quarta-feira, 8 de agosto de 2012

DISCERNIR E AGIR


        O tirocínio para discernir o bem do mal, dá a medida do conceito filosófico que cada um abraça; no entanto, só a vivência do bem por eleição espontânea caracteriza o progresso moral do homem.
        Medeia um espaço largo de conduta moral  entre saber e vivenciar.
        Conhecer ou discernir o que é de acordo com as leis de Deus daquilo que lhe é contrário, representa uma grande conquista intelectual, cultural; sem embargo, a aplicação do conhecimento na conduta,  expressa a verdadeira aquisição desse valor.
        Em todas as criaturas existe, mesmo que em estado embrionário, o lampejo do que é certo em detrimento daquilo que é errado, exceção feita somente aos portadores de doenças mentais graves.
        Nas faixas mais primitivas, o homem, por instinto, elabora o seu código de ética, em que os princípios morais constituem a regra básica da sua conduta, do seu bem viver.
        Quanto mais avançado em progresso moral o indivíduo, em consequência, mais civilizado se faz.
        Não nos referimos à civilidade decorrente dos hábitos adquiridos formalmente, mas daqueles que são conforme as leis do amor, as leis naturais, portanto, as leis de Deus.
        Eles se expressam mediante o respeito à vida em todas as suas manifestações, à natureza e à criatura, como efeito compreensível do respeito a Deus, essencial e primeiro em toda e qualquer cogitação.
        Quem assim procede torna-se homem de bem, a quem repugna o mal, tudo fazendo por evitá-lo, e, quando não o consegue, minora-lhe os resultados infelizes.
        Se já podes desculpar o ofensor, estás melhor do que ele.
        Desde que perdoas o agressor, te encontras em situação mais confortável do que a dele.
        Como procedes com natural correção, enquanto enxameiam as oportunidades do vício e da insensatez possuis a condição moral do bem.
        Constrangido à luta, porem agindo com benignidade, logras a conduta superior.
        Repartindo os dons da bondade e expressando-a em forma de generosa cooperação, mediante moedas, esforços pessoais e abnegação desinteressada, já desfrutas da condição intrínseca do bem.
        O bem não pode ser uma posição decorativa, um adorno da personalidade, e sim uma posição dinâmica, otimista, que muda as estruturas e o comportamento pernicioso que conspira e atua contra as forças vivas e pulsantes da vida.
        Não te refugies no descuramento infeliz, em relação à tua permanência no mal.
        Combate com firme decisão o estacionamento no erro, no orgulho, na paixão.
        Conquista virtudes, mas vence os vícios.
        O tempo é precioso contributo para a evolução, que não pode ser malbaratado pela acomodação, nas complexas engrenagens do mal a que te aferras.
        Sabendo discernir o bem do mal, não relaciones os erros alheios; age com acerto.
        O problema da consciência é individual. Quando esta se banha da claridade do amor sob a inspiração do bem, faz-se rigorosa para consigo mesma, desculpando os outros, que não dispunham dos valores para o crescimento conforme já ela os possuía, não aplicando a força moral para se promover na escala dos valores legítimos.
        Identifica, portanto, o bem, vivendo-o e liberando-te do mal.

(“Viver e amar”, Divaldo Pereira Franco, Joanna de Ângelis)

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