mais ou menos etéreos, sutis, segundo suas
possibilidades.

Espíritos inferiores têm perispírito mais
grosseiro e, por isso, ficam imantados ao
mundo que habitam, sem se poderem alçar
a planos mais evoluídos. Alguns chegam a
confundir seu perispírito (de tão grosseiro
que é) com o corpo material e podem
experimentar sensações comparáveis às
do frio, calor, fome etc.

Os espíritos superiores, ao contrário,
podem livremente ir a outros mundos,
fazendo mutações em seu perispírito,
para adaptá-lo ao tipo fluídico do mundo
aonde vão.

Livros consultados:

De Allan Kardec:
- "A Gênese", caps. VI, XI e XIV;
- "O Livro dos Espíritos", perguntas 93-95, 150-152, 155, 186-187;
- "O Livro dos Médiuns", cap. I.

De Léon Dems:
- "Depois da Morte", cap. XXI.

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Fonte: "Iniciação ao Espiritismo", Therezinha Oliveira
Editora Allan Kardec - http://www.allankardec.org.br

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