quinta-feira, 2 de agosto de 2007

MAÇONARIA


A ESSÊNCIA DA MAÇONARIA
À Glória do Grande Arquiteto do Universo!
A essência da filosofia maçônica consiste no combate aos vícios e no exaltamento da virtude. Portanto, partindo dos vícios, podemos enquadrá-los no ócio, inveja, ódio, orgulho, vaidade, sensualidade, egoísmo, dentre outras, tanto ou mais funestas. A virtude é a força que nos impele para a prática do bem no seu mais amplo sentido. Por óbvio, é o oposto do vício.
O homem é uma dualidade, nele reside o bem e o mal. Ele anseia por ser Deus, tudo dominar e submeter à sua soberana vontade. O primeiro pecado não foi a desobediência, como sustenta a igreja, foi a inveja. Foi quando a serpente diz para Eva, “se voces comerem daquele fruto serão como Deus “, foi que Eva sucumbiu, arrastando consigo nosso pai Adão. Portanto, eles queriam ser deuses e, não o conseguindo, passaram a carregar consigo a ânsia desse desejo. Quando verificamos a ganância, o egoísmo, orgulho e a ambição humana, constatamos que são sem limites. Aspiram o infinito, e o infinito é um atributo da divindade. Embora a Bíblia diga que Deus criou Adão do barro e Eva de uma das suas costelas, sabemos que existem outras versões para esse mito. Um deles diz que Adão era um ser hermafrodita, Deus o rachou ao meio separando o lado feminino do masculino. Prefiro este. Porque ele se enquadra na biologia. A biologia diz que o embrião humano até o 60º dia, é um ser hermafrodita, tem os dois sexos. Após o 60º dia, um dos sexos começa a se atrofiar e o outro a se destacar. Daí surge a constatação de que não existe o homem 100% macho nem a mulher 100% feminina. Até o espermatozóide advém de um homem e uma mulher, portanto, não é 100% macho. O mesmo ocorrendo com o ovo feminino. Na psicologia junguiana é sustentado a existência das personalidades anima e animus. Segundo Jung, o homem tem a personalidade anima e mulher tem a personalidade animus. Ou seja: o homem tem uma parcela feminina e a mulher tem uma parcela masculina. É fácil verificar que o mito da gênese em que o Adão hermafrodita é rachado ao meio, separando o lado feminino do masculino, tem guarida na teoria de Jung. Principalmente se admitirmos que essa separação deixa um traço em cada um. Adão embora dividido, contém uma parte feminina;enquanto a mulher que, nessa versão se chama Lilith, leva uma parte masculina. Freud, na sua Teoria dos Instintos, diz que temos dois instintos básicos: Eros e Thanátos. Thanátos é o instinto mais primitivo do homem, remontando à matéria inorgânica. Thanátos é o instinto agressivo, intinto de morte. O que Thanátos deseja é a morte do ser vivo pra retornar ao estado de nirvana de onde proveio. Eros é o instinto mais recente, com ele, começa o processo civilizatório. Eros é o contrário de Thanátos, Eros é o amor, a afeição, a carícia. O lado agressivo (Thanátos, animnus), é o lado másculo por excelência. Desse lado vem a tendência dominadora do homem, o seu afâ para ser Deus. Enquanto sabe da inutilidade da sua luta, ele procura ser uma divindade, ainda que menor, aqui na terra. Esse instinto dominador e agressivo é freiado pelas leis positivas no plano externo, e no plano interno pelas leis morais ( o medo do pecado, do inferno etc). Na teoria freudiana esse freio está no superego. Todavia, o homem sempre buscou se libertar das suas amarras. A luta pela liberdade é uma luta contra a repressão dos instintos. Segundo Herbert Marcuse (Eros e civilização), o que nós chamamos sociedade, cultura, civilização, é construído sob uma repressão dos intintos primários. A temperança é a chave que deve moldar o comportamento do homem. O homem ‘livre e de bons costumes’ é aquele que não se vê dominado pelos vícios; aquele que os superou e pode viver sem se sentir em constante ansiedade, dominado pela inveja ou pela frustração. O M.´.M.´. deve fazer com que o espírito domine a matéria; a razão vença as paixões. As posições do Esquadro e do Compasso nos três graus do simbolismo representam essas assertivas. As colunas também trazem a representação desse dogma. A coluna B, onde têm assento os Ap.´. é a coluna da força. Ela representa a força bruta, ainda não trabalhada; representa aqueles que, recém-chegados do mundo profano, trazem consigo os vícios que devem ser debastados. Poderíamos dizer, também, é o lado agressivo, ainda incontrolável.
A coluna J, é a coluna da beleza (feminina), é o lado anima. A doçura da beleza suaviza os instintos agressivos, domina a força redirecionando-a para o amor. O bem é sempre belo, ao passo que o mal sempre tras a conotação do feio. Portanto, a passagem do Ap.´. da coluna B para a coluna J, indica que ele está preparado para ser reeducado e conduzido à iluminação, ao mestrado. O homem na sociedade busca se realizar por todas as formas possíveis, amorosa, profissional e, sobretudo, econômica. Quanto mais agressivo ele é, maior é a sua necesssidade de se realizar. Nesse afã, ele passar por cima dos direitos dos demais, humilha, persegue, tortura … domina. Eis o momento em que ele mais se realiza, quando tem o maior número de gente sob as suas ordens, sob o seu domínio. Nesse momento ele é superior, é Deus. O trabalho maçônico tem por desiderato a moldagem dessa agressividade, fazer com ele possa se realizar, sem se desumanizar. Fazer com ele saiba que acima de tudo somos irmãos. A busca não pode se prender á realização aqui na terra, no mundo da forma;mas ela deve buscar o plano espiritual, da elevação. Nesse sentido, a sublimação dos instintos primários ganha os contornos da renúncia. É o esclarecimento que fará com o aprendiz, saiba que ele deve manter a sua luta, seu trabalho realizador, mas não para atender o seu ego, mas para fazer o bem eo útil para os demais, sem a egoística e vaidosa preocupação com o seu enaltecimento. É aqui que faz sentido o lema dos Cavaleiros Templários Non nobis,Domine, non nobis, sed nomine tuo da gloria ( Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a gloria).

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