Das centenas de divindades cultuadas
pelos povos africanos que vieram para o Brasil, apenas uma quantidade
bem reduzida recebe devoção nos terreiros, ao lado daquelas que nasceram
aqui, brasileiras, sobretudo na umbanda. Deste vasto panteão, os orixás
são os deuses mais populares. Alguns deles são mais conhecidos como
Iemanjá, Ogum e Xangô, este último tão difundido que virou nome da
religião em Pernambuco.
Acredita-se, no candomblé, que
todos somos filhos de orixás. Os principais são o orixá da frente ( de
quem se diz é filho) e o de "trás" (conhecido como "segundo santo" ou
juntó). Daí o pai-de-santo tocar com a mão a testa e a nuca quando quer
saudar estas entidades, respectivamente. Esses dois deuses formam um
casal que protege seu filho como se fossem pai e mãe. Outros deuses
complementares também compõem com estes principais o "enredo de santo"
do filho, totalizando um número que não passa de sete na maioria dos
terreiros. Eles são referidos como terceiro santo, quarto santo e assim
sucessivamente. Finalmente, o erê, espírito infantil, fecha o panteão
pessoal no candomblé.
Quando uma pessoa quer saber a
que deus pertence, consulta o jogo de búzios, principal oráculo da
religião. Esse jogo consiste no lançamento de 16 conchas (cauris) pelo
pai-de-santo numa peneira. Conforme a posição em que caem (se com a face
aberta ou fechada para cima), indicam um signo (odu) associado a um
mito do qual um ou mais orixás são protagonistas. Dessa forma os deuses
"respondem" a cada lance do jogo e podem inclusive identificar que são
seus filhos. Acredita-se que em geral, as pessoas trazem as marcas de
seu pertencimento ao orixá no se comportamento ou nas suas
características físicas, que tendem a reproduzir aos dos deuses. Assim,
pessoas magras e ágeis podem ser de Oxóssi; lentas e calmas, de Oxalá;
fortes e vaidosas, de Xangô etc. Confira na sequência, os principais
deuses, suas características, mitos associados e algumas preferências.
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