segunda-feira, 9 de julho de 2012

As Amazonas


As Amazonas eram mulheres guerreiras que se estabeleciam em uma espécie de repúblicas femininas situadas inicialmente no Cáucaso e depois na Capadócia, às margens do rio Termodonte. Símbolo da mulher livre, repudiava o casamento porque era a única maneira da mulher de então dar sentido e valorizar sua vida. Se recusavam a obedecer ou submeter-se ao jugo e ao domínio masculino, almejando participar da vida pública por seus próprios méritos. Apenas uma vez por ano tinham contato com homens quando se dirigiam ao território vizinho dos gargareus com a finalidade precípua de procriar e assim dar continuidade a seu povo. As Amazonas quando davam à luz, somente mantinham entre si as crianças nascidas do sexo feminino.
Quando o bebê tratava-se de um menino, este ou era executado, ou então devolvido a seu pai para ser criado em outras terras. Cultivavam o hábito de mutilar seu próprio seio direito para poder dessa maneira manejar com mais destreza suas armas, o arco e a lança. As Amazonas veneravam Ártemis com quem se identificavam e cujo culto foram as primeiras a instituir. Tomaram parte em diversos episódios da mitologia grega, sempre se distinguindo por seu espírito guerreiro e rebelde. Na guerra de Tróia , se colocaram do lado dos troianos aliando-se a Príamo. Durante uma batalha, Pentessiléia, uma das rainhas que as Amazonas tiveram, travou uma luta corpo a corpo com Aquiles.
Amazona
A luta foi difícil e muito equilibrada eram as forças. Mas a situação exigia um vencedor e foi Pentessiléia quem tombou ao chão. Conta-se que o herói, diante de tamanha bravura, apaixonou-se pela moribunda, que há até muito pouco tempo era sua grande inimiga. A tradição se refere de igual modo ao encontro de outro grande herói grego, Teseu , com Hipólita, conhecida também pelo nome de Antíope. Sucedeu que o rei de Atenas decidiu viajar à terra das Amazonas e lá chegando, sua rainha Hipólita o acolheu, dando ao herói todas as honras devidas a um rei.
Porém este, tendo convidado Antíope para uma visita a seu navio, tão logo a teve a bordo, ordenou a seus marujos que zarpassem imediatamente e raptando a guerreira para seu país, onde com ela teve um filho de nome Hipólito. As Amazonas, revoltadas com a perda de sua rainha, invadiram furiosamente a Ática para reaver a soberana, mas não resistindo, além de terem perdido a batalha, perderam a rainha, já que Antíopa veio a perecer lutando ao lado do amado Teseu. Outra variante afirma que Antíope vivia feliz com Teseu em Atenas até que um dia, o herói abandonou a jovem para casar-se com Fedra. Humilhada Antíope convocou as Amazonas para juntamente penetrar à força na sala onde se realizava a cerimônia do casamento. Foram repelidas e a rainha Hipólita foi morta retornando as demais companheiras para seu país de origem.

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Iemanjá - Lenda, Mito e Sincretismo Religioso

Iemanjá (yemanjá), a Rainha do Mar, mãe de quase todos os orixás, é exaltada por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar, princesa do mar, rainha do mar, Inaé, Mucunã, Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Sereia, Maria, Dona Iemanjá; dependendo de cada região, mas sua origem vem da África. "A Iemanjá brasileira é resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos".

"Afrodite brasileira", Iemanjá é a padroeira dos amores e muito solicitada em casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças, tudo pode ser conseguido caso ela consinta. Iemanjá exerce fascínio nos homens, sua beleza é o esteriótipo da beleza feminina: Longos cabelos negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.



Têm poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida dessas pessoas estão em suas mãos, segunda a lenda é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías. Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o seu domínio.

No sincretismo religioso, Iemanja tem identidade correspondente a outros santos, como na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria.
Em cada lugar do Brasil Iemanjá é festejada, mas as datas diferem de um lugar para outro. No Rio de Janeiro seu culto é festejado no dia 31 de Dezembro, junto a passagem de ano, ondes os devotos oferecem oferendas: Velas, espelhos, pentes, flores, sabonetes e perfumes... na esperança de que ela leve todas as tristezas, problemas e aflições para o fundo do mar e traga dias melhores. Na Bahia sua data é comemorada no dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro. Venerada nos Candomblés da Bahia, recebe muitas homenagens e oferendas.

Iemanjá também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados a água e caracteriza a "Mudança", na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.

Mãe de quase todos os órixas, é a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.

Casada com Oxalá, Iemanjá é o arquétipo da maternidade. Outras vezes Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo.

Nota: Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da Santeria como santa padroeira dos portos de Havana.

MITOLOGIA

LENDA (Arthur Ramos)

Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).

Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.

A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.

Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.

Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.

Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.

A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.

Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe". Fonte: Deusa Iemanjá

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