O
tirocínio para discernir o bem do mal, dá a medida do conceito filosófico que
cada um abraça; no entanto, só a vivência do bem por eleição espontânea
caracteriza o progresso moral do homem.
Medeia
um espaço largo de conduta moral entre saber e vivenciar.
Conhecer
ou discernir o que é de acordo com as leis de Deus daquilo que lhe é contrário,
representa uma grande conquista intelectual, cultural; sem embargo, a aplicação
do conhecimento na conduta, expressa a verdadeira aquisição desse valor.
Em
todas as criaturas existe, mesmo que em estado embrionário, o lampejo do que é
certo em detrimento daquilo que é errado, exceção feita somente aos portadores
de doenças mentais graves.
Nas
faixas mais primitivas, o homem, por instinto, elabora o seu código de ética,
em que os princípios morais constituem a regra básica da sua conduta, do seu
bem viver.
Quanto
mais avançado em progresso moral o indivíduo, em consequência, mais civilizado
se faz.
Não
nos referimos à civilidade decorrente dos hábitos adquiridos formalmente, mas
daqueles que são conforme as leis do amor, as leis naturais, portanto, as leis
de Deus.
Eles
se expressam mediante o respeito à vida em todas as suas manifestações, à
natureza e à criatura, como efeito compreensível do respeito a Deus, essencial
e primeiro em toda e qualquer cogitação.
Quem
assim procede torna-se homem de bem, a quem repugna o mal, tudo fazendo por
evitá-lo, e, quando não o consegue, minora-lhe os resultados infelizes.
Se
já podes desculpar o ofensor, estás melhor do que ele.
Desde
que perdoas o agressor, te encontras em situação mais confortável do que a
dele.
Como
procedes com natural correção, enquanto enxameiam as oportunidades do vício e
da insensatez possuis a condição moral do bem.
Constrangido
à luta, porem agindo com benignidade, logras a conduta superior.
Repartindo
os dons da bondade e expressando-a em forma de generosa cooperação, mediante
moedas, esforços pessoais e abnegação desinteressada, já desfrutas da condição
intrínseca do bem.
O
bem não pode ser uma posição decorativa, um adorno da personalidade, e sim uma
posição dinâmica, otimista, que muda as estruturas e o comportamento pernicioso
que conspira e atua contra as forças vivas e pulsantes da vida.
Não
te refugies no descuramento infeliz, em relação à tua permanência no mal.
Combate
com firme decisão o estacionamento no erro, no orgulho, na paixão.
Conquista
virtudes, mas vence os vícios.
O
tempo é precioso contributo para a evolução, que não pode ser malbaratado pela
acomodação, nas complexas engrenagens do mal a que te aferras.
Sabendo
discernir o bem do mal, não relaciones os erros alheios; age com acerto.
O
problema da consciência é individual. Quando esta se banha da claridade do amor
sob a inspiração do bem, faz-se rigorosa para consigo mesma, desculpando os
outros, que não dispunham dos valores para o crescimento conforme já ela os
possuía, não aplicando a força moral para se promover na escala dos valores
legítimos.
Identifica,
portanto, o bem, vivendo-o e liberando-te do mal.
(“Viver e amar”, Divaldo Pereira Franco, Joanna de
Ângelis)
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