domingo, 19 de agosto de 2012

MITOLOGIA Egípcia


(Fonte:”Dicionario de mitologia”, de Tassilo Orpheu Spalding)

SERÁPIS

No fim do Novo Império, entra em decadência a grandeza do Egipto. Esmaecem os cultos, desagregam-se os costumes em contato com os estrangeiros. Durante a XXVI dinastia, por algum tempo, alguns faraós restabeleceram a unidade política; foi um período de renascimento nas artes e na religião; grupos de sacer­dotes tentaram restaurar as primitivas instituições. Mas o nível das idéias baixara consideravelmente, e o ardor primitivo da alma egípcia decaiu para a zoolatria.
Nos tempos dos Ptolomeus precipita-se a decadência, ainda que exteriormente o culto brilhasse com inusitado vigor. Nos centros cosmopolitas, em Alexandria principalmente, as pessoas cultas se desprendiam insensivelmente das antigas crenças, ou então pretendiam modernizá-las, dando-lhes cunho helenístico. Os gregos, então, representavam a ciência, a filosofia, a civilização mais requintada. Os deuses do Olimpo participam do panteão egípcio. Zeus-Amon domina.
Em Alexandria Osíris cede o lugar a Serápis, cuja origem ainda não se logrou explicar. Segundo tradição duvidosa, teria sido trazido por Ptolomeu lI, em virtude dum sonho; o novo deus foi ricamente instalado num templo e logo se tornou o favorito dos alexandrinos. Deus híbrido, parece que o nome deriva de um anagrama de Osíris e Apis.
Mas a religião egípcia deveria sucumbir somente sob o im­pacto tremendo do Cristianismo; até a aurora do IV século, em alguns recantos distantes do Egipto, certas divindades particular­mente populares serão ainda objecto do culto tradicional. Faraós e a mãe de seus filhos, eram, ao mesmo tempo, as "Espo­sas do Deus Amon". Mas, nos períodos posteriores, a partir do tempo dos Reis-Sacerdotes, uso de origem incerta queria que uma filha do faraó fosse especialmente consagrada como "Esposa do Deus", e que esta Adoradora permanecesse virgem. Essa tardia instituição de teogamia à moda babilónica, permaneceu largo tempo desconhecida, a despeito do testemunho de Heró­doto. Casada ao deus Amon, a Adoradora rendia-lhe um culto de discreto erotismo, encantava o deus com a sua beleza e com a música do sistro; assentava-se em seus joelhos e passava-lhe os braços ao redor do pescoço. Dispunha de moradia particular, dotada de terras e serviçais, e possuía todos os atributos formais do faraó; mas seu poder era mais espiritual que político. Nor­malmente, como filho, tinha uma princesa, que ela adoptava. Junto dela havia um harém de concubinas de Amon, formado de virgens como ela e mães adoptivas de sua substituta.

AF-RE. - Nome da forma de deus que Ré-Osíris assumiu durante a sua jornada através das regiões dos Infernos chamadas Tuat.
Igualmente dava-se tal nome ao monstruoso COI-pO da ser­pente chamada Anc-Neteru, de onde ele emergirá como Quépera (ou Quéfera).

AFTAS - Nome de uma divindade que foi identificada ao Hefestos grego (Vulcano em latim). ALOGOS -Sobrenome que os egípcios davam a Tífon (ou Tifão), como representando as paixões inimigas da razão.

AMEN -O mesmo que Amon.

AMENT -Mulher companheira de Amon (ou Amen), ante­rior a Mut, a esposa de Amen-Ré na origem da tríade de Tebas; ambas eram chamadas as "Senhoras dos Deuses". Ament algu­mas vezes era representada com cabeça de carneiro.

AMIT -Monstruoso crocodilo híbrido que devorou os cora­ções que depois faltaram para equilibrar os pratos da balança no julgamento de Osíris.

AMON -"O Deus dos Deuses" ou "O Rei dos Deuses" faz a sua aparição solene no começo do Império Médio; aparece na região tebana. De onde veio? Não se sabe com certeza. Alguns sábios egiptólogos, constatando que um dos deuses da ogdoade hermopolitana tinha o nome de Amon ("O Deus Escondido"), concluíram que esse obscuro génio da velha cidade teológica tinha sido emprestado pelos tebanos para servir de núcleo a uma nova família divina. E. mais provável, porém, que Amon, na época, fosse apenas um obscuro deus local da Tebaida, implan­tado em Carnaque há muito tempo. E. verdade que a sua teologia, que nele vê um deus do ar, ou ainda um deus da fecundidade, se constituiu de empréstimos feitos às grandes doutrinas de Heliópolis, de Hermópolis e de Mênfis, às vezes de cultos menos célebres, como o de Min de Copto.
Representavam Amon como um ser humano, às vezes dotado de cabeça de carneiro; Mut, deusa local de um burgo vizinho a Carnaque, e Consu (ou Conso), deus lunar, tornaram-se, respecti­vamente, sua esposa e seu filho.
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