segunda-feira, 27 de agosto de 2012

INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDO CORPÓREO


Estudo com base no O Livro dos Espíritos
Livro segundo, cap XI, questões de 456 à 472.
Obra codificada por Allan Kardec
Pesquisa: Elio Mollo

I - PENETRAÇÃO DE NOSSO PENSAMENTO PELOS ESPÍRITOS

Os Espíritos podem ver tudo o que nós fazemos, visto que nos rodeiam incessantemente. Todavia, cada um não vê senão as coisas sobre às quais dirige sua atenção, porque com aqueles que lhes são indiferentes, eles não se preocupam.
Freqüentemente, os Espíritos podem conhecer nossos mais secretos pensamentos, inclusive eles conhecem aquilo que queremos ocultar a nós mesmos; nem atos, nem pensamentos podem lhe ser dissimulados.
É mais fácil esconder uma coisa de uma pessoa viva que fazê-lo a essa mesma pessoa depois de sua morte. E quando acreditamos estar bem ocultos, freqüentemente, existe uma multidão de Espíritos, ao nosso lado, que nós vêem.
Depende muito da categoria dos Espíritos que estão ao nosso redor e, que nos observam, a análise que eles fazem de nós; por exemplo: Os Espíritos frívolos se riem dos pequenos aborrecimentos que nos suscitam e zombam das nossas impaciências. Os Espíritos sérios lastimam nossos defeitos e procuram nos ajudar.

II - INFLUÊNCIA OCULTA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS NOSSOS PENSAMENTOS E SOBRE AS NOSSAS AÇÕES

A influência dos Espíritos sobre os nossos pensamentos e as nossas ações, é maior do que podemos acreditar, freqüentemente, são eles que nos dirigem.
Temos pensamentos que são nossos e outros que nos são sugeridos. Por exemplo: Somos Espíritos que pensamos, assim, não podemos ignorar que vários pensamentos nos alcançam, ao mesmo tempo, sobre o mesmo assunto e, freqüentemente, bem contrários uns dos outros; então, há sempre de nós e outros que nos são sugeridos pelos Espíritos e, é isso que nos coloca na incerteza, posto que temos em nós duas idéias que se combatem.
Quando um pensamento é sugerido, é como uma voz que nos fala. Os pensamentos próprios são, em geral, aqueles do primeiro momento. De resto, não há um grande interesse  para vós nessa distinção, e é freqüentemente útil não sabermos. O homem age mais livremente e, se ele se decide pelo bem, o faz mais voluntariamente; se toma o mau caminho, não tem nisso senão mais responsabilidades.
Algumas vezes, os homens de inteligência e de gênio haurem idéias de sua própria natureza íntima, porém, freqüentemente, elas lhes são sugeridas por outros Espíritos que os julgam capazes de as compreender e dignos de as transmitir. Quando eles não as encontram em si, apelam à inspiração; é uma evocação que fazem sem o suspeitar.
Se fosse útil que pudéssemos distinguir claramente nossos próprios pensamentos daqueles que nos sugeridos, Deus nos teria dado o meio, como ele nos deu o de distinguir o dia da noite. Quando uma coisa é vaga, é que assim deve ser para o bem.
Não é exato dizer que o primeiro impulso é sempre bom; pode ser bom ou mau, segundo a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom para aquele que ouve as boas inspirações.
Para distinguir se um pensamento sugerido vem de um bom ou de um mal Espírito, é necessário examinar o pensamento: os bons Espíritos só aconselham o bem; cabe a nós distinguir.
Os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal para nos fazer sofrer como eles. Eles fazem isso por inveja de verem criaturas mais felizes que eles. E normalmente a natureza dos sofrimento que eles querem nos fazer experimentar, e nos ver cair, para nos afastar de Deus.
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos destinados a experimentar a fé e a constância dos homens no bem. O Espírito deve progredir na ciência do infinito e é por isso que passa pelas provas do mal para alcançar o bem. A missão dos Bons Espíritos é de colocarem os homens no bom caminho, e quando as más influências agem sobre o homem, é que ele as atrai sobre si pelo desejo de fazer o mal, quando ele tem vontade de praticá-lo. Os maus Espíritos não tem condição de ajudar alguém de fazer o mal, senão quando esse alguém desejar praticar o mal. Se uma pessoa tiver propensão ao homicídio, terá uma multidão de Espíritos que procurarão manter esse pensamento nessa pessoa; mas, também, terão outros que se esforçarão em influenciar essa pessoa a ter bons pensamentos, o que faz restabelecer a balança, e fazer com que essa pessoa decida por si mesma, de praticar o homicídio ou não.
É assim que Deus deixa à nossa consciência a escolha do caminho que devemos seguir, e a liberdade de ceder a uma ou outra das influências contrárias que exercem sobre nós.
A consciência é onde está escrita a lei de Deus, é ela que nos adverte para resistirmos de não praticarmos o  mal, inclusive, de não cometermos as mesmas faltas do passado ou ainda de não aceitarmos a influência de um mau espírito. Isto se dá segundo o grau de perfeição a que tenhamos chegado e conforme a nossa capacidade de conservar a lembrança intuitiva. Mas, se de alguma maneira desprezamos ouvir a nossa consciência, sempre há alguém ou um bom espírito, que nos adverte para ouvi-la, é o que faz com que se reequilibre a balança para que cada um de nós seja senhor de si. (ver in O Livro dos Espíritos da questão 621 em diante)
Pode-se libertar da influência dos Espíritos que nos solicitam ao mal, porque eles não se ligam senão aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos.
Os Espíritos cuja influência é repelida pela vontade, renunciam as suas tentativas. Quando não há nada a fazer, eles cedem o lugar; entretanto, aguardam o momento favorável, como o gato espreita o rato.
O único meio de neutralizar a influência dos maus Espíritos é fazendo o bem e colocando toda a confiança em Deus, assim, se repele a influência dos Espíritos inferiores, e se destrói o império que eles querem tomar sobre nós. Deve-se evitar de escutar suas sugestões, ou seja, aquelas que suscitam os maus pensamentos, as discórdias e aquelas que excitam as más paixões. Deve-se desconfiar sobretudo, daqueles que exaltam o orgulho porque as tomam por nossa fraqueza. Eis porque Jesus nos faz dizer na oração dominical: “Senhor! não nos deixeis sucumbir à tentação, mas livrai-nos do mal”.
Nunca um Espírito recebe a missão de fazer o mal. Quando ele o faz é por sua própria vontade e, por conseguinte, lhe suporta as conseqüências. Deus pode deixá-lo fazer para nos experimentar, mas não lhe ordena, e está em nós a decisão de repeli-lo ou não.
Quando experimentamos um sentimento de angústia, de ansiedade indefinível ou de satisfação interior sem causa conhecida, são quase sempre, comunicações que temos inconscientemente, com os Espíritos, ou que tivemos com eles durante o sono.
Os Espíritos que querem nos excitar ao mal, aproveitam a circunstância, mas, freqüentemente, a provocam, compelindo-nos, inconscientemente, ao objeto da nossa cobiça. Assim, por exemplo, um homem encontra sobre seu caminho uma soma de dinheiro; não creiais que foram os Espíritos que levaram o dinheiro para esse lugar, mas eles podem dar ao homem o pensamento de se apoderar dele, enquanto outros lhe sugerem o de entregar esse dinheiro aquele a quem pertence. Ocorre o mesmo em todas as outras tentações.

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